quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os melhores casais do ano

 As produções televisivas voltaram ao ritmo normal de gravações por conta do avanço da vacinação contra a covid-19. A temporada de reprises acabou. E com isso vários casais se destacaram nas novelas ao longo de 2022. Vamos a eles: 




Guilherme e Flávia ("Quanto Mais Vida, Melhor!"): 

 A deliciosa "Quanto Mais Vida, Melhor!" foi um grande acerto de Mauro Wilson e o autor foi muito feliz na construção do casal interpretado por Mateus Solano e Valentina Herszage na trama. Os atores viveram pai e filha em "Pega Pega" (2017), reprisada ano passado, e representaram um casal que conquistou o público. A dançarina de pole dance que vivia metida em confusões foi a maior responsável pelo início do processo de 'humanização' do cirurgião que era abusivo e controlador. A música "Together", cantada por Sia, tema de Flávia, deixavam as cenas do par ainda melhores. A ótima repercussão nas redes sociais foi fruto de uma soma muito feliz de atores, personagens e desenvolvimento. 



Violeta e Eugênio ("Além da Ilusão"): 

Malu Galli e Marcello Novaes transbordaram química desde a primeira cena, quando os personagens se conheceram e logo se implicaram. Uma fórmula que raramente falha na teledramaturgia. O jogo de gato e rato seguiu ao longo de "Além da Ilusão" e o casal virou o mais bem aceito nas redes sociais. Violeta era uma personagem muito sofrida e cheia de feridas não cicatrizadas. Seus momentos com Eugênio acabaram funcionando como uma válvula de escape para a mãe da protagonista da história de Alessandra Poggi. O casal ainda teve a melhor música da novela: "Easy on me", de Adele. 




Juma e Jove ("Pantanal"): 

O casal formado por Cristiana Oliveira e Marcos Winter foi um sucesso em "Pantanal", de 1990. Mas a personalidade de Jove era totalmente diferente. O rapaz era debochado, irônico, machista e às vezes agressivo. O Joventino de Jesuíta Barbosa era progressista, tímido e introspectivo. Mas a mudança, uma das raras do remake de Bruno Luperi, não afetou na aceitação do casal. A construção do amor que surge entre a menina onça e o sujeito que tenta fotografá-la foi bem realizada e a sintonia entre Alanis Guillen e Jesuíta era visível, inclusive nos bastidores. Uma pena que, assim como na obra original, o casal protagonista tenha ficado avulso e sem destaque da metade para o final da novela. 



Filó e Leôncio ("Pantanal"):

Dira Paes e Marcos Palmeira são parceiros de longa data na televisão. E a química que os dois sempre tiveram foi emprestada para Filó e Zé Leôncio. O casal não teve muitos momentos românticos por conta da mágoa eterna que o fazendeiro carregava do abandono de Madeleine, mas as cenas da dupla eram sempre de cumplicidade e carinho. Já no último capítulo houve a linda sequência do casamento que resultou na realização do maior sonho de Filó, ainda que não tenha durado muito.


Maria e Alcides ("Pantanal"):

No início o casal era mais uma espécie de alívio cômico em meio ao contexto trágico que cercou a vida conjugal de Maria Bruaca. No entanto, aos poucos, o sentimento foi surgindo e o público acompanhou a boa construção do casal bem interpretado por Isabel Teixeira, que roubou a cena em "Pantanal", e Juliano Cazarré. Tanto que uma das melhores cenas do último capítulo foi a do casal chegando para a festa de casamento de Filó e Leôncio, o que não existiu na obra original. 


Trindade e Irma ("Pantanal"): 

O casal mais injustiçado do remake de "Pantanal". Bruno Luperi foi incapaz de promover mudanças na obra de Benedito Ruy Barbosa e seguiu até os equívocos da obra original que poderiam ter sido corrigidos. Em 1990, Almir Sater precisou deixar a trama para protagonizar "Ana Raio e Zé Trovão", na mesma Manchete, e por isso foi feito um arranjo de último hora para Irma ficar com Zé Lucas, o que resultou em uma construção porca. Tudo isso se repetiu no remake. A personagem bem defendida por Camila Morgado teve uma evolução ao longo da história graças ao sentimento que passou a nutrir por Trindade, finalmente se livrando por sua obsessão por Leôncio. Porém, o peão saiu da história por conta do Cramulhão e do nada Irma se apaixonou por Zé Lucas. Um final péssimo e uma das graves falhas da novela. O casal 'Trirma' fez um baita sucesso e merecia um final feliz, honrando a química entre Gabriel Sater e Camila. 



Dolores e Nélio ("Nos Tempos do Imperador"):

Os personagens viraram os mocinhos da novela de Alessandro Marson e Thereza Falcão. Os autores erraram feio na construção dos dois casais protagonistas da trama, mas acertaram no desenvolvimento do amor que nasceu entre uma menina sofrida e tímida e um rapaz atrapalhado de baixa autoestima. Daphne Bozaski e João Pedro Zappa protagonizam cenas repletas de delicadeza juntos e cada cena da dupla era um poço de sensibilidade. 


Clemência e Vitória ("Nos Tempos do Imperador"):

Infelizmente o casal só foi formado na reta final da novela das seis, mas foi um plot twist muito bem-vindo. As rivais se descobriram apaixonadas e deixaram Quinzinho (Augusto Madeira) de lado. Dani Barros e Maria Clara Gueiros brilharam e protagonizaram vários beijos, o que foi considerado um avanço para a faixa das 18h. 



Olívia e Tenório ("Além da Ilusão"):

A história da moça que se apaixona por um padre é um dos muitos clichês da teledramaturgia. Um dos mais conhecidos foi o romance vivido por Estela (Lavínia Vlasak) e Padre Pedro (Nicola Siri) em "Mulheres Apaixonadas", de 2003. A autora Alessandra Poggi usou da mesma fórmula em "Além da Ilusão" e deu certo. Debora Ozório e Jayme Matarazzo encantaram o telespectador com a relação entre Olívia e Tenório. 


Leônidas e Heloísa ("Além da Ilusão"):

Eriberto Leão e Paloma Duarte formaram um lindo casal em "Além da Ilusão". A novela das seis, aliás, tinha bons pares secundários. O par demorou muito para ficar junto por conta da saga de imenso sofrimento de Heloísa, que passou a novela quase toda atrás de sua filha desaparecida e lembrando dos abusos que sofreu do cunhado, Matias. Na reta final, todavia, a consumação do amor dos personagens ocorreu e a química dos intérpretes foi bem aproveitada. 



Inácio e Arminda ("Além da Ilusão): 

Rick Tavares e Caroline Dallarosa divertiram o público em "Além da Ilusão" através do início da relação dos personagens. Arminda não conseguia disfarçar o desejo cada vez que via o rapaz sem camisa e as cenas eram hilárias. O casal caiu nas graças da audiência. Pena que ao longo da novela a importância do par foi diminuindo e a perda de destaque deixou a dupla um pouco esquecida. 


Gabriela e Ilana ("Um Lugar ao Sol"): 

O melhor casal de "Um Lugar ao Sol". Lícia Manzo construiu a relação da empresária com sua ginecologista da forma mais delicada possível. Deu gosto torcer pelo romance e vê-las juntas se beijando bem antes do último capítulo, fugindo daquele clichê que cerca os relacionamentos homoafetivos na ficção, foi ótimo. Natalia Lage e Mariana Lima brilharam. 



Stênio e Heloísa ("Travessia"):

O casal roubou a cena em "Salve Jorge", de 2013, e ofuscou totalmente os mocinhos. Viraram os protagonistas graças ao entrosamento cênico de Alexandre Nero e Giovanna Antonelli. Gloria Perez, então, quase dez anos depois, resolveu trazê-los de volta em "Travessia", juntamente com a empregada Creusa (Luci Pereira), e a química segue intacta. Não por acaso, os personagens fazem parte dos poucos acertos desse início conturbado da nova novela das nove. 



Brisa e Oto ("Travessia"): 

E falando nos poucos acertos de "Travessia", o casal de mocinhos é um deles. Ironicamente, uma das maiores dificuldades de um autor de folhetim é construir protagonistas que cativem o público e despertem torcida por um romance. Gloria Perez sabe bem disso porque fracassou em vários pares românticos principais de suas novelas. Mas justamente em sua atual obra, cuja fase inicial vem enfrentando vários problemas, houve uma feliz construção na relação entre Brisa e o sujeito que a encontrou na mala de seu carro. Lucy Alves e Romulo Estrela têm química para dar e vender e o casal é um sucesso nas redes sociais. 



Que em 2023 o telespectador tenha mais casais para shippar e se envolver na ficção. 

16 comentários:

Anônimo disse...

Um apanhado completo dos casais mais apaixonantes da teledramaturgia em 2022, mesmo que algumas obras (mais especificamente "Nos Tempos Do Imperador" (2021)) tenham perdido credibilidade com o passar do tempo ao terem o conteúdo parcialmente ou totalmente descaracterizado por parte de seus respectivos autores.

Guilherme

Anônimo disse...

Sérgio vc está considerando os casais de Todas as Flores para 2023.

Anônimo disse...

Steloisa os melhores

Anônimo disse...

Imagina os piores. O racista do Nero não merecia nem fazer casal com a linda da Giovanna.

Chaconerrilla disse...

Só acompanhei "Além da Ilusão" e meu casal preferido é Tenório e Olívia! Fiquei muito chateada com a perda da importância do par depois que Tenório deixou o sacerdócio. Acho que eles mereciam ter a cena da primeira vez e a cena sobre adoção. O casamento também podia ter sido melhor aproveitado. Eles não tiveram uma cena depois do sim. O Tenório, inclusive, não teve nem fala. Além disso, eles não tiveram uma cena no último capítulo. Foi tão decepcionante esse descaso. Enfim... Sinto tanta falta deles. O Jayme e a Débora fizeram um belíssimo trabalho! O casal entrou no meu TOP5 casais preferidos e sempre que posso dou uma olhada, principalmente na cena que ele volta para a vila operária. É tãaaaaoo lindaa! A cena que Olívia pergunta para Tenório o que ela deve fazer depois de ter descoberto que Heloísa é sua mãe biológica é tão perfeita. Quando ele diz "acho que ela merece um abraço", eu me emocionei tanto! aiai hahahaha
Também gosto de Helônidas e Euleta. Shipáveis demais!

Anônimo disse...

Nero jamais foi racista, pelo contrário, ele é antirracista e militante.

- R y k @ r d o - disse...

Passando, vendo, lendo, elogiando o lindo texto, e deixando votos de um:
.
Feliz Ano Novo para si e família
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Camila Nere disse...

Para mim, Filó e o Zé Leôncio era disparado o melhor casal de Pantanal. O casal com a melhor química e que demonstrava um companheirismo. Dirá e o Marcos tem uma baita química. Uma pena que o Zé era meio Rodrigo ficou obcecado por uma história do passado e não deu o devido valor que a Filó merecia. E assim , como o Rodrigo teve que se deparar com a possibilidade de perder a Manu para morte para entender a importância dela na vida dele. No caso do Zé, foi ele que se deparou com a morte para reconhecer o óbvio que a Filó era seu grande amor e que ela merecia ser melhor valorizada. Uma pena que ele era teimoso e não se cuidou como deveria e acabou morrendo , deixando a Filó viúva.
Feliz Ano Novo , Sérgio!

Anônimo disse...

imagina os piores

Anônimo disse...

Flagui, motivo que me fez parar pra ver novela de novo! Não assistia desde Bom Sucesso. E mesmo BS não fazia questão de ver no ao vivo… Sei lá, apeguei demais neles e nos protagonistas juntos. Enfim, saudadeees! Se tu tiver algum contato da plin plin pede um bis de Mateus e Valentina, Sérgio kkkkk Nem que seja aquelas participações em outras resgatando Flagui e até os outros dois se possível

Sérgio Santos disse...

Concordo, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

Sim, anonimo, pq agora é streaming e nao tv aberta.

Sérgio Santos disse...

Amo, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Endosso todo o seu comentário, chaconeerrilla.

Sérgio Santos disse...

Abçs, Rykardo.

Sérgio Santos disse...

Gostei da comparação, Camila. Fez sentido!!! bjão