sexta-feira, 29 de setembro de 2017

"Malhação - Viva a Diferença" faz jus ao seu subtítulo

A atual temporada de "Malhação" está praticamente há seis meses no ar e Cao Hamburger vem presenteando o público com uma história agradável, repleta de personagens reais e cativantes, onde a individualidade é a maior protagonista. Todos têm um caminho a seguir, precisando lidar com obstáculos e problemas comuns a qualquer ser humano. A trama, mesmo sem apresentar grandes viradas ou uma sucessão de acontecimentos, consegue prender muito por causa do conjunto apresentado, onde tudo flui com naturalidade.


Nesta semana, o enredo, dirigido com competência por Paulo Silvestrini, ficou voltado para a Balada Cultural, promovida para celebrar a diferença e unir todas as tribos. Para isso, os alunos do colégio Grupo (particular) e da escola pública foram convidados, organizando vários eventos para a festa. O resultado foi o melhor possível. As cenas ficaram ótimas, valorizando diferentes ritmos, culturas e vestimentas. Enfim, foi uma celebração da própria temporada, que chegou ao capítulo 100 recentemente.

Com o lema 'O Velho é Novo', o desfile comandado por Keyla (Gabriela Medvedovski) teve roupas dos anos 70 e 80 customizadas. A mesma Keyla ainda cantou lindamente ao lado de Tina (Ana Hikari), encantando todos os presentes. Já Fio (Lucas Penteado) mostrou sua dança cheia de ritmo e passinhos, enquanto MB (Vinicius Wester), Samantha (Giovanna Grigio) e Felipe (Gabriel Calamari) fizeram uma apresentação como grupo Lagostins, lançando uma música nova em homenagem a Lica (Manoela Aliperti).

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

"Cidade Proibida" é bem produzida, mas não empolga

Produção de Mauro Wilson e Maurício Farias, dirigida por Maurício, "Cidade Proibida" estreou nesta terça (26/09), ocupando a faixa da extraordinária "Sob Pressão", na Globo. Substituir um seriado de tanto sucesso (de público e crítica), como foi o recém-terminado drama médico, não é simples. E a estreia decepcionou nos números, pois obteve 21 pontos, derrubando em mais da metade os 44 pontos de "A Força do Querer". Mas, a emissora confia no potencial desse novo produto, uma vez que preferiu colocá-la como substituta, ao invés da também recém-iniciada "Filhos da Pátria".


Ambientada no Rio de Janeiro, na década de 50, a trama é permeada por traições, crimes, paixões e tem um toque de suspense. Com mulheres fatais e homens violentos vivendo em uma cidade rica e perigosa, o enredo é focado nas investigações do detetive Zózimo Barbosa (Vladimir Brichta), um sujeito galanteador e malandro. O protagonista é um ex-policial que decide trabalhar sozinho e acaba se especializando em casos extraconjugais, muitas vezes se envolvendo com suas clientes. Entretanto, ele não age tão sozinho quanto aparenta.

Além do personagem principal, há mais três que compõem uma espécie de quarteto inseparável. Zózimo conta com a ajuda da garota de programa Marli (Regiane Alves) ---- com quem tem um caso ----, do delegado corrupto Paranhos (Aílton Graça) e do metido a sedutor Bonitão (José Loreto). Os quatro sempre se encontram no Bar Sereia, onde discutem alguns casos, se divertem e ouvem os desabafos de cada um.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

"Tempo de Amar" estreia com belas imagens e dramalhão clássico

"Para aqueles que amam, o tempo é eterno. Para os que perdem, o tempo é implacável. Para aqueles que partem, o tempo é esperança. Para quem espera, o tempo é mistério". Baseada nessa premissa poética, estreou, nesta terça-feira (26/09), "Tempo de Amar", nova novela das seis da Globo, escrita por Alcides Nogueira e Bia Corrêa do Lago, dirigida por Jayme Monjardim, baseada em um argumento de Rubem Fonseca.


A missão da nova trama é honrar a qualidade da faixa, após o imenso sucesso de público e crítica de "Novo Mundo". As chamadas iniciais deram uma boa impressão, tanto pela beleza da fotografia quanto pelo elenco escalado. E a história promete apostar em um dramalhão clássico, evitando qualquer ousadia maior. É um enredo típico de novela das seis e o primeiro capítulo deixou isso tudo bem claro, expondo o amor à primeira vista dos mocinhos, a inveja do vilão e o contexto voltado para um clima mais poético, onde o amor é o grande protagonista (para o bem e para o mal).

Uma procissão religiosa em Portugal, em 1927, é o ponto de encontro que transforma a vida de Maria Vitória e Inácio Ramos, interpretados pelos estreantes Vitória Strada e Bruno Cabrerizo. O encantamento é imediato, despertando imediatamente o ciúme de Fernão (Jayme Matarazzo), um médico recém-formado em Coimbra, cuja paixão pela mocinha se torna uma obsessão.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Sucesso de público e crítica, "Novo Mundo" foi uma novela primorosa

A novela das seis que marcou a estreia de Alessandro Marson e Thereza Falcão como autores titulares, após um longo tempo trabalhando como colaboradores (como do sucesso "Avenida Brasil", por exemplo), estreou no dia 22 de março e chegaria ao fim no dia 22 de setembro, ficando exatos seis meses no ar. Mas, "Novo Mundo" acabou terminando nesta segunda, dia 25, por causa da bobagem da nova estratégia da Globo em busca de mais audiência. E nem precisava. A produção fez um imenso sucesso de público e crítica, engrandecendo a faixa das 18h, após a fraquíssima "Sol Nascente".


A trama, dirigida com competência por Vinícius Coimbra, primou pelo capricho do primeiro ao último capítulo, mesclando contextos históricos com o folhetim tradicional, havendo espaço ainda para momentos de pura fantasia, remetendo aos clássicos da Disney, como "Piratas do Caribe". Os autores conseguiram juntar perfis que realmente existiram a outros meramente ficcionais com maestria, presenteando o telespectador com personagens bem construídos e conflitos convidativos, sem poupar história.

Isso porque a novela não teve barriga (período de enrolação, onde nada de relevante acontece), expondo a criatividade dos autores na elaboração de ótimas viradas ao longo do enredo. Claro que deslizaram em alguns pontos, como o já cansativo recurso do sequestro da mocinha no penúltimo capítulo ---- é um clichê, mas absolutamente todos os folhetins recentes da Globo vêm apresentando essa situação.

domingo, 24 de setembro de 2017

"Dança dos Famosos": uma experiência única

Acompanho a "Dança dos Famosos" desde a primeira temporada, em 2005, quando ainda nem existia Twitter e nem sonhava em ter um blog sobre televisão. Sou um péssimo dançarino e nunca me interessei por dança. Mas, o quadro --- versão nacional do formato britânico "Strictly Come Dancing" --- diverte e entretém. Não importa se você gosta de se remexer ou não. Tanto que virou o maior trunfo do "Domingão do Faustão", completando 12 anos no ar.


E, para a minha surpresa, a Globo me convidou para ter uma experiência única: ser um participante da "Dança dos Famosos" por um dia. Já participei de alguns eventos da emissora, principalmente envolvendo lançamento de novas produções. Sempre fico muito feliz com a lembrança e com o reconhecimento do meu trabalho. Porém, ter que dançar era algo nunca cogitado por mim. Até porque não gosto de virar foco de atenção, me sentindo sempre mais seguro e à vontade escrevendo e observando. Ou seja, a minha primeira resposta foi um "não, obrigado".

Agradeci imensamente a lembrança e o convite, mas deixei claro que não levava o menor jeito. Todavia, uma das responsáveis pela gestão de Mídias Sociais da Globo, a querida Miriam, insistiu e disse que todos os participantes não levam jeito no início e encaram a missão de aprender. Também garantiu que seria divertido.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Irene foi uma vilã que deixou bastante a desejar em "A Força do Querer"

"A Força do Querer" tem várias qualidades e faz por merecer todo o sucesso, honrando a ótima audiência alcançada. Porém, a novela de Glória Perez também tem alguns problemas claramente visíveis. A passagem de tempo de um ano, por exemplo, foi inútil e só prejudicou a verossimilhança de alguns contextos. Há também alguns personagens avulsos, embora o elenco seja enxuto. E um outro equívoco que está bem evidente, ainda mais com o enredo em plena reta final, é a falta de relevância de Irene (Débora Falabella).


Vendida como a grande vilã da história, a personagem parecia promissora. Interesseira, manipuladora e ardilosa, a arquiteta seleciona vítimas para seduzir e depois roubar tudo o que elas têm. É assim que enriqueceu. Seu objetivo era conquistar Eugênio (Dan Stulbach), precisando primeiro virar melhor amiga de Joyce (Maria Fernanda Cândido) para elaborar seu plano perfeito. Suas armações sempre contam com a ajuda de Mira (Maria Clara Spinelli), uma cúmplice medrosa. Todo o início desse plano foi interessante de acompanhar. Todavia, o contexto acabou se arrastando e perdendo o fôlego.

É importante citar, aliás, que a situação é muito parecida com a protagonizada por Ivone (Letícia Sabatella), Silvia (Débora Bloch) e Raul Cadore (Alexandre Borges), em "Caminho das Índias" (2009), da mesma autora. Esse núcleo da outra novela, por sinal, era muito cansativo e não funcionou. Glória não conseguiu conduzir esse drama de forma atrativa. Por isso mesmo havia uma desconfiança em torno da jornada de Irene.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Sarcástica, "Filhos da Pátria" é uma série perfeita para o atual momento do Brasil

A nova série da Globo foi gravada antes do impeachment de Dilma Roussef. Mas, se tivesse sido realizada semana passada, daria na mesma. Isso porque o Brasil está mergulhado em uma crise avassaladora e repleta de escândalos há muito tempo. Nunca a corrupção e a desonestidade estiveram tão em voga. "Filhos da Pátria" busca tratar justamente a 'origem' de toda essa podridão através de uma história sarcástica recheada de tipos facilmente identificáveis, com o humor provocando risos envergonhados no público.


Escrita por Bruno Mazzeo e dirigida por Maurício Farias, a trama é ambientada no Rio de Janeiro do século XIX, em 1822, logo após a proclamação da Independência. A cidade cenográfica, inclusive, é a mesma utilizada em "Liberdade, Liberdade" (2016) e "Novo Mundo". O 'surgimento' da corrupção e do famoso jeitinho brasileiro é exposto no enredo através dos Bulhosa, típica família de classe média da época, composta pelo ingênuo português Geraldo (Alexandre Nero), sua esposa ambiciosa, a brasileira Maria Teresa (Fernanda Torres), pelo primogênito metido a idealista, Geraldinho (Johnny Massaro), e pela caçula feminista, Catarina (Lara Tremouroux). A escrava empoderada, Lucélia (Jéssica Ellen), e o escravo bonachão, Domingos (Sérgio Loroza), ainda compõem o núcleo.

A série ficou disponível na íntegra pelo aplicativo Globo Play, a partir do dia 3 de agosto, e o primeiro capítulo foi exibido em uma coletiva realizada na luxuosa Casa Julieta de Serpa, no Flamengo, Rio de Janeiro (também no dia 3). Logo no primeiro episódio, fica claro o objetivo da produção em apontar toda a hipocrisia da sociedade, mirando em cada uma de nossas falhas, expondo o deprimente conjunto que acabou resultando nesse Brasil que todos se envergonham tanto.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Impecável, "Sob Pressão" mesclou realidade e ficção com maestria

A famosa expressão "O que é bom dura pouco" pode ser aplicada com facilidade em "Sob Pressão". A melhor série do ano e o mais elogiado trabalho da Globo em 2017, até então, estreou no dia 25 de julho e chegou ao fim nesta terça-feira, dia 19 de setembro. Durou menos de três meses no ar, tendo apenas nove episódios. E esse tempo bastante curto foi sentido porque a trama ---- com direção de Andrucha Waddington e Mini Kerti, baseada no filme homônimo, derivado do livro "Sob Pressão - A Rotina de um Médico Brasileiro", de Marcio Maranhão ---- impressionou pelas inúmeras qualidades.


A produção se mostrou uma obra-prima, provando que o Brasil sabe fazer séries dramáticas tão boas quanto as estrangeiras. Após a tentativa fracassada de "Supermax", exibida ano passado, pairou uma desconfiança em torno da capacidade de elaboração de um seriado que não fosse de humor. Claro que a Globo já produziu alguns enredos fora do campo da comédia e uma de suas melhores séries é "A Cura" (2010), um suspense brilhante de João Emanuel Carneiro. Entretanto, sempre houve uma insegurança em se arriscar por esse caminho e as histórias cômicas eram tratadas como prioridade.

A trama médica tem tudo para ser um incentivo e tanto para outras empreitadas parecidas, valorizando o drama nos seriados. Até porque, vale observar, o contexto de "Mulher", série exibida entre 1998 e 1999, que abordava a rotina de duas médicas dedicadas em um hospital particular, foi primoroso e já era para a emissora ter voltado a investir nisso há tempos. Agora, com "Sob Pressão", o público acabou presenteado com uma história que se mostrou ainda melhor que a contada no filme.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Chamada de supersérie, "Os Dias Eram Assim" não teve nada de super e nem de série

Após seis novelas exibidas na faixa das onze ---- "O Astro", "Gabriela", "O Rebu", "Saramandaia", "Verdades Secretas" e "Liberdade, Liberdade"----, inserindo o folhetim em um horário mais tarde, permitindo maiores liberdades nas cenas, a Globo decidiu mudar a classificação do produto em 2017, optando por chamar "Os Dias Eram Assim" de 'supersérie'. O que seria a sétima novela da faixa (planejada anteriormente para às 18h, inclusive), virou a primeira supersérie da emissora. Mas, não podiam ter escolhido trama pior para fazer essa alteração. Isso porque a produção, que chegou ao fim nesta segunda-feira (18/09), não teve nada de super e muito menos de série.


Primeiro, porque teve 88 capítulos, ficando no ar por seis meses. Foi a produção mais longa das 23h, superando todas as novelas anteriores, que tinham como característica o menor número de capítulos (normalmente em torno de 60). E, segundo, porque o enredo das estreantes Angela Chaves e Alessandra Poggi apresentou todos os clichês possíveis de um folhetim, fazendo do conjunto um dramalhão clássico. Entretanto, infelizmente, todos esses recursos foram muito mal usados pelas autoras. Afinal, não há mal algum no clichê, desde que bem conduzido. Não foi o caso. Ainda mais em um produto que era classificado como 'supersérie'. Inclusive, nem ritmo de uma série teve. O enredo se arrastou ao longo dos meses e parecia interminável.

O início da trama, dirigida por Carlos Araújo, parecia promissor. Ambientada na década de 70, tendo a Ditadura Militar como pano de fundo, a história de amor protagonizada por Renato (Renato Góes) e Alice (Sophie Charlotte) despertou interesse e o primeiro capítulo deixou uma ótima impressão.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Irretocável como Leopoldina em "Novo Mundo", Letícia Colin vive seu melhor momento na carreira

"Novo Mundo" é daquelas novelas que ficarão marcadas pelo contexto histórico. O folhetim de Alessandro Marson e Thereza Falcão aborda alguns dos mais estudados momentos do país nas escolas: a época do domínio de Portugal, das desventuras de Dom Pedro, da soberania da Corte Portuguesa, do Brasil Império, enfim... E, claro, para isso era necessária a presença de tipos que realmente existiram se misturando com personagens fictícios, tornando a escalação um desafio grande. Pois os autores se saíram muito bem na missão. E o maior acerto foi a escolha de Letícia Colin.


A escalação da intérprete para viver a princesa Carolina Josefa Leopoldina de Habsburgo-Lorena, depois conhecida como Maria Leopoldina de Áustria, foi certeira. A personagem, que foi casada com Dom Pedro I, é uma das mais lembradas e citadas por historiadores, pois teve um papel fundamental para o processo de Independência do Brasil. E sua vida daria mesmo um dramalhão clássico de novela. A escolha para viver um perfil tão rico exigia muita responsabilidade, onde um erro seria fatal para o núcleo principal de "Novo Mundo". Mas, o acerto ficou evidente logo no primeiro capítulo, firmando essa ótima impressão até hoje, em plena reta final.

É nítido o trabalho, tanto de prosódia quanto de postura corporal, que a atriz teve para compor a princesa austríaca. O seu sotaque francês é adorável e deixou a personagem cativante, pois serve para imprimir um toque de doçura que casou perfeitamente com o papel.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

"Tempo de Amar": o que esperar da próxima novela das seis?

A missão da próxima novela das seis será manter a qualidade da faixa, após a elogiada "Novo Mundo", sucesso de público e crítica (cuja média de audiência foi 24 pontos, a maior do horário dos últimos anos, com exceção do fenômeno "Êta Mundo Bom!", que marcou 27). Escrita por Alcides Nogueira, em parceria com Bia Corrêa do Lago, e dirigida por Jayme Monjardim, o folhetim será um clássico romance água com açúcar e vem apresentando chamadas belíssimas, com uma fotografia de encher os olhos.


A história terá dois estreantes vivendo os mocinhos: Bruno Cabrerizo e Vitória Strada. Ele dará vida a Inácio Ramos, um rapaz simples, que mora em um vilarejo, em Portugal, e vive de trabalhos temporários. Ela será Maria Vitória, jovem letrada e de mente aberta, moradora de Morros Verdes, que ficou órfã de mãe muito cedo e foi criada pelo pai, um sujeito muito íntegro. Os dois se apaixonam à primeira vista e começam a namorar, mas logo se separam em virtude de uma viagem que o mocinho tem marcada para o Brasil, onde conseguiu um emprego no Rio de Janeiro. Porém, ele viaja e deixa a amada grávida, sem saber.

O contexto dos protagonistas é um dos maiores clichês já vistos, mas, se bem conduzido, funciona. E a ousadia em escalar dois novatos para a missão é bem válida. Em meio a repetições constantes de elenco, onde vários atores emendam uma novela na outra, sem descansar a imagem nem por sete meses, é preciso elogiar a atitude do diretor e do autor.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Ótima como Kiki em "Os Dias Eram Assim", Natália do Vale fazia falta na televisão

A última novela que contou com a presença de Natália do Vale do início ao fim foi a fracassada e problemática "Em Família", de Manoel Carlos, exibida em 2014. Ela, inclusive, protagonizou uma situação estapafúrdia, interpretando a mãe de Júlia Lemmertz. Dois anos depois, esteve apenas no primeiro capítulo de "Êta Mundo Bom!", vivendo a mãe da personagem de Nathalia Dill. Ou seja, a grande intérprete estava praticamente ausente da televisão há três anos. E agora, em "Os Dias Eram Assim", provou que estava fazendo muita falta.


A atriz está ótima na pele da passional Kiki, mulher que passou anos sendo submissa ao marido e vivendo uma relação conflituada com as duas filhas. Na primeira fase da trama de Angela Chaves e Alessandra Poggi, Natália conseguiu protagonizar grandes cenas ao lado de Sophie Charlotte e Antônio Calloni. As brigas que a personagem tinha com o autoritário Arnaldo eram intensas e os embates com Alice repletos de instantes dramáticos. Ela deu um show. Era uma fase, inclusive, que o enredo se mostrava promissor e atrativo.

Infelizmente, ao longo das semanas, a trama foi se esvaziando e Kiki perdeu a importância com a morte equivocada do marido. O assassinato do empresário em nada contribuiu para o andamento do roteiro e só prejudicou o núcleo central, tendo a intérprete como uma das principais 'vítimas'. Tanto que acabou avulsa na história por um bom tempo.

domingo, 10 de setembro de 2017

"Popstar" foi uma boa aposta da Globo

Chamado sempre pela Globo de um 'formato original', ou seja, criado pela própria emissora, indo contra a constante compra de formatos estrangeiros, o "Popstar" estreou no dia 9 de julho e chegou ao fim neste domingo, dia 10 de setembro. Durou apenas dois meses. Mas, pode-se constatar que foi um programa despretensioso e cumpriu sua proposta, podendo ter ficado no ar por pelo menos mais um mês se a produção quisesse.


Comandado por Fernanda Lima, o reality utilizou o cenário do extinto "SuperStar" (esse, sim, oriundo de um formato de fora), que também era apresentando por ela. Porém, agora, Fernanda se mostrou muito mais à vontade, deixando o nervosismo (sempre visto na outra atração) de lado. Lembrou até, levando em conta o horário vespertino, seu desempenho no "Amor & Sexo". Talvez porque estava entre amigos e não havia tanta gente competindo, como na disputa entre bandas amadoras.

Os convidados do reality musical, por sinal, foram bem selecionados. Fabiana Karla, Lúcio Mauro Filho, Sabrina Parlatore, Mariana Rios, André Frateschi, Érico Brás, Alex Escobar, Eduardo Sterblich, Cláudio Lins, Murilo Rosa, Rafael Cortez, Marcello Melo Jr. e Thiago Fragoso esbanjaram simpatia e mergulharam de cabeça no objetivo do programa, deixando qualquer constrangimento de lado.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Proclamação da Independência em "Novo Mundo" arrepiou e honrou o momento histórico

A ótima novela das seis da Globo está em plena reta final. E uma das muitas qualidades da trama de Alessandro Marson e Thereza Falcão foi a mescla de ficção com fatos históricos. Os autores foram muito habilidosos na construção de um folhetim clássico, tendo uma passagem importante da história do país como enredo central. E um dos momentos mais aguardados de "Novo Mundo" foi ao ar nesta quinta-feira, dia 7 de setembro: a declaração da Independência do Brasil.


Primeiramente, é preciso aplaudir a precisão dos escritores em colocar a cena justamente no dia que realmente aconteceu o fato, em pleno feriado. A coincidência calculada deixou o grito de Dom Pedro (Caio Castro) ainda mais arrepiante, conseguindo cercar esse momento emblemático com todo o clima necessário. Era um clímax bastante esperado, não apenas em virtude do contexto tão presente nos livros de história, como também pela trajetória do príncipe e da princesa que o público tem acompanhado desde a estreia da novela.

A emoção da sequência até pôde ser sentida no capítulo de quarta-feira (06/09), através da belíssima cena em que Leopoldina (Letícia Colin) ignorou as ameaças da Corte Portuguesa e assinou a separação do Brasil de Portugal. Nomeada princesa regente pelo marido, a respeitável mulher reuniu os ministros e, com o apoio deles e de José Bonifácio (Felipe Camargo), tomou a decisão mais importante da história do país.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Júlio Andrade e Marjorie Estiano fazem jus ao protagonismo de "Sob Pressão"

"Sob Pressão" já é uma das maiores surpresas do ano. Baseada no filme homônimo, dirigido por Andrucha Waddington, a série é de uma qualidade ímpar e consegue ser melhor que o longa. Tem sido incrível (e impactante) acompanhar a saga de médicos que lutam para salvar vidas em meio aos caos da saúde pública do Rio de Janeiro (que reflete todo o Brasil). Mas, em meio a tantos pontos extremamente positivos dessa trama da Globo, coproduzida com a Conspiração, há um grande trunfo que deixa o enredo ainda mais imperdível: o talento de Júlio Andrade e Marjorie Estiano.


Nada melhor para uma boa história do que ter intérpretes competentes defendendo perfis bem construídos. E é exatamente isso que acontece na série. Evandro e Carolina são personagens que transbordam densidade, tendo o drama como principal alicerce. Seria catastrófica a escolha de atores ruins ou até medianos. Era necessária a escalação de profissionais irretocáveis. Portanto, a seleção de Andrucha para o filme foi perfeita e a permanência de ambos no seriado comprova a tese de que em time que está ganhando não se mexe.

Afinal, como o restante do elenco mudou (menos Stepan Necerssian e Josie Antello), poderiam ter trocado todo mundo, partindo do zero, mantendo apenas a premissa. Mas, acertadamente, não tomaram essa atitude por causa desse casamento perfeito de perfis grandiosos com intérpretes dedicados.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Divina Diva, Rogéria era a representação da alegria de viver

Hoje, segunda-feira, dia 4 de setembro, o Brasil sofreu mais uma grande perda: Rogéria faleceu, aos 74 anos, no Hospital Unimed Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, depois ter sido internada para tratar de uma infecção urinária, tendo uma complicação após uma crise convulsiva. Em julho, ela tinha sido hospitalizada por causa de uma infecção generalizada e só recebeu alta no dia 25 de agosto, sem estar totalmente recuperada. Infelizmente, não resistiu a essa nova infecção. 


Nascido Astolfo Barroso Pinto, em Cantagalo, interior do estado do Rio, o artista já mostrava que não teria obstáculo que o segurasse. Nasceu para brilhar. E de fato brilhou. Na adolescência, o Astolfo virou Rogério e trabalhou como maquiador de estrelas do teatro, da música e da extinta TV Rio. Em um concurso de fantasia no Teatro República, em 1964, foi apresentado como Rogério, mas o público só gritava "Rogéria, Rogéria" e assim foi batizada com o nome que viraria referência na classe artística. Já nos primeiros anos de carreira ficou conhecida como símbolo gay e foi uma das pioneiras na luta contra a homofobia, causa que era ainda mais significativa na época (auge da Ditadura Militar). 

Artista multifacetada, Rogéria foi vedete de Carlos Machado e em 1979 ganhou o troféu Mambembe por uma peça que fazia com o também saudoso Grande Otelo. Não demorou para virar uma figura frequente na televisão. Em 1986, estreou no programa "Viva a Noite", no SBT, como repórter, e em 1989 fez uma marcante participação em "Tieta", na Globo, vivendo a espevitada Ninete ---- por uma infeliz (ou feliz) coincidência, o capítulo que marcou a sua entrada na trama de Aguinaldo Silva é justamente o exibido nesta madrugada, pelo Viva.