segunda-feira, 30 de julho de 2018

Após início problemático, "Deus Salve o Rei" chega ao fim de forma digna

O objetivo da Globo era claro: investir pesado na divulgação de uma novela medieval e proporcionar todo o capricho que uma produção deste porte necessitava. A emissora pelo menos cumpriu a sua parte. Nunca se viu uma divulgação tão intensiva quanto a de "Deus Salve o Rei". A trama das sete teve uma forte campanha e até a criação de um fã-clube da produção foi elaborada para interações nas redes sociais, visitas aos estúdios e participações em conversas ao vivo na internet diretamente dos Estúdios Globo. A escalação de atrizes com forte apelo entre os adolescentes como protagonistas foi claramente intencional e gerou repercussão. A qualidade dos cenários e figurinos também impressionou. Todavia, o mais importante, a história foi o maior obstáculo.


O estreante Daniel Adjafre, após um período na função de colaborador, enfrentou dificuldades no desenvolvimento de seu primeiro enredo como autor principal. A lentidão da narrativa afastou o público e o telespectador podia se dar ao luxo de acompanhar a produção a cada quinze dias que não perdia nada de relevante. Isso porque a limitação da história ficou evidente nos meses iniciais. O conflito em torno do rompimento do acordo entre os reinos de Artena e Montemor, unidos anteriormente por uma troca de interesses, demorou demais para acontecer e a vilã Catarina (Bruna Marquezine) ficou um longo tempo apenas planejando seus passos, sem agir. 

Já o romance entre o rei Afonso (Rômulo Estrela) e a plebeia Amália (Marina Ruy Barbosa) encantou no começo em virtude da incontestável química entre os atores. Porém, acabou cansando pela ausência de maiores obstáculos. É inevitável: casal que fica muito tempo feliz perde destaque ou relevância. Os dois viviam bem em quase todos os momentos e o motivo da primeira separação expôs a fragilidade do roteiro.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

"Orgulho e Paixão" surpreende com adorável musical

A qualidade da atual novela das seis da Globo pode ser observada em qualquer capítulo. É fato que "Orgulho e Paixão" é o melhor folhetim no ar e Marcos Berstein faz por merecer tal honraria. O autor não tem poupado conflito e ainda tem conseguido criar cenas que fogem do comum, como momentos clipados. A longa sequência envolvendo todo o elenco da trama, exibida nesta quarta-feira (25/07), arrepiou quem assistiu e provocou um clima lúdico simplesmente encantador.


O escritor já havia explorado um musical mais curto no triângulo envolvendo Lídia (Bruna Griphao), Randolfo (Miguel Rômulo) e Otávio (Pedro Henrique Muller) no início da trama e deu tão certo que uma proposta mais ousada foi elaborada, funcionando tão bem quanto. Desta vez, no entanto, tudo não passou de um sonho de Randolfo, pois praticamente todos os personagens participaram, o que resultou em uma cena de quase oito minutos.

E que delícia de cena. Atormentado pela fala de Lídia sobre o nervosismo que sente com sua gagueira e que só seriam felizes num mundo onde todos só cantassem, Randolfo acabou cochilando. A partir de então, a opereta se iniciou e passeou por todos os núcleos.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Tatá Werneck protagonizou os momentos mais divertidos de "Deus Salve o Rei"

Antes mesmo de "Deus Salve o Rei" estrear, havia uma curiosidade em torno da escolha da mocinha e da vilã. Afinal, Marina Ruy Barbosa e Bruna Marquezine são consideradas grandes "influenciadoras" na internet em virtude do elevado número de seguidores e fãs. São milhões deles, refletindo um bom retorno em publicidade para as atrizes. Ou seja, claro que a produção da trama das sete levou isso em conta para alavancar a popularidade da novela, vista como uma grande aposta da Globo. No entanto, ironicamente, quem conseguiu se destacar bastante, sem passar por tropeços no roteiro, foi uma terceira figura muito popular nas mídias sociais: Tatá Werneck.


Ela também tem um grande número de fãs e seguidores, não ficando muito atrás das duas colegas. Mas a verdade é que nada disso interessa no enredo. O que vale é a soma de personagem e atuação. O início do folhetim das sete teve como foco a vida da plebeia Amália (Marina) e a ambição da princesa Catarina (Bruna). Só que, aos poucos, Lucrécia foi crescendo no roteiro de Daniel Adjafre, dirigido por Fabrício Mamberti. Assim que a princesa de Alcaluz entrou na história, juntamente com seu tio (Heráclito - Marcos Oliveira), o clima mudou e a comédia passou a ter mais importância.

Antes, Rodolfo (Johnny Massaro) e seus fiéis escudeiros idiotas ---- Orlando (Daniel Warren) e Patrônio (Leandro Daniel) ---- eram os únicos responsáveis pela comicidade do enredo. Porém, obviamente, Tatá chegou e virou o centro das atenções. Os absurdos ditos por Lucrécia divertiram de imediato, assim como sua "bipolaridade" diante de situações de tensão, variando entre um olhar esperançoso e uma expressão chorosa de desespero.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

"Jesus" tem bons ingredientes para reconquistar o público da Record

Após viver o auge com "Os Dez Mandamentos" em 2015 --- cuja última reprise chegou ao fim somente agora ---, a Record nunca mais conseguiu emplacar um sucesso na faixa das 20h30. As tramas bíblicas que vieram depois tiveram índices razoáveis, mas longe do fenômeno anterior. Porém, o período de maior crise na emissora foi, sem dúvida, durante a exibição de "Apocalipse", primeira obra contemporânea baseada na Bíblia. A intervenção da filha de Edir Macedo acabou piorando o que já estava catastrófico e o fracasso foi inevitável. Agora a missão é reconquistar o público com "Jesus", nova novela que estreou nesta terça-feira (24/07).


Tanto que, antes da trama, o canal exibiu a minissérie "Lia", produção bíblica despretensiosa e bem desenvolvida. O intuito era dar um tempo maior para a finalização dos primeiros capítulos do novo folhetim e ainda preparar a faixa para o retorno dos enredos de época. É inegável que "Jesus" tem um forte apelo, afinal, conta a história da figura mais conhecida do mundo, independente da religião de cada um. O enredo é de Paula Richard, autora de "O Rico e Lázaro", exibida em 2017, e dirigido por Edgar Miranda. A parceria com a produtora Casablanca também está mantida, mas agora não haverá um elevado investimento em efeitos especiais. A ordem é focar no roteiro e evitar cenas megalomaníacas, após o trauma de "Apocalipse".

O primeiro nome para interpretar o personagem-título era Rodrigo Santoro, mas o ator recusou e a Record precisou contar com seu banco de atores mesmo. Dudu Azevedo, então, assumiu o papel de Jesus de Nazaré. Um desafio para qualquer intérprete viver a figura central do cristianismo, considerado filho de Deus, gerado para disseminar o amor entre os povos, mas que acaba traído pelos que não toleravam seus ideais.

terça-feira, 24 de julho de 2018

"O Tempo Não Para": o que esperar da próxima novela das sete?

"Deus Salve o Rei" está em sua reta final e a novela do estreante Daniel Adjafre foi uma ousadia da Globo. Isso porque a emissora resolveu apostar em uma trama medieval em pleno horário das sete, após anos apresentando enredos contemporâneos na faixa. A novela passou longe do fracasso, mas teve seus problemas de percurso. Agora, então, a ideia é mesclar o passado com o presente através de um enredo que pode resultar em algo bizarro ou genial. "O Tempo Não Para" trará de volta o humor ao horário utilizando uma licença poética e tanto: uma família de 1886 é descongelada em 2018, precisando lidar com os novos costumes da sociedade. Pareceu absurdo? Realmente é.


O intuito de Mário Teixeira, autor da obra ---- cujo clipe pode ser conferido aqui ----, consiste em aproveitar uma das situações mais conhecidas do filme "Capitão América" em um folhetim leve e cômico. Afinal, o herói Steve Rogers foi congelado em 1941 e descongelado em 2012, precisando encarar a dor da perda de todos os seus conhecidos e do maior amor de sua vida. É, sem dúvida, a referência mais conhecida que o público terá a respeito do enredo da novela. Agora, no entanto, a situação não será tão traumática para os envolvidos, pois a família inteira acabará congelada, incluindo os escravos e até o cachorro. O contexto é bastante ousado para a teledramaturgia e o escritor merece elogios ao menos pela coragem em desenvolver algo assim.

O primeiro capítulo será exclusivamente para apresentar o núcleo principal em 1886. A família Sabino Machado ---- moradora de São Paulo e detentora de extensas terras para exploração de ouro, minérios e investimentos em telefonia ---- embarca em um dos navios mais seguros da época, o Albatroz, a caminho da Europa. Dom Sabino (Edson Celulari) , um fiel súdito da monarquia que sonha com o título da nobreza, planeja a viagem para conhecer o estaleiro que comprou na Inglaterra.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Mistério em torno das herdeiras movimenta reta final de "Deus Salve o Rei"

"Deus Salve o Rei" está em plena reta final e Daniel Adjafre reservou bons enigmas para as últimas semanas de novela, despertando a curiosidade do público. Não por acaso, os índices de audiência aumentaram e o folhetim chegou a picos de 30 pontos recentemente. A trama, dirigida por Fabrício Mamberti, agora ficou voltada para o passado de três personagens: Catarina (Bruna Marquezine), Amália (Marina Ruy Barbosa) e Brice (Bia Arantes). Passado que implica em grandes viradas no enredo.


 A identidade da filha de Brice passou a ser um dos trunfos do roteiro e a procura da bruxa por sua herdeira proporcionou boas cenas para Bia Arantes, que emociona nos momentos de dor da personagem até então maquiavélica. Esse sofrimento serviu para humanizar a parceira de Selena (Marina Moschen) e Agnes (Mel Maia). Havia uma intencional dúvida em torno de Amália e Catarina. Quem seria a filha da bruxa? E quem seria o pai? O questionamento sobre o amor do passado da feiticeira também gerou outro possível conflito, pois o canalha Otávio (Alexandre Borges) passou a mencionar com mais frequência a filha que perdeu anos atrás.

Seria ele o homem com quem a bruxa se relacionou? Mas então Catarina não poderia ser a filha, pois teve relações sexuais com o rei e engravidou. Para uma novela das sete, uma situação pesada demais. Ou seja, tudo indicava que Amália era a herdeira.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

"The Voice Brasil" estreia sétima temporada tentando fugir do evidente desgaste

O "The Voice Brasil" já apresenta um inevitável esgotamento há alguns anos. A partir da terceira temporada, a percepção em torno do desgaste do formato começou a surgir. E desde então há uma decrescente desanimadora. Tanto no nível dos candidatos, quanto na mesmice do juri. Nem mesmo a entrada da carismática Ivete Sangalo ano passado conseguiu uma reformulação atrativa. No entanto, a estreia da sétima temporada nesta terça-feira (17/07) provocou uma boa impressão.


Uma novidade foi apresentada ao público: agora há o botão do bloqueio na fase da Audição às Cegas. Ou seja, um jurado pode impedir que algum colega escolha um determinado participante assim que ele vira a cadeira. A medida apimenta a disputa e Lulu Santos já usou a estratégia ao impedir Carlinhos Brown de 'querer' um candidato. Porém, nem adiantou, pois o mesmo preferiu Ivete. Mas serviu para 'estrear' a funcionalidade. Tomara que ao menos renda alguns bons momentos durante as audições.

Outra tentativa de sair da mesmice é o aumento da quantidade de cantores em cada time. Agora são 18 nomes para cada jurado ---- antes eram 12. Essa elevação significativa é resultado de mais uma alteração: o "The Voice Brasil" passa a ser exibido duas vezes por semana. Além das quintas, o reality também ganhou as terças. As versões transmitidas em outros países, aliás, sempre tiveram dois programas por semana.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Trama densa e entrega do elenco foram as marcas de "Onde Nascem os Fortes"

A supersérie da Globo (nomenclatura adotada pela emissora ano passado para classificar produções das onze) estreou no dia 23 de abril e marcou a volta da bem-sucedida parceria dos talentosos George Moura e Sérgio Goldenberg. Os autores das aclamadas minisséries "O Canto da Sereia" (2013) e "Amores Roubados" (2014) e do primoroso remake de "O Rebu" (2014) retornaram em grande estilo na faixa que os consagraram. "Onde Nascem os Fortes", dirigida brilhantemente por José Luiz Villamarim e Walter Carvalho (outros grandes parceiros dos escritores nos três trabalhos anteriores), esbanjou qualidades do início ao fim.


A história em torno do misterioso desaparecimento de Nonato (Marco Pigossi), irmão gêmeo da protagonista Maria (Alice Wegmann), na fictícia Sertão ----- local repleto de figuras obscuras e complexas ----- foi desmembrado habilmente ao longo dos meses e os escritores presentearam o público com uma produção refinada, onde a entrega do elenco e o enredo denso foram as principais marcas. Aos poucos, foi possível observar que o sumiço do rapaz que provocou uma briga com o poderoso Pedro Gouveia (Alexandre Nero) era apenas a ponta do fio de um novelo bem mais espesso e embaraçado.

Logo no primeiro capítulo ficou claro que o juiz Ramiro (Fábio Assunção) tinha relação no desaparecimento do rapaz em virtude da sua rivalidade com Pedro. No entanto, os escritores resolveram desenvolver a trama em etapas. A primeira foi voltada para a incansável saga de Maria em busca dos responsáveis pelo sumiço de Nonato, declarando guerra a Pedro e deixando a mãe, Cássia (Patrícia Pillar), desesperada.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Capítulo 100 de "Orgulho e Paixão" promove uma sucessão de ótimas cenas

A atual trama das seis da Globo faz por merecer todos os elogios e segue com um impressionante fôlego. "Orgulho e Paixão", dirigida por Fred Mayrink, vem sendo conduzida com habilidade por Marcos Berstein, que parece saber de todo o potencial de seu enredo e não poupa história. Tanto que o capítulo 100, exibido nesta sexta-feira (13/07), apresentou uma nova sucessão de acontecimentos e presenteou o público com cenas ótimas.


E todos os recentes conflitos acabaram ocasionados por Lady Margareth, uma vilã deliciosamente odiável e brilhantemente defendida por Natália do Vale. A sua entrada deixou a novela ainda melhor. O momento em que Olegário (Joaquim Lopes) desmascarou Susana (Alessandra Negrini) e Petúlia (Grace Gianoukas) diante de Julieta (Gabriela Duarte), Darcy (Thiago Lacerda), Charlotte (Isabella Santoni) e Aurélio (Marcelo Faria) primou pela entrega dos atores, promovendo uma nova virada no enredo.

Além de ter revelado todas as armações da vilã, Olegário ainda confirmou todo o seu passado de falcatruas, rompendo de vez a parceria com a ex-mulher. Alessandra Negrini protagonizou sua melhor cena na trama até agora e Gabriela Duarte novamente brilhou quando Julieta expulsou a antiga amiga de sua casa.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Canal Viva acerta ao homenagear os 30 anos de "Vale Tudo"

Recentemente, o Viva gerou a indignação dos telespectadores quando retalhou "Bebê a Bordo" por causa da baixa audiência. A maior identidade do canal a cabo era a reprise na íntegra de todas as novelas. A promessa foi quebrada na trama de Carlos Lombardi. Com o claro objetivo de "compensar" essa atitude lamentável, a emissora resolveu reprisar pela segunda vez o fenômeno "Vale Tudo", um dos folhetins mais aclamados da teledramaturgia, em comemoração aos 30 anos da produção.


Não por acaso, a trama de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Brasseres fez um grande sucesso no Viva em 2010, época da primeira reexibição. O intuito é reerguer a audiência e tentar se redimir com o público, prometendo nunca mais cortar a reprise de qualquer folhetim. O telespectador, claro, segue desconfiado, mas a missão de elevar os índices já foi realizada. Desde 18 de junho, dia da estreia, a novela é líder entre os canais a cabo na faixa de 00h30, conseguindo atingir bem mais pessoas, uma vez que a quantidade de assinantes atualmente é muito maior. E o êxito não surpreende em nada.

"Vale Tudo" é uma produção atemporal, infelizmente, e repetirá o sucesso sempre que for reprisada. Poucas novelas conseguem esse feito. A história retrata com maestria a corrupção do Brasil e a hipocrisia da sociedade diante de um mal que parece imortal. A própria música de abertura ---- "Brasil" ---- virou um marco na voz de Gal Costa, embora a versão original de Cazuza também seja lembrada.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Após destaque em "Gabriela", Giovanna Lancellotti volta a ser valorizada em "Segundo Sol"

Quando estreou na televisão, em 2011, na fraca "Insensato Coração", em pleno horário nobre da Globo, Giovanna Lancellotti demonstrou potencial de sobra para voos maiores. Ela convenceu na pele da doce Cecília em uma novela cujos defeitos foram bem maiores que os acertos. Era um papel pequeno, mas foi uma ótima estreia. Um ano depois, ironicamente, a atriz interpretou o que viria a ser a melhor personagem de sua carreira até então: a sofrida Lindinalva, no remake de "Gabriela". E estava apenas em seu segundo trabalho. Mas bastou para provar que tinha chegado para ficar.


O sucesso foi tanto que a personagem ---- inexistente na obra de Jorge Amado ---- virou a mocinha da adaptação de Walcyr Carrasco, formando um lindo par com Marco Pigossi (Juvenal), e ofuscou a própria Gabriela (Juliana Paes). Giovanna protagonizou uma sucessão de cenas dramáticas e muito pesadas, expondo uma entrega admirável. Após esse intenso trabalho, portanto, a intérprete seria ainda mais valorizada nas próximas novelas ou séries, seguindo a lógica. Infelizmente, não foi o que aconteceu. Giovanna ganhou a promissora Bélgica em "Alto Astral" (2014), mas a vilã não teve grande relevância no enredo de Daniel Ortiz, embora seu núcleo tenha rendido alguns bons momentos.

No ano seguinte, então, o caso foi ainda pior. João Emanuel Carneiro a escalou para viver Luana na controversa "A Regra do Jogo". A personagem pertencia a um dos piores núcleos do folhetim, pois a família falida de Feliciano (Marcos Caruso) era uma tentativa fracassada de repetir o sucesso da família de Tufão (Murilo Benício) em "Avenida Brasil".

domingo, 8 de julho de 2018

Apesar dos exageros, "Show dos Famosos" virou um bom quadro do "Domingão do Faustão"

Baseado no formato original "Your Face Sounds Familiar", o "Domingão do Faustão" estreou o "Show dos Famosos" em  2017 e ficou claro que o quadro era uma boa ideia mal executada. Apesar das várias críticas a respeito das caracterizações exageradas e muitas vezes nada parecidas com os artistas homenageados, o programa insistiu na proposta e exibiu a segunda temporada em 2018, que chegou ao fim neste domingo (08/07). E pode-se constatar que, entre erros e acertos, o show funciona como entretenimento e apresentou uma sensível melhora.


Basicamente, todo o esquema da primeira temporada foi mantido. Oito participantes participaram da disputa e quatro se apresentaram em cada domingo. Porém, ao contrário do ano passado, não houve vencedor em cada rodada. Ou seja, quem se saía melhor e ocupava o primeiro lugar no dia da sua apresentação não levava troféu. A não eliminação, todavia, se manteve, implicando em uma acumulação de pontos. Silvero Pereira, Naiara Azevedo, Sandra de Sá, Paulo Ricardo, Helga Nemeczyk, Mumuzinho, Tiago Abravanel e Alessandra Maestrini foram os selecionados da segunda edição e vários deles fizeram bonito.

Alessandra foi a que mais se destacou na voz, fazendo jus ao seu reconhecido trabalho em musicais. Sua potência vocal impressionou, mas infelizmente não conseguiu ser finalista. Tiago honrou o que se esperava dele e chegou à final com méritos, embora tenha tropeçado em algumas apresentações. Mumuzinho foi outro grande competidor e a imitação da maravilhosa Alcione o transformou em favorito.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Globo abusa da imagem de Tiago Leifert

A Globo parece gostar bastante do Tiago Leifert. A emissora o presenteou simplesmente com quatro programas e só não conseguiu emplacá-lo em cinco porque não havia possibilidade de conciliação do trabalho. Atualmente, o apresentador pode ser visto quase diariamente no "Central da Copa", iniciado em 14 de junho, junto com a Copa do Mundo de 2018. O jornalista tem um incontestável carisma e sabe comandar um programa ao vivo como poucos, mas a pergunta é: essa "overdose" é realmente necessária?


Tiago estreou no canal a cabo SporTV em 2006, como repórter, e migrou definitivamente para a Globo em 2009, onde passou a apresentar o "Globo Esporte SP". Ficou na atração esportiva até 2015 e inseriu um novo jeito de comandar um programa de esportes. O tom mais sério e sóbrio foi deixado de lado, enquanto a descontração virou a protagonista. Deu tão certo que virou uma espécie de "regra" em todo formato, se estendendo para outros estados. Não por acaso, deixou de vez o jornalismo, indo para o entretenimento em 2012. Virou o apresentador do "The Voice Brasil", que iniciava sua primeira temporada.

Sua desenvoltura caiu como uma luva na competição musical e de lá não saiu mais. Leifert acabou virando peça fundamental no comando da disputa de vozes, sempre interagindo bem com os jurados e público. Em 2015, chegou a substituir Fátima Bernardes durante suas férias, fazendo dupla com Ana Furtado no "Encontro".

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Alice Wegmann vive seu melhor momento em "Onde Nascem os Fortes"

Que "Malhação" é um celeiro de talentos já é sabido há tempos. O seriado adolescente lançou muito ator talentoso no mercado e segue apresentando novos rostos que emplacam na carreira. A recém-terminada "Viva a Diferença", por exemplo, foi protagonizada por cinco meninas ótimas. Toda temporada revela bons nomes. Algumas mais e outras menos. Alice Wegmann é uma dessas gratas revelações e atualmente protagoniza com extremo brilhantismo "Onde Nascem os Fortes", trama das 23h, classificada pela Globo como supersérie.


A atriz é até um caso "atípico". Isso porque sua primeira aparição foi na fase de 2010, escrita por Emanuel Jacobina, onde interpretou a simpática Andréia, uma menina que entrou na metade da história e não teve muita importância. Em 2011, por sua vez, Alice conseguiu mostrar um pouco mais do seu talento na primorosa "A Vida da Gente", novela das seis de Lícia Manzo. Ela emocionou vivendo a tenista Sofia. Também era um perfil secundário, mas proporcionou bons momentos para a intérprete. Até que, em 2012, Alice voltou para "Malhação", interpretando Lia, uma das protagonistas do enredo de Rosane Svartman e Glória Barreto. Ou seja, esteve duas vezes no seriado adolescente.

A marrenta roqueira foi defendida com muita competência pela atriz, que ainda fez uma deliciosa parceria com Agatha Moreira, intérprete da doce Ju, outra boa revelação da fase e que atualmente se destaca como Ema em "Orgulho e Paixão". Lia foi o divisor de águas na carreira de Alice. A personagem era um dos trunfos da "Malhação Intensa" e o sucesso dessa temporada ajudou a projetá-la para voos mais altos.

terça-feira, 3 de julho de 2018

"Malhação - Vidas Brasileiras" falha na construção de todos os casais

A atual temporada de "Malhação" já merece ser considerada uma das piores da história do seriado adolescente. A tentativa de copiar o esquema da trama canadense "30 Vies", que apresentava um novo enredo a cada quinze capítulos, não deu certo e fica impossível o público ter qualquer empatia pelos personagens. O resultado é uma história rasa, forçada e desinteressante. Para culminar, a autora ainda fracassou na construção de absolutamente todos os casais de "Vidas Brasileiras".


Na verdade, a ausência de romances bem construídos é consequência de um roteiro limitado. Não há qualquer personagem carismático na trama, o que nunca aconteceu em 26 temporadas. Mesmo nas fases mais fracas, havia pelo menos um casal atrativo ou um perfil que roubava a cena. Não há nada disso agora. Então, é até compreensível a inexistência de pares que despertem algum tipo de torcida ou empatia.

Os protagonistas, por exemplo, formam um casal que provoca tédio. A intrometida professora Gabriela (Camila Morgado) e o apático Rafael (Carmo Dalla Vechia) sempre foram apaixonados, mas nunca conseguiram firmar a relação por conta de imprevistos do cotidiano. Os dois seguiram suas vidas e se reencontraram no início da história.