Mostrando postagens com marcador Luiz Fernando Carvalho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Luiz Fernando Carvalho. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Entre justos vencedores, "APCA" valorizou merecidamente "A Força do Querer" e "Sob Pressão"

Após um polêmico "Melhores do Ano", rendendo discussões em cima do merecimento de alguns vencedores da premiação do "Domingão do Faustão", a "APCA" (Associação Paulista de Críticos de Arte) elegeu os melhores de 2017 na Televisão em sete categorias, durante uma reunião realizada na noite desta segunda-feira (11/12). A cerimônia de entrega será realizada no primeiro semestre de 2018, durante a 61° edição do evento, que também premia os melhores em Teatro, Artes Visuais, Música Popular, Literatura, Dança, Cinema, entre outros.


"A Força do Querer" ganhou merecidamente como Melhor Novela, pois seu sucesso é incontestável e honrou o melhor trabalho de Glória Perez. Inspirada, a autora presenteou o telespectador com uma história envolvente e repleta de bons personagens, além do elenco ter sido muito bem escalado. Porém, três concorrentes da categoria também fizeram jus ao prêmio. "Novo Mundo" foi uma primorosa novela das seis e mereceu os aplausos de público e crítica, mesclando a história do Brasil com uma deliciosa ficção, que contou até com piratas e muitas cenas de aventura. "Rock Story", apesar da barriga da metade pro final, se mostrou uma ótima trama das sete e "Malhação - Viva a Diferença" (embora não seja novela) vem colhendo elogio atrás de elogio com honras. Só a fraca "Os Dias Eram Assim" que não merecia ter concorrido, pois foi uma decepção.

"Sob Pressão" faturou o troféu de Melhor Série/Minissérie e não poderia ser diferente. A história derivada do filme homônimo, baseada no livro "Sob Pressão - A Rotina de Guerra de um Médico Brasileiro", dirigida por Andrucha Waddington, impressionou pelo realismo e conseguiu superar o longa. O enredo retratou a precariedade da saúde pública do país com precisão, mesclando com ótimos conflitos em torno de excelentes personagens e um elenco de peso.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Atuação visceral do elenco e produção de arte primorosa engrandeceram "Dois Irmãos"

Foram dez capítulos de muito capricho estético, dramas pesados, tons operísticos e completa entrega dos atores. "Dois Irmãos" chegou ao fim nesta sexta-feira (20/01) colhendo inúmeros elogios merecidos e apresentando um último capítulo emocionante. A minissérie, baseada no romance homônimo de Milton Hatoum e adaptada por Maria Camargo, teve a forte marca do diretor Luiz Fernando Carvalho e sua principal qualidade foi a atuação visceral do elenco, além da produção de arte primorosa.


A escalação acertada ficou evidente nas três fases da produção. A começar pela semelhança física dos intérpretes, deixando as passagens de tempo bastante críveis. E, claro, o talento dos atores ainda coroou o êxito do diretor, que conseguiu explorar o máximo de cada um, como costuma fazer sempre no seu método de trabalho (incluindo meses de preparação em um galpão criado exclusivamente para isso). O grau de dramaticidade foi alto (beirando o exagero) em todos os períodos da história, destacando a capacidade cênica do time escolhido para dar vida a perfis repletos de camadas.

A minissérie adotou a não linearidade, sendo fiel ao livro e provocando um certo estranhamento com as idas e vindas no tempo. Luiz Fernando iniciou a trama partindo do princípio de que todos os telespectadores leram o livro, o que foi um risco. E realmente o resultado no primeiro capítulo não foi bom. O longo flashback para contar como Halim (Bruno Anacleto) e Zana (Gabriella Mustafá) se apaixonaram foi modorrento e cheio de cenas desnecessárias, apesar da ótima química e do talento dos atores.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

"Dois Irmãos" estreia caprichada e com a forte marca de Luiz Fernando Carvalho

A Globo estrear uma minissérie caprichada no início do ano já virou um costume nos últimos anos. "O Canto da Sereia" (2013), "Amores Roubados" (2014), "Felizes para sempre?" (2015) e "Ligações Perigosas" (2016) são a prova disso. Agora, em 2017, a emissora resolveu lançar uma produção adiada por dois anos. "Dois Irmãos" foi gravada no final de 2014/início de 2015 e sua estreia era prevista para o ano seguinte, mas acabou adiada duas vezes. Porém, a espera finalmente acabou. A obra estreou nesta segunda-feira (09/01), logo após "A Lei do Amor", com um capítulo longo (quase uma hora e vinte de duração).


Livremente inspirada no romance homônimo de Milton Hatoum, a trama é escrita por Maria Camargo e dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Por sinal, a direção de Luiz já pôde ser notada logo nas primeiras sequências, valorizando as expressões faciais e corporais dos atores, a luz ambiente e os cenários caprichados. O toque de poesia é constante, o que virou uma marca nas produções comandadas por ele ao longo dos anos. Há também uma teatralização em vários momentos, evidenciando mais uma característica do trabalho do diretor, que costuma explorar o máximo do seu elenco.

A história é ambientada em Manaus, entre 1920 e 1980, e conta a trajetória de uma família de libaneses através de Nael (Theo Kasper/Ryan Soares/Irandhir Santos), filho da índia Domingas (Sandra Paramim/Zahy Guajajara/Silvia Nobre), que narra a trama. O foco principal é a relação conflituosa dos gêmeos Omar e Yaqub (Enrico Rocha/Matheus Abreu/Cauã Reymond), que crescem vivendo uma rivalidade cada dia pior.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Marcada por duas mortes e alguns problemas visíveis, "Velho Chico" foi uma bela e controversa novela

Uma avalanche de imprevistos. Assim pode ser classificada "Velho Chico", novela que marcou o retorno de Benedito Ruy Barbosa ao horário nobre da Globo, após 14 anos escrevendo remakes às 18h. A novela ---- supervisionada pelo autor e escrita pelo neto Bruno Luperi, dirigida por Luiz Fernando Carvalho ---- chegou ao fim nesta sexta (30/09), depois de ter ficado praticamente sete meses no ar. Foram altos e baixos ao longo de sua exibição, tendo ainda duas tragédias durante o percurso: o falecimento do grandioso Umberto Magnani (vítima de um Acidente Vascular Encefálico) e a morte chocante do protagonista Domingos Montagner, afogado no Rio São Francisco, mesclando duramente ficção e realidade.


Primeiramente, o folhetim não estava previsto para o horário das nove e sim para o das seis. Mas, em virtude do imenso fracasso de "Babilônia" e do medo da emissora em apostar na realidade nua e crua ---- após "A Regra do Jogo" ter enfrentado dificuldades iniciais em ser aceita pelo telespectador ----, a obra idealizada por Benedito foi remanejada. O sucesso da reprise de "O Rei do Gado" (um dos maiores acertos do autor) no "Vale a Pena Ver de Novo" também foi primordial para essa mudança brusca comandada por Silvio de Abreu, responsável pela organização de toda a dramaturgia do canal. Com isso, a estreia de "A Lei do Amor" foi adiada e uma trama rural começou a ser exibida com o intuito de reconquistar a audiência.

A história reuniu absolutamente tudo o que Benedito já contou várias vezes em seus folhetins anteriores: o amor proibido dos herdeiros de famílias rivais, um padre apaziguador, um bar onde todos se reúnem, o coronelismo típico das cidades interioranas e o debate sobre terras.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Encontro de Miguel e Santo proporciona ótimas cenas em "Velho Chico"

A atual novela das nove segue com audiência indesejável e vários problemas aparentes, como ritmo arrastado e tramas tediosas. Porém, o folhetim de Benedito Ruy Barbosa consegue apresentar alguns bons momentos esporádicos, como foi o caso do capítulo desta segunda-feira (20/06). O esperado encontro de Miguel (Gabriel Leone) e Santo (Domingos Montagner) fez valer a espera, mesmo tendo sido uma 'apresentação' entre quase sogro e quase genro, ao invés de pai e filho, uma vez que ambos ainda desconhecem o laço sanguíneo que os une.


O rapaz tem flertado com Olívia (Giullia Buscacio), filha de Santo e Luzia (Lucy Alves), e a relação cada vez mais próxima deles fez com que o ousado garoto fosse até a casa do inimigo número um de seu avô Afrânio (Antônio Fagundes). O intuito de iniciar uma tentativa de apaziguar as relações se fez presente em todos os momentos e ele ainda fez questão de apresentar seu projeto de ajudar todos que fazem parte da cooperativa da região, comandada por Santo. Esse encontro proporcionou uma sucessão de ótimas cenas.

Primeiramente, Irandhir Santos, Domingos Montagner e Giullia Buscacio se destacaram quando a menina foi avisar que Miguel chegou. A indignação e a fúria de Bento foram mostrados por um sempre brilhante Irandhir, enquanto a surpresa de Santo foi exposta pelo talentoso Domingos.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Nova fase de "Velho Chico" enfrenta crise de identidade e ritmo arrastado

A segunda fase de "Velho Chico" começou a ser exibida no dia 11 de abril, após 24 capítulos ---- que primaram pela entrega do elenco, belas imagens e cenas emocionantes  ---- da primeira fase. E a sensação é uma só: a novela mudou radicalmente. Começando pelas atuações e indo para o contexto do enredo, o conjunto do folhetim de Benedito Ruy Barbosa ---- escrito por Bruno Luperi e Edmara Barbosa ---- está reiniciando praticamente do zero, após uma passagem de tempo de 28 anos. Apesar das tentativas, fica difícil observar uma continuidade na maioria das situações.


E por incrível que pareça, o grau de fantasia aumentou na mesma proporção que o grau de realismo. Isso porque as mazelas que envolvem o Rio São Francisco e todas as famílias da região começaram a ser retratadas, enquanto todas as consequências da passagem dos anos vêm se mostrando fantasiosas demais. É a primeira vez que há um choque maior entre o enredo do autor e a direção de Luiz Fernando Carvalho. Há uma certa incompatibilidade que pode ser observada ao longo dos capítulos, o que não ocorria na primeira fase ---- afinal, era ambientada nos anos 60, 70 e 80, épocas propícias para a exploração do lado lúdico do diretor.

Agora, teoricamente, a trama é ambientada em 2016. Porém, fica claro que, apesar de ter seguido uma cronologia até então, "Velho Chico" mergulhou em um universo paralelo atemporal, onde os anos se passaram, mas as únicas coisas que mudaram foram os personagens, claramente afetados pelo tempo. Os carros são antigos e o figurino é híbrido, onde há uma espécie de mistura das vestimentas das três décadas passadas.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Direção primorosa, linda fotografia e entrega do elenco marcaram a primeira fase de "Velho Chico"

A primeira fase de "Velho Chico" chegou ao fim no último sábado (09/04), com a rápida continuação do casamento de Tereza (Júlia Dalavia) e Carlos Eduardo (Rafael Vitti). Depois do desfecho dessa cena, foi exibido o desespero de Santo (Renato Góes) e um compacto com várias cenas sendo reprisadas. O capítulo, aliás, foi quase um "Vale a Pena Ver de Novo", onde os flashbacks reinaram. Não havia mais o que mostrar e optaram por uma espécie de retrospectiva. Mas, apesar desse encerramento decepcionante, a primeira etapa da novela foi marcada pela direção primorosa, belíssima fotografia e grandes atuações.


Foram 24 capítulos e três passagens de tempo. A primeira fase foi focada principalmente em duas sagas amorosas, que sofreram diferentes tipos de empecilhos. O romance de Afrânio (Rodrigo Santoro) e Iolanda (Carol Castro) foi abruptamente interrompido por causa da morte do pai do rapaz, o poderoso coronel Jacinto (Tarcísio Meira), fazendo o bom vivant voltar para sua terra (Grotas de São Francisco) e assumir o lugar do homem mais temido da região. Já a história de amor de Tereza e Santo (Renato Góes) foi justamente destruída por Afrânio, pai da garota, que era inimigo mortal dos familiares e amigos do mocinho. Conflitos amorosos dentro da mesma família.

O Rio São Francisco, que sempre foi classificado como o grande pano de fundo do enredo (vide o próprio título do folhetim), não teve muita importância. Serviu apenas como cenário para a primeira transa de Santo e Tereza, em um clipe lindíssimo repleto de belas imagens. Ao que tudo indica, na segunda fase o rio terá sua importância aumentada e servirá como base para muitos conflitos.

terça-feira, 22 de março de 2016

O estilo sonhador, poético e nada convencional de Luiz Fernando Carvalho

Dirigir uma novela, série ou minissérie não é tarefa fácil. O diretor ou a diretora precisa transmitir toda a ideia do autor de forma competente, construindo todas as cenas descritas no texto da melhor forma possível. Cada diretor tem um estilo, mas nem todos têm uma marca que se sobressaia em seus trabalhos. Porém, alguns têm uma identidade de fácil identificação, enquanto outros apresentam uma característica que se sobrepõe ao produto. É o caso de Luiz Fernando Carvalho, que está dirigindo a recém-iniciada "Velho Chico", atual novela das nove da Globo.


A primeira fase da trama escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa, é ambientada nos anos 60 e o diretor aproveita a ambientação de época para criar um conjunto lúdico, onde o espetáculo visual se torna o grande protagonista. As caracterizações são primorosas e há até uma licença poética na vestimenta da arrogante Encarnação (Selma Egrei), que não tem nada a ver com o período do enredo, mas representa uma espécie de rainha louca dos contos de fadas.

O show de imagens é um presente para os olhos e o diretor conseguiu até deixar uma sequência de incêndio belíssima. O texto da produção é um mero adorno, que nem faria falta se não existisse. As pausas dramáticas (muitas vezes bem longas) se sobressaem, assim como o trabalho corporal dos atores, que estão fazendo parte de um teatro televisionado.

terça-feira, 8 de março de 2016

"Velho Chico": o que esperar da próxima novela das nove?

Após 14 anos longe da faixa nobre, Benedito Ruy Barbosa voltará ao horário mais importante da Globo. "Velho Chico" estreia no dia 14 de março, substituindo "A Regra do Jogo", de João Emanuel Carneiro. Porém, o autor será apenas supervisor do folhetim, que está sendo escrito por Edmara Barbosa, sua filha, e Bruno Luperi, seu neto. Dirigida por Luiz Fernando Carvalho, a produção terá tudo o que todas as obras de Benedito sempre tiveram: fazendeiros rivais com filhos que se apaixonam, um barzinho onde todos se encontram, e muita moda de viola.


Dividida em duas fases principais, a trama começa no final da década de 60 e chega aos dias atuais. A primeira fase pode ser vista nas lindas chamadas e já é possível perceber que o diretor transformou a história inicial em algo lúdico, como já fez em produções como "Hoje é Dia de Maria" e o remake de "Meu Pedacinho de Chão" (também de Benedito). Fica clara a identidade de Luiz Fernando Carvalho, que se preocupou, como sempre, nos mínimos detalhes de cenários e figurinos, além de uma fotografia de encher os olhos. Há um ar lírico em todo o conjunto.

A trama terá como pano de fundo o Rio São Francisco e a sinopse já tinha sido enviada para a Globo em 2009. A emissora acabou adiando o projeto, que sempre acabava ficando para depois. Inicialmente projetada para ser uma novela das seis, o folhetim, após muitos adiamentos, foi confirmado para o segundo semestre deste ano, substituindo "Êta Mundo Bom!", de Walcyr Carrasco.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

"O Rei do Gado": um dos maiores sucessos de Benedito Ruy Barbosa

Um dos maiores sucessos de Benedito Ruy Barbosa começou a ser reexibido no "Vale a Pena Ver de Novo" no dia 12 de janeiro. A Globo decidiu reprisar "O Rei do Gado" para comemorar os seus 50 anos e, embora tenha uma vasta lista de marcantes produções que merecem ser vistas novamente, acertou na escolha deste clássico da teledramaturgia. A trama já havia sido reprisada pela emissora em 1999 e a novela foi transmitida pelo Canal Viva em 2011.


A tradicional história do ódio entre duas famílias, cujo conflito é aumentado com o amor nascido entre seus herdeiros, foi abordada pelo autor e conquistou o público. A rivalidade entre os Mezenga e os Berdinazi era o eixo central da primeira fase da trama (passada em 1943), que durou sete capítulos e foi impecável. Antônio Fagundes e Tarcísio Meira protagonizaram ótimos embates e os fazendeiros que se odiavam foram brilhantemente interpretados por eles.

Antônio Mezenga e Giuseppe Berdinazi eram homens poderosos, determinados e extremamente passionais. Defendiam seus interesses com unhas e dentes e a principal razão da grande rivalidade entre eles era a faixa de terra que ficava na divisa das duas fazendas ----- cada um era dono de um cafezal. Mas os eternos rivais não contavam que seus filhos se apaixonassem.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

"Meu Pedacinho de Chão": chegou ao fim um mundo mágico em forma de novela

O mundo encantado de "Meu Pedacinho de Chão" se despediu do telespectador nesta sexta-feira (01/08). O remake de Benedito Ruy Barbosa (a obra original é de 1972) foi transformado em uma linda fábula pelo diretor Luiz Fernando Carvalho, que se 'apossou' do folhetim, ousou ao apostar no tom lúdico e conseguiu deixar esta produção impecável esteticamente. Assim que estreou, a novela impressionou pelo capricho dos cenários e das cenas poéticas, que foram alguns dos pontos altos da história.


O diretor acertou em cheio ao apostar em uma linguagem mais teatral, fazendo jus ao colorido do figurino e aos naturais exageros fantasiosos da cidade cenográfica, onde os troncos das árvores eram de várias cores e os animais de brinquedo. Luiz Fernando Carvalho sempre foi ousado em seus trabalhos, mas muitas vezes esta sua ousadia prejudicava a produção em virtude dos excessos. As séries "A Pedra do Reino" e "Capitu" são alguns exemplos. Porém, neste remake, sua interferência funcionou como um atrativo e tanto dentro de um folhetim que pecou por não ter apresentado conflitos que despertassem interesse e movimentassem a história.

A novela tinha uma trama simples, poucos acontecimentos relevantes e várias situações já vistas em obras de Benedito: um padre simpático e comilão, dois fazendeiros poderosos que se detestam e acabam tendo que se entender porque seus respectivos filhos se apaixonam, um capataz que serve cegamente ao vilão,

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Os vencedores da 16ª edição do "Prêmio Contigo"

A décima-sexta edição do "Prêmio Contigo!" de Televisão aconteceu nesta segunda-feira (29/07), no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Encerrando a leva de prêmios das produções referentes ao ano de 2013 ---- embora tenha contado também com algumas indicações de 2014 ----, a premiação da revista mais uma vez esbanjou luxo e reuniu vários artistas do cenário nacional. Não houve muita surpresa entre os vencedores e a maioria das escolhas foi justa.


Ao contrário do que ocorreu nos anos anteriores, não houve transmissão do evento pela internet, o que prejudicou o acompanhamento do grande público. No entanto, através de várias fotos e divulgação dos premiados, o telespectador foi informado sobre tudo o que ocorria na festa. Apresentado por Taís Araújo e Lázaro Ramos, a premiação começou com a categoria Melhor Atriz Coadjuvante. E, mais uma vez, Elizabeth Savalla saiu vencedora pela sua brilhante atuação em "Amor à Vida", na pele da ex-chacrete Márcia. Ela disputou com Bruna Linzmeyer ("Amor à Vida"), Carla Cabral ("Pecado Mortal"), Giovanna Antonelli ("Em Família"), Tainá Muller ("Em Família") e Mariana Rios ("Além do Horizonte").

A segunda categoria foi Melhor Ator Coadjuvante. E Thiago Fragoso faturou graças ao seu Carneirinho, de "Amor à Vida". Niko foi um personagem ótimo, protagonizou ao lado de Félix um beijo histórico, e o ator o defendeu com competência, tendo novamente seu talento reconhecido.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

"Meu Pedacinho de Chão" e a hipocrisia do Ministério da Justiça

Recentemente, foi noticiado em vários veículos da imprensa que o Ministério da Justiça passou a 'monitorar' "Meu Pedacinho de Chão", ameaçando proibi-la de ser classificada como 'Inadequada para menores de 10 anos', alterando para 'Inadequada para Menores de 12 anos', o que implicaria na proibição de sua exibição antes das 20h. A notícia é absurda por si só e acaba expondo a hipocrisia que reina nas vigilâncias em cima de atrações televisivas, que nada mais são do que uma espécie de censura disfarçada com um nome mais pomposo.


O argumento do Ministério da Justiça para a nova classificação do remake é a exibição de cenas de drogas lícitas (no caso o álcool). Isso porque há algumas sequências onde personagens, como Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) e Coronel Epaminondas (Osmar Prado), bebem cachaça enquanto conversam em casa ou no bar. A Globo se comprometeu a tomar 'cuidado' para evitar a reclassificação.

Mas de acordo com o histórico do Ministério, toda esta 'polêmica' não dará em nada, até porque o remake escrito por Benedito Ruy Barbosa e dirigido por Luiz Fernando Carvalho chegará ao fim em agosto. Então nem haverá tempo hábil para qualquer medida e ainda que houvesse, ela também não seria tomada.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Luiz Fernando Carvalho acerta novamente ao inserir a chegada do inverno em "Meu Pedacinho de Chão"

"Meu Pedacinho de Chão" não é uma novela movimentada, pelo contrário, há uma escassez de acontecimentos relevantes. O ritmo é muito devagar e a história contada não apresenta muitas possibilidades de conflitos. Portanto, provocar uma virada em uma trama deste tipo é praticamente impossível. Mas, surpreendendo a todos, Luiz Fernando Carvalho conseguiu dar um novo fôlego à novela com a chegada do inverno.


Em mais uma sequência de encher os olhos, o diretor apresentou para o telespectador uma sucessão de imagens lindíssimas, com a neve começando a cair, cobrindo toda a Vila de Santa Fé, para a surpresa e alegria dos personagens. Os flocos brancos vindos do céu, ao som de uma tocante trilha, eram pura poesia. E o bonito momento serviu para marcar uma espécie de nova fase da trama; só que ao invés de ocorrer alguma reviravolta no roteiro, houve uma drástica mudança em toda a estética da produção.

Toda a cidade cenográfica ficou coberta de neve e gelo (artificiais, obviamente), e todo o colorido forte cedeu espaço para cores mais suaves e gélidas. O mesmo aconteceu com o figurino dos personagens, que passaram a usar roupas ainda mais espalhafatosas e incrementadas, como se todos estivessem no Polo Norte.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Irandhir Santos esbanja talento e transforma Zelão no grande destaque de "Meu Pedacinho de Chão"

O mundo dos sonhos de "Meu Pedacinho de Chão" não tem muitos personagens. O elenco da novela é bem enxuto e tem pouco mais de 20 atores. Com isso, quase todos conseguem um bom destaque, ainda que alguns não tenham a importância que merecem ---- caso de Antônio Fagundes e Emiliano Queiroz, por exemplo. Mas entre todos os personagens da novela, há um que tem se destacado muito e roubado a cena em todos os capítulos: o Zelão, interpretado pelo ótimo Irandhir Santos.


Com aparência de durão e cara de malvado, o rapaz sempre trabalhou para o Coronel Epaminondas (Osmar Prado) e fazia questão de não demonstrar nenhum tipo de sentimento por ninguém, com exceção de sua mãe Benta (Teuda Bara). Mas Zelão começou a mostrar sua essência assim que viu Juliana (Bruna Linzmeyer), professora que chegou para alfabetizar as crianças da Vila de Santa Fé. Ele se apaixonou perdidamente e não conseguiu mais disfarçar a bondade que sempre esteve presente em seu coração, que muitos achavam de pedra.

O personagem já é um tipo cativante por natureza, mas a caracterização e a interpretação do ator ajudam a chamar ainda mais a atenção do telespectador. O figurino, que mistura amarelo, vermelho e azul, é um dos mais chamativos da novela, embora as cores fortes estejam presentes em todos os perfis.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Pituca e Serelepe encantam e atores mirins brilham em "Meu Pedacinho de Chão"

A emoção e a poesia estão presentes em todas as relações de "Meu Pedacinho de Chão". Até mesmo nas protagonizadas pelo vilão Coronel Epaminondas (Osmar Prado). E entre tantas situações bonitas e encantadoras, há uma relação ingênua e repleta de cumplicidade, que é vivida justamente por duas crianças: Pituca e Serelepe. A amizade dos dois é um dos pontos fortes da história escrita por Benedito Ruy Barbosa e dirigida por Luiz Fernando Carvalho.


Logo no primeiro capítulo do remake, Geytsa Garcia e Tomás Sampaio se destacaram, até porque a história é contada sob a ótica das duas crianças, o que justifica os cenários coloridos e a trama infantil. Os atores-mirins são gratas revelações e a naturalidade com que interpretam os personagens é impressionante. Os dois não declamam o texto e conseguem dizê-lo com sentimento, o que deixa as cenas leves e reais.

Aliás, os perfis são os únicos da novela que não apresentam tons exagerados, reforçando a premissa da obra, que é contada (e fantasiada) justamente por eles. Geytsa e Tomás ganharam papéis importantes e a confiança que foi depositada na dupla está sendo recompensada em todas as cenas de "Meu Pedacinho de Chão".

terça-feira, 22 de abril de 2014

Luiz Fernando Carvalho transforma "Meu Pedacinho de Chão" em uma obra encantadora

Ingressar no mundo da fantasia exige coragem. Principalmente no mundo da teledramaturgia, onde seu público é predominantemente adulto. Mas Luiz Fernando Carvalho, conhecido pela sua ousadia e linguagem mais rebuscada, resolveu arriscar e transformou o remake de "Meu Pedacinho de Chão" em uma fábula, onde o encantamento e a poesia se sobressaem em todas as situações. E após algumas semanas no ar, é notório que a ideia do diretor foi o principal acerto desta produção.


O tom lúdico da história imprime uma leveza gostosa de se acompanhar. Os capítulos são lentos e a trama não é nada interessante. São conflitos teoricamente simplórios e sem acontecimentos de impacto, entretanto, a novela não é prejudicada justamente por causa do encantamento. Luiz Fernando produziu uma obra para ser contemplada pelo público e apreciada como se o telespectador estivesse em uma exposição de arte ou em um evento no museu.

O conteúdo pouco importa diante de uma cidade cenográfica que parece um mundo de brinquedo, repleto de personagens propositalmente exagerados, de árvores com troncos cobertos de crochê colorido, e de animais de mentira, onde um galo de latão e uma vaca e um cavalo de plástico se destacam.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Com um tom lúdico e ousado, "Meu Pedacinho de Chão" tem uma estreia de encher os olhos

A estreia de "Meu pedacinho de Chão" cumpriu o que as chamadas do remake haviam prometido: uma história repleta de fantasia e cores começou a ser apresentada ao público, onde o universo lúdico é o grande protagonista. O primeiro capítulo ainda deixou bem claro que a trama tem muito mais características do diretor Luiz Fernando Carvalho do que do autor Benedito Ruy Barbosa. E foi perceptível a tentativa de ousar e arriscar uma nova forma de exibir um folhetim.


A história começou logo após um galo de latão cantar. E tudo é contado sob a ótica de duas crianças ----- Serelepe e Pituquinha (Tomás Sampaio e Geytsa Garcia, gratas surpresas) ----, o que justifica o tom infantil da trama. Os poucos personagens (ao todo serão cerca de 20, um elenco bastante enxuto) foram apresentados de forma bem didática no início do capítulo, para o enredo começar a ser desenvolvido de uma forma bastante poética.

O telespectador viu que a Vila de Santa Fé é comandada pelo tenebroso Coronel Epaminondas (Osmar Prado), que inicia um embate com Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) porque o caipira resolveu ceder parte de sua terra para a construção de uma escola. Escola essa onde a professora Juliana (Bruna Linzmeyer) dará aulas.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

"Meu Pedacinho de Chão": o que esperar da próxima novela das seis?

De acordo com o que tem sido exibido nas chamadas, a substituta de "Joia Rara" terá a marca do diretor Luiz Fernando Carvalho. "Meu Pedacinho de Chão" é mais um remake de Benedito Ruy Barbosa, mas dessa vez a história será totalmente lúdica e claramente inspirada no filme "Alice no país das maravilhas", ao contrário da obra original exibida em 1971.


A ideia de ousar tanto foi obviamente do diretor, que costuma usar esse mesmo artifício em suas produções, vide "Hoje é dia de Maria", "A Pedra do Reino" e "Alexandre e outros Heróis", por exemplo. E é justamente essa peculiaridade que tem despertado interesse em cima da nova novela das seis.

Benedito Ruy Barbosa há muito tempo tem optado pelos remakes de suas próprias novelas, o que demonstra uma acomodação do autor. E suas obras sempre apresentam tramas centrais parecidas: o vilão é sempre um fazendeiro rico

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

"Alexandre e outros heróis" prima pela qualidade estética e reforça os vícios de Luiz Fernando Carvalho

A Globo não tem investido muito nos especiais de fim de ano. A emissora, já há algum tempo, prefere apostar exclusivamente nas microsséries do início de janeiro, como aconteceu em 2013 com a série "O Canto da Sereia" e como acontecerá em 2014 com "Amores Roubados". Assim sendo, "Alexandre e outros heróis" foi o único especial produzido para entrar na grade de dezembro. E a série foi ao ar na última quarta-feira (18/12), logo após "Amor à Vida".


Com texto de Luís Alberto de Abreu e do diretor Luiz Fernando Carvalho, a produção é adaptada de contos do escritor alagoano Graciliano Ramos. O especial é protagonizado pelo velho Alexandre (Ney Latorraca), um típico contador de histórias do sertão, que abusa das mentiras para se vangloriar diante dos amigos. Em uma casinha simples, ele vive com sua mulher (Cesária - Luci Pereira) e costuma contar para o cego Firmino (Flávio Bauraqui), o cigano Gaudêncio (Flávio Rocha), a beata Das Dores (Marcélia Cartaxo) e o medroso mestre Libório (Marcelo Serrado) seus feitos na época da juventude ---- entre eles, o de ter perdido um olho e 'devolvido' o dito cujo no lugar logo depois, o que teria deixado seu olho torto.

Como toda produção de Luiz Fernando Carvalho, o capricho da fotografia esteve presente do início ao fim e o resultado ficou visualmente impecável. Porém, suas produções costumam ter um ar 'cult' e pretensioso, o que acabou se repetindo em "Alexandre e outro heróis". Os diálogos eram voltados para uma