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sexta-feira, 25 de março de 2022

Apesar dos obstáculos e último capítulo decepcionante, "Um Lugar ao Sol" termina com mais qualidades que defeitos

 A estreia de Lícia Manzo no horário nobre da Globo foi complicada. "Um Lugar ao Sol" não teve um caminho fácil. Foram vários empecilhos que atrapalharam seu primeiro folhetim na faixa mais importante da emissora, após dois bem-sucedidos trabalhos às 18h com "A Vida da Gente" e "Sete Vidas". Foi uma novela impecável? Não. Mas mesmo contra todos os obstáculos e dificuldades, a autora conseguiu entregar para o público uma ótima história, repleta de cenas densas, boas viradas e conflitos bem construídos, cujo ciclo se fechou nesta sexta-feira, dia 25. 

A história contou a saga de Christian (Cauã Reymond) que tomou o lugar de seu irmão gêmeo, Renato, porque nunca aceitou o destino difícil que a vida lhe impôs. Inicialmente íntegro e repleto de princípios, o protagonista foi deixando seu caráter de lado pela ambição desmedida e acabou se transformando em um sujeito muito pior que o problemático e instável irmão que acabou assassinado quando tentou negociar a dívida do sujeito que era sua cópia e tinha acabado de conhecer. Os irmãos conviveram por apenas algumas horas. Não foi uma mera novela sobre gêmeos. Foi uma novela sobre um homem que conquistou seu lugar ao sol através de atos condenáveis e que foram se agravando a cada momento. 

A coragem em exibir uma trama onde o protagonista se transformava no vilão de sua própria vida merece muitos elogios. Lícia arriscou ao fazer com que o público virasse o julgador da vida de Christian. O telespectador era a testemunha, o promotor e o juiz. Tanto que foi impossível torcer por ele. Na verdade, a expectativa sempre foi em cima da derrocada do personagem.

quarta-feira, 23 de março de 2022

Cauã Reymond viveu um de seus melhores momentos na televisão em "Um Lugar ao Sol"

 A densa novela de Lícia Manzo se encaminha para o final e uma das muitas qualidades de "Um Lugar ao Sol" foi o trabalho do elenco. Como a trama sofreu várias paralizações por conta da pandemia do novo coronavírus, o ritmo das gravações não foi corrido. Houve tempo para os atores entenderem seus personagens e aprofundarem as camadas dos tipos tão bem escritos pela autora. E Cauã Reymond foi um dos que se beneficiaram. 

Cauã chegou a declarar em entrevistas que a novela não teve aquele ritmo frenético que um folhetim sem pandemia teria, o que beneficiou a sua atuação. Ele tem razão. É um de seus melhores momentos na televisão. O ator conseguiu diferenciar os gêmeos Renato e Christian de forma brilhante no início da novela e a missão não era simples. Afinal, não era o clichê do gêmeo bom e mau. Eram duas pessoas repleta de dramas que resultaram em diferentes personalidades por conta da separação ainda na infância (um foi adotado por uma família rica e o outro chegou a ser devolvido e morou no orfanato até completar 18 anos). 

Renato era um típico playboy mimado que teve tudo o que o dinheiro poderia proporcionar. Mas o que sobrou em bens materiais faltou em educação e caráter. O rapaz não respeitava a namorada (Bárbara - Alinne Moraes), a traía constantemente e vivia se metendo em vários confusões, incluindo o assassinato de um homem porque estava dirigindo bêbado. Aliás, era viciado em álcool e cocaína. Já Christian sempre foi um jovem correto e sonhava em achar o irmão gêmeo. O sonho do irmão pobre foi realizado logo no começo da trama e não segurou a inveja quando viu do que foi privado naquela vida.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

"O Outro Lado do Paraíso" estreia com imagens cinematográficas e trama promissora

"Tudo o que você faz um dia volta para você. Se você fizer o mal, com o mal mais tarde você vai ter de viver". A música "Boomerang Blues", da icônica Legião Urbana, é tema da abertura de "O Outro Lado do Paraíso", nova novela das nove, que estreou nesta segunda (23/10), com a missão de manter a qualidade e os elevados índices de "A Força do Querer", trama de sucesso de Glória Perez. E essa canção faz jus ao contexto desse novo enredo, escrito por Walcyr Carrasco e dirigido por Mauro Mendonça Filho, cuja premissa é justamente a popular lei do retorno.


Após vários sucessos seguidos no currículo e escrevendo para todas as faixas da Globo, Walcyr encara mais uma missão e prova é que o autor mais ativo da emissora. Está praticamente todo ano no ar e fazendo a alegria do canal através de expressivos números de audiência ---- "Amor à Vida" (2013), "Verdades Secretas" (2015) e "Êta Mundo Bom!" (2016) tiveram Ibope e repercussão excelentes, citando apenas seus trabalhos mais recentes. Depois de uma novela sobre traumas familiares, outra focada na sensualidade somada a um clima sombrio, e a última explorando o universo caipira, o escritor optou pelo clássico mote da vingança para prender o telespectador.

A partir de agora o público acompanhará a saga de Clara (Bianca Bin), mocinha inocente e íntegra, que jura ter achado um príncipe encantado até se ver no meio de um jogo de interesses, sofrendo ainda violência doméstica, temendo o próprio marido. A menina se encanta por Gael (Sérgio Guizé) logo no primeiro capítulo, sendo correspondida.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Chamada de supersérie, "Os Dias Eram Assim" não teve nada de super e nem de série

Após seis novelas exibidas na faixa das onze ---- "O Astro", "Gabriela", "O Rebu", "Saramandaia", "Verdades Secretas" e "Liberdade, Liberdade"----, inserindo o folhetim em um horário mais tarde, permitindo maiores liberdades nas cenas, a Globo decidiu mudar a classificação do produto em 2017, optando por chamar "Os Dias Eram Assim" de 'supersérie'. O que seria a sétima novela da faixa (planejada anteriormente para às 18h, inclusive), virou a primeira supersérie da emissora. Mas, não podiam ter escolhido trama pior para fazer essa alteração. Isso porque a produção, que chegou ao fim nesta segunda-feira (18/09), não teve nada de super e muito menos de série.


Primeiro, porque teve 88 capítulos, ficando no ar por seis meses. Foi a produção mais longa das 23h, superando todas as novelas anteriores, que tinham como característica o menor número de capítulos (normalmente em torno de 60). E, segundo, porque o enredo das estreantes Angela Chaves e Alessandra Poggi apresentou todos os clichês possíveis de um folhetim, fazendo do conjunto um dramalhão clássico. Entretanto, infelizmente, todos esses recursos foram muito mal usados pelas autoras. Afinal, não há mal algum no clichê, desde que bem conduzido. Não foi o caso. Ainda mais em um produto que era classificado como 'supersérie'. Inclusive, nem ritmo de uma série teve. O enredo se arrastou ao longo dos meses e parecia interminável.

O início da trama, dirigida por Carlos Araújo, parecia promissor. Ambientada na década de 70, tendo a Ditadura Militar como pano de fundo, a história de amor protagonizada por Renato (Renato Góes) e Alice (Sophie Charlotte) despertou interesse e o primeiro capítulo deixou uma ótima impressão.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Renato Góes e Sophie Charlotte honram o protagonismo de "Os Dias Eram Assim"

A atual produção das onze (que a Globo teima em chamar de "supersérie", mas não passa de uma novela como todas as anteriores) tem qualidades, como a trilha sonora selecionada a dedo e o elenco recheado de talentos. Entretanto, o roteiro é o principal defeito. Há poucos conflitos e a história não se sustenta. O único drama do enredo é o romance dos mocinhos, que movem todos os demais personagens, direta ou indiretamente. E em virtude de tamanha importância, é vital elogiar o desempenho de Renato Góes e Sophie Charlotte.


Os dois estão irretocáveis, fazendo jus ao protagonismo da história. Renato e Alice são perfis bem construídos pelas autoras Alessandra Poggi e Angela Chaves, que se preocuparam em fugir do pedantismo de muitos mocinhos, inserindo uma firmeza admirável na postura de ambos, cujas características se mostram cativantes e humanas. Eles esbanjam integridade, mas não são chatos ou bonzinhos demais. Sabem se impor sempre que necessário e não abaixam a cabeça para ninguém. Posturas assim nas décadas de 70 e 80 (época de Ditadura, conservadorismo e repressão) demonstravam uma coragem bem maior do que hoje em dia.

Renato representa a classe média e Alice a elite, onde a família dele foi destruída emocionalmente pela dela. O pai da mocinha, em conluio com o noivo da mesma, obrigou a mãe do mocinho a compactuar com a falsa morte do rapaz com o objetivo de separá-lo da heroína em troca da 'proteção' de Gustavo (Gabriel Leone), que havia sido preso pelos militares.