segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Daphne Bozaski fez de Benê um dos trunfos de "Malhação - Viva a Diferença"

"Malhação - Viva a Diferença" fez um justo sucesso de público e crítica. A escolha para ser reprisada durante a paralisação das gravações nos Estúdios Globo por conta da pandemia do novo coronavírus não foi por acaso. As razões para tamanho êxito foram muitas e uma delas a escolha certeira do time de protagonistas. Tanto na escalação das atrizes, quanto na construção das cinco personagens. O autor Cao Hamburger e o diretor Paulo Silvestrini foram muito felizes. Entretanto, embora todas as meninas tenham sido apaixonantes, recheadas de qualidades e defeitos, houve uma que sempre se destacou em virtude da sua 'diferença', que acabou sendo a mais visível: a fofa Benê.


Daphne Bozaski esteve perfeita na composição primorosa de sua personagem, que tinha o sério risco de virar uma caricatura pouco crível. A menina doce, extremamente carente e com aspecto de nerd sofria de Síndrome de Asperger, um grau mais leve de autismo. Esse transtorno neurobiológico é pouco conhecido e o autor acertou em cheio quando o colocou em uma de suas protagonistas. Embora só tenha sido falado claramente na trama perto da reta final, o problema foi exposto através das atitudes da menina.

Benedita tem problemas de convívio social e sempre foi uma pessoa solitária. Tudo mudou quando conheceu Lica (Manoela Aliperti), Ellen (Heslaine Vieira), Keyla (Gabriela Medvedovski) e Tina (Ana Hikari) no metrô, fazendo questão de adicioná-las no WhatsApp, organizando um novo quinteto que se tornou inseparável. Contudo, as dificuldades da frágil menina sempre se mostraram presentes, apesar dessa evolução em torno de um maior vínculo de amizade.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Reprise de "Novo Mundo" em 2020 merecia o mesmo sucesso de 2017

A Globo teve uma estratégia bem pensada para as suas reprises durante a pandemia do coronavírus que implicou no término das gravações de todas as produções inéditas na teledramaturgia. "Fina Estampa" e "Totalmente Demais" foram escolhidas por conta da elevada audiência e sucesso popular. No caso do folhetim das sete, somado a um conjunto de qualidades que faltou no enredo péssimo das nove. Já "Malhação - Viva a Diferença" e "Novo Mundo" a questão dos ótimos índices também fizeram a diferença, mas houve uma preocupação a mais: o lançamento das "continuações". O seriado adolescente terá um spin-off chamado "As Five" na Globoplay, em novembro, enquanto o caso da trama das 18h será no canal aberto com o título de "Nos Tempos do Imperador", em 2021. E a produção das seis foi primorosa.


O folhetim que fez um grande sucesso em 2017 não repetiu o mesmo êxito na reexibição. Mas a produção foi uma escolha acertada da emissora para preparar o público para a saga sobre Dom Pedro II (Selton Mello) que contará com alguns personagens de "Novo Mundo", como Licurgo (Guilherme Piva), Germana (Vivianne Pasmanter), Quinzinho (Theo de Almeida) e a filha de Anna (Isabelle Drummond) e Joaquim (Chay Suede), citando apenas os mais importantes. Alessandro Marson e Thereza Falcão são os autores das duas novelas e a chance de repetirem os acertos vistos na atual reprise é bem elevada. Até porque não é uma continuação explícita. Quem não viu a obra anterior não terá problemas em entender o novo enredo.

No entanto, quem não viu "Novo Mundo" deveria ter aproveitado a oportunidade. A trama, dirigida com competência por Vinícius Coimbra, primou pelo capricho do primeiro ao último capítulo, mesclando contextos históricos com o folhetim tradicional, havendo espaço ainda para momentos de pura fantasia, remetendo aos clássicos da Disney, como "Piratas do Caribe".

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Candinho, de "Êta Mundo Bom!", foi o melhor papel de Sérgio Guizé

Um dos maiores desafios de Walcyr Carrasco, Jorge Fernando e equipe era a escalação do protagonista de "Êta Mundo Bom!". Afinal, a novela conta a história de Candinho, personagem do clássico "Cândido, ou o otimismo", do filósofo Voltaire, que ainda foi interpretado pelo grande e saudoso Mazzaropi na adaptação da sátira para o cinema em 1954. Era uma responsabilidade imensa a escolha do intérprete para o folhetim. Mas, desde o primeiro capítulo, ficou perceptível que a produção se saiu muito bem na escalação e a escolha foi certeira. Sérgio Guizé esteve impecável e a reprise no "Vale a Pena Ver de Novo" comprova.


O caipira ingênuo coube perfeitamente na figura do ator, que conseguiu incorporar o personagem de uma forma impressionante. O papel exige muitos riscos, pois qualquer deslize implica em uma caricatura desnecessária e prejudicial ao protagonista. A figura central da novela tem um peso ainda maior do que um perfil 'normal'. Há sempre uma linha tênue a ser seguida e Sérgio conseguiu atingir o objetivo com louvor. Muitas vezes pareceu o Mazzaropi, até mesmo no jeito de andar e em alguns trejeitos, enquanto em outras imprimiu um tom particular para Candinho. Uma mistura mais do que bem-vinda.

O protagonista é o grande fio condutor da novela das seis e a representa tudo o que o enredo quer transmitir: o otimismo e a alegria de viver. Tendo como lema "Tudo o que acontece de ruim na vida da gente é para melhorar" ---- frase dita várias vezes pelo professor Pancrácio (grande amigo e praticamente pai do rapaz) ----, Candinho nunca perdeu o encanto pela humanidade, mesmo tendo sido separado de sua mãe assim que nasceu e virado um mero empregado rejeitado na família que o adotou.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Germana e Licurgo formaram a melhor dupla de "Novo Mundo"

A trama dos então estreantes Alessandro Marson e Thereza Falcão, dirigida por Vinícius Coimbra, se mostrou uma caprichada produção. "Novo Mundo" teve todos os elementos fundamentais para um bom folhetim das seis, mesclando bem aventura, romance e contextos históricos. O humor não era um dos focos principais do enredo e ficava em segundo plano. Entretanto, a comédia cresceu aos poucos no enredo graças ao sucesso da dupla formada por Guilherme Piva e Vivianne Pasmanter.


Licurgo e Germana são os perfis mais engraçados da novela, representando a picaretagem que costuma despertar risos na ficção. Os dois são donos de uma taberna caindo aos pedaços e nunca estão preocupados em atender bem os poucos clientes que chegam. Pelo contrário, vivem tratando todo mundo mal. Ainda servem pombas assadas fingindo que são frangos. A cozinha do lugar é um nojo. Tudo que os cerca desperta asco. Rabugentos e sujos (no sentido figurado e literal), estão sempre pensando em alguma forma de obter vantagem em cima dos outros. Claro que quase nunca os planos dão certo, resultando em situações divertidíssimas.

Os personagens eram pequenos, mas cresceram graças ao talento dos intérpretes, que são os responsáveis pelo principal alívio cômico do folhetim. É necessário elogiar o texto dos autores, sempre recheado de pérolas que na boca dos atores ficam ainda mais inspiradas.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Valentina Herszage foi uma grata surpresa de "Hebe"

O filme sobre uma parte da vida da rainha Hebe Camargo sofreu muitas críticas, mas a série produzida para a Globoplay (e agora exibida semanalmente pela Globo) teve uma aceitação bem maior e merece. As cenas extras, principalmente sobre a fase da apresentadora no início da carreira, ainda jovem, fizeram bastante diferença. E ainda destacou o talento de Valentina Herszage.


A atriz interpretou Hebe dos 15 aos 25 anos e essa fase da vida da apresentadora é exibida em uma narrativa não linear. A trajetória na juventude surge após alguns breves momentos da dama da televisão brasileira já com sua carreira consagrada. E isso ajuda a expor melhor as diferenças entre Valentin e Andrea. A única similaridade é o talento.

Enquanto Andrea não se parece em nada com Hebe e pegou vários tiques da comunicadora (como o piscar dos olhos e a fala um pouco arranhada, Valentina usou sua semelhança com a protagonista a seu favor. É fantástico o trabalho da caracterização da equipe.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Reprise de "O Clone" foi uma boa escolha do Canal Viva

Entre 1º de outubro de 2001 e 14 de junho de 2002, a Globo exibiu "O Clone", um de seus maiores sucessos, e ainda conseguiu emplacar em vários países, consolidando seu êxito. A novela de Glória Perez foi um de seus melhores trabalhos da carreira e a autora foi muito feliz na construção desta história tão rica e repleta de personagens atraentes. A produção foi reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" entre 10 de janeiro e 9 de setembro de 2011, repetindo a boa aceitação que teve na época. E não foi diferente a reexibição no Canal Viva, que chega ao fim nesta sexta-feira (21/08).


Protagonizada por Giovanna Antonelli e Murilo Benício, o folhetim estreou pouco depois do atentado às Torres Gêmeas, tragédia que abalou os Estados Unidos e chocou o mundo. Houve até um certo desconforto inicial, uma vez que parte da trama era ambientada em Marrocos, na cidade de Fez, onde viviam vários muçulmanos. Mas a polêmica não durou muito tempo e os costumes daquele povo caíram no gosto popular, comprovando que o núcleo foi um dos muitos acertos da produção.

A novela abordou vários temas polêmicos e soube explorá-los com competência. Dividida em duas fase, a história começa em 1983, apresentando a vida de Leônidas (Reginaldo Faria), rico empresário, pai de gêmeos idênticos (Lucas e Diogo, vividos por Murilo), que não tem muito tempo para os filhos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Valeu rever a Proclamação da Independência do Brasil em "Novo Mundo"

A reprise ótima "Novo Mundo" está em plena reta final. E uma das muitas qualidades da trama de Alessandro Marson e Thereza Falcão foi a mescla de ficção com fatos históricos. Os autores foram muito habilidosos na construção de um folhetim clássico, tendo uma passagem importante da história do país como enredo central. E um dos momentos mais aguardados do enredo foi ao ar nesta segunda-feira (17/08) e na exibição original, em 2017, bem no dia 7 de setembro: a declaração da Independência do Brasil.


Primeiramente, é preciso aplaudir a precisão dos escritores, há três anos, em colocar a cena justamente no dia que realmente aconteceu o fato. Obviamente, a precisão não foi se repetiu na reprise. Mas é apenas um detalhe. O grito de Dom Pedro (Caio Castro) foi arrepiante e conseguiu cercar esse momento emblemático com todo o clima necessário. Era um clímax bastante esperado, não apenas em virtude do contexto tão presente nos livros de história, como também pela trajetória do príncipe e da princesa que o público tem acompanhado desde a reestreia da novela.

A emoção da sequência foi temperada já no capítulo anterior com a exibição da belíssima cena em que Leopoldina (Letícia Colin) ignorou as ameaças da Corte Portuguesa e assinou a separação do Brasil de Portugal. Nomeada princesa regente pelo marido, a respeitável mulher reuniu os ministros e, com o apoio deles e de José Bonifácio (Felipe Camargo), tomou a decisão mais importante da história do país.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Reprise de "Êta Mundo Bom!" comprova que o autor que mais valoriza Flávia Alessandra é Walcyr Carrasco

Ela estreou na televisão em "Top Model" (1989), graças ao concurso de novas atrizes que o "Domingão do Faustão" promoveu na época, onde Adriana Esteves também foi revelada. Desde então participou de várias novelas, como "História de Amor", "A Indomada", "Meu Bem Querer", "Porto dos Milagres" e "O Beijo do Vampiro", entre outras. Porém, foi graças a Walcyr Carrasco que Flávia Alessandra se firmou de vez na carreira, mostrando a ótima atriz que é. O autor iniciou uma bem-sucedida parceria com a intérprete em "Alma Gêmea", a presenteando com seu melhor papel (a diabólica Cristina), e depois foram outros sucessos como "Caras & Bocas", "Morde & Assopra" e  "Êta Mundo Bom!".


E a atual reprise do "Vale a Pena Ver de Novo" prova que a parceria dessa dupla sempre funcionou. A atriz ganhou a ambiciosa Sandra, a grande vilã do fenômeno das seis. A personagem tinha algumas semelhanças evidentes com Cristina, como os cabelos e o estilo elegante de se vestir. O objetivo do autor foi esse mesmo, pois a novela que marcou seu retorno ao horário que o consagrou teve todos os elementos já usados por ele nos seus outros folhetins das 18h. Entretanto, houve também diferenças claras entre os perfis. A víbora de "Alma Gêmea" era impulsiva e ficava vulnerável sem a mãe do lado planejando seus próximos passos, além do completo descontrole emocional ter sido sua maior característica.

Sandra era uma mulher fria e calculista. Mais contida, se comparada com a sua semelhante, e idealizadora de tudo o que fazia. Não precisava de uma mãe para lhe dar ordens. Tinha o poder da manipulação e só estava preocupada com o dinheiro, ao contrário de Cristina, que tinha uma obsessão pelo mocinho. Flávia Alessandra brilhou desde a estreia, conseguindo explorar com talento as similaridades e as diferenças que uniam e separavam sua segunda grande vilã da primeira.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Jonatas, de "Totalmente Demais", foi um divisor de águas na carreira de Felipe Simas

O público acompanhava o bom desempenho de Felipe Simas na pele do mocinho Teo, em "Salve-se Quem Puder, até o novo coronavírus abalar o mundo e culminar na interrupção de várias atividades. O setor cultural foi o mais afetado. A Globo paralisou as gravações de todas as suas produções. Mas o ator não ficou fora do ar. Isso porque a substituta escolhida pela emissora para o lugar da obra de Daniel Ortiz foi "Totalmente Demais", sucesso de Rosane Svartman e Paulo Halm, que marcou a estreia de Felipe como protagonista.


E o ator se saiu muito bem na pele do mocinho Jonatas. Além da dificuldade natural de encarar o primeiro papel de grande destaque na carreira, Felipe se viu diante de um arquétipo perigoso para qualquer intérprete: a do herói sem defeitos. Pobre, o personagem sempre batalhou duro para sustentar a família e sua principal fonte de era seu trabalho nas ruas como vendedor de balas e flanelinha. Nunca reclamava da vida, sempre foi um poço de bondade e era a típica pessoa que oferecia a outra face ao invés de se vingar ou dar o troco, vide a sua passividade diante da armação suja de Fabinho (Daniel Blanco) para colocá-lo na cadeia.

Jonatas reúne todas as características que costumam irritar o público, mas Felipe conseguiu se desvencilhar de todas as "armadilhas" do perfil e fez um grande sucesso entre 2015 e 2016. Os telespectadores amaram o "empresário das ruas" e a torcida pelo casal "Joliza" era imensa. Vale ressaltar a importância de um casal principal cair nas graças da audiência.

domingo, 9 de agosto de 2020

Gésio Amadeu e Chica Xavier eram o retrato da amabilidade e do talento

O Brasil está de luto desde que a pandemia do novo coronavírus se instaurou no país. Já são mais de cem mil mortos pela Covid-19. A tristeza predomina os noticiários. E o mundo das artes também tem sido duramente afetado pela doença. Gésio Amadeu, de 73 anos, foi mais uma vítima da nova enfermidade ---- partiu no dia 5 de agosto, última quarta-feira. Mas a teledramaturgia perdeu outra grande figura em menos de quatro dias: a maravilhosa Chica Xavier, de 88 anos. A atriz não teve a COVID-19. Mas acabou afetada indiretamente pela doença. A veterana lutava contra um câncer no pulmão há alguns anos e deixou de ir ao hospital durante o período de quarentena. Quando foi fazer exames verificaram a metástase e sua morte acabou confirmada neste sábado, dia 8.


Gésio e Chica eram atores negros de grande importância na produção cultural brasileira e figuras constantes na televisão. Os admiráveis profissionais tinham muitas qualidades em comum e a amabilidade era uma delas. Doces, gentis e com olhares afetuosos, os intérpretes eram queridos por todos os colegas e fãs. Eram aquelas figuras acalentadoras. E nem precisava conhecê-los pessoalmente para constatar o que os amigos e admiradores diziam frequentemente. Era uma delícia vê-los nos bastidores e em entrevistas, sempre serenos e repletos de sabedoria. Não por acaso viraram referência entre os atores negros.

Infelizmente, ambos não tiveram oportunidades dignas de grandes protagonismos. Afinal, são de uma época onde o negro era sempre retratado como escravo, motorista ou empregada. Ainda hoje essa situação não é tão diferente assim, mas a evolução é evidente.

sábado, 8 de agosto de 2020

"De Férias com o Ex" é um reality sem qualquer objetivo

O reality de maior sucesso da MTV estreou em 2016. O "De Férias com o Ex Brasil" é a versão nacional do formato original britânico "Ex on the Beach", que estreou em 2014. A sexta temporada chegou ao fim nesta quinta-feira (06/08) e foi uma das mais fracas do programa --- levando em consideração brigas, barracos, transas e polêmicas. Porém, a verdade é que a atração, independentemente de ser considerada bem-sucedida ou fracassada, não tem qualquer objetivo.


O formato consiste em cinco homens e cinco mulheres habitando uma mansão paradisíaca em uma "ilha" ---- Ilhéus (Bahia), Ilhabela (São Paulo), Trancoso (Bahia) e Praia de Pipa (Rio Grande do Norte) foram alguns dos lugares escolhidos nos anos anteriores. O local de 2020 foi Jericoacoara, Ceará. O reality apresenta um novo integrante a cada semana, além dos já apresentados inicialmente. É "o" ou "a" famigerada ex de algum participante que surge nas águas do mar para provocar brigas e iniciar novos relacionamentos. A casa vai ficando cada vez mais cheia ao longo das semanas, aumentando a chance de conflitos e polêmicas.

E em toda temporada um beija o outro, que beija o outro, e acaba voltando a beijar o ex. É um ciclo repetitivo que rende cenas de transa (sempre cobertas por lençóis, mas exibidas em rápidos trechos) e muita baixaria.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Humilhação de Domitila destacou Agatha Moreira em "Novo Mundo"

A reprise de "Novo Mundo" está a pouco menos de dois meses de seu final. E um dos momentos mais aguardados da trama foi a queda de Domitila (Agatha Moreira). A amante de Dom Pedro (Caio Castro), conhecida nos livros de História como a Marquesa de Santos, acabou mais vilanizada pelos autores Alessandro Marson e Thereza Falcão, privilegiando o bom folhetim, criando assim uma maior rivalidade com a doce princesa Leopoldina (Letícia Colin). A estratégia se mostrou um acerto e o desmascaramento da personagem destacou a atriz.


Inicialmente, Domitila parecia uma vítima sofredora, padecendo com as agressões do marido violento (Felício - Bruce Gomlesvky) e sofrendo nas mãos da irmã, a interesseira Benedita (Larissa Bracher). O início de seu  romance com Chalaça (Rômulo Estrela), por sinal, rendia cenas delicadas para o casal. Entretanto, aos poucos, a verdadeira face da mulher foi sendo exposta para o público através de atitudes egoístas e traiçoeiras. O lado maquiavélico se firmou desde que ela adotou como principal meta a sua aproximação de Dom Pedro, com o intuito de se livrar do marido e conseguir a guarda dos filhos.

Mas, na verdade, Domitila sempre quis uma vida luxuosa e a posição de princesa do Brasil. Tanto que assim que conseguiu a guarda das crianças, as internou em um colégio. Também não pensou duas vezes antes de trair Chalaça, fazendo o amante odiar seu até então melhor amigo.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Reprise de "Tapas & Beijos" ajuda a homenagear Flávio Migliaccio

A pandemia do novo coronavírus impactou o mundo. É a maior desgraça de 2020. Milhares de mortos e uma pandemia que está longe de acabar. Tudo só voltará ao normal quando a vacina for finalmente criada. E entre os muitos falecimentos no Brasil por conta da COVID-19, uma morte que abalou o público foi a de Flávio Migliaccio. Mas o querido ator não foi mais uma vítima da terrível doença. O veterano, desiludido com os acontecimentos políticos e o ódio entre as pessoas, resolveu partir. Uma perda dolorosa para os fãs. Mas agora o telespectador poderá acalentar sua saudade com a reprise de "Tapas & Beijos".


A série, escrita por Cláudio Paiva e dirigida por Maurício Farias, estreou em abril de 2011 e fechou seu ciclo em setembro de 2015. Foram quase cinco anos no ar de uma produção bem-sucedida. A história protagonizada por Fátima (Fernanda Torres) e Sueli (Andrea Beltrão) teve um ótimo início e não foi difícil cativar o público. As melhores amigas (que dividiam um apartamento no Méier) sonhavam em se casar, mas nunca encontravam o homem ideal e, para aumentar a frustração compartilhada, ainda trabalhavam em uma loja (localizada em Copacabana) que vendia e alugava vestidos de noiva ---- comandada por Djalma (Otávio Muller). As desventuras da dupla divertiam e a boa sintonia entre as atrizes foi um dos acertos da série.

Ao longo do tempo, os coadjuvantes foram ganhando mais importância na trama, o que contribuiu para o fôlego do enredo. Tipos como Jurandir (Érico Brás), Seu Chalita (Flávio Migliaccio), Armane (Vladimir Brichta), Tavares (Kiko Mascarenhas, que interpretou um Santo Antônio imaginário no primeiro ano), Djalma e Flavinha (Fernanda de Freitas), Tijolo (Orã Figueiredo), PC (Daniel Boa Ventura) e Lucilene (Natália Lage) cresceram, ficando tão atrativos quanto as protagonistas.

sábado, 1 de agosto de 2020

"Toma Lá Dá Cá" é uma reprise bem-vinda, mas no horário errado

Sucesso entre 2007 e 2009, o "Toma Lá Dá Cá" foi visto pelo grande público como uma espécie de nova versão do "Sai de Baixo", fenômeno exibido entre 1996 e 2002 na Globo. Isso porque há uma clara similaridade nos formatos: ambos com famílias repletas de figuras pitorescas e presença de plateia nas encenações. A produção que inspirou as duas, vale lembrar, foi a clássica Família Trapo, de 1960, exibida pela então TV Record. E os telespectadores desejavam a reprise da história criada e escrita por Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa há muito tempo. A Globo finalmente atendeu ao pedido.


A emissora passou a reprisá-la neste sábado, dia 1º de agosto, na chamada "Sessão Comédia", substituindo a "Sessão de Sábado" e para algumas afiliadas entrando no lugar de "O Melhor da Escolinha". É verdade que "Toma Lá Dá Cá" já vem sendo reprisado no Canal Viva desde abril de 2012, mas obviamente o alcance da televisão aberta é muito maior. E a turma do condomínio Jambalaya Ocean Drive deixou uma marca na comédia nacional através de personagens até hoje lembrados e piadas certeiras que seguem atuais.

A série vale a pena ser revista por várias razões, entre elas o elenco primoroso. Miguel Falabella, Stella Miranda, Adriana Esteves, Arlete Salles, Alessandra Maestrini, Diogo Vilela, Marisa Orth e Fernanda Souza foram os principais destaques da história e os perfis refletem com perfeição a classe média alta brasileira, muitas vezes tão controversa.