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sábado, 5 de outubro de 2024

Emiliano Queiroz fez de todo coadjuvante um sucesso

 Morreu, na manhã de sexta-feira, dia 4, Emiliano Queiroz. O ator, recentemente, havia se submetido a uma cirurgia para colocar três stents no coração. Na última quinta-feira, dia 3, recebeu alta e foi para casa. Mas acordou se sentindo mal às 4h30, foi levado ao mesmo hospital, onde teve uma parada cardíaca e partiu aos 88 anos. 


Filho de um ourives e uma professora primária, Emiliano deixou seu estado natal, o Ceará, com pouco mais de 20 anos. Nesse período, ele pegou carona em um caminhão rumo a São Paulo, para participar de montagens profissionais de teatro, atividade a que se dedicava desde a infância, quando ainda morava na pequena cidade de Aracati, onde nasceu. Entre familiares e amigos de escola, era considerado um prodígio. 

Aos 10 anos, depois de se mudar com os pais para Fortaleza, o jovem participou de cursos livres de artes cênicas e logo decidiu que seguiria a carreira artística. Entrou para o Teatro Experimental de Arte, uma importante companhia cearense, aos 14 anos. Pouco depois, começou a trabalhar na Ceará Rádio Clube. Após um curto período em São Paulo, o então rapaz retornou ao seu estado natal e foi contratado pela TV Ceará.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Milton Gonçalves será sempre uma referência para o movimento negro e o mundo das artes cênicas

 O Brasil perdeu um de seus maiores atores nesta segunda-feira, dia 30. Milton Gonçalves faleceu aos 88 anos. Ele enfrentava sequelas do AVC (Acidente Vascular Cerebral) que sofreu em 2020. O veterano completaria 89 anos no dia 9 de dezembro de 2022 (nasceu em 1933). Com uma carreira respeitada na televisão, no teatro e no cinema. Uma das maiores referências do movimento negro e um dos profissionais mais respeitados pelo público e classe artística.


Milton já era ator da Rede Globo antes mesmo da sua inauguração em 1965, ou seja, fez parte do primeiro elenco da casa (ao lado de Célia Biar e Milton Carneiro) e esteve ativo na emissora até 2019, quando fez uma linda participação no especial de Natal "Juntos a Magia Acontece", série que apresentou um elenco apenas com atores negros. Fez mais de 40 novelas, participou de várias minisséries e séries, além de ter mais de 60 filmes ---- "Macunaíma" (1969), "Rainha Diaba" (1974), "Eles Não Usam Black-tie" (1981), "O Homem Nu" (1997) e "Carandiru" (2003) entre eles ----  em seu respeitado currículo. Começou sua carreira em um clube de teatro amador e chegou a escrever quatro peças.

Reconhecido militante da causa negra, o ator sempre lutou contra o preconceito usando seu respeitado nome como chamariz. Até foi candidato a governador pelo Rio de Janeiro, em 1994, mas não venceu. E foi até bom porque sua vida estava mesmo nas artes dramáticas.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Após participação tripla, Gillray Coutinho merece personagens de destaque na televisão

 Há muitos atores que acabam ficando conhecidos do grande público não por personagens marcantes e, sim, por suas várias participações em novelas e séries. Infelizmente, são profissionais que ainda não ganharam um personagem de destaque na televisão, mas mesmo assim estão sempre presentes na telinha. É o caso de Gillray Coutinho, que recentemente esteve nas três novelas inéditas da Globo. 

A Globo costumava ser rigorosa para não repetir muitos atores, mas o fim dos contratos longos e a chegada da pandemia do novo coronavírus, implicando em um amontoado de reprises, enterrou a prática da emissora. E o fato das três novelas atuais irem ao ar totalmente gravadas também facilitou a aparição tripla do ator. Pois enquanto gravava uma, a outra já tinha sido quase finalizada. A inusitada situação só foi percebida com maior facilidade porque Gillray tem um rosto muito característico e manteve o bigode em todos os papéis. 

A primeira participação foi em "Quanto Mais Vida, Melhor", atual novela das sete, escrita por Mauro Wilson e dirigida por Allan Fiterman, onde interpretou o piloto do avião que caiu e vitimou os quatro protagonistas. No entanto, seu personagem foi o único que morreu de fato e logo se despediu no segundo capítulo com uma ida feliz para o céu.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Luis Gustavo amava divertir o público

 O meio artístico sofreu mais um duro baque no último domingo, dia 19. O amado Luis Gustavo faleceu aos 87 anos, após três anos lutando contra um câncer no intestino. O corpo do artista foi cremado na segunda-feira (20) em uma cerimônia restrita à família. Foi o sobrinho, o também ator Cássio Gabus Mendes, que anunciou o falecimento do tio. 

Luis Gustavo Blanco nasceu em Gotemburgo, na Suécia, em 2 de fevereiro de 1934. Começou a carreira na televisão como contrarregra, levado pelo cunhado, o autor Cassiano Gabus Mendes, para a extinta TV Tupi. Após alguns trabalhos como ator, entre 1953 e 1967, viu sua carreira deslanchar de vez em 1968, quando interpretou Beto Rockfeller, na novela de mesmo nome. A trama revolucionou a teledramaturgia com uma linguagem mais coloquial, sem o então tradicional exagero de um folhetim. O sucesso foi tanto que em 1973 o ator interpretou novamente o personagem em "A Volta de Beto Rockfeller", uma espécie de continuação da produção anterior. 

A estreia na Globo foi em 1976, na novela "Anjo Mau". Luis ainda interpretou muitos outros tipos que imenso sucesso. Em 1982, caiu na boca do povo e virou um dos maiores trunfos de "Elas por Elas", novela de Cassiano Gabus Mendes. O atrapalhado detetive Mário Fofoca entrou para a galeria de grandes personagens do ator, que vivenciou a mesma experiência que teve com Beto Rockfeller.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Ator respeitado, Paulo José era um apaixonado pela profissão

 O grande Paulo José faleceu na quarta-feira passada, dia 11, aos 84 anos, vítima de uma pneumonia, após 20 dias de internação. Figura conhecida e querida do teatro, cinema e televisão, o veterano enfrentava o Mal de Parkhinson há mais de 20 anos. Sempre preocupado com o ofício de ator, lutou pela regulamentação da profissão no final dos anos 70 e deixou um legado inestimável para a dramaturgia brasileira. 

Nascido no dia 20 de março de 1937, em Lavras do Sul (RS), teve o primeiro contato com o teatro na escola em Bagé, aos dez anos de idade. Se mudou para São Paulo no início da década de 60, onde começou a trabalhar no Teatro Arena ---- foi contrarregra, assistente de direção, produtor, cenógrafo, diretor musical e figurinista. Ou seja, praticamente foi tudo. A estreia no palco foi em 1961, na peça "Testamento de um Cangaceiro", enquanto no cinema estreou em 1965, no filme "O Padre e a Moça". Seu papel mais marcante no cinema foi Macunaíma, do longa homônimo, onde defendeu um dos tipos mais lembrados de Mário de Andrade. 

Já sua primeira aparição na TV foi em "Véu de Noiva", novela de 1969. E desde então não parou mais e emendou um trabalho no outro. Não demorou para viver seu personagem mais popular, a ponto de cair nas graças de adultos e crianças.

sábado, 25 de abril de 2020

Babu Santana merece ser mais valorizado depois do "BBB 20"

Grande parte do público desconfiou quando Boninho, o diretor do "Big Brother Brasil" e uma das figuras poderosas da Globo, anunciou no começo do ano a participação de famosos na vigésima edição do reality. O risco de copiar a extinta "Casa dos Artistas", do SBT, e a controversa "A Fazenda", da Record, era alto. E ainda havia outro questionamento: que pessoa realmente famosa se sujeitaria a estar no "BBB"? O programa, embora faça sucesso e o formato brasileiro seja o mais bem-sucedido do mundo, pode manchar a imagem de qualquer um para sempre. Mas as desconfianças foram quebradas. A novidade deu certo. E um dos êxitos foi justamente a presença de um ator: Babu Santana.


É verdade que todos os famosos que toparam participar do "BBB 20" não eram tão famosos assim. Muitos eram conhecidos apenas por nichos e a maioria se encaixa na categoria "Digital Influencer". As exceções eram mesmo o citado Babu e Manu Gavassi, cantora e atriz. E o ator acabou virando uma das figuras centrais da atual edição. Seu início foi apagado e parecia um estranho no ninho. Sua obesidade atrapalhava durante as provas de agilidade ou resistência. Nunca conseguiu entrar muito nas rodas de conversa por não se identificar com as temáticas, afinal, a faixa do atual elenco fica em torno dos 25 anos e ele tem 40. É o mais velho.

Porém, aos poucos, Babu foi traçando seu jogo. Cometeu muitos erros estratégicos ao preferir se aliar aos chamados ''machos escrotos" da edição (todos escorraçados pelo público) e algumas falas machistas renderam uma avalanche de merecidas críticas. Ao mesmo tempo, Babu era um dos poucos homens na casa que admitia ter resquícios da masculinidade tóxica que há séculos move a sociedade e nunca se importou em mudar ou rever atitudes.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Kaysar Dadour é uma boa surpresa de "Órfãos da Terra"

A presença de Kaysar Dadour na décima oitava edição do "Big Brother Brasil" foi marcante. O participante logo caiu nas graças do público com suas brincadeiras e a forma peculiar que falava português, com um forte sotaque sírio (sempre usando o termo "caraca" em todas as frases). Era um dos favoritos para ganhar e sua história de vida cativou os telespectadores (queria trazer sua família para o Brasil e livrá-los da guerra na Síria). Ele foi o vice-campeão, mas conseguiu algo que quase todos os ex-BBBs sonham: trabalhar como ator na Globo.


A emissora resolveu investir no rapaz em virtude de seu incontestável carisma e o enredo de "Órfãos da Terra" parecia perfeito para sua estreia em novelas. Afinal, Duca Rachid e Thelma Guedes criaram uma trama que aborda o tema dos refugiados e a família da mocinha morava na Síria. Todos acabaram vindo para o Brasil, após um violento bombardeio que vitimou milhares. Kaysar deu várias entrevistas confirmando como o roteiro lembra um pouco a sua vida. Mas, ironicamente, o seu personagem é oposto de sua pessoa.

Fauze era o mais fiel capanga do poderoso Aziz Abdallah (Herson Capri) e fazia absolutamente tudo o que o patrão ordenava. Agressivo e frio, o homem assustava suas vítimas até pelo olhar intimidador. E estrear em um papel que não tem nada a ver com sua personalidade é ótimo para Kaysar mostrar seu talento.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Danilo Maia se destaca em "Malhação - Toda Forma de Amar"

A atual temporada de "Malhação", dirigida por Adriano Melo, tem agradado. A história de Emanuel Jacobina se mostra repleta de dramas envolventes, casais bem construídos e ótimos personagens. O elenco é outro acerto e vários nomes vêm se sobressaindo na trama, entre boas revelações e atores mais experientes. Tanto que uma das gratas surpresas de "Malhação - Toda Forma de Amar" é Danilo Maia.


O intérprete do debochado Thiago não demorou para virar um dos destaques do elenco. Ele ganhou um dos melhores personagens da história e está sabendo aproveitar a oportunidade dada pelo autor. O menino é filho da autoritária Carla (Mariana Santos) e irmão da tímida Raíssa (Dora de Assis). Seu maior trauma é a perda do pai, assassinado durante um assalto, anos atrás. Essa questão foi mais exposta quando a lanchonete da mãe foi assaltada e o rapaz decidiu comprar uma arma para se defender. A abordagem em torno da posse de armas, por sinal, merece elogios. Trataram bem do controverso tema.

Embora tenha um drama considerado pesado, o personagem funciona na maior parte do tempo como alívio cômico. Isso porque vive levando bronca de Carla (que sempre chama sua atenção aos berros) e ama implicar com a irmã.

sábado, 4 de maio de 2019

Herson Capri deu show e saída precoce de Aziz é um risco para "Órfãos da Terra"

A atual novela das seis de Duca Rachid e Thelma Guedes estreou na Globo com imagens belíssimas, direção primorosa de Gustavo Fernández, atrativos personagens e ritmo ágil. Até o momento "Órfãos da Terra" vem mantendo todas essas qualidades, prendendo o público através de ótimas cenas e bons acontecimentos. E um dos principais acertos do enredo foi o vilão Aziz Abdallah, interpretado com maestria por Herson Capri.


O poderoso sheik que se encantou por Laila (Julia Dalavia) transbordou maniqueísmo. Era o típico malvado sem qualquer camada ou nuances. Honra a expressão "mau feito um pica-pau". Sua única 'fraqueza' era o amor genuíno que sentia pela filha, Dalila (Alice Wegmann), e ainda assim tal sentimento nunca o impediu de cometer atrocidades, como assassinar Soraia (Letícia Sabatella), a sua primeira esposa, por conta do adultério cometido pela mãe de sua herdeira.

O papel só poderia ser vivido por um ator experiente, pois o risco de cair no exagero, até por se tratar de um perfil naturalmente caricato, era grande. E Herson foi uma escalação certeira das autoras. O intérprete dominou o personagem logo no início e se sobressaiu na história sem fazer esforço assim que surgiu em cena.

terça-feira, 19 de março de 2019

Perfeito como André, Emiliano Queiroz ganhou um ótimo papel em "Espelho da Vida"

A maioria dos autores, infelizmente, não sabe valorizar os atores mais experientes. Não por acaso vários intérpretes reclamam da falta de bons papéis para veteranos. Walcyr Carrasco e Silvio de Abreu (que não escreve mais) são exceções. Mas Elizabeth Jhin merece entrar para o time dos escritores mencionados por "Além do Tempo" (2015) e pelo trabalho que vem realizando em "Espelho da Vida". Veja o caso de Emiliano Queiroz, por exemplo.


O grande ator não ganhava um papel relevante na televisão há muitos anos. O último que merece menção foi o nono Benedetto, em "Passione", exibida em 2010, escrita por Silvio de Abreu. Agora, Emiliano vem tendo a chance de brilhar desde o início da maravilhosa novela das seis, dirigida por Pedro Vasconcelos. A autora o presenteou com um personagem-chave, responsável pelo desencadeamento de todos os conflitos do roteiro brilhantemente entrelaçado sobre um amor infinito interrompido em várias vidas.

André é o filho de Júlia Castelo (Vitória Strada) e Danilo Breton (Rafael Cardoso), casal que se amou muito em 1930 e teve um desfecho trágico. Logo no primeiro capítulo, o senhor misterioso abordou a atriz Cris Valência em 2018 e lhe deu um camafeu. Disse que ela era Júlia Castelo e desde então a vida da mocinha virou de cabeça para baixo.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Felipe Camargo vive um de seus melhores momentos em "Espelho da Vida"

A atual novela das seis da Globo tem um elenco enxuto e o fato acaba possibilitando bons momentos para quase todos os atores. A trama de "Espelho da Vida", dirigida por Pedro Vasconcelos, explora muito bem o time tão bem escalado por Elizabeth Jhin. E os mais beneficiados, claro, são os intérpretes que participam da fase de 1930 e 2019. Um deles é Felipe Camargo.


O ator vive o picareta Américo no presente e o aterrorizante Coronel Eugênio no passado. São dois perfis totalmente distintos. O primeiro é o típico 171 que vive tentando se dar bem na vida, enquanto o outro é um homem poderoso e machista que não tolera ser desobedecido. Felipe adotou posturas diferenciadas e foi preciso na composição de cada um. São personagens bem ricos dramaticamente e na fase de 1930 sua importância é fundamental.

O pai de Júlia Castelo (Vitória Strada) nunca aceitou o romance da filha com Danilo Breton (Rafael Cardoso) e armou o casamento da herdeira com o inescrupuloso Gustavo Bruno (João Vicente de Castro). Misógino, traiu a esposa com várias mulheres, entre elas Maristela (Letícia Persilles), com quem teve um filho.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Com a triste morte do Barão, Ary Fontoura fechou sua participação lindamente em "Orgulho e Paixão"

A presença de Ary Fontoura em "Orgulho e Paixão" foi luxuosa. O ator ficaria apenas nos primeiros meses de novela, pois o arrogante Barão de Ouro Verde morreria por volta do capítulo 40. Porém, o personagem fez um grande sucesso e Marcos Berstein mudou de ideia. Resolveu mantê-lo na trama até o final, alegrando o público através de cenas ótimas de pura rabugice de um homem falido que não tinha perdido a pose. Suas cenas com Rodrigo Simas (Ernesto), Agatha Moreira (Ema), Gabriela Duarte (Julieta) e Marcelo Faria (Aurélio) eram sempre merecedoras de elogios. Mas o autor fez questão de manter a morte do personagem na última semana de folhetim.


E Berstein reservou uma série de sequências que valorizaram o veterano e aproveitaram toda a capacidade dramática de Ary, que não era vista há um bom tempo, após uma série de perfis mais voltados para a comicidade nos últimos anos. Barão, parecendo que já sabia de sua partida, fez questão de se entender com todas as pessoas que amou. Declarou seu amor ao filho, Aurélio, e se emocionou com o casamento do herdeiro com Julieta. Ary e Marcelo Faria se destacaram com um momento lindo de ser ver.

Durante o Baile de Máscaras promovidos pelos noivos, o personagem resolveu se aproximar da filha, Tenória (Priscila Marinho), e pediu perdão pelo tempo que não tiveram juntos. Pela primeira vez, os dois deram um abraço bonito e selaram a paz. Mais um instante de pura emoção protagonizado pelo ator. O capítulo desta quinta-feira (20/09), por sinal, foi todo dele.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Ótimo como vilão, Ricardo Pereira convence na pele de Virgílio em "Deus Salve o Rei"

É sempre bom tirar um ator da sua zona de conforto. Após muitos anos vivendo vários personagens íntegros e justos, Ricardo Pereira ganhou a oportunidade de interpretar um ótimo vilão em "Deus Salve o Rei", atual novela das sete da Globo. E o ator vem defendendo bem um tipo com boas doses de maldade, que se revelou assim que foi traído por Amália (Marina Ruy Bardosa) na trama de Daniel Adjafre, dirigida por Fabrício Mamberti.


Virgílio era noivo da mocinha da história e parecia ser um sujeito honesto. Porém, a chegada de Afonso (Rômulo Estrela) mexeu com Amália e desde então o personagem se transformou em uma pessoa amarga e odiosa. Essa mudança foi bastante crível e até justificada, pois a mulher que ele amava o trocou por outro, que simplesmente "arruinou" todos os seus planos de uma família feliz com a plebeia. Um clichê que deixou o perfil mais denso.

O comerciante, então, assumiu o posto de vilão da novela, usando até os poderes de uma bruxa (Brice - Bia Arantes) para reconquistar a ex e enfrentando Afonso. Ricardo Pereira vem se destacando, transmitindo todo o ressentimento do personagem (impulsionado pelo ódio) sempre que surge em cena.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Ótimo como Afonso em "Deus Salve o Rei", Rômulo Estrela prova que está pronto para novos protagonistas

Tempos atrás, a Globo adotava um esquema de 'descanso de imagem' no seu elenco. Ou seja, atores que concluíam o trabalho em um novela raramente emendavam em outra. Porém, já há alguns anos isso acabou em virtude da economia. Afinal, ter vários atores recebendo sem trabalhar é bastante custoso. Então, agora quase todos vivem sendo requisitados para várias séries e folhetins, independente de imagem 'desgastada'. O resultado, obviamente, é um certo cansaço do público em ver sempre os mesmos rostos no ar. Por isso é importante a aposta em caras novas e ver Rômulo Estrela protagonizando "Deus Salve o Rei" pode ser enquadrado nesse exemplo.


Claro que ele não é um rosto novo. Estreou fazendo uma pequena participação em "Da Cor do Pecado", em 2004, na Globo, e fez várias novelas da Record ---- "Essas Mulheres" (2005), "Os Mutantes" (2008), "Bela, a feia" (2010), "Rei Davi" (2012) e "Balacobaco" (2012). Porém, o ator já estava merecendo um papel de maior importância desde que voltou para a Globo em "Além do Horizonte", problemática novela das sete exibida em 2013. Após bons desempenhos em produções da emissora dos bispos, ele conseguiu mostrar talento nas pouquíssimas cenas que fez nessa trama. E a certeza de sua capacidade se deu em "Além do Tempo", em 2015, quando viveu o interesseiro Roberto nas duas fases do primoroso folhetim de Elizabeth Jhin.

Um ano depois, Rômulo também se destacou em "Liberdade, Liberdade", mesmo em mais um papel pequeno. Era o assustador Gaspar, temido traficante de escravos na obra de Mário Teixeira. E em 2017, o ator brilhou na pele do Chalaça, fiel escudeiro de Dom Pedro, em "Novo Mundo", escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão. Era outro coadjuvante, mas nem isso impediu o intérprete de se destacar.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Através de Eurico, conservadorismo foi explorado de forma criativa em "A Força do Querer"

A um dia do seu fim,  "A Força do Querer deixará saudades. E um dos muitos pontos positivos da novela de Glória Perez foi a figura de Eurico. A autora se mostrou muito criativa na abordagem do preconceito, machismo e conservadorismo, evitando o tradicional maniqueísmo e expondo a ignorância de uma pessoa íntegra. Humberto Martins se destacou cada vez mais na história e a cena mais aguardada foi ao ar somente no penúltimo capítulo: a descoberta da vida dupla de Nonato (Silvero Pereira).


Após meses achando que seu motorista era um conquistador nato e típico machão, Eurico o viu se apresentando como Elis Miranda em um desfile de moda e entrou em estado de choque. Antes de se dar conta que era Nonato no palco, o empresário chegou a elogiar o talento da artista. Esse momento era um dos mais esperados da trama e é uma pena que Glória tenha deixado apenas para o final, deixando de aproveitar todo o período de entendimento e aceitação daquele homem tão machista.

Afinal, o personagem representou uma união de preconceitos. Nunca entendeu a homossexualidade e sempre recriminou o cabelo longo de Nonato, achando coisa de 'maricas'. Achou um absurdo Ivana (Carol Duarte) ter se descoberto trans, virando Ivan, e nunca tolerou mulher mandando mais que homem. O lado criativo dessa situação foi o fato de Eurico não ser um canalha. Pelo contrário, ele é um homem justo, honesto, atencioso com a esposa e fiel.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Paulo Silvino marcou o humor nacional e nunca será esquecido

Na quinta-feira passada (17/08), o Brasil perdeu um de seus mais conhecidos e queridos humoristas: Paulo Silvino. O ator, que lutava contra um câncer de estômago, morreu em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no início da manhã. Segundo a família, ele chegou a ser submetido a uma cirurgia no ano passado, mas o câncer se espalhou e a opção dos familiares foi que ele fizesse o tratamento em casa.


O humorista era uma verdadeira fábrica de bordões e virou uma referência na comédia brasileira. Não tinha quem não o conhecesse e isso era fruto de uma galeria de tipos marcantes, graças ao festival de caras e bocas que fazia na hora de proferir suas pérolas em diversas atrações humorísticas. Paulo iniciou sua carreira em 1957, no filme "Sherlcok de Araque", onde surgiu como um cantor de rock, cujo pseudônimo era Dixon Savannah. Estreou na Globo em 1966, um ano após a inauguração da emissora, apresentando o "Canal Zero" (atração que satirizava a programação das emissoras) , e não demorou para ser reconhecido como o melhor comediante do ano.

Entre idas e vindas nas Globo, o ator fez parte de vários programas consagrados e até hoje lembrados com carinho pelo público, como "Balança Mas Não Cai" (1968), "Faça Humor, Não Faça Guerra" (1970), "Uau, a Companhia" (1972), "Satiricom" (1973), "Planeta dos Homens" (1976), e "Viva o Gordo" (1981). Também participou da "Escolinha do Professor Raimundo" (1993 - 1995), interpretando um gari malicioso que vivia reciclando o lixo dos políticos.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Bom ator, Fábio Assunção merece respeito e precisa aceitar ajuda

O ator Fábio Assunção foi preso em flagrante no último sábado (24/06), na cidade de Arcoverde (sertão de Pernambuco), sob acusação de dano qualificado ao patrimônio público, desacato a autoridade, desobediência e resistência a prisão. Ele pagou fiança e foi liberado. As imagens divulgadas na internet mostraram o intérprete com o nariz sangrando, bêbado e completamente alterado, esbanjando agressividade.


A 'espetacularização' das imagens do estado degradante do ator mostra que a sociedade está realmente doente. O deboche de várias pessoas, inclusive das que estavam ao redor do ator no local, comprova que muitas vezes o sucesso desperta ódio e inveja a ponto de torcer para o naufrágio de quem conseguiu chegar a um patamar de prestígio. Triste isso. Mas, é fato que não foi a primeira vez que o profissional se envolveu em polêmicas. Sua carreira está marcada por várias situações em torno da dependência química.

Em 2008, o ator foi escalado para viver o malandro Dodi, em "A Favorita" (de João Emanuel Carneiro), mas desistiu do papel e a suspeita na época era justamente o vício em drogas. No mesmo ano, em "Negócio da China", novela das seis de Miguel Falabella, ele ganhou o mocinho Heitor.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Ótimo como Gui Santiago em "Rock Story", Vladimir Brichta fazia falta nas novelas

Ele estava afastado das novelas há 12 anos. Seu último trabalho em folhetins havia sido em "Belíssima", trama de Silvio de Abreu exibida em 2005. Depois de dois anos longe da televisão, o ator voltou no dominical "Sob Nova Direção" em uma breve participação e em 2008 protagonizou a série "Faça sua história", vivendo o taxista Valdir. Fez rir ao lado de Débora Bloch no seriado "Separação?!" (2010); esbanjou química com Alinne Moraes na microssérie "Amor em 4 Atos" (2011); divertiu na pele do safado Armane em "Tapas & Beijos" (onde ficou por 4 anos) e em 2016 deu show vivendo o traficante gente boa Celso na primorosa minissérie "Justiça". Agora, finalmente, Vladimir Brichta está de volta ao gênero mais amado pelos brasileiros e brilha em "Rock Story".


O ator é um dos mais talentosos da sua geração, levando ainda em consideração a dificuldade que a Globo (e todas as emissoras têm) em encontrar bons intérpretes considerados 'galãs' na faixa entre 30 e 50 anos, pois há vários canastras que acabam servindo de opção na falta de alguém melhor. Portanto, não é surpresa Vladimir ter sido escalado para protagonizar uma história nesse seu retorno aos folhetins. E é impressionante como Gui combinou bem com ele. Embora seja clichê fazer esse tipo de comentário quando se elogia um bom profissional da área, é nítido que o papel parece escrito sob medida. Difícil imaginar outro no lugar vivendo esse perfil sem soar caricato ou fora do tom.

Gui Santiago é um roqueiro que viveu o auge do sucesso na época em que o rock nacional tinha um alcance gigantesco e depois foi caindo no ostracismo. O cantor foi se envolvendo cada vez mais em brigas e escândalos, incluindo ainda um filho fora do casamento que ele teve com uma fã, ignorando todo o crescimento da criança e pagando apenas pensão.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Nelson Xavier era um ator dedicado e um profissional respeitado

O ator Nelson Xavier faleceu, aos 75 anos, na madrugada desta quarta-feira (10/05), em Uberlândia, Minas Gerais. Em 2014, durante o Festival de Gramado, ele contou que fez tratamento contra o câncer de próstata em 2004 e que estava livre da doença. Foi lá também que recebeu o prêmio de Melhor Ator com o filme "A Despedida", um de seus últimos trabalhos. A causa de sua morte foi o agravamento de uma doença pulmonar, após ter sido internado na última terça-feira. 


Profissional admirado por todos, Nelson era um ator que se dedicava de corpo e alma aos seus papéis. A maior prova disso é o fato de dois dos seus melhores trabalhos serem interpretando pessoas que realmente existiram. O desafio de viver perfis que fizeram parte da cultura nacional é um risco para qualquer ator e a chance de não convencer é sempre alta. Mas não foi problema para ele. Afinal, como esquecer o icônico Virgulino Ferreira da Silva na minissérie "Lampião e Maria Bonita", exibida na Globo em 1982? 

O Rei do Cangaço foi um divisor de águas na carreira do ator, mesmo já tendo uma longa jornada no cinema (começou em 1959 e fez 55 filmes no total). Na tevê era apenas seu terceiro trabalho. E marcou para sempre. Sua parceria com Tânia Alves (Maria Bonita) foi irretocável, destacando o lado mais 'sereno' de uma figura marcada pela imponência.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Pierre Baitelli precisava apenas de uma oportunidade e ganhou com o Antônio em "A Lei do Amor"

A vida de um jovem ator não é fácil. Mas de atores de verdade. Aqueles que lutam por amor às artes cênicas e não porque querem aparecer na televisão. Muitos buscam um lugar ao sol através de peças de teatro com infraestrutura precária e retorno financeiro quase nulo. Alguns conseguem ótimas oportunidades em "Malhação", dando um bom pontapé inicial na carreira. Já outros seguem batalhando, sem maiores chances. E um ator brilhou em "A Lei do Amor", abraçando a maior oportunidade que ganhou até agora. Seu nome é Pierre Baitelli.


O intérprete do Antônio finalmente teve a chance de mostrar o seu talento na atual novela das nove e se destacou na pele de um dos personagens mais espirituosos do folhetim de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. O perfil começou timidamente na segunda fase, mas logo foi mostrando força, destacando o ator e crescendo na história. Ele tem como principal característica a autopiedade, em virtude de suas constantes frustrações amorosas, e adora rir de suas 'desgraças'. Tem um humor refinado, além de transbordar integridade. Lembra bastante, inclusive, o Nolan Ross (Gabriel Mann), da série americana "Revenge". Os atores até se parecem fisicamente.

Filho da oportunista Gigi (Milla Moreira), o rapaz sempre foi melhor amigo da mimada Letícia (Isabella Santoni) e nutria um amor não correspondido por ela. Chegou a ficar no meio do triângulo amoroso da amiga, pois também é parceiro de Tiago (Humberto Carrão) e era de Isabela (Alice Wegmann).