E Berstein reservou uma série de sequências que valorizaram o veterano e aproveitaram toda a capacidade dramática de Ary, que não era vista há um bom tempo, após uma série de perfis mais voltados para a comicidade nos últimos anos. Barão, parecendo que já sabia de sua partida, fez questão de se entender com todas as pessoas que amou. Declarou seu amor ao filho, Aurélio, e se emocionou com o casamento do herdeiro com Julieta. Ary e Marcelo Faria se destacaram com um momento lindo de ser ver.
Durante o Baile de Máscaras promovidos pelos noivos, o personagem resolveu se aproximar da filha, Tenória (Priscila Marinho), e pediu perdão pelo tempo que não tiveram juntos. Pela primeira vez, os dois deram um abraço bonito e selaram a paz. Mais um instante de pura emoção protagonizado pelo ator. O capítulo desta quinta-feira (20/09), por sinal, foi todo dele.
A cena em que Barrão e Julieta brincaram um com o outro, após inúmeras trocas de farpas, expôs a sintonia entre Ary e Gabriela Duarte. Os olhares complementaram aquele momento tão sensível. Logo depois, Barão comemorou com os sócios do Café Três Mosqueteiros ----- Januário (Silvio Guindane), Camilo (Maurício Destri) e Ernesto ---- o sucesso do novo negócio. Um senhor em uma cadeira de rodas que parecia uma criança feliz com os novos amigos.
E o diálogo do avô com sua neta primou pela delicadeza. Praticamente impossível não ter se emocionado com o Barão declarando seu amor por Ema e a menina, agora bem mais madura, apoiando o homem que tanto admira. Ary e Agatha Moreira sempre se destacaram pelo delicioso entrosamento cênico e não foi diferente no último momento juntos. Quando ficou sozinho, Barão pegou a foto do Imperador Dom Pedro II (a quem se referia desde o início da história como o responsável pelo seu título de Barão de Ouro Verde) e desabafou: "Imperador, tenho pelo senhor muita gratidão e admiração. Mas acontece que o tempo passa e nós passamos também. O senhor acredita que tenho novos amigos que fazem questão de mim? Sabe, monarca, o senhor me deu o título de Barão e os meninos me chamam de mentor. O senhor é passado, eles são hoje. O agora. Prefiro continuar na companhia dos meus amigos e do futuro".
Barão conseguiu se levantar para pegar a foto de seus sócios e acabou sentado na cadeira de balanço ao lado de sua cama. Seu último suspiro foi dado através de uma poética despedida em sonho, valsando com todos os seus grandes amigos e amores. Uma sequência que não precisou de texto. Ary fez o público chorar com Agatha Moreira, Priscila Marinho, JP Rufino (Estilingue), Gabriela Duarte, Marcelo Faria, Silvio Guindane, Maurício Destri e Rodrigo Simas. Aquela última dança misturou alegria e profunda tristeza, resultando em uma das cenas mais sensíveis do ano. Palmas também para a direção de Fred Mayrink. A lágrima vinha sem pedir licença.
"Orgulho e Paixão" vem conseguindo fechar os ciclos dos seus núcleos sem correria e a morte do Barão de Ouro Verde foi um dos finais mais tocantes da trama. Ary Fontoura se despediu da novela em grande estilo e sendo valorizado como o grande ator que é. Vá em paz, Barão!
14 comentários:
Foi incrível. Ary que ator. E que bom que foi valorizado e teve seu momento na novela. 😍 Amei.
Ary é gênio!!!
Como eu chorei! Que cena!!! Tinha me revoltado com a morte mas acabei adorando porque resultou nessa cena antológica.
Genial! Não fui contra a morte dele para pra mim ele sempre soube mesmo, sempre falava nisso. Só não gostei que o Pirulito não teve uma cena de despedida também. JP tem se especializado nesse tipo de personagem, menino travesso que faz um amigo adulto, e tinha dado muito certo com Sérgio Guizé e Março Nanini, e agora com Ary Fontoura também, uma pena.
Olá Sérgio!!
Eu simplesmente amei essa sequência. Embora por algum tempo o Barão tenha ficado avulso na trama (pulando de casa em casa, com falas esporádicas em alguns capítulos), essa reta final tava valorizando muito ele e essas cenas encerraram sua participação com chave de ouro. O Barão que me fez rir praticamente a novela inteira me fez chorar como nunca pensei nesses últimos capítulos. Ary Fontoura foi genial, e seus companheiros de cena não ficaram atrás. Aquela cena final da valsa com todas as pessoas que ele gostava foi de derrubar qualquer um, meus olhos encheram de água só de relembrar lendo a descrição aqui. Uma das melhores da novela com certeza, parabéns a todos os envolvidos.
No mais, é isso. Abraços!!
Zamenzito, que texto incrível! Fico feliz em ver o meu personagem preferido ter espaço no blog. Confesso que pensei em pedir um texto sobre o personagem do Ary. Ontem, assistindo as cenas, me desfiz em lágrimas. Não consegui parar de chorar. Não queria que o Barão tivesse morrido, não sem ver o bisneto, o sucesso de suas empreitadas junto com os demais mosqueteiros e tudo que o personagem ainda tinha para viver. Fiquei tão triste com o ponto final do Barão de Ouro Verde que toda vez que parava para lembrar, me debulhava em lágrimas mais uma vez. Acho que uma das coisas mais bonitas da evolução de Afranio Cavalcante foi mostrar que independentemente da idade, nós sempre teremos o que aprender, erros a corrigir e novas batalhas a enfrentar. Que o filho de Ema e Ernesto tenha o nome do bisavô.
Chorei muito com o Ary e essa novela já tá deixando um vazio.
Tb amei, Louis..
É sim, Juan.
A morte acabou sendo "boa" mesmo, Heródoto, porque resultou nessa bela homenagem.
´´E verdade, Malu, ao menos ele teve na dança do sonho.
Concordo plenamente, Germana. Senti sua falta. bjs
Que bom que adivinhei seu pensamento, Chaconerrilla. Tb amei o Barão e o filho se chamará Afrânio.
Ja ta sim, Vivian.
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