terça-feira, 18 de setembro de 2018

Nathalia Dill viveu sua melhor mocinha em "Orgulho e Paixão"

Interpretar uma heroína de folhetim não é uma tarefa simples. Embora vários autores estejam se esforçando para construir mocinhas ativas nos últimos anos, esse tipo de perfil exige um cuidado redobrado para não irritar ou cansar o público. E, claro, a interpretação da atriz é vital para o bom resultado final. Nathalia Dill, por exemplo, já pode ser considerada uma especialista no assunto. Está interpretando sua quinta mocinha em "Orgulho e Paixão". Além do risco de ficar estigmatizada, tinha chances de cair na repetição. Mas nada disso aconteceu.


Pelo contrário. A atriz teve a sorte de ganhar um perfil muito bem construído por Marcos Berstein, inspirado na personagem homônima do romance "Orgulho e Preconceito", da escritora inglesa Jane Austen. Elisabeta Benedito é uma protagonista ativa, à frente do seu tempo (licença poética bastante válida, levando em conta o ano que se passa o enredo: 1910), corajosa, leal aos seus amigos e enfrenta seus inimigos de igual para igual. Embora reúna características que até poderiam resultar em um ar de superioridade, a filha mais velha de Ofélia (Vera Holtz) esbanja simpatia.

Nathalia Dill sempre esteve muito à vontade no papel e desde a estreia da novela vem protagonizando várias cenas merecedoras de elogios, tanto dramáticas quanto cômicas. Sua química com Thiago Lacerda (Darcy Williamson) é perceptível e sua sintonia com Agatha Moreira (Ema), Pâmela Tomé (Jane), Anaju Dorigon (Cecília), Chandelly Braz (Mariana) e Bruna Griphao (Lídia) resulta em sequências sempre delicadas.
Os embates da mocinha com Susana e Lady Margareth também merecem menção, destacando a ótima parceria da atriz com Alessandra Negrini e Natália do Vale (com quem contracenou no primeiro capítulo de "Êta Mundo Bom!", em 2016).

A intérprete conseguiu diferenciar Elisabeta de suas quatro mocinhas anteriores. E não era um desafio fácil. Mas não há dúvida que a atual heroína de Nathalia é a melhor de sua carreira até o momento. Elisabeta é um perfil carismático e inteligente. Não cai em armações bobas e não demora em descobrir os planos dos vilões, além de lutar sempre pelos seus objetivos, entre eles seu grande amor, sua família e seu trabalho. O autor foi muito feliz na composição da personagem e a atriz aproveitou. Não tem como não torcer por ela. Ainda faz questão de ajudar seus amigos, mesmo passando por problemas.

A primeira mocinha de Nathalia foi a Santinha, em "Paraíso", remake de Benedito Ruy Barbosa, exibido em 2009. A personagem representava o oposto de tudo o que tem sido visto na atual trama. Chorona, passiva e retraída, a menina vivia praticamente presa em casa pela mãe religiosa e raramente conseguia ter algum momento com Zeca (Eriberto Leão), o homem de sua vida. A novela se arrastou do início ao fim e foram poucos os acontecimentos relevantes. Tanto que o público só teve o direito de ver o casal junto nos minutos finais do último capítulo. Haja paciência. Ainda assim, a atriz convenceu no papel.

Já a íntegra Viviane foi uma mocinha bem escrita por Elizabeth Jhin em "Escrito nas Estrelas", exibida em 2010. Nathalia novamente brilhou e sua química com Humberto Martins (Ricardo, o amor do presente e de outra vida) e Jayme Matarazzo (Daniel, o amor que se foi em um acidente) era visível. Ainda assim, a novela teve uma barriga ---- período sem conflitos relevantes ---- que a prejudicou da metade para o final e o conflito da personagem com o espírito de Daniel cansou. A outra heroína da atriz foi a Laura, em "Alto Astral", novela de Daniel Ortiz, exibida em 2014. O bom desempenho da atriz mais uma vez se fez presente e o entrosamento com Sérgio Guizé (Caíque) era tanto que ultrapassou a ficção. O casal agradou e o folhetim era bem agradável. Mas não foi um papel marcante.

A quarta mocinha de Nathalia veio em 2016 com "Rock Story", ótima novela de Maria Helena Nascimento. E a intérprete trabalhou por um tempo em dose dupla: deu vida a gêmeas, uma boa e outra má, fazendo jus ao clichê do gênero. Ela se destacou nos dois papéis, mas poderia ter rendido muito mais na pele da vilã Lorena. A autora não aproveitou a personagem e a matou quando a bandida tinha tudo para se destacar. Enquanto Júlia foi uma mocinha sem muitos conflitos, uma vez que sua relação com o roqueiro Gui Santiago (Vladimir Brichta) não apresentou grandes desdobramentos ou maiores empecilhos. Ou seja, é inegável que a atual heroína é a mais cativante da atriz.

"Orgulho e Paixão" se aproxima do seu final, o que é uma pena. No entanto, o desenvolvimento recheado de dramas e boas viradas envolvendo Elisabeta Benedito e seus amigos foi um dos muitos êxitos do folhetim de Marcos Berstein. Nathalia Dill ganhou sua melhor mocinha e a partir de agora seria bom vê-la em tipos mais diferenciados, deixando a personagem clássica de Jane Austen como um fechamento de ciclo vitorioso. Fica a dica.

22 comentários:

Anônimo disse...

Nathalia Dill é sem duvidas uma das melhores atrizes de sua geração!
Logo de inicio deu pra perceber que Elisabeta seria uma boa personagem. A atriz,talentosa,brilhou mesmo,segura no papel da protagonista.
Nathalia precisa urgente de um papel de destaque em uma novela das nove,já passou da hora a muito tempo. E todos os elogios para o desempenho dela em Orgulho e Paixão é pouco,ela foi responsável por muitos dos melhores momentos,teve química praticamente com o elenco inteiro e,teve uma imensa torcida na internet.
Ela fecha mais um trabalho com destaque e merecidos elogios. É uma das novas grandes atrizes <3

Anônimo disse...

Gostei de sua materia Sergio Santos.Tudo que essa moça faz encanta. Gosto muito do trabalho dela. Discreta, educada e profissional.Pude ver todos os filmes no qual ela participou e gostei bastante, e também no teatro. Ela emenda muitos trabalhos mas o talento e vibe dela na tv são ótimos. Quero que continue emendando, assim como outros artistas que estão aí emendando também, ( e não tenho nada contra). Ela merece destaque numa novela de horário nobre, já passou da hora de ser reconhecida pelo talento e profissionalismo que possui.

Andressa Mattos M. disse...

Concordo plenamente. Acho que Elisabeta foi a melhor mocinha dela e deveria parar por aí. Chega de heroína. Agora vilãs, tipos cômicos ou complexos. Cinco mocinhas já estão de bom tamanho.

Unknown disse...

Discordo que seja a melhor mocinha, pra mim foram Viviane de Escrito Nas Estrelas e Júlia de Rock Story, bem como os casais em questão. Sua parceria com Vladimir Brichta é inegavelvemente a melhor Concordo que ela precisa deva parar por aí! Mas não depende só dela. E sim, a autora matou a chance dela arrasar como Lorena,

Danuza Rangel

Anônimo disse...

A minha preferida foi a Júlia de Rock Story. Pelo ao menos eu simpatizei mais com ela.

Malu disse...

Nossa eu amava a Santinha! Inclusive a colocaria empatada com Elisabeta. De resto, concordo com os elogios à Nathalia. Ela arrasa como mocinha, inclusive, seu papel mais fraco foi justamente uma coadjuvante, a Débora em Avenida Brasil. Falando em Débora, a de Malhação foi uma estréia ótima, e concordo que após cinco mocinhas seria bom vê-la de volta à vilania. Nathalia já mostrou sua versatilidade e é uma exceção, pois mesmo emendando trabalhos não fica com a imagem saturada, porque compõe muito bem suas personagens, diferenciando-as umas das outras. Fecha essa linda novela com chave de ouro, mais um excelente trabalho no currículo. Uma atriz em franca ascensão e uma das melhores de sua geração.

Anônimo disse...

Eu achei tão chata quanto as outras.

Anônimo disse...

mesmo quando elogio nao perde a chance de criticar, todas as mocinhas da atriz foi marcante, Elisabeta não foi e nem é a unica mais cativante, todas foram cativantes e bem construidas, mas o que esperar de um baba ovo de atores teen. A Santinha voce só critica porque odeia o benedito ruy barbosa, isso nem é novidade kkkk, mas a audiencia da epoca mostrou que todos gostava mesmo sendo arrastado, isso doe muito em você não é? e ainda vive reclamando que Gui e Julia não tinha conflitos mas fica babando Ema e Ernesto que ficavam a novela toda naquela cama transando, isso que eu chamo de conflitos kkkk. E aquela fuga do Ernesto só serviu pra ele e Ema ficarem transando mais naquela ilha kkkk. E nao duvido nada que você ja esteja babando e implorando pro seus atores teen estarem na nova novela da rosane e do paulo kkkkk

Unknown disse...

Olá Sérgio!!
Ótimo texto, parabéns. Um dos muitos méritos de Orgulho E Paixão é justamente os mocinhos inteligentes e carismáticos, algo raro de se encontrar hoje em dia. E Elisabeta e Darcy cumprem esses requisistos com folga.
Confesso que quando ouvi falar que ela seria a mocinha da novela fiquei com um pouco de receio porque ela havia acabado de sair de um papel muito parecido em uma novela que eu adorei; uma nova empreitada poderia significar mais do mesmo. Felizmente, eu estava completamente enganada e Nathalia Dill defendeu Elisabeta com muita competência e de um jeito único, diferenciando-a da Júlia ou de qualquer outra mocinha. Aliás, concordo que Elisabeta é a melhor protagonista dela, mas a coloco em pé de igualdade com a Viviane (um personagem difícil quando ela era menos experiente) e só um pouco a frente da Júlia (que tinha alguns bons conflitos que só não renderam o que poderiam render, além de formar um par lindo com o Gui). E apesar de ser lenta, eu gostava muito de Paraíso e achava a Santinha uma boa personagem (pelo menos na maioria do tempo... rs).
E, pra finalizar, eu queria fazer uma menção honrosa a uma personagem que não era mocinha, mas roubou o posto por um tempo: a Doralice de Cordel Encantado. Ela era forte, determinada, se vestiu de homem pra ajudar seu amor e ainda fomava um casal maravilhoso com o príncipe Felipe (Jayme Matarazzo)! Era impossível não gostar dela!
No mais, é isso. Abraços!!

Vanessa disse...

Sérgio, meu querido.
Acho que já comentei aqui que eu torci o nariz quando a Globo cravou a Nathalia Dill para viver uma personagem que eu amo da literatura inglesa.

Além de amar a heroína do livro, ainda pesava a questão de, no cinema, a Elizabeth Bennet ter sido defendido pela Keira Knightley.

E tinha o fato também de não curtir muito o trabalho da Dill. Mas bastaram alguns capítulos pra atriz me ganhar de vez. rs

A Nathalia conseguiu fazer a Elisabeta que eu imaginava: solar, fofa, mas forte ao mesmo tempo, como é a Lizzy da Austen.

Fora que é uma personagem extremamente bem escrita. É impossível você não torcer pelos sonhos dela, por seus amores, por sua relação com as irmãs. ;)

Até mais, querido!

Sérgio Santos disse...

Ela é ótima msm, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Pois é, Andressa, agora já chega.

Sérgio Santos disse...

Eu achei Elisabeta com um enredo mil vezes melhor que Julia, Danuza. E Viviane eu tb adorei, mas a novela teve uma barriga da metade pro final que prejudicou a trajetória dela.

Sérgio Santos disse...

Tudo bem, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Nossa, Malu, eu nao suportava aquela Santinha. Passou a novela toda chorando e se lamentando, trancada num quarto, e só teve seu momento feliz nos últimos 3 minutos do ultimo cap. Achei a novela, aliás, insuportável...kkkk

Sérgio Santos disse...

Tudo bem, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Vc é muito babaca, anonimA, e eu sei quem vc é. Continue me prestigiando e o sucesso de Erma foi o seu ódio, né. E supera o tombo arliza, fofa. Parece DOENÇA. kkkkkkkk

Sérgio Santos disse...

Ah, anonimo, a Nathalia Dill tem 67 anos, né??? Que moral vc tem pra falar em fã de ator "teen"???? Agatha e ela tem idades parecidas, sabia sua besta???? kkkkkk

Sérgio Santos disse...

Beijão, Germana!!!

Sérgio Santos disse...

Eu tb adorei, Vanessa!!!! Bjssss

Diego Oliveira Sevilla disse...

Nathália Dill tesão demais dava tudo pra lamber dos pés aos cabelos trepar com ela o tempo todo,.homenageio muito essa tesão princesa da Nathália Dill comigo ou essa tesão da Nathália Dill transando com velhos, todos os velhos machos da minha família um de cada vez