sábado, 22 de setembro de 2018

Irmãs Benedito foram defendidas por um quinteto de talento em "Orgulho e Paixão"

O elenco de "Orgulho e Paixão" foi bem escalado e quase todos os intérpretes tiveram chance de destaque. Mas o time feminino se mostrou impecável. Não teve uma atriz sequer que deixou a desejar ao longo da trama. Todas convenceram. E o quinteto central do enredo se mostrou um dos maiores êxitos do autor Marcos Berstein e do diretor Fred Mayrink, que escolheram nomes perfeitos para os perfis da família Benedito. Todas jovens talentos: Pâmela Tomé, Bruna Griphao, Nathalia Dill, Anaju Dorigon e Chandelly Braz.


Jane, Lídia, Elisabeta, Cecília e Mariana foram tipos que conseguiram conquistar o público com facilidade graças ao bom conjunto em torno da construção habilidosa do escritor e da interpretação das atrizes, que aproveitaram muito bem as oportunidades do roteiro. Carismáticas e corajosas, as personagens honraram o núcleo principal da trama e todas tiveram chance de um ótimo destaque ao longo dos meses. Claro que Elisabeta teve mais por representar a mocinha, mas as outras não foram subaproveitadas. Houve um esquema de rodízio desenvolvido com competência.

E todas tiveram suas peculiaridades, até mesmo na vestimenta. A preocupação da equipe de figurino em cima da cor preferencial de cada uma se tornou evidente, imprimindo um tom lúdico bem-vindo em uma novela solar e açucarada. Pareciam bonecas. Jane adotava tons azulados claros, Lídia um rosa mais patricinha, Elisabeta um vermelho/vinho poderoso, Cecília um verde limão e Mariana tons alaranjados.
Pareceram mesmo meninas saídas de algum livro, no caso vários clássicos da escritora inglesa Jane Austen. É o típico caso do figurinista que ajuda a contar a história do autor de forma clara. Afinal, isso ocorre em qualquer folhetim, mas nem sempre o público mais leigo consegue observar. Nessa produção foi fácil.

Pâmela Tomé estava escalada para viver a Maria, de "Onde Nascem os Fortes", e até cortou os cabelos para o novo trabalho. No entanto, houve uma troca de elenco e Alice Wegmann ---- que seria Ema, perfil adoravelmente vivido por Agatha Moreira ---- ficou com a protagonista da trama das 23h e a intérprete ganhou a Jane, precisando usar peruca e apliques. A troca acabou sendo benéfica para todas. Pâmela estreou como atriz em "Malhação - Seu Lugar no Mundo" (2015) e fez uma rápida participação em "Sol Nascente" (2017), duas produções bastante equivocadas. Se saiu bem e mostrava potencial. Com Jane, é possível constatar que vai longe na profissão. Sua química com Maurício Destri (Camilo) encantou e as cenas dramáticas demonstraram o talento da atriz.

Após quatro mocinhas, Nathalia Dill viveu sua melhor heroína com a destemida Elisabeta. O risco de se repetir era elevado por razões óbvias, mas a atriz soube imprimir um novo tom para a protagonista de "Orgulho e Paixão" e o romance com Darcy funcionou logo no início do folhetim, expondo sua boa sintonia com Thiago Lacerda. Deu gosto de torcer por ela e o autor ainda se preocupou em inseri-la nos conflitos dos amigos sem parecer forçado, engrandecendo mais o perfil. A menina que virou uma mulher empoderada, defensora de seus ideais e escritora talentosa despertou empatia graças ao bom desempenho da intérprete e ao autor, habilidoso no desenvolvimento da trama

Anaju Dorigon merecia essa oportunidade desde que brilhou na pele da complexa Jade, em "Malhação Sonhos" (2014). A Globo, infelizmente, não se preocupou em um novo trabalho para a atriz, além de uma pequena participação em "Segredos de Justiça" ---- quadro do "Fantástico" de 2016 ----,  que acabou indo para a Record, onde viveu a sofrida Dulcinéia em "Belaventura" --- e emocionou. Cecília marcou sua volta à emissora que a lançou e seu desempenho não poderia ter sido melhor. A sonhadora menina que fantasiava os romances que lia nos livros foi muito bem defendida e a delicada relação com Rômulo encantou. Sua química com Marcos Pitombo esteve presente em todas as cenas de cumplicidade do casal, que viveu vários conflitos na Mansão do Parque, mas sempre juntos. Berstein não usou o clichê da separação para render desdobramentos. E o drama da adoção de um bebê na reta final foi a cereja do bolo.

Chandelly Braz viveu seu melhor momento na carreira com a feminista Mariana. Seu romance com Coronel Brandão (Malvino Salvador) foi conquistando aos poucos e sua aventura na pele de Mário, com o intuito de participar das corridas de moto ao lado do seu amado, empolgou ao longo da novela. Vale citar ainda o drama que a corajosa corredora viveu, quando Xavier (Ricardo Tozzi) cortou seus cabelos à força para se vingar. Ela emocionou com o choro desolador da menina e o trauma enriqueceu o contexto da personagem. Sua participação no bonito romance de Luccino (Juliano Laham) e Otávio (Pedro Henrique Muller) foi outro êxito da história, demonstrando a compreensão com o diferente.

Já Bruna Griphao, inicialmente, parecia a menos favorecida. Lídia não tinha grande relevância nos primeiros meses e servia apenas como um breve alívio cômico. Todavia, aos poucos, a personagem foi ganhando importância e a intérprete conseguiu se destacar tanto no humor quanto no drama. A caçula de Ofélia (Vera Holtz) e Felisberto (Tato Gabus Mendes) é um tipo caricato, incluindo até a maquiagem (com direito a pinta perto da boca, como Madonna). Ou seja, um papel difícil, ainda mais na pele de uma profissional jovem. Como extrair momentos dramáticos de uma menina naturalmente exagerada, por exemplo? Mas Bruna tirou de letra e mostrou como é competente. Além de divertir em várias situações, emocionou em cenas que expuseram o lado humano e sentimental da personagem depois que engravidou de Uirapuru (Bruno Gissoni). A relação atrapalhada com Randolfo (Miguel Rômulo) foi outro êxito, rendendo situações engraçadíssimas.

"Orgulho e Paixão" está a poucos dias do seu fim e todas as qualidades da produção foram amplamente abordadas neste espaço. Faltava apenas ressaltar o talento do quinteto que honrou a importância das irmãs Benedito para a gostosa história de Marcos Berstein. Cinco atrizes que merecem todo o reconhecimento.


20 comentários:

Anônimo disse...

Essa novela foi maravilhosa!
Eu já esperava que a Nathalia Dill fosse arrasar como sempre,mais uma ótima interpretação pro seu currículo,ótima atriz!!
As outras tbm foram maravilhosas,foi um quinteto de muito talento. Essa novela deixará saudades <3

Heródoto disse...

Sentirei saudades da novela e dos seus textos tão bons sobre ela. Tem crítico que deveria aprender com você.

Andressa Mattos M. disse...

O seu texto de número 1500 não poderia ter sido para uma produção melhor. ADOREI e parabéns!

chica disse...

Passando pra desejar um lindo fds e uma primavera bem colorida e linda! abração,chica

Elisabete disse...

Que bonitas atrizes!
Um abraço.

Malu disse...

Já tô sofrendo de saudades dessa novela! Também acho que cada personagem caiu como uma luva para suas intérpretes, não poderiam ser outras as atrizes! Achei inicialmente que poderia ficar desigual o destaque, mas não. Só o começo de Lídia e Mariana com Uirapuru que era realmente chato, mas ambas melhoraram 100% quando se desligaram dele, o mesmo ocorreu com Charlotte, por exemplo. Agora na reta final, só reclamo um pouco da falta de cuidado com a gravidez de Lídia, que há bastante tempo foi descoberta e nada de barriga. Mas, defeitos pequenos em relação aos deliciosos enredos que cada uma das irmãs protagonizou.

Chaconerrilla disse...

Um quinteto lindo que deu vida a cinco irmãs maravilhosas

Sérgio Santos disse...

Deixará mesmo, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Fico honrado, Heródoto.

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Andressa.

Sérgio Santos disse...

Pra vc tb, Rejane.

Sérgio Santos disse...

E talentosas, Elisabete.

Sérgio Santos disse...

Compartilho da sua opinião, Malu.

Sérgio Santos disse...

Fato, chaconerrilla.

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Como já falei antes, não fiquei envolvido com Orgulho e Paixão. Por isso, não comentarei no meu blog. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

Smareis disse...

Boa tarde Sérgio!

Nathalia Dill muito bonita e boa atriz. Você escreve tão bem sobre as novelas Sérgio. Sempre tão atualizado e criativo. Alguém da globo deveria ler suas postagem, acho que iriam gostar muito.
Um beijo, um sorriso e ótima semana!
Escrevinhados da Vida

Anônimo disse...

As cinco foram ótimas!!! Que a Globo não deixe nunca mais a Anajú sair da emissora! Já a aguardo em Bom Sucesso

Sérgio Santos disse...

Ok, Fabio. abçs

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Smareis.

Sérgio Santos disse...

Tomara, anonimo.