sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

O ano de 2022 foi trágico para os realities

 Há anos que os realitites viraram uma espécie de galinha dos ovos de ouro para as emissoras. O custo de produção não é muito alto, há uma boa venda com cotas de patrocinadores e um retorno positivo da audiência. Uma soma bem-sucedida. Com a pandemia do novo coronavírus, os formatos ficaram ainda mais populares em virtude do maior número de pessoas em casa sem muitas opções de entretenimento na televisão aberta diante de tantas reprises de novelas ---- as inéditas tiveram gravações interrompidas. Porém, em 2022 o resultado foi trágico. 


Tudo começou com o fiasco do "BBB 22" no início do ano. Após duas temporadas que foram um fenômeno de audiência e repercussão ----- turbinadas pelos participantes carismáticos e pela já mencionada questão da pandemia -----, o reality naufragou. A grata surpresa foi a apresentação de Tadeu Schmidt, que substituiu brilhantemente Tiago Leifert. A estreia do quadro "Big Terapia" com Paulo Vieira também foi um acerto. Mas a seleção do elenco se mostrou equivocada logo no começo e o favoritismo do Arthur Aguiar deixou tudo ainda pior. Provas cansativas, jogos da discórdia que não funcionaram e competidores que se recusavam a jogar. 

É verdade que a audiência não foi ruim. Embora a média tenha ficado abaixo do "BBB 20 e 21", os números não representaram um fracasso. E houve um ótimo lucro para a emissora com os patrocinadores. No entanto, a repercussão foi muito baixa e a maior comprovação da falta de entusiasmo do público com os participantes foi o chamado 'pós-reality'.

Todos sumiram da grande mídia, sem exceção. Até hoje há comerciais com Juliette e Gil do Vigor, aparições de Manu Gavassi, Thelminha, Babu e Rafa, mas nada dos participantes deste ano. Parece até que o último BBB foi o vencido por Juliette Freire. E o que dizer do vencedor do "BBB 22"? Virou figura 'non-grata' e passou a fazer publicidade de produtos e serviços questionáveis em sua rede social. Houve até um clima de 'já vai tarde' quando a vigésima segunda temporada chegou ao fim. 

A Globo seguiu sofrendo com os realities assim que estreou o segundo ano de "No Limite". A audiência ficou abaixo da alcançada em 2021 e houve um claro declínio de patrocinadores. Foram realizadas bem menos provas com publicidade. A repercussão também ficou muito abaixo da desejada. Tanto que a grande maioria dos competidores ganhou pouquíssimos seguidores em suas redes sociais. Querendo ou não, é um reflexo da falta de interesse pelo programa. Porém, justiça seja feita, a temporada foi muito melhor que a do ano passado, tanto no nível das provas quanto na seleção dos participantes. A chegada de Fernando Fernandes na apresentação foi outro bônus. Merecia ter feito mais sucesso. 

Mas o ano catastrófico dos realities não se resume ao principal canal do país. O "Power Couple Brasil" teve o pior desempenho de toda a história do formato. A repercussão foi próxima a zero nas redes sociais e a audiência um fracasso. Raramente conseguia sair da terceira posição, perdendo para o "Programa do Ratinho", no SBT. A seleção de casais até parecia promissora nas primeiras semanas, mas o reality provou que nem com muitos barracos uma boa disputa é feita. A atração teve inúmeras brigas e muitas delas protagonizadas por Brenda e Matheus, os campeões do programa. Mas o nível dos embates foi descendo tanto e ficando tão pesado que deixou de ser entretenimento. Até um segurança da emissora foi colocado dentro da casa para evitar algo mais grave. E nem assim a disputa decolou. Pelo contrário, acabou afastando os poucos que assistiam. 

A Record enfrentou uma nova fase de fiascos com a segunda temporada do "Ilha Record". Mariana Rios entrou no lugar de Sabrina Sato, agora na Globo, e esteve segura na apresentação. Mas o maior acerto do reality ano passado foi a novidade do 'Exílio', um local secreto na ilha onde todos os eliminados ficavam e interferiam no jogo. Era uma espécie de paredão falso permanente. Uma boa ideia do diretor Rodrigo Carelli. Porém, o fator surpresa acabou porque todos os competidores já sabiam que não eram eliminados nas provas. Com isso, boa parte do atrativo do formato se perdeu. E acabou refletindo na audiência, que já chegou a míseros 2 pontos em alguns dias, ficando em quarto lugar. A repercussão nas redes também foi praticamente nula. 

A Band é mais uma vítima do ano nada favorável para os realities. O "Masterchef BR" já apresenta sinais de desgaste há muitos anos, mas em 2022 enfrentou ainda mais dificuldades. Como o SBT exibiu os jogos da Libertadores às terças-feiras, dia da competição culinária, houve um efeito negativo gigante para a audiência. Houve dias em que o programa, que tem como jurados Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Helena Rizzo, ficou com 0,4 pontos. Mas a verdade é que a seleção dos participantes deste ano não foi feliz. Foram poucas as figuras realmente carismáticas. E claro que o que importa em um formato do tipo é a habilidade na cozinha e não carisma. Mas ainda assim, a disputa nunca chegou a ter candidatos realmente competitivos e favoritos ao prêmio. Foi um festival de altos e baixos. Realmente não empolgou. Ao menos a emissora acertou com duas temporadas curtas já o segundo semestre com a volta do "Marterchef Profissionais" e a estreia do "Masterchef +" com participantes acima dos 60 anos. Boas surpresas em meio a tantos equívocos. 

A maré foi tão turbulenta que a Globo até cancelou o "Mestre do Sabor" no segundo semestre. O reality culinário da emissora nunca teve repercussão e uma audiência expressiva, mas seguia no ar porque lucrava com publicidade. Pelo visto houve um receio com um fracasso maior do que o esperado este ano. O anúncio do cancelamento foi dado junto com a notícia que o formato seria substituído na grade por "This is Us", série americana de sucesso, atualmente na grade toda quarta-feira. 

Após tantos fiascos, veio "A Fazenda 14", exibida pela Record desde setembro. O reality comandado por Adrianne Galisteu conseguiu o que parecia impossível: ser pior do que tudo de ruim que foi exibido ao longo do ano. Logo na primeira semana ocorreu um festival de barracos forçados protagonizados por Deolane e Deborah. E o festival de brigas seguiu ao logo dos meses sempre chefiados por Deolane e seus asseclas, como Vini, Lucas, Pétala, Thiago e Bia. Todos fazendo ameaças de morte e tentando agressões físicas em enfrentamentos que caíram na repetição. O programa nunca teve nível, mas superaram qualquer previsão das mais pessimistas. Para culminar, a credibilidade do formato, que sempre foi questionada, naufragou de vez na reta final quando as irmãs de Deolane deram um piti a porta da fazenda exigido a saída de Deolane só porque a advogada estava sendo odiada pelo grande público e perderia a final para a rival Bárbara Borges. Elas conseguiram tirar Deolane que aqui fora ficou dando um show de vergonha alheia fazendo lives vexatórias sobre privilégios que ela mesma assumiu ter tido no reality, mas falando em tom de acusação como se não tivesse sido beneficiada. A maior puxa-saco de Deolane, Pétala, desistiu da competição pouco tempo depois que sua mestra arregou da disputa. Como se não bastasse isso tudo, a produção chegou a cancelar a festa da final, mas voltou atrás depois do protesto dos participantes que ameaçaram boicotar a última dinâmica da lavagem de roupa suja. Rodrigo Carelli destruiu uma temporada que ficou marcada como o maior fracasso de todas na audiência. Ao menos Bárbara Borges, a campeã da edição, foi indenizada com o prêmio por ter aguentado um bando de gente insuportável. 

O ano de 2022 definitivamente não foi nada feliz para os realities. Resta aguardar para ver se em 2023 a sina continuará ou se os bons tempos retornarão. 

26 comentários:

Anônimo disse...

UMA SUCESSÃO DE DESGRAÇAS.

Anônimo disse...

Do BBB os únicos que ainda vejo fazer publi relevante e tem algum espaço na mídia são o Scooby, PA e DG (que está fazendo Todas as Flores). De certa forma eles se beneficiaram muito com essa amizade. Agora o Arthur já era de se esperar, pois a Padaria e a Mayra Cardi o atrapalharam durante o programa e no pós. Além do mais, o próprio Arthur teve atitudes questionáveis no BBB depois que a Jade foi eliminada. E isso gerou muita raiva de importante parcela do público. Por isso o mercado publicitário o rejeitou.

Anônimo disse...

Esqueci de mencionar a Jade. Até ela conseguiu reverter um pouco a situação e está em uma posição relevante atualmente. Só o Arthur que lança músicas com pouca repercussão. Somente a padaria mesmo que quer saber dele.

Anderson da rosa disse...

Não acho o BBB 22 ruim, depois do que aconteceu no 20 foi bom ver homens tendo chance no programa, já estava na hora de 1 ganhar

Anônimo disse...

Sinto falta de ver pipocas realmente anônimos no BBB. Nesse 22 alguns pipocas já eram um pouco conhecidos (Vinny na internet, Eslo era Miss, o Lucas era o piscadinha doTik Tok, a Barbara já conhecia famosos, etc...) Deveriam colocar pessoas "pobres" que realmente precisam da grana. Ou seja, anônimos do povão.

Anônimo disse...

Eu estou torcendo para que ano que vem seja muito bom a fazenda e o BBB pois continuo sendo fã de realitys...
Espero que o Boninho acerte dessa vez e não coloque tanta planta como foi esse ano , muita gente que não quis jogar e acabou que o que quis jogar ganhou . Espero que tenha mais rivalidades que empolque o público.

E na Fazenda o Sr. Carelli reflita bem e coloquem menos pessoas surtadas juntas ou não coloque ksk , coloca só pessoas tranquila com a vida pra que fique minimamente assistivel ksks.

Ilha Record eu não curti muito a primeira temporada mas ainda assim me empolgou mais , teve brigas mais interessantes , jogadores melhores e o lance do Pyong lá ksks que empolgou também.

Masterchef eu só vejo quando não tenho nada pra fazer ksks.

Anônimo disse...

A Fazenda tem um formato mil vezes mais interessante que o BBB que eu nunca consegui gostar, e agora resolveram copiar na cara dura colocando famosos, mas famosos que estão no auge e não precisam daquela exposição toda e nem do dinheiro, ao contrário da Fazenda que são famosos esquecidos e falidos que fazem tudo pelo prêmio. Mas como na Globo tudo dá ibope né...

Marly disse...

Oi, Sérgio,

É o que eu tenho lido: que os reality estão flopando, rsrs. O interessante é que esta frase foi dita justamente por um dos participantes do tal que foi exibido na Record. Talvez este este gênero de programa também tenha que sofrer uns ajustes.

Beijão e bom fim de semana

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Vivemos em outra era. Os participantes faturam mais alto com redes sociais no pós-reality. O tão almejado prêmio ficou secundário. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

Lulu on the sky disse...

Os realities são fórmula desgastada e o público está cansado desse formato. Quem sai no lucro são os participantes que da noite para o dia viram subcelebridades e enchem o cofrinho com publicidade.
big beijos

Fá menor disse...

Tudo tem o seu tempo certo, não adianta forçar! Quem não avança recua.

Beijos.

Welton disse...

Um BBB 22 fraco com pouco enredo, perfis interessantes como o Rodrigo e Nayara Azevedo saindo cedo demais do jogo, Laís que estava rendendo uma rivalidade boa com Arthur saindo pro inútil interesseiro do Eliezer, a única que movimentou o jogo, trouxe tretas raízes e viveu o BBB sem ser personagem foi a Natália, apesar de ter se afundado no jogo depois de ter se envolvido com Elieser, Gustavo também movimentou o jogo entrando pela casa de vidro, eu gostava dele e o favoritismo absoluto de Arthur Aguiar como vc disse Sérgio terminou de estragar o BBB 22.

Um Power Couple que começou bem e parecia que seria bom, mas se perdeu pela violência e excesso de barracos, além de eu não ter gostado de Brenda e Matheus terem ganhado, esses dois eram forçados, vtzeiros, procuraram serem excluídos criando brigas na primeira semana, além de serem péssimos nas provas.

A Fazenda 14 foi a pior edição do Reality rural ao lado da Fazenda 11, tretas forçadas que depois chegaram no nível de ameaças, violências, não havia um pingo de leveza, Deolane estragou o Reality!

E o Masterchef se desgastou, amava as temporadas antigas.

Jovem Jornalista disse...

Realmente o 'No Limite' esse ano foi muito melhor do que o ano passado. Espero que eles invistam, mais uma vez, no programa em 2023.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está de volta com muitos posts e novidades! Não deixe de conferir!

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Até mais, Emerson Garcia

Sérgio Santos disse...

Resumiu, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Verdade, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Discordo, Anderson.

Sérgio Santos disse...

Falta povo mesmo, anonimo. E pessoas idosas tb.

Sérgio Santos disse...

Acho que A Fazenda ja deu o que tinha que dar, anonimo, mas o Carelli nao vaia largar o osso.

Sérgio Santos disse...

A Fazenda esse ano foi tudo o que há de pior em um programa, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Beijão, Marly!

Sérgio Santos disse...

Sim, Fabio.

Sérgio Santos disse...

Fato, Lulu.

Sérgio Santos disse...

Bjs, Fá.

Sérgio Santos disse...

Concordo com absolutamente tudo, Welton. Só do Masterchef nao pq concordo que se desgastou, mas eu ainda gosto.

Sérgio Santos disse...

Concordo, Emerson. o Limite foi o melhor desses.

Anônimo disse...

O melhor reality pra mim foi o MC PRO, nível altíssimo, competição acirrada, e o que falar da prova de equipe que simplesmente não teve críticas? Serviço super organizado pela primeira vez na história.
O Bbb22 foi um fiasco, mas apesar de hatearam muito o campeão, eu não acho que ele merecia toda essa rejeição. Ele era um bom jogador e quem deixou ele ser campeão foi o próprio elenco com toda aquela perseguição do Lollipop em cima dele, não achei justo o boicote da própria globo que não chamou ele nem pro amigo invisível do fantástico. De fato, quem estragou a imagem dele foi a ex mulher.