A atual novela das sete, escrita por Claudia Souto e dirigida por Natalia Grimberg está na reta final. "Cara e Coragem" não foi uma novela que teve a comicidade como uma de suas principais características, ao contrário do que acontecia com sua antecessora, "Quanto Mais Vida, Melhor!". São raros os momentos engraçados da história, que é movida por uma gama de mistérios cansativos. Mas houve uma dupla que se destacou justamente por conta da veia cômica: Jéssica e Duarte.
Jeniffer Nascimento e Kiko Mascarenhas apresentam uma deliciosa sintonia em cena e os atores já têm experiência na pele de perfis cômicos. Os personagens carregam aquela essência de 'dupla atrapalhada' que raramente falha na ficção. Jéssica sempre se meteu em várias furadas para ajudar Duarte, um faxineiro que criou uma segunda identidade (o 'estrangeiro' Bob Wright) para aproveitar uma vida de luxo que nunca teve. Ela acabava interpretando uma espécie de motorista particular do seu amigo. Mas também virava a 'salva-vidas' do colega quando algo dava errado.
Os personagens estão ligados ao enredo principal porque viram uma mulher, que tinha a mesma tatuagem de Clarice (Taís Araújo), trocando pneu em plena Avenida Brasil. Depois foi explicado que era Anita (Taís Araújo).
É um elo que não os inseriu diretamente nos conflitos centrais, mas serviu para destacar a dupla em situações inusitadas, como o hilário momento em que Jéssica viu Anita e achou que era uma assombração. Ou quando Duarte, na pele de Bob Wright, foi parar sem querer na mansão da falecida.Em uma novela das sete onde a comicidade está tão pouco presente, não deixa de ser um alento ter a dupla como uma válvula de escape para divertir o telespectador. Folhetim não tem obrigação alguma em ter núcleo de humor ou personagens cômicos, é bom ressaltar. Há várias tramas que se sustentam muito bem sem isso. Mas a história de Claudia Souto se esgotou ao longo dos meses em virtude de tantos enigmas desinteressantes. Então ter Jéssica e Duarte como uma espécie de tábua de salvação para períodos menos convidativos da história é um ponto positivo. Pena que contracenaram menos do que mereciam. A dupla poderia ter tido muito mais importância no roteiro, que ficou focado apenas em um crime cujas resoluções eram óbvias desde a primeira semana de novela.
Os atores têm uma química muito boa e reflete na relação dos personagens. Jeniffer Nascimento disse na coletiva online sobre a trama que não conseguia segurar a gargalhada nos bastidores com Kiko. E realmente é perceptível o entrosamento da dupla. A atriz trabalhou com a autora em "Pega Pega", em 2017, onde interpretou a empregada Tânia, também voltada para o humor, e agora repete a parceria. Já o ator viveu vários tipos cômicos ao longo da carreira e conseguiu mostrar um lado até então mais desconhecido no remake de "Éramos Seis", de 2019, quando interpretou o doce Virgulino, um tipo que não tinha nenhum traço de comicidade. Agora voltou para sua zona de conforto, ainda que Duarte tenha apresentado momentos mais dramáticos quando revelou a todos as farsa de sua identidade falsa.
Jeniffer Nascimento e Kiko Mascarenhas merecem elogios pela dupla que formaram em "Cara e Coragem". Um dos poucos acertos da fraca novela das sete.
12 comentários:
Pra mim ela sempre atua da mesma forma. Essa personagem parece a da Malhação que ela fez.
Eles são bons mas os personagens são figurantes de luxo.
Este entrosamento entre profissionais é muito
importante pra fazer um bom trabalho.
Beijos! :)
Ane/De Outro Mundo
O elenco escalado (ou parte dele) para produtos televisivos defende seus personagens da forma mais coesa, ainda que as obras em questão deem sinais de que serão infrutíferas em sua totalidade, como é o caso de "Cara E Coragem". De fato a parceria cênica entre Jeniffer Nascimento e Kiko Mascarenhas vingou.
Guilherme
Acho legal quando dois atores atuam de tal forma, que até parece que eles não poderiam ser substituídos por outros.E se isso acontece em situações de humor, aí é que valorizo mesmo, pois acho que fazer humor (inteligente, claro) é mais difícil do que fazer drama, rsrs.
Beijão
Não tenho acompanhado a novela, mas o pouco que vi realmente achei bem fraco. Esses momentos de alívio cômico são importantes mesmo, especialmente quando a trama não é lá essas coisas... Abraços!
Sem problemas, anonimo.
Sim, Gabi.
Bjs, Ane.
É isso, Guilherme.
É mesmo, Marly!
É fraca demais, Camila.
Postar um comentário