domingo, 25 de dezembro de 2022

As justiças e as injustiças do "Melhores do Ano" de 2022

 O "Melhores do Ano" foi ao ar neste domingo, dia 25, sob o comando de Luciano Huck, com direito a uma grata surpresa no final com o show maravilhoso de Milton Nascimento e Simone. Merecia até ter durado mais tempo. Como ocorre todo ano, inclusive na época de Faustão, foram muito premiados merecedores e algumas indicações controversas, além de esquecimentos injustos. Então vale analisar as justiças e as injustiças da edição de 2022. 


Na categoria Melhor Atriz de Novela foram três nomes de "Pantanal" escolhidos: Alanis Guillen, Dira Paes e Isabel Teixeira. Três nomes mais do que merecidos. Alanis foi a melhor escolha possível para Juma Marruá, enquanto Dira Paes emocionou e divertiu com sua Filó. No entanto, Isabel deveria estar como Melhor Atriz Coadjuvante. A atriz foi um dos maiores trunfos do remake de Benedito Ruy Barbosa e fez de Maria Bruaca um fenômeno. Ganhou e merecia o troféu com larga vantagem, mas como coadjuvante e não principal porque era um perfil secundário. Uma pena que várias intérpretes tenham sido esquecidas, como Alinne Moraes, que deu um show como Bárbara em "Um Lugar ao Sol", ou Valentina Herszage e Giovanna Antonelli, que brilharam como Flávia e Paula Terrare em "Quanto Mais Vida, Melhor!". Larissa Manoela também fez bonito como Isadora e Elisa em "Além da Ilusão". 

Na categoria Melhor Ator de Novela ao menos houve a lembrança da novela das seis de Alessandra Poggi. Antônio Calloni foi um dos indicados e seu desempenho como o esquizofrênico Matias foi extraordinário. Murilo Benício, que se destacou como Tenório, e Marcos Palmeira, que viveu seu melhor momento na televisão como Zé Leôncio, ambos em "Pantanal", também foram indicações justas.

Pena que tenham ficado de fora Mateus Solano e Vladimir Brichta, que interpretaram genialmente Guilherme e Neném, respectivamente, em "Quanto Mais Vida, Melhor!". Vale lembrar também o show da dupla quando os protagonistas trocaram de corpos com seus pares. Mereciam a lembrança. O vencedor foi Murilo Benício e claro que merecia. No entanto, Matias era um perfil que exigia muito mais dramaticamente e Calloni foi gigante.


Em Atriz Coadjuvante ocorreu o mesmo erro de Melhor Atriz de Novela. Bella Campos foi uma das indicadas, mas não deveria estar ali. A intérprete mereceu o troféu e os muitos elogios por sua atuação como Muda, em "Pantanal", mas foi seu primeiro trabalho na televisão. Ou seja, era para estar na categoria Revelação, que simplesmente foi extinta. Qual o motivo da eliminação da categoria? Sabe-se Deus... No lugar de Bella era para estar Isabel Teixeira e saindo vencedora. Camila Morgado foi indicada pela Irma, em "Pantanal", e Bárbara Paz pela vilã Úrsula em "Além da Ilusão". Duas indicações merecidas. Mas um absurdo terem deixado Malu Galli e Paloma Duarte de fora. As atrizes emocionaram em papeis de intensa carga dramática em "Além da Ilusão". As irmãs Violeta e Heloísa sofreram do início ao fim do folhetim e as intérpretes protagonizaram uma sucessão de cenas difíceis. Outros nomes não lembrados foram o de Júlia Lemmertz e Ana Lucia Torre que divertiram na pele das vilãs Carmem e Celina em "Quanto Mais Vida, Melhor!". E Andreia Beltrão também merecia a indicação. Seu desempenho em "Um Lugar ao Sol", como Rebeca, foi irretocável.


Juliano Cazarré, Osmar Prado e Silvero Pereira foram indicados em Melhor Ator Coadjuvante. Novamente uma categoria dominada por "Pantanal". Três nomes que brilharam, mas não havia outro vencedor além de Osmar. O Velho do Rio foi um dos melhores personagens do remake e o desempenho do veterano foi brilhante. Tinha que ser dele. Já a categoria Melhor Novela teve "Pantanal", "Além da Ilusão" e "Mar do Sertão" entre as três indicadas e o remake de Benedito Ruy Barbosa, adaptado pelo neto Bruno Luperi no estilo copia e cola, apesar das falhas visíveis e dos anacronismos, merecia mesmo a vitória. Foi o grande sucesso de 2022. "Além da Ilusão" foi uma deliciosa novela das seis e "Mar do Sertão" é agradável, mas não se comparam. 


Na categoria Série do Ano foram três escolhas que honraram o posto: "Arcanjo Renegado", que teve uma segunda temporada repleta de adrenalina e muito melhor que a primeira; "Cine Holliúdy", que mais uma vez divertiu em sua segunda temporada; e "Sob Pressão", que fechou seu ciclo com uma quinta temporada maravilhosa. A série médica é a melhor já produzida pela Globo e mereceu o troféu. Nada melhor do que um prêmio no último ano da história tão bem escrita por Lucas Paraizo.  Aliás, a seleção para atrizes e atores de série também foi acertada. Alice Wegmann (Raíssa, protagonista de "Rensga Hits"); Luisa Arraes (Francisca, protagonista de "Cine Holliúdy") e Marjorie Estiano (Carolina, protagonista de "Sob Pressão") brilharam. Já Edmilson Filho (Francisgleydisson, protagonista de "Cine Holliúdy"); Júlio Andrade (Evandro, protagonista de "Sob Pressão") e Marcello Melo Jr. (Mikael, protagonista de "Arcanjo Renegado") honraram o protagonismo em suas respetivas produções. Os vencedores foram Marjorie Estiano e Júlio Andrade, os protagonistas de "Sob Pressão" amados pelo público. Justiça maior não teve. 


Cesar Tralli, Renata Lo Prete e William Bonner foram os indicados na categoria Jornalismo. Três respeitados profissionais, mas não tinha jeito: foi o ano de Renata. Sua cobertura das eleições foi impecável, suas análises no "Jornal da Globo" eram precisas e as entrevistas com os presidenciáveis no podcast "O Assunto" geraram grandes repercussões. Não deu para entender a vitória de Bonner, com todo respeito ao seu evidente talento. E a categoria Humor, que teve o nome mudado para Troféu Paulo Gustavo, teve Fábio Porchat, Tatá Werneck e Paulo Vieira entre os indicados. Os três mereciam, principalmente Paulo pelo seu ano consagrador no "BBB 22", mas é difícil vencer o fenômeno Tatá Werneck, que mais uma vez apresentou uma temporada genial do "Lady Night". E que lindo o momento em que Tatá deu o troféu para Dona Déa Lúcia. Já Música do Ano teve como finalistas: "Dengo" (João Gomes) ---- a vencedora ----; "Maldivas" (Ludmilla) e "Vermelho" (Gloria Groove). 


O "Melhores do Ano" foi uma ótima premiação e pelo segundo ano Paulo Vieira fez a diferença com seus comentários impagáveis e ácidos. As justiças e as injustiças fazem parte de qualquer evento do tipo, mas que em 2023 voltem com a categoria Revelação e analisem melhor a diferença das indicações entre Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante (categoria que precisa ser inserida).  

22 comentários:

Heitor disse...

Você como sempre PERFEITO.

Anônimo disse...

Cirúrgico

Denise disse...

Concordo plenamente! Bruaca era uma personagem secundária, não aparece nem no cartaz da novela. Puxaram a brasa pra Isabel Teixeira. O prêmio de melhor atriz deveria ficar entre Alanis e Malu Galli. E a Bella Campos foi correta apenas, não tem estofo para ganhar de Camila e Bárbara Paz. E tem que voltar com o prêmio revelação. Deveria ter também a personagem do ano. Concordo que poderiam ter colocado atores e atrizes de outras novelas.

Anônimo disse...

Perfeito, Sérgio! Reconhecemos o sucesso de "Pantanal", embora a novela tenha sido exageradamente favorecida em todas as categorias em que concorria. E Renata Lo Prete não ter ganhado na categoria Jornalismo foi injusto, diante da desenvoltura mostrada por ela principalmente na cobertura das eleições.

Guilherme

Anônimo disse...

Vc como sempre cirúrgico!!!!👏🏾👏🏾👏🏾

Pedrita disse...

é uma premiação que vai sempre pelo óbvio. e as pessoas assistem mesmo a novela das 21h. amei além da ilusão, mas pouca gente via mesmo com ibope expressivo. não chega perto da quantidade de gente q vê a novela do horário nobre. e tb há um preconceito enorme com novela das 18h, como se elas fossem pra donas de casa e bobinhas. quem assiste no horário já reparou q inovam bem mais q nos outros horários, exatamente pra testar. beijos, pedrita

chica disse...

Foi uma FESTA LINDA APESAR DESSES DETALHES... aDOREI O FÁBIO E O PAULO vIEIRA COM SUAS PRESENÇAS E PARTICIPAÇÕES. o SHOW AO FINAL, MUITO LEGAL! ABRAÇÃO, CHICA

Anônimo disse...

Todos os discursos começavam assim: “o que vivemos nos últimos 4 anos…”. Como se antes o Brasil fosse uma terra de fantasias, principalmente para os pobres e oprimidos.

Não custa nada lembrar que basta PAGAR para ser premiado em diversas outras premiações semelhantes a essa. Tem revista de celebridades que cobra R$15mil adiantado pra você ganhar na sua categoria, tem outra de negócios que cobra R$45mil para você ser “premiado” também.

A festa dos “melhores do ano” da Globo é a cara da hipocrisia dos artistas que vivem de sinalização de virtudes. Riem da desgraça que ajudaram a construir e choram de emoção com discursos empáfias. Quanto tempo vai demorar para furar a bolha da realidade paralela do Projac?

Anônimo disse...

Acho que tiraram o “revelação” pra não ter perigo nenhum de cair no colo da ajde picon

Adriana Helena disse...

Excelentes colocações Sérgio, realmente há algumas injustiças mas existem também as benesses!
Grata pela companhia em 2022, você foi gigante!!
E vamos firmes e fortes para 2023!!

Marly disse...

Pois é, as injustiças, os esquecimentos etc. é que causam mais estranhamento na gente, né? Mas o bom é que há quem traga os nomes injustiçados à baila (você, por exemplo), o que já é uma pequena reparação da injustiça.

Beijão

Chaconerrilla disse...

O que o Calloni fez ao interpretar o Matias é indescritível! Acho que merecia o prêmio, porque, para mim, foi o ator do ano!

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Heitor.

Sérgio Santos disse...

Valeu, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Isso, Denise.

Sérgio Santos disse...

Pois é, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

Honrado, anonimo.

Sérgio Santos disse...

É verdade, Pedrita.

Sérgio Santos disse...

Bjs, Chica.

Sérgio Santos disse...

Bjs, Dri.

Sérgio Santos disse...

Fico feliz, Marly. Eu tento.

Sérgio Santos disse...

E foi, chaconerrilla.