quarta-feira, 9 de novembro de 2022

"Ilha de Ferro" deveria ter parado na primeira temporada

 A primeira temporada de "Ilha de Ferro" foi disponibilizada no Globoplay no dia 14 de novembro de 2018. A série teve repercussão e muitas críticas. A trama protagonizada por Cauã Reymond teve altos e baixos, mas foi uma produção caprichada. O elenco foi bem escalado e os episódios finais tiveram uma boa dose de adrenalina. Foi ótimo também ver um roteiro ambientado em uma plataforma de petróleo. A Globo exibiu a série, com nove capítulos, em sua grade em agosto de 2021. Já a segunda temporada estreou no serviço de streaming da emissora no segundo semestre de 2019 e na TV aberta no dia 25 de agosto deste ano (o último episódio é nesta quinta-feira, dia 10).


Criada por Max Mallman e Adriana Lunardi ---- com supervisão de Mauro Wilson e direção de Guga Sander e Roberta Richard e direção geral e artística de Afonso Poyard ----, a segunda temporada de "Ilha de Ferro" começa depois de uma passagem de tempo de três anos. Agora Dante (Cauã Reymond) é pai. Na verdade, pai solo. Depois que Bruno (Klebber Toledo), seu irmão, foi preso, ele assumiu a paternidade de Maria (Alice Palmar), mas a vida mudou mesmo após Leona (Sophie Charlotte) os abandonar. Com a filha, mas sem as presenças do irmão e da mulher, o petroleiro é um cara cada vez mais solitário.

Júlia (Maria Casadevall) foi embora, Buda (Taumaturgo Ferreira) morreu, e o amor de Dante é cada vez mais a PLT 137. Sua obstinação aumentou a produtividade da plataforma, ainda que às custas do bem-estar da equipe.

Vai ser justamente para tentar controlar os ânimos em erupção na Ilha de Ferro que Olívia (Mariana Ximenes), a psiquiatra da empresa, será chamada à embarcação. 
 
Olívia é uma mulher intensa. Noiva de Diogo (Eriberto Leão), presidente da Federativa, ela tenta não expor a relação dos dois para não interferir no trabalho. Mas tudo muda quando conhece Dante. Aos poucos, ela vai se envolvendo nos tormentos dele e segue, assim, tentando diminuir as sombras dos fantasmas do seu passado. O que ela não contava é que o passado recente de Dante volta com tudo. Após três anos fora, e mais bem resolvida com suas questões pessoais, Júlia retorna a pedido do avô, João Bravo (Osmar Prado), que vai receber uma homenagem a bordo da PLT 137. O reencontro traz novamente sua veia petroleira e as lembranças do romance com Dante.
 
Sobre a vida em terra de Júlia, leia-se: comandante Ramiro (Romulo Estrela). Mergulhador de combate da Marinha, ele é daquele tipo de cara boa praça, mas reservado. Não por acaso, os dois se conhecem no meio de uma perseguição. Apesar de durões, aos poucos, eles vão baixando a guarda, se deixando conhecer e se apaixonando. Mas Ramiro também tem contas a acertar com seu passado e a saga do personagem chega a dividir o protagonismo com a de Dante em vários episódios. É aí que a temporada acerta porque há um sopro de novidade em torno do personagem muito bem interpretado por Romulo. 

Mas a série peca em toda a construção dos perfis envolvidos na plataforma de petróleo. Quase todos estavam presentes na temporada anterior, mas os novos conflitos criados não despertam interesse. O triângulo amoroso envolvendo Fiapo (Jonathan Azevedo), Suelen (Kizi Vaz) e Brandão (Neco Vila Lobos) é chato demais. O caso entre Sileno (Julio Rocha) e Liliane (Vitoria Ferraz) é outra situação que nada acrescenta. E infelizmente tudo o que cerca Dante soa repetitivo e há inúmeros 'plots' idênticos aos da primeira temporada. Aliás, fica evidente o quanto os roteiristas sentiram falta de Leona. Realmente a personagem tinha ótimas camadas e foi defendida brilhantemente por Sophie Charlotte, que não teve agenda para estar na segunda temporada. Mas a ideia para suprir a ausência foi a pior possível. Isso porque Olívia era um perfil atrativo no início, mas sua personalidade é bruscamente alterada no meio da trama e acaba transformada em uma nova Leona: passional, ciumenta, desequilibrada e insegura. Características que não faziam parte da psiquiatra nos primeiros episódios. Mariana Ximenes está muito bem em cena, o que não é surpresa, mas seu papel perde força ao longo da narrativa. Até Júlia Bravo (ótima Maria Casadevall) perde um pouco de sua potência na história.

E, somando-se ao conjunto de similaridades da temporada anterior, há um sequestro no início e nos momentos finais. A fórmula é repetida a todo instante e fica impossível não se incomodar. Infelizmente, o formato se mostrou limitado para duas temporadas. Uma só já era o bastante. Não por acaso, a terceira foi cancelada após a baixa aceitação da segunda e a conflitos envolvendo o diretor Afonso Poyart e os autores contra os diretores do Globoplay sobre os rumos da possível continuação, segundo várias notícias na época. O alto custo de produção também foi um fator decisivo. 

"Ilha de Ferro" é uma série bem produzida e que apresentou uma primeira temporada satisfatória, entre pontos negativos e positivos. Mas a segunda temporada deveria ter sido cancelada antes mesmo da cogitação de uma terceira. Sobrou ambição e faltou enredo. 

4 comentários:

Outsiders disse...

Foram oito meses de produção e filmagens realizadas na plataforma cenográfica de 3000m² montada nos Estúdios, além de locações em estaleiros, navios, helicópteros e até em uma refinaria desativada. A equipe de efeitos visuais reproduziu tempestades em alto-mar, explosões, perseguições e tiroteios.

Romulo agradeceu “à Marinha do Brasil em especial ao GRUMEC” pelo auxílio na construção do novo personagem, Ramiro. “Todo meu respeito e admiração por esse grupo”, declarou.

O que é o Grumec?

Desde 1983, o Grupo de Mergulhadores de Combate da Marinha do Brasil (GRUMEC) integra o Comando da Força de Submarinos, participando a partir de então de todas as operações de lançamentos de torpedos e mísseis, exercícios de ataque a navios, operações ribeirinhas na Amazônia e no Pantanal, além de exercícios de retomada de navios, plataformas de petróleo e resgate de reféns.
Este profissionais são formados pelo Curso de Mergulhador de Combate, que tem o objetivo de habilitá-los para operar equipamentos de mergulho, armamentos, explosivos, utilizar técnicas e táticas para guerra não convencional e conflitos.
Durante o treinamento, são criadas situações específicas para preparar e testar a habilidade dos alunos em suportar situações operacionais de extremo desconforto, em condições psicológicas adversas, avaliando-os com a exposição ao frio, sono escasso, cansaço e ao racionamento de comida e água.
A atividade de mergulho de combate exige do militar uma formação continuada, aprimoramento profissional através de cursos complementares e realização de missões e adestramentos para ganho de experiência e maturidade.
Em 2013, o GRUMEC participou de treinamento para atuação na Copa das Confederações. A tarefa era tomar o comando de um navio, suspeito de transportar materiais ilícitos. Capuzes, armamentos, voos rasantes, acompanhados de agilidade e efeito surpresa, compuseram o cenário criado pela equipe no dia 23 de maio, na Baía de Guanabara (RJ).
De acordo com a Marinha, o GRUMEC pode ser empregado em atividades de retomada e resgate com foco em ações contra terroristas, de desativação de artefatos explosivos e em operações de interdição marítima. Na Copa das Confederações, eles atuaram no Rio de Janeiro e em Salvador (BA). Cada equipe contou com especialistas nas áreas de mergulho, operações aéreas, comunicações, inteligência, armamento, embarcações e motores e primeiros socorros em combate.

Em suma, o GRUMEC é uma Organização Militar da Marinha do Brasil (MB), subordinada ao Comando da Força de Submarinos e está na Ilha de Mocanguê, Niterói, Rio de Janeiro, na sede da Esquadra brasileira.

Nota - Em Novembro de 2013 ocorreu um incidente na Plataforma Petrolífera Frade, localizada na Bacia de Campos.

A operação envolveu cerca de 300 militares da MB. Entre eles: 2 Grupos Especiais de Retomada e Resgate de Mergulhadores de Combate (GERR-MEC), equipes de Fuzileiros Navais, da Força de Fuzileiros da Esquadra, além de equipes da Polícia Federal (PF) e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (CORE/PCRJ).

A operação ainda contou com os seguintes meios da MB: Navio Patrulha Oceânico (NPaOc) “Amazonas”, Corveta “Barroso”, Navio Patrulha “Gurupá” e os helicópteros “UH-14” e “UH-15”.

Outsiders disse...

Vamos continuar contando a história desse cara, Dante, que se sente melhor longe da terra, dentro da plataforma, do que em casa.

Fica a pergunta de como uma série tão investida e com retorno lucrativo é cancelada pela Globo em meio a produção do roteiro da 3ª temporada.

Conclui a série. produção de extrema qualidade, tanto dos atores quanto tecnicamente falando, as cenas de ação são muito bem feitas, coisa que o Brasil parecia não saber fazer ainda mas pelo jeito esse problema ficou para traz.

A trama é muito fluida, as coisas se resolvem e passam logo pro próximo tema, a direção sabe dosar bem os momentos de ação com os mais introspectivos, assim vc se aprofunda nos personagens, inclusive os novos que por sinal acrescentam e muito pro aumento da qualidade da serie, o Eriberto Leão faz um ótimo antagonista, o Romulo Estrela ajuda a dividir os holofotes com o Cauã, e a Mariana Ximenes faz uma mulher complicada hahaha.

O fato dos personagens já serem conhecidos dá mais liberdade para avançar e aprofundar as histórias e fantasmas de cada um deles. Eles se sentem meio esquisitos em terra, e nem totalmente naturais na plataforma. Vai mostrar essa dualidade entre terra e mar que quem trabalha numa plataforma sente. Os personagens são como tubarões emocionais, precisam se mover para não morrer.

O publico está sempre tentando desvendar o que esse tipo de trabalho e estilo de vida impacta nos relacionamentos das pessoas. Quase sempre cada um se metendo ou criando confusão.

A plataforma é o epicentro da história, onde eles se encontram e dividem suas angústias. Mas em terra firme temos uma poderosa trailer policial. Tem mais ação e mais paixão na série.

Foi realmente agradável assistir essa série e me deixou inclusive com mais vontade de assistir A Divisão e Arcanjo Renegado, mais 2 séries de ação do globoplay.

É triste que a globo tenha desistido da série, porque esse final mostra quanta coisa ainda poderia acontecer.

Lulu on the sky disse...

Concordo Sérgio. Não gostei muito da segunda temporada.
big beijos
www.luluonthesky.com

Anônimo disse...

não assisti a segunda temporada de Ilha de Ferro, mas a segunda temporada desejou muito a desejar. fora de tópico mas como o niver de 50 anos de Reynaldo Gianecchini é em nesse sábado, queria você fizesse um post igual você fez lá em 2014 falando sobre como o Giane mereceu tanto o carinho e apoio dos fãs e mereceu ser um dos melhores galãs da TV brasileira moderna (uma sugestão ao post nos 50 anos dele que deveria ser mencionado também a dublagem dele no Rodney Lataria do filme Robôs da extinta Blue Sky Studios, porque a Maria Júlia Santana da Silva que foi citada por outro anônimo para você em um post recente seu é uma das pessoas (assim como os amigos dela como a Sara, Luis (lusinho) e o conhecido Scrat Bolado que são fãs da Blue Sky) gostaram da dublagem dele no Rodney) e o bonito casamento dele com a Marília Gabriela, que infelizmente até hoje tem certas pessoas que tem preconceito (pq a Gabi é anos mais velha do que o Reynaldo Gianecchini) e tentam mentir sobre o casamento do Giane com a Gabi, achando que o casamento deles era "fachada" para um suposto relacionamento entre o Reynaldo e o filho de Marília, o Theo (se o próprio Gianecchini já disse que ele é pansexual), inclusive a Maria Júlia Santana da Silva tem screenshots desses comentários dessas pessoas fazendo mentiras prejudiciais contra o casamento do Reynaldo e da Marília de um vídeo da entrevista dele com a Xuxa em 2000 no extinto Planeta Xuxa no YouTube, inclusive no vídeo tem comentários de uma tal de Janaina disse que o Giane é um fresco por supostamente "mentir" pra a Xuxa sobre o casamento dele com a Gabi (ela vai tirar mais screenshots desses comentários horrorosos dessas pessoas). inclusive a Maria quer fazer uma petição para a criação de uma lei com o nome dele, porque a Maria Júlia sabe de quase todas as leis aqui no Brasil (e também a Maria é inteligente por saber sobre essas leis), depois dela ter visto uma petição similar da criação de uma lei com o nome da Klara Castanho. quando ela criar a petição deixarei o link da petição aqui