Público faz justiça com "Espelho da Vida" no "Prêmio Extra" de Televisão

A novela elogiada de Elizabeth Jhin, encerrada no dia 1 de abril, até hoje deixa saudades. Os fãs fiéis que  “Espelho da Vida” conquistou através de sua ousada história que mesclou habilmente viagem no tempo e espiritismo, então, resolveram se empenhar na votação do Prêmio Extra de televisão, promovido todo ano pelo Jornal Extra, do Rio de Janeiro. Embora, infelizmente, a premiação não tenha mais evento e muito menos entrega de troféus, em virtude da crise que a mídia impressa vive nos últimos anos, os indicados pelo menos são agraciados com matérias e fotos no jornal. O enredo tão elogiado por público e crítica da autora acabou vencendo seis, das sete categorias em que concorreu.

Essa merecida consagração fez jus ao conjunto da obra e ainda comprovou como a trama fez um imenso sucesso nas redes sociais através de torcidas fervorosas pelos casais e das mil teorias elaboradas pelos telespectadores sobre as viagens através do espelho interdimensional por Cris Valência. Não por acaso, todos os vencedores da novela ganharam com uma vantagem de votos expressiva. Vitória Strada, intérprete da mocinha Cris e de sua vida anterior, Júlia Castelo, ganhou com muita justiça o prêmio de Melhor Atriz com 68,5% dos votos. Ela concorreu com as competentes Alice Wegmann (“Onde Nascem os Fortes” ), Bianca Bin (“O Outro Lado do Paraíso”), Juliana Paiva (“O Tempo Não Para”) , Marieta Severo (“O Outro lado do Paraíso”) e Alinne Moraes (“Espelho da Vida”).  Em apenas seu segundo trabalho na televisão e o segundo vivendo uma heroína, a intérprete mostrou que veio para ficar e a personagem criada pela escritora parece ter sido escrita especialmente para ela --- embora a primeira opção tenha sido Isis Valverde, que precisou abandonar o projeto pela sua gravidez.

Rafael Cardoso ganhou como Melhor Ator com 67,5%, mas concorrida pelo psicopata Renato, no fenômeno "O Outro Lado do Paraíso".Ele concorreu com os ótimos Edson Celulari (“O Tempo Não Para”), Emílio Dantas (“Segundo Sol”), Fábio Assunção (“Onde Nascem os Fortes”), Johnny Massaro (“Deus Salve o Rei”) e “Julio Andrade (“Sob Pressão”).  Nesse caso específico, todavia, é preciso levar em conta a força do fandom “Junilo” que fez toda a diferença.

Rafael se destacou na pele do vilão da trama de Walcyr Carrasco e se o troféu tivesse sido apenas por conta desse papel já seria justo, mas também foi por conta de seu grande desempenho na pele do íntegro Danilo Breton e do doce Daniel. A sua química com Vitória Strada foi outro ponto que fez o casal cair nas graças do público, além do enredo muito bem construído por Jhin.  O intérprete, inclusive, protagonizou uma das melhores cenas do folhetim quando Daniel e Margot descobriram que eram neto e avó.

Por falar em Margot, Irebe Ravache faturou o troféu de Melhor Atriz Coadjuvante com 46,1%  pelo seu desempenho admirável como a avó de Daniel e grande amiga de Cris. A veterana ainda brilhou absoluta na pele da arrogante Hildegard Breton em 1930. Que atriz! Ela disputou com as também talentosas Débora Bloch (“Onde Nascem os Fortes”), Fabíula Nascimento, Letícia Colin (ambas por “Segundo Sol”), Rosi Campos (“O Tempo Não Para”) e Gabriela Duarte (“Orgulho e Paixão”). Já Felipe Camargo ganhou como Melhor Ator Coadjuvante com 53.8% dos votos pela sua atuação irretocável como o violento Coronel Eugênio e o picareta Américo, em “Espelho da Vida”. Foi o melhor momento do ator na televisão e seu desfecho ainda foi muito marcante: Eugênio matou a própria filha em 1930 e Américo morreu por ela em 2019, se redimindo de seus pecados. O ator deu um show. Ele concorreu com Armando Babaioff, Chay Suede, Fabrício Boliveira (os três por “Segundo Sol”), Jesuita Barbosa (“Onde Nascem os Fortes”) e Rodrigo Simas (“Orgulho e Paixão”).

A pequena Clara Galinari ganhou como Atriz/Ator Mirim com 67,1% dos votos  e sua surpreendente atuação como Priscila em 2019 e Teresa em 1930 honrou demais esse reconhecimento do público. Ela vai longe e foi uma grata revelação mirim de “Espelho da Vida”. A menina concorreu com a colega igualmente talentosa Maria Luiza Galhano (Florzinha de “Espelho da Vida”), JP Rufino (“Orgulho e Paixão), Sophia Valverde e Igor Jansen  (ambos por “As Aventuras de Poliana”), e Vitor Figueiredo (“O Outro Lado do Paraíso”). E Kéfera levou como Revelação com 44,7% dos votos  pelo seu divertido desempenho como a arrogante e deslumbrada Mariane em “Espelho  da Vida”. Também foi justo e a atriz/youtuber concorreu com os talentosos Luis Lobianco, Kelzy Ecard, Claudia Di Moura (os três por “Segundo Sol”) e Thati Lopes (“Espelho da Vida”).

E, finalizando, a Melhor Novela escolhida pelos votantes foi “Espelho da Vida”, com 71% dos votos, coroando o talento de Elizabeth Jhin, que conseguiu desenvolver uma história extramente ousada e repleta de elementos que se encaixaram lindamente em seu desfecho. A construção da autora foi tão primorosa e sem furos que a impressão passada para o público foi de uma novela já pronta desde o início. A produção concorreu com “Jesus” (Record), “O Outro Lado do Paraíso”, “Orgulho e Paixão” (também merecedora), “Segundo Sol” e “O Tempo Não Para”. Vale citar ainda a eleita em Melhor Série: “Sob Pressão”, com 77,2% dos votos, que estréia sua terceira temporada em 2019 e se mantém no posto de melhor seriado já criado pela Globo nos últimos anos --- concorreu com “Assédio”, “Carcereiros”, “Ilha de Ferro”, “Mister Brau” e “Pais de Primeira”. Pabllo Vittar venceu como Tema de Novela com 30,1% dos votos (pela música "K.O.") e a cena final da morte de Caetana (Laura Cardoso), sem dúvida, contou muito para a vitória ---- concorreu com “Areia”, “Axé Pelô, “Doce Companhia”, “Minha Vida” e “Sal na Pele”. Já Tatá Werneck levou como Melhor Apresentadora com 43,1% ----- disputou com Fabio Porchat, Fernanda Lima, Marcos Mion, Pedro Bial e Tiago Leifert ----  e ainda viu o seu “Lady Night” ganhar como Melhor Programa com 46,7% dos votos ----- concorreu com “Choque de Cultura”, “Conversa com Bial”, “Tá no Ar, “Vai, Fernandinha” e “Popstar”. Vitórias merecidas.

O público consagrou “Espelho da Vida” e seu elenco no “Prêmio Extra de TV”, comprovando que muitas vezes uma audiência abaixo do esperado não significa que a produção seja ruim ou os telespectadores que assistem diariamente não gostem do enredo apresentado pela autora/autor. E quem viu essa história tão apaixonante de Elizabeth Jhin não se esquecerá jamais.