terça-feira, 3 de janeiro de 2023

História de Pat e Moa é um dos muitos fiascos de "Cara e Coragem"

 A atual novela das sete, escrita por Claudia Souto e dirigida por Natália Grimberg, está em sua reta final. A poucas semanas do fim, "Cara e Coragem" vai saindo de cena fracassando na audiência e sem repercussão alguma. Foram muitos os erros da trama e todos serão citados na última crítica, mas um deles foi a história dos mocinhos, o que tem sido evidenciado nos capítulos recentes. 


Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado) nunca empolgaram o público. Os protagonistas não tiveram química e o fato de ambos serem dublês deixou o conjunto ainda mais desinteressante. Com todo respeito aos profissionais da área, não é nada atrativo acompanhar a rotina de quem fica atrás das câmeras se arriscando em cenas de ação. E em um folhetim tudo se tornou inútil porque os mocinhos só tinham alguma cena relevante quando paravam de pular e saltar. Na verdade, a profissão acabou servindo apenas para a produção da Globo trabalhar mais na estruturação das cenas. Porque em conteúdo não rendeu nada.

Mas voltando ao enredo dos mocinhos, o fato é que os dois sempre foram sonsos e cínicos. Pat nunca amou o seu marido, Alfredo (Carmo Dalla Vechia), e seu olhar de pena despertava ranço em quem assistia. Parecia que estava fazendo um favor em estar casada com um homem frágil de saúde. Já Moa vomitou virtudes ao longo da história, mas na reta final ficou claro que não passa de um hipócrita.

A trama do casal nunca foi bem construída até porque não há nada atrativo em acompanhar personagens que já se gostam desde o primeiro capítulo. A autora não aprendeu com o fracasso de Erick (Mateus Solano) e Luiza (Camila Queiroz) em "Pega Pega", novela de 2017, que marcou a estreia solo da escritora. 

O contexto ficou pior quando Pat traiu Alfredo em um dia que beijou Moa. Até porque a personagem fingia que nada tinha acontecido até pedir o divórcio e garantir que nunca tinha traído o marido. Mesmo quando confrontada, a mocinha dizia que era apenas um beijo como se não fosse nada. Mas Claudia Souto ainda guardava uma carta na manga para usar como 'plot twist' nas últimas semanas de história. E a grande surpresa consistia em uma vasectomia que Alfredo fez escondido da então esposa e de outra traição de Pat com Moa, só que desta vez em um período anterior ao início do folhetim. A transa resultou no nascimento de Sossô (Alice Camargo). Será que a situação foi pensada como uma reviravolta genial? Que o telespectador ia adorar a novidade? Bem, a intenção da autora somente ela pode responder, mas sobre o resultado é possível afirmar que deixou tudo o que era muito ruim ainda pior. 

Quando Pat e Moa se beijaram agiram como se aquele impulso tivesse sido o primeiro deslize. E Moa deu vários 'pitis' ao longo da trama por conta da traição de Rebeca (Mariana Santos) com Danilo (Ricardo Pereira), seu melhor amigo. Só que ele traiu Rebeca quando transou com Pat. E Alfredo sempre foi seu amigo. Que moral tem para cobrar algo? E como Pat transou com outro sem proteção sem nunca cogitar que a filha era do "amigo" e não do marido? Ela é tão burra assim? E como Alfredo fez uma vasectomia sem a esposa perceber? Simplesmente falou que tinha operado a vesícula e tudo bem? Não teve período pós-operatório? Ela não estranhou nenhuma cicatriz aparente? Eles não transavam? Mas o mais estapafúrdio é o fato dos personagens culparem mais o Alfredo pela mentira sobre a operação do que os mocinhos pela dupla traição. Como pode? O próprio Alfredo se comporta como um culpado sem qualquer amor-próprio. Pat se indignar com o ex-marido sem ter um pingo de vergonha na cara pelo que fez é outra situação ridícula. O texto da personagem beira o constrangedor. "Foi só uma noite" é a frase mais repetida, como se amenizasse o que aconteceu. 

Nada mais cansativo em um folhetim do que mocinhos que transbordam virtudes e não têm defeitos, mas o que foi feito em "Cara e Coragem" ultrapassou a linha tênue que divide o 'errar é humano' e o 'sou um cretino mas finjo bem'. Pat e Moa sempre foram protagonistas ruins tanto individualmente quanto como um casal. Nem foram os únicos porque os outros dois personagens centrais (Ítalo/Paulo Lessa e Clarice/Taís Araújo) também são muito mal desenvolvidos, mas vale deixar o tema para a crítica final. O fato é que tudo o que vem acontecendo com Patrícia e Moacyr só terminou de enterrar um romance que nunca agradou. 

22 comentários:

Anônimo disse...

novela pavorosa ☠☠

Anônimo disse...

Nada se salva nessa novela. NADA.

Kimberly disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Poderia dizer que esta análise serve perfeitamente como "esquenta" para o "veredicto" do blog no próximo dia 13 sobre a produção de centavos atualmente em exibição na faixa das 19h30min.

Guilherme

Marly disse...

Oi, Sérgio,

Acho curioso que num tempo em que há tantas opções de entretenimento, os produtores desse tipo de obra se mostrem, sei lá, desatentos (um pouco negligentes, talvez).
É uma pena, pois me parece que para fazer sucesso, hoje em dia, a "coisa' tem que ser realmente boa.

Beijo

Anônimo disse...

Interessante que desde o início eu sempre falei que não tem química entre Pat e Moa e cheguei até sugeri que colocassem o Diogo Nogueira no final da novela que com certeza a audiência ia aumentar. A Cara é o Moa e a Coragem a Pat que tentou melhorar a novela , mas sozinha não tem como conseguir.

Anônimo disse...

Que pena que a autora não conseguiu bancar Mariana Santos e Marcelo Serrado como protagonistas. Teve que engolir a musa do merchandising em vez de ter o direito de escolher no casal que emplacou em pega pega. Pena.

Anônimo disse...

As novelas precisam ser repaginadas. Só assisti uns flashes dessa novela. Hoje assisti metade e fiquei com vergonha alheia. Um desperdício.

Anônimo disse...

o mais foda de tudo é a autora sabendo que nao ta emplacando insiste no erro de um casal fracassado.

Welton disse...

Essa novela é ruim de doer e esse casal é um dos maiores defeitos dessa novela pavorosa, Paolla Oliveira após bons papéis que estava fazendo não merecia essa bomba de personagem e nem essa bomba de novela!

Welton disse...

É revoltante que Elizabeth Jhinn que fez tantas novelas boas foi demitida da Globo(Eterna Magia tinha uma trama interessante e uma proposta boa apesar de ter sido criticada na época, Escrito nas Estrelas foi uma boa novela e Além do Tempo e Espelho da Vida foram obras primas) e a Licia Manzo não é valorizada como merece e já teve produções canceladas e adiadas, enquanto que essa autora que só faz novela ruim continua na emissora!

Anônimo disse...

Meteu essa? A Paolla é ótima, e não tem culpa se a autora não escalou os atores como casal de novo - e mesmo que tivesse feito, só ia agradar 3 caprichetes no twitter, porque a novela continuaria ruim!

Sérgio Santos disse...

Demais, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Concordo, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Sexta-feira, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

Exato, Marly...

Sérgio Santos disse...

Muito ruim, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Eu acho que a autora mesmo nao quuis, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Desperdício é a palavra, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Sim, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Concordo, Welton.

Sérgio Santos disse...

Sim, anonimo, a novela é ruim pelo conjunto e nao somente pelos mocinhos.