sábado, 31 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os destaques do ano

 Após cinco retrospectivas relembrando os artistas que deixaram saudades, os piores do ano, os melhores casais, as cenas mais marcantes e as melhores atrizes e atores de 2022, chegou a hora de listar os destaques do ano que passou. A última retrô do blog é sobre as produções que mais marcaram ao longo destes doze meses e foram vários trabalhos admiráveis que merecem menção. Vamos a eles.



"Pantanal":

O remake do fenômeno de Benedito Ruy Barbosa, exibido pela Rede Manchete em 1990, foi o grande acerto dramatúrgico da Globo em 2022. A emissora também se esforçou para dar certo. O clima de superprodução era evidente nas inúmeras chamadas e do intenso processo de divulgação feito com bastante antecedência. Adaptada pelo neto do autor, Bruno Luperi, a trama novamente caiu nas graças do público e fez sucesso nas redes sociais, além de ter caído na boca do povo através de algumas expressões dos personagens que viraram meme, como 'ara', 'querimbora', 'reiva', 'câmbio' e 'fivela de respeito'. Vários atores brilharam e viveram grandiosos momentos na história, como Alanis Guillen na pele de Juma Marruá, Juliana Paes em uma luxuosa participação, Isabel Teixeira como Maria Bruaca, Murilo Benício como Tenório, Osmar Prado como Velho do Rio, Marcos Palmeira como Zé Leôncio, entre tantos mais. Os equívocos da novela foram os mesmos que aconteceram em 1990 porque Luperi se mostrou incapaz de mudar conflitos e mexer em algumas situações que não funcionaram há 32 anos. Era para ter sido um remake perfeito porque havia a possibilidade de consertar os erros do passado, mas a chance foi jogada no lixo. Pena.



"Além da Ilusão": 

A novela das seis de Alessandra Poggi fez sucesso e reergueu a faixa das 18h da Globo. Muitas foram as razões para o êxito e uma delas foi o mergulho no melodrama rasgado em um enredo de época muito bem exposto por uma equipe competente de caracterização e figurino. A trama também era bem movimentada e com boas viradas, ao mesmo tempo que os núcleos secundários se destacaram pelo bom elenco escalado e ótimos casais. A autora só errou no desenvolvimento do conflito central envolvendo Davi (Raffae Vitti) e Isadora (Larissa Manoela). Os atores brilharam e tinham química, mas tudo o que cercava o par era problemático ao extremo e a romantização incomodou do início ao fim. Não deu para engolir a paixão arrebatadora que o mocinho sentiu, dez anos depois, pela irmã da sua falecida amada sem achar que era uma obsessão pela imagem da morta. E nenhum personagem se incomodar com o fato do rapaz estar com a irmã da antiga paixão que ocasionou uma desgraça na família (o pai assassinou a filha mais velha por engano, já que tentou matar o futuro genro) foi um completo absurdo. Mas os vilões eram excelentes, a trilha sonora deliciosa e vários romances caíram nas graças do público, como Violeta (Malu Galli) e Eugênio (Marcelo Novaes), Leônidas (Eriberto Leão) e Heloísa (Paloma Duarte); e Olívia (Debora Ozório) e Tenório (Jayme Matarazzo). 


sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: as melhores atrizes e os melhores atores do ano

 Com mais de cento e setenta cenas na retrospectiva de melhores cenas da televisão, obviamente não faltou ator talentoso na telinha. Portanto, chegou a hora de listar as melhores atrizes e os melhores atores do ano que está perto do fim. Vários se destacaram, emocionaram e protagonizaram grandes momentos em novelas, séries e minisséries. Vamos a eles.


Melhores Atrizes: 


1- Alinne Moraes. 

 Bárbara foi uma das personagens mais complexas de "Um Lugar ao Sol". Embora algumas atitudes parecessem de uma vilã, a patricinha vivia uma avalanche de sentimentos e tinha uma relação tóxica com Christian/Renato. Alinne esteve irretocável em cena e sua parceria com Cauã Reymond, Ana Beatriz Nogueira e Ana Baird foi incrível. 



2- Alanis Guillen.

A Juma Marruá do remake de "Pantanal" tinha que ser dela. A atriz teve um trabalho de composição fantástico e fugiu do elevado risco de cair na caricatura. A menina-onça que vivia com 'reiva' foi defendida com brilhantismo e a atriz saiu gigante da novela. Um reconhecimento que estava merecendo desde sua estreia na última temporada de "Malhação"

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: as melhores cenas do ano

 Com a voltas das gravações em virtude do avanço da vacinação contra a covid-19, as novelas retornaram ao ritmo normal. No entanto, no início do ano várias produções ainda enfrentavam as restrições por conta da variante ômicron e algumas já entraram no ar finalizadas, como "Nos Tempos do Imperador", "Quanto Mais Vida, Melhor!" e "Um Lugar ao Sol". Já ao longo de 2022 tudo foi voltando ao ritmo normal. E foram muitas cenas merecedoras de elogios. Vamos a mais uma retrospectiva: 




Paula desabafa com a filha em "Quanto Mais Vida, Melhor!":

Giovanna Antonelli e a grata revelação Nina Tomsic emocionaram no momento em que Paula contou para a Ingrid que antes dela teve uma filha que faleceu. Um raro momento de fragilidade da personagem egocêntrica da novela das sete que ainda culminou em uma nova briga no desfecho da sequência. As duas atrizes brilharam. 


Passagem de tempo em "Um Lugar ao Sol":

Apenas três meses se passaram, mas Lícia Manzo conseguiu transformar a passagem em uma aula de sensibilidade com a exibição de vários momentos da novela das nove enquanto Ravi (Juan Paiva) narrava a metáfora das formigas. A autora é a que melhor consegue criar passagens de tempo. 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os melhores casais do ano

 As produções televisivas voltaram ao ritmo normal de gravações por conta do avanço da vacinação contra a covid-19. A temporada de reprises acabou. E com isso vários casais se destacaram nas novelas ao longo de 2022. Vamos a eles: 




Guilherme e Flávia ("Quanto Mais Vida, Melhor!"): 

 A deliciosa "Quanto Mais Vida, Melhor!" foi um grande acerto de Mauro Wilson e o autor foi muito feliz na construção do casal interpretado por Mateus Solano e Valentina Herszage na trama. Os atores viveram pai e filha em "Pega Pega" (2017), reprisada ano passado, e representaram um casal que conquistou o público. A dançarina de pole dance que vivia metida em confusões foi a maior responsável pelo início do processo de 'humanização' do cirurgião que era abusivo e controlador. A música "Together", cantada por Sia, tema de Flávia, deixavam as cenas do par ainda melhores. A ótima repercussão nas redes sociais foi fruto de uma soma muito feliz de atores, personagens e desenvolvimento. 



Violeta e Eugênio ("Além da Ilusão"): 

Malu Galli e Marcello Novaes transbordaram química desde a primeira cena, quando os personagens se conheceram e logo se implicaram. Uma fórmula que raramente falha na teledramaturgia. O jogo de gato e rato seguiu ao longo de "Além da Ilusão" e o casal virou o mais bem aceito nas redes sociais. Violeta era uma personagem muito sofrida e cheia de feridas não cicatrizadas. Seus momentos com Eugênio acabaram funcionando como uma válvula de escape para a mãe da protagonista da história de Alessandra Poggi. O casal ainda teve a melhor música da novela: "Easy on me", de Adele. 


terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os piores do ano

As retrospectivas de fim de ano são uma tradição neste blog e há o costume de apresentá-la em partes. Após a lista de triste perdas do meio artístico em 2022, chegou a hora de das listas de piores, melhores casais, cenas, atores e destaques. Começando, como sempre, pela seleção do que teve de pior no ano que passou. Vamos a eles. 



"BBB 22": 

A expectativa era alta. Afinal, o maior reality do país vinha de dois grandes sucessos seguidos: o "BBB 20" e o "BBB 21". No entanto, a edição decepcionou do início ao fim. O elenco foi muito mal escalado, tanto no time Camarote quanto no Pipoca. O clima de paz e amor transformou a competição em um marasmo e nada do que a produção fazia surtia efeito nas dinâmicas. Para culminar, o favoritismo de Arthur Aguiar deixou tudo ainda pior e desanimador. A audiência não foi ruim, mas bem abaixo das duas anteriores e a repercussão nem chegou perto. A prova foi o número ínfimo de seguidores nas redes sociais que os participantes ganharam ao longo dos meses. Não por acaso, todos desapareceram da mídia, sem exceção. Para o grande público nem parece que teve "BBB" em 2022 e a última campeã é Juliette. 



"Nos Tempos do Imperador": 

A novela de Alessandro Marson e Thereza falcão foi uma continuação da bem-sucedida "Novo Mundo", escrita pelos mesmo autores em 2017. A intenção era repetir o sucesso. Mas foi um imenso fracasso. Não caiu bem um Dom Pedro II progressista e personagens de época com comportamentos tão evoluídos. A história ainda teve conflitos fracos e a romantização do caso de Pedro (Selton Mello) com a Condessa de Barral (Mariana Ximenes) foi fortemente rejeitada. A novela ainda teve uma cena que revoltou o público nas redes sociais: o mocinho, negro, falou sobre racismo reverso, algo que nem existe. Para culminar, a produção esteve envolvida em várias polêmicas e a mais grave foi o caso de racismo nas bastidores. Várias atrizes do núcleo dos escravizados mencionaram atitudes racistas do diretor, Vinícius Coimbra, que acabou demitido da Globo meses depois. Não por acaso, Roberta Rodrigues, uma das intérpretes que o acusaram, nem apareceu para gravar o desfecho de sua personagem. Novela para esquecer. 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os artistas que deixaram saudades

 Após dois anos de pandemia, o avanço da vacinação permitiu que em 2022 a vida das pessoas voltasse ao (quase) normal e assim houve o retorno da rotina das gravações de novelas e séries, realização de shows e peças teatrais, enfim. No entanto, foram muitas perdas na classe artística e vários nomes e peso deixaram o cenário cultural mais vazio e triste. Hoje se inicia a retrospectiva tradicional do blog e começando com saudade. 




Batoré (1961 - 2022):

Ivanildo Gomes Nogueira, conhecido do grande público pelo seu personagem mais famoso, o Batoré, do humorístico "A Praça é Nossa", faleceu dia 10 de janeiro, aos 61 anos. Em 2016, foi para a Globo, onde atuou em "Velho Chico" como o delegado Queiroz. Em 2019, voltou para o SBT, após um afastamento de 15 anos. O ator enfrentava um câncer. 

Françoise Forton (1957 - 2022):

A atriz faleceu aos 64 anos, no dia 16 de janeiro, após quatro meses de internação. Ela enfrentava um câncer pela segunda vez (a primeira foi em 1989, quando gravava "Tieta"). Com mais de 40 novelas no currículo, Françoise sempre esbanjou elegância e não por acaso acabava ganhando perfis parecidos em folhetins. Um de seus tipos mais lembrados foi a perua Meg, de "Por Amor" (1997). Sua última novela foi "Amor sem Igual", na Record, em 2019. Deixou o marido, o produtor cultural Eduardo Brata, e o filho, Guilherme Forton Viotti.

domingo, 25 de dezembro de 2022

As justiças e as injustiças do "Melhores do Ano" de 2022

 O "Melhores do Ano" foi ao ar neste domingo, dia 25, sob o comando de Luciano Huck, com direito a uma grata surpresa no final com o show maravilhoso de Milton Nascimento e Simone. Merecia até ter durado mais tempo. Como ocorre todo ano, inclusive na época de Faustão, foram muito premiados merecedores e algumas indicações controversas, além de esquecimentos injustos. Então vale analisar as justiças e as injustiças da edição de 2022. 


Na categoria Melhor Atriz de Novela foram três nomes de "Pantanal" escolhidos: Alanis Guillen, Dira Paes e Isabel Teixeira. Três nomes mais do que merecidos. Alanis foi a melhor escolha possível para Juma Marruá, enquanto Dira Paes emocionou e divertiu com sua Filó. No entanto, Isabel deveria estar como Melhor Atriz Coadjuvante. A atriz foi um dos maiores trunfos do remake de Benedito Ruy Barbosa e fez de Maria Bruaca um fenômeno. Ganhou e merecia o troféu com larga vantagem, mas como coadjuvante e não principal porque era um perfil secundário. Uma pena que várias intérpretes tenham sido esquecidas, como Alinne Moraes, que deu um show como Bárbara em "Um Lugar ao Sol", ou Valentina Herszage e Giovanna Antonelli, que brilharam como Flávia e Paula Terrare em "Quanto Mais Vida, Melhor!". Larissa Manoela também fez bonito como Isadora e Elisa em "Além da Ilusão". 

Na categoria Melhor Ator de Novela ao menos houve a lembrança da novela das seis de Alessandra Poggi. Antônio Calloni foi um dos indicados e seu desempenho como o esquizofrênico Matias foi extraordinário. Murilo Benício, que se destacou como Tenório, e Marcos Palmeira, que viveu seu melhor momento na televisão como Zé Leôncio, ambos em "Pantanal", também foram indicações justas.

sábado, 24 de dezembro de 2022

Feliz Natal!



Quero desejar a todos os meus leitores um Feliz Natal. Após dois anos de pandemia, o avanço da vacinação contra a covid-19 fez com que a vida fosse retomada aos poucos e com ela a programação televisiva, agora não mais dominada por reprises. Novamente contei com a presença dos fiéis seguidores e leitores, tanto os que apenas leem as postagens quanto os que fazem questão de comentar. Já são mais de 220 mil seguidores no Twitter, 48 mil no Instagram e quase 50 mil no Facebook. Que todos tenham muita saúde, paz, vacina no braço e tudo de melhor sempre. A partir de segunda (26) as listas da tradicional retrospectiva do blog serão iniciadas. Até lá.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Tudo sobre a primeira coletiva online de "Vai na Fé", a próxima novela das sete

 A Globo promoveu na quinta-feira passada, dia 15, a primeira coletiva online de "Vai na Fé", a nova novela das sete, escrita por Rosane Svartman e dirigida por Paulo Silvestrini, que estreia em janeiro de 2023. Participaram a autora, o diretor e os atores Sheron Menezzes, Carolina Dieckmann, Bella Campos, Samuel de Assis, Carla Cristina Cardoso, Zecarlos Machado, Claudia Ohana, Che Moais e Elisa Lucinda, além da produtora Mariana Pinheiro. Fui um dos convidados e conto tudo sobre o bate-papo. 

Carolina Dieckmann comentou sobre sua volta às novelas: "O que me fez voltar foi a possibilidade de fazer um trabalho que me encantou. Paulo me falou um pouco da Lumiar e comentou que o marido dela tiraria um ano sabático e meu marido também estava tirando um ano sabático. Aquilo para mim já deu um estalo. E a personagem nunca quis ser mãe. E ela vai ter uma situação com a mãe envolvendo uma doença, nem sei se poderia dar esse spoiler, mas que também me tocou muito. É uma advogada criminalista. Está sendo um desafio passar confiança nesse papel", se animou a atriz.

Sheron Menezzes falou sobre sua primeira protagonista e dos desafios além da atuação: "Dançar e cantar são coisas que eu amo fazer, mas morro de vergonha. Venho de um trabalho que também tive que cantar e dançar. Eu adoro isso. Tenho gostado muito e me descoberto. Tenho entendido que consigo fazer. Cada cena passa por cima de algo que mexe comigo. Antes não fazia por medo e agora tenho que fazer por trabalho.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Apesar dos furos, primeira parte de "Todas as Flores" se mostrou um novelão

 A primeira parte da nova novela do Globoplay chegou ao fim na quarta-feira passada (14) com a disponibilização do último bloco de cinco capítulos. Escrita por João Emanuel Carneiro e dirigida por Carlos Araújo, "Todas as Flores" é uma novela que não se envergonha de ser novela. Nada de sequências que parecem série ou enredos mirabolantes, a trama é um folhetim que reúne todos os elementos que costumam fazer sucesso no gênero. A produção será dividida em duas partes por causa da estreia do "BBB 23" em janeiro. A primeira tem 45 capítulos, enquanto a segunda tem 40 e começa a ser disponibilizada em abril do ano que vem (o texto tem spoiler).


"Todas as Flores" é um conto de fadas moderno, um thriller contemporâneo regado por histórias de amor, vingança e redenção. Maíra (Sophie Charlotte), uma jovem perfumista com deficiência visual, foi criada pelo pai em Pirenópolis, em Goiás, acreditando que a mãe tivesse morrido. Uma mentira que seu pai contou para proteger a filha do desprezo da mãe, que a rejeitou quando nasceu. Muitos anos depois, Maíra se depara com uma desconhecida a sua porta. É Zoé (Regina Casé), sua mãe. Sem revelar sua verdadeira intenção, Zoé reaparece pedindo perdão à filha por tê-la abandonado. Como em um sonho que se transforma em pesadelo, Maíra vivencia as mais fortes emoções de sua vida. No mesmo dia em que descobre que sua mãe está viva, seu pai morre, assassinado por Zoé. Sem desconfiar de nada, Maíra embarca para o Rio de Janeiro, onde será usada pela mãe para garantir a sobrevivência de sua irmã caçula, Vanessa (Letícia Colin). E o que seria um recomeço feliz ao lado da sua família se transforma em uma longa e perigosa jornada para Maíra. 

A história foi muito corrida no primeiro capítulo. Houve um atropelo de acontecimentos desnecessário, até para uma novela mais curta. Tudo o que foi exibido poderia ser desmembrado em até três capítulos sem provocar um clima arrastado.

domingo, 18 de dezembro de 2022

"100 anos de Rádio no Brasil" é um documentário que merece ser prestigiado

 Nesta sexta-feira, dia 17, a Globo promoveu um evento no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, sobre o documentário da GloboNews, coprodução com o Globoplay e a rádio Globo, sobre os cem anos de rádio no Brasil. Fui um dos convidados e a produção merece ser prestigiada. 


Há 100 anos, desde as comemorações do centenário da Independência do Brasil, o rádio faz parte das nossas vidas informando, divertindo e emocionando. Com direção do jornalista e cineasta Kleyton Cintra, o  longa “100 anos de Rádio no Brasil” mostra a trajetória desse importante meio de comunicação no país e traz depoimentos de artistas como Fernanda Montenegro, Dóris Monteiro, Gilberto Gil e Maria Bethânia, que contam como ele foi fundamental para impulsionar as suas carreiras.   

Fernanda Montenegro lembra a época das radionovelas e as suas primeiras experiências como atriz. Já Gil ressalta o efeito multiplicador do rádio. Bethânia e Doris falam das músicas que escutavam e como isso as incentivou a seguirem a carreira de cantoras.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

O ano de 2022 foi trágico para os realities

 Há anos que os realitites viraram uma espécie de galinha dos ovos de ouro para as emissoras. O custo de produção não é muito alto, há uma boa venda com cotas de patrocinadores e um retorno positivo da audiência. Uma soma bem-sucedida. Com a pandemia do novo coronavírus, os formatos ficaram ainda mais populares em virtude do maior número de pessoas em casa sem muitas opções de entretenimento na televisão aberta diante de tantas reprises de novelas ---- as inéditas tiveram gravações interrompidas. Porém, em 2022 o resultado foi trágico. 


Tudo começou com o fiasco do "BBB 22" no início do ano. Após duas temporadas que foram um fenômeno de audiência e repercussão ----- turbinadas pelos participantes carismáticos e pela já mencionada questão da pandemia -----, o reality naufragou. A grata surpresa foi a apresentação de Tadeu Schmidt, que substituiu brilhantemente Tiago Leifert. A estreia do quadro "Big Terapia" com Paulo Vieira também foi um acerto. Mas a seleção do elenco se mostrou equivocada logo no começo e o favoritismo do Arthur Aguiar deixou tudo ainda pior. Provas cansativas, jogos da discórdia que não funcionaram e competidores que se recusavam a jogar. 

É verdade que a audiência não foi ruim. Embora a média tenha ficado abaixo do "BBB 20 e 21", os números não representaram um fracasso. E houve um ótimo lucro para a emissora com os patrocinadores. No entanto, a repercussão foi muito baixa e a maior comprovação da falta de entusiasmo do público com os participantes foi o chamado 'pós-reality'.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Jeniffer Nascimento e Kiko Mascarenhas formaram uma boa dupla em "Cara e Coragem"

 A atual novela das sete, escrita por Claudia Souto e dirigida por Natalia Grimberg está na reta final. "Cara e Coragem" não foi uma novela que teve a comicidade como uma de suas principais características, ao contrário do que acontecia com sua antecessora, "Quanto Mais Vida, Melhor!". São raros os momentos engraçados da história, que é movida por uma gama de mistérios cansativos. Mas houve uma dupla que se destacou justamente por conta da veia cômica: Jéssica e Duarte. 


Jeniffer Nascimento e Kiko Mascarenhas apresentam uma deliciosa sintonia em cena e os atores já têm experiência na pele de perfis cômicos. Os personagens carregam aquela essência de 'dupla atrapalhada' que raramente falha na ficção. Jéssica sempre se meteu em várias furadas para ajudar Duarte, um faxineiro que criou uma segunda identidade (o 'estrangeiro' Bob Wright) para aproveitar uma vida de luxo que nunca teve. Ela acabava interpretando uma espécie de motorista particular do seu amigo. Mas também virava a 'salva-vidas' do colega quando algo dava errado. 

Os personagens estão ligados ao enredo principal porque viram uma mulher, que tinha a mesma tatuagem de Clarice (Taís Araújo), trocando pneu em plena Avenida Brasil. Depois foi explicado que era Anita (Taís Araújo).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Quem ainda aguenta "The Voice Brasil" ?

 A primeira temporada do "The Voice Brasil" estreou em setembro de 2012 e foi um baita sucesso. O êxito de audiência, crítica e público fez o formato ingressar de vez na grade da Globo. Porém, dez anos se passaram e a décima primeira temporada, que estreou em novembro deste ano, já não tem nem um terço da repercussão que o programa teve um dia. Não por acaso, a atual edição começou bem mais tarde (em novembro ao invés de setembro ou outubro) porque o número de episódios diminuiu. E não é difícil entender as razões para tamanho desgaste. 


As reformulações são mínimas em virtude do formato ser baseado no original holandês, o que já prejudica qualquer tentativa de maiores novidades a cada ano. Lulu Santos está desde a primeira temporada, de 2012. Nada contra o cantor, um dos mais queridos do país, mas não há criatividade que salve qualquer originalidade em suas análises. São sempre as mesmas observações. Michel Teló está desde 2015 na atração e vencendo as disputas todo ano, vale lembrar. Iza foi um sopro de novidade em 2019, mas também já nem tem muito o que acrescentar de diferente. Gaby Amarantos saiu do Kids e foi para o adulto, ou seja, nem pode ser considerada algo novo. Mas a verdade é que o formato já se esgotou. Mesmo que o júri fosse 100% renovado, não haveria impacto. 

O público está cansado da mesmice das dinâmicas. A fase mais empolgante é a das batalhas, mas as demais não despertam interesse e ainda há o fato do vencedor(a) não emplacar. O termo "A voz do Brasil" virou uma piada. Quem ganha some da mídia assim como os perdedores. Não emplaca músicas, não faz sucesso, enfim.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Tatá Werneck segue fazendo do "Lady Night" o maior sucesso do Multishow

 O "Lady Night" é o maior sucesso do Multishow desde a sua estreia, em abril de 2017. Já são sete temporadas com ótimas entrevistas bem-humoradas conduzidas por uma genial Tatá Werneck. O talk show virou o trunfo da programação anual do canal a cabo. A primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a quinta e a sexta temporadas tiveram 25, 20, 25, 13, 11 e 15 episódios, respectivamente. A atual, a sétima, também tem 15, repetindo o número de bate-papos da edição de 2021. 


Como mencionado em textos anteriores, a apresentadora se adapta a qualquer entrevistado. Tatá consegue sentir até onde pode ir com cada pessoa. E sempre se prepara antes. É visível que as piadas e deboches são bem mais 'pesados' com entrevistados mais jovens ou quando já são seus amigos pessoais. Há um maior respeito e brincadeiras mais leves com figuras experientes, como Tony Ramos, o grande nome da atual temporada. Aliás, a presença do veterano apenas constata o quanto Tatá é respeitada e querida pela classe artística. O ator estava nervoso e inicialmente inseguro, mas foi se soltando até imitar um 'bonecão do posto' durante uma encenação com a humorista. Foi sensacional. E vale destacar também os momentos emocionantes da conversa. A elegância de Tony é admirável.

E a entrevista com Sabrina Sato foi a mais hilária. A apresentadora não conseguia acompanhar o raciocínio rápido de Tatá, o que rendeu uma avalanche de trapalhadas, onde nem a entrevistadora conseguia segurar o riso. Foi o bate-papo que mais divertiu Tatá e o público.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Nicolas Prattes vive grande fase em "Todas as Flores"

 A novela de João Emanuel Carneiro vem colecionando elogios. "Todas as Flores", folhetim exclusivo do Globoplay, está com uma ótima aceitação e há uma ansiedade com os cinco capítulos semanais disponibilizados toda quarta-feira, fruto dos bons ganchos do autor. E uma das tramas mais atrativas é a protagonizada por Diego, interpretado com brilhantismo por Nicolas Prattes. 


A saga do personagem é praticamente uma novela paralela. Tanto que Diego aparenta ser o mocinho da história, pois sofre tanto quanto Maíra (Sophie Charlotte), a mocinha. O rapaz passou por uma sucessão de desgraças logo no primeiro capítulo, onde vivia em total desespero. Passava necessidades com a mãe e os dois irmãos menores, teve o barraco onde morava com eles derrubado pela prefeitura, conseguiu pegar as economias da família mas foi furtado logo depois e para culminar pegou carona com um ricaço que atropelou e matou uma inocente enquanto dirigia bêbado. 

Diego estava tão no buraco que acabou aceitando a proposta do sogro de Olavo (André Loddi), o sujeito que assassinou uma mulher enquanto dirigia alcoolizado. Luís Felipe (Cássio Gabus Mendes) ofereceu dinheiro para que o assumisse o crime de seu genro. Diego acabou aceitando e foi para a cadeia.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Fracassada e sem credibilidade, "A Fazenda 14" virou uma chacota nacional

 Pior do que está não fica. A frase conhecida por um humorista que se candidatou a deputado poderia ser aplicada em "A Fazenda 14". Mas o reality da Record consegue sempre surpreender negativamente, o que anula a expressão que virou uma espécie de meme nas redes sociais. No caso da décima quarta edição do formato dirigido por Rodrigo Carelli sempre dá para piorar. Se a temporada já estava com a mão no troféu da pior de todos os tempos, agora o título foi finalmente oficializado. 

Como já mencionado em um texto anterior, até na primeira semana o reality demonstrou que não teria um bom caminho pela frente. Isso porque em uma dinâmica com jornalistas convidados foi exposto que quase todos os participantes já haviam se comunicado sobre a entrada no jogo e até combinaram estratégias. Como houve um vazamento antecipado dos nomes pela imprensa, vários já entraram em contato uns com os outros para planejar o que fariam. 

É verdade que "A Fazenda" nunca primou pela ética e muito menos credibilidade. Várias situações deixam evidente a manipulação descarada da produção e um dos principais elementos que proporcionam a interferência é o chamado "Poder do Lampião", onde há sempre um poder secreto que é lido no dia da formação da roça.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

"Mar do Sertão", "Cara e Coragem" e "Travessia" têm algo em comum: a falta de história

 A atual fase novelística da Globo não anda nada boa. A única inédita que vem correspondendo na audiência é "Mar do Sertão", a produção das seis. Já "Cara e Coragem" e "Travessia" patinam nos números. A das sete está a menos de dois meses do seu fim e o fracasso é um fato. Já a das nove ainda está no começo e pode reverter ao longo dos meses. No entanto, é perceptível que os três folhetins têm a falta de enredo como ponto comum. 

"Mar do Sertão" teve um início dos mais promissores com uma trama clássica de vingança. No entanto, o autor resolveu todo o 'plot' com menos de um mês de história no ar. Zé Paulino (Sérgio Guizé) foi dado como morto, teve uma rápida passagem de tempo de dez anos, e o mocinho logo voltou sem nenhuma explicação convincente para o público de como sobreviveu ao longo dos anos e nem como ficou rico. E sua volta não teve nenhum impacto porque os personagens reagiram como se o rapaz estivesse voltando de uma viagem e não saído de uma cova. Não deu para entender a intenção de Mário Teixeira em aniquilar seu enredo de uma forma tão primária. 

Mas então qual o motivo da novela das seis ter uma boa audiência? É fácil explicar. Todos os personagens exalam carisma e a trama tem bastante leveza. O enredo é sustentado por esquetes nos núcleos secundários e parte do público se contenta com isso. Porém, não há um arco narrativo. O conflito central anda em círculos e Tertulinho (Renato Góes) virou um vilão repetitivo que planeja matar Zé Paulino desde a estreia. Vários personagens somem e voltam sem maiores explicações. E o romance dos mocinhos nem tem mais o que caminhar porque Zé e Candoca (Isadora Cruz)  nem demoraram muito tempo separados.