Tudo sobre a coletiva de "10 Segundos para Vencer" e "Elis - Viver é melhor que sonhar"

A Globo já vem adotando uma espécie de tradição em torno de alguns filmes: a emissora costuma selecionar alguns longas da Globo Filmes e os transforma em séries de quatro a cinco capítulos, as exibindo normalmente no início do ano. Os dramas são sempre os escolhidos. É um claro corte de custos, afinal, gasta-se bem menos do que produzindo uma microssérie original. Em 2019, serão logo dois filmes adaptados entre 8 e 14 de janeiro: "10 Segundos para Vencer" e "Elis - Viver é melhor que sonhar".

As duas produções serão exibidas em sequência, logo após a novela "O Sétimo Guardião", e a emissora promoveu uma coletiva das tramas na última quarta-feira (05/12), na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, Rio de Janeiro. Fui um dos convidados e a apresentação das séries contou com a presença de parte do elenco e autores. O evento começou com "10 Segundos para Vencer" e finalizou com "Elis - Viver é melhor que sonhar".

Os atores Daniel de Oliveira, Sandra Corveloni e Osmar Prado marcaram presença, além do diretor José Alvarenga Jr. e do roteirista Thomas Stavros. O filme, coprodução da Globo Filmes e Tambelini Filmes, contou a história do icônico Éder Jofre, lutador de boxe bicampeão mundial e recebeu elogios da crítica.
O brasileiro disputou 81 lutas, com 75 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas, ambas por pontos. O vencedor nunca ouviu a famigerada contagem de dez segundos. Jamais sofreu um nocaute. Está entre os dez melhores pugilistas do mundo, no Hall da Fama, em Nova York.

Daniel de Oliveira se sentiu honrado em viver Éder e foi muito simpático com os jornalistas e blogueiros presentes. O ator está excelente no filme e já coleciona tipos reais em sua carreira, vide sua interpretação magistral como Cazuza e Stuart Angel. Osmar Prado, intérprete de Kid Jofre, pai de Éder e seu treinador ---- primeiro pugilista brasileiro a lutar nos Estados Unidos e a conquistar o título de campeão mundial ----, também dá show na trama e o ator fez questão de falar do prazer de ter participado da produção. A microssérie terá cerca de 15 minutos de material inédito.

Já Andreia Horta, Lúcio Mauro Filho e Mel Lisboa foram os atores que representaram "Elis" na coletiva, que ainda contou com o redator final George Moura e o diretor Hugo Prata. Todos ressaltaram a importância da cantora na história do Brasil, tanto no mercado musical quanto na política. Assim como a outra trama, serão cerca de 15 minutos de cenas inéditas, entre elas a visita de Elis a Rita Lee na prisão, na época da Ditadura. Por isso, inclusive, que Mel foi escalada ---- a atriz viveu a maravilhosa roqueira no teatro em "Rita Lee Mora Ao Lado - O Musical" (2014/16). Andreia até lembrou que não segurou a emoção quando viu a colega caracterizada.

Aliás, o trabalho de Andreia Horta está irretocável. A atriz ---- que ganhou o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado ---- incorporou Elis Regina no filme e sua entrega impressionou. Ela até confessou que refletiu um pouco antes de aceitar gravar novas cenas para a microssérie porque foram muitos ensaios na época do longa (exibido em 2016) e havia o receio de não repetir o (ótimo) desempenho. Mas ainda bem que esse receio bobo foi deixado de lado. Está tão bem quanto antes. A trama também conta com Sérgio Guizé como Tom Jobim e Thelmo Fernandes como Vinícius de Moraes. Lúcio Mauro Filho vive o bon vivant Miele. No caso da microssérie, o enredo é contato através de uma entrevista fictícia gravada por Elis (Andreia Horta), que seria a última, antes da sua morte. A partir dessa conversa imaginária, criada a partir de declarações oficiais da cantora, é construída a dramaturgia mesclando cenas do filme e outras sequências inéditas.

"10 Segundos para Vencer" e "Elis - Viver é melhor que sonhar" serão as primeiras produções da Globo em 2019 e dificilmente as microsséries não manterão a qualidade dos filmes.


Vídeo da talentosa Andreia Horta convidando os leitores do blog para a estreia.