Retrospectiva 2018: os piores do ano

As retrospectivas de fim de ano viraram uma tradição e esse blog tem o costume de apresentá-la em partes. Após a lista de triste perdas do meio artístico em 2018, chegou a hora de das listas de piores, melhores casais, atores e cenas. Começando, como sempre, pela seleção do que teve de pior no ano que passou. Em comparação com 2017, tivemos até menos produções citadas. Todavia, isso se deve ao fato do ano ter sido marcado pela Copa do Mundo e Eleições, o que implicou em menos produtos levados ao ar em virtude das respectivas coberturas. Mas, ainda assim, vamos aos selecionados.

"Malhação - Vidas Brasileiras":
Patrícia Moretzohn resolveu adaptar o formato da série canadense "30 Vies", mudando o protagonismo do enredo a cada 15 dias, mas não funcionou. O esquema adotado pela autora deixou todos os dramas superficiais e aniquilou qualquer possibilidade do público se envolver com os enredos, ainda mais exibindo conflitos que eram solucionados magicamente em menos de dez dias. O elenco escalado também deixa a desejar e vale lamentar uma atriz talentosa como Camila Morgado em um perfil central tão desinteressante quanto a professora Gabriela. A péssima audiência reflete o que vem sendo apresentado para os telespectadores. Várias vezes já perdeu a liderança para o sensacionalista "Cidade Alerta", da Record, fato que nunca havia ocorrido antes.

"Segundo Sol":
Após a equivocada "A Regra do Jogo", João Emanuel Carneiro tinha a missão de reverter a má impressão da sua novela exibida em 2015 e trazer de volta a empolgação do público, vista em seus folhetins anteriores, como "Da Cor do Pecado", "A Favorita" e "Avenida Brasil". Porém, o autor conseguiu o efeito contrário: escreveu sua pior trama. A ideia era contar a vida de um cantor de axé decadente, Beto Falcão, mas o enredo se voltou para o drama repetitivo de Luzia, uma das mocinhas mais imbecis e passivas dos últimos anos. A história andou em círculos e apenas a primeira fase despertou atenção. A segunda se mostrou um erro do início ao fim e a audiência foi apenas morna (33 pontos de média, seis a menos que "O Outro Lado do Paraíso" e igual a de "Império", de 2014). Nem mesmo a reta final empolgou. Destaque apenas para o bom desempenho do elenco, entre eles Adriana Esteves, Kelzy Ecard, Claudia Di Moura, Giovanna Lancellotti, Letícia Colin, Chay Suede, Deborah Secco, Vladimir Brichta, entre outros.

"Apocalipse":
O título ironicamente representou bem o que foi essa novela para a Record. A ideia era repetir o fenômeno de "Os Dez Mandamentos", pois a autora era a mesma: Vivian de Oliveira. Porém, a história bíblica contemporânea se mostrou confusa com três fases e várias mudanças de elenco. Para culminar, Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo, dono da emissora, resolveu interferir no enredo, desagradando a autora. A narração constrangedora de Sérgio Marone foi uma das intervenções e deixou tudo ainda pior. A audiência foi um fiasco e chegou a marcar 6 pontos em dias mais críticos. A produção deixou a desejar até nos efeitos especiais. A insatisfação foi tanta que Vivian pediu demissão da Record.

"Brasil a Bordo":
A série de Miguel Falabella estreou em maio de 2017 pela plataforma de streaming da Globo, a Globo Play. Todos os episódios foram disponibilizados. Porém, a trama estreou no canal aberto em janeiro de 2018. E não foi uma produção feliz do tão inspirado autor. As piadas de duplo sentido muitas vezes não tinham a menor graça e o enredo em torno de uma família falida, dona de uma Companhia Aérea, não funcionou. Parecia até uma tentativa fracassada de copiar a hilária família de "Pé na Cova". Apesar do elenco talentoso, os personagens eram cansativos e o seriado não deixou saudades. Que fique só na primeira temporada.

Mister Brau:
A quarta temporada da série de Jorge Furtado deixou claro que a trama não tinha mais para onde ir. Até tentaram colocar Taís Araújo protagonizando mais o roteiro, através do lançamento de Michelle Brau como cantora solo, mas não adiantou. O formato se desgastou e a repercussão foi nula. Ainda bem que encerraram de vez.

"Estrelas":
O formato das tardes de sábado da Globo já estava bem desgastado e a repercussão era nenhuma. O quadro de culinária, então, era um constrangimento sempre que Angélica se recusava a provar algum prato. O último programa contou  com Lilia Cabral e Fátima Bernardes como convidadas, mas nem assim empolgou. Já foi tarde.

"The Voice Brasil":
Definitivamente está na hora de renovarem o reality musical. A sétima temporada expôs o esgotamento em torno da imagem dos técnicos e ainda despertou dúvida a respeito do poder que os fãs de Michel Teló têm nas votações. Pela quarta vez seguida ele conseguiu fazer o seu candidato o campeão. Apesar de Ivete Sangalo ser relativamente nova no time, já deu o que tinha que dar Lulu Santos, Carlinhos Brown e Michel no juri. Passou da hora de escalar novos nomes. O ótimo "Popstar", por exemplo, já expôs o potencial de vários cantores na análise de candidatos, como Ana Carolina, Paula Toller, Fafá de Belém, entre tantos mais. Para culminar, a edição de 2018 teve uma repercussão tão baixa quanto a de 2017.

Silvio Santos:
É triste colocar o maior apresentador do país e um dos melhores comunicadores do mundo nessa lista. Mas Silvio vem enfiando os pés pelas mãos há um bom tempo com suas declarações constrangedoras e em 2018 abusou. O comentário feito para Cláudia Leitte, em pleno Teleton, um evento beneficente, provocou uma imenso constrangimento na cantora e em todos os presentes (sua esposa e filhas, inclusive). A frase "Não vou te abraçar porque vou ficar excitado" não teve graça alguma e configurou um desrespeito sem precedentes. Isso dias depois de ter exibido no SBT propagandas com a frase "Brasil: ame ou deixei-o", para bajular o presidente eleito Jair Bolsonaro, lembrando o período da Ditadura Militar.

Maria Antônia vencendo o "Masterchef Brasil" e Rafael vencendo o "Masterchef Profissionais":
Poderia até ser uma questão de torcida, mas não se pode negar que  grande parte do público se frustrou vendo esses dois vencedores do   reality culinário da Band. Além das temporadas terem sido fracas, os respectivos desfechos foram decepcionantes. Os dois vencedores eram bons, sem dúvida, mas curiosamente os jurados (Erick Jackin, Paola Carosella e Henrique Fogaça) elogiaram muito mais os pratos dos vices. Não deu para entender.

Leo Jaime vencendo a "Dança dos Famosos".
Também nem é questão de torcida, mas de justiça. O cantor, apresentador e ator é um querido, mas não dançou melhor que Érika Januza e nem deveria ter ido para a final no lugar de nomes como Pâmela Tomé e Mariana Ferrão, por exemplo. Mas, graças aos votos dos jurados ditos técnicos, ele levou a melhor.





Como foi possível perceber, o ano de 2018 teve muita decepção na televisão. Faz parte. Todo ano tem e em 2019 não será diferente. Pelo menos também tivemos muitas produções excelentes e atores que brilharam em várias tramas. É a Lei da Compensação. E em breve eles aparecerão aqui em outras listas. Aguardem.