A matriarca da família Lemos nunca se colocou em primeiro lugar na vida. Sempre viveu em função do marido e dos quatro filhos. A morte de Júlio (Antônio Calloni), de acordo com as produções passadas, deixa a situação econômica da família em estado crítico e a dedicação daquela mãe fica ainda maior. A autora não alterou uma das maiores viradas da história. Tudo isso continua. Porém, agora Lola vê uma chance para amar novamente. Isso porque sua relação com Seu Afonso (Cássio Gabus Mendes) fica ainda mais forte, principalmente depois que viram sócios no negócio da venda de doces caseiros.
Ao contrário das versões passadas, o clima entre os personagens sempre existiu no atual remake. Na trama do SBT, que serve como base para a produção da Globo, o dono da venda era vivido pelo saudoso Umberto Magnani e tinha uma importância muito menor, mesmo tendo protagonizado os conflitos iguais com a companheira egoísta e o afastamento da querida filha --- a única diferença é que as duas não eram negras e nem da Bahia e, sim, espanholas.
Agora o querido personagem virou um dos grandes destaques do enredo e tem bastante relevância em torno dos conflitos de Lola com os filhos. Já deu vários conselhos a Alfredo (Nicolas Prattes) e Carlos (Danilo Mesquita), representando um segundo pai para os meninos --- e bem mais compreensível que Júlio.
Agora o querido personagem virou um dos grandes destaques do enredo e tem bastante relevância em torno dos conflitos de Lola com os filhos. Já deu vários conselhos a Alfredo (Nicolas Prattes) e Carlos (Danilo Mesquita), representando um segundo pai para os meninos --- e bem mais compreensível que Júlio.
A construção da linda amizade foi muito bem desenvolvida por Angela e era visível a sua intenção: transformá-los em par romântico. O encantamento de Afonso com retirada do luto de Lola teve um toque de conto de fadas. Parecia um príncipe admirando a princesa. E a matriarca, mesmo disfarçando melhor, correspondia. Todo o contexto foi inteligentemente preparado para incentivar o publico a torcer pelo casal. Claro que funcionou. Tanto que a cena do primeiro beijo foi repleta de delicadeza e pareciam dois adolescentes tímidos descobrindo o amor. A química saltou aos olhos e é maravilhoso ver dois veteranos representando o par central de um folhetim, ainda que o roteiro original não tenha romance principal. Pelo contrário, as tragédias dominam.
Gloria Pires e Cássio Gabus Mendes são amigos há anos e já estiveram em muitas novelas juntos, inclusive como casal. O mais lembrado, claro, é Maria de Fátima e Afonso em "Vale Tudo", novela de imenso sucesso exibida em 1988/1989. Mas a atriz vivia uma vilã interesseira, que marcou sua carreira, e ele o mocinho enganado. Os outros folhetins que contaram com a parceria dos atores foram as fracassadas "Desejos de Mulher" (2002) e "Babilônia" (2015). O entrosamento que transborda em cena é fruto da longa amizade e também do talento dos intérpretes que sabem o que costuma funcionar ou não em uma cena. Sempre é prazeroso vê-los juntos e agora não é diferente.
Todos que leram o livro ou viram algum remake anterior na Tupi, Record ou SBT sabem o triste final de Lola. O desfecho nada feliz foi uma ousadia e tanto em se tratando de novelas. Por isso a trama é tão marcante. Mas Angela Chaves resolveu alterar esse inesquecível e doloroso final na sua versão de "Éramos Seis". Lola, pela primeira vez em mais de 77 anos (o romance foi publicado em 1943), terá um companheiro ao seu lado no último capítulo. Um pouco menos de sofrimento em tempos tão difíceis... Por que não?
20 comentários:
Olá, tudo bem? Infelizmente, a autora e direção não conseguiram adentrar o espírito da obra. Na próxima semana, divulgarei o meu balanço final sobre a novela. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com
Não adentraram no espírito da obra??? Quem te disse, Fábio??? Assiste de novo.
Lembro que no começo você não gostava da ideia de mudar o final. Você disse isso nos comentários do primeiro texto sobre a novela. Pelo visto mudou de ideia. E entendo. Afinal, Lola e Afonso são um casal belíssimo.
(Matheus).
"Éramos Seis" tem cada trunfo que não acaba mais, e o belíssimo par romântico composto por Lola (Glória Pires) e Afonso (Cássio Gabus Mendes) foi feito especialmente para esta versão mais recente da obra de Maria José Dupré. A novela encerrará seu ciclo da mesma forma gloriosa que o iniciou.
Guilherme
Acompanho a novela desde o início e pra mim tudo estava indo bem até agora, mas confesso que esse romance não me agradou, Lola deve terminar sozinha, não porque ela é uma pessoa terrível que merece a solidão, mas sim porque o que Éramos seis mostra qual é a dura realidade de uma pessoa que faz de tudo pela família mas prioriza muito mais a vida dos outros do que a própria vida, ela faz tantos sacrifícios e nunca é recompensada, mas essa é a sina de quem nunca se coloca em primeiro lugar, principalmente porque Lola se sacrificou por pessoas ingratas, o marido e os filhos(a maioria), é uma obra focada na realidade, a vida é a verdadeira vilã, e a vida real não vai dar um príncipe encantado que vai compensar todo o sofrimento que você passou a vida inteira, por mais que isso seja lindo vai contra a própria moral dessa história, o romance foi muito bem construído mas qual é a probabilidade de mulher que acaba sozinha num asilo ou num quarto de Freiras receber uma dádiva dessas.
Essa novela ficou ainda melhor na reta final.
Até que enfim dona Lola terá um pouco de felicidade no seu final. Nunca me conformei com os finais anteriores.
Nada a ver essa esquecível versão de "Eramos Seis", como é padrão nas novelas da Globo de uns tempos pra cá o elenco atuando em tom monocórdio(quase sussurrando), a imagem feia querendo parecer filme, trilha sonora fraca, sonoplastia quase inexistente, abertura sem graça...
Não acompanho a novela, mas o casal tem química desde que os vi fazendo par romântico em Vale Tudo.
Big Beijos,
Lulu on the sky
Sérgio, vc já viu outras novelas do sbt (eu me refiro as brasileiras, porque já sei que você viu algumas mexicanas) além da versão de Eramos Seis de 1994? Lembro que tiveram algumas como Maria Esperança, Esmeralda? Eu, inclusive, gostei dessas. Me refiro apenas as adultas, nada das infantis. Gostei dessa mudança no final e de todas as outras também. Xau.
Matheus.
Discordo totalmente, Fabio. abçs
Concordo, anonimo.
Verdade, Matheus, mas nao resisti.
É isso, Guilherme.
Respeito sua opinião, anonimo.
Ficou msm, anonimo.
Até que enfim, anonimo.
Verdade, Lulu.
Nao vi nao, Matheus. Só Eramos Seis msm.
Postar um comentário