terça-feira, 24 de março de 2020

Nicette Bruno e Irene Ravache engrandecem última semana de "Éramos Seis"

A última semana de "Éramos Seis" tem honrado todas as qualidades que o remake tão bem escrito por Angela Chaves vem apresentando desde a estreia. A quinta adaptação da obra de Maria José Dupré prova como o romance tão triste sobre a dura vida de uma matriarca é atemporal e sempre envolve quem assiste ou lê. Para coroar a trama tão emocionante, duas participações para lá de especiais engrandeceram a história em plena reta final: Nicette Bruno e Irene Ravache.


Nicette foi a Dona Lola do remake exibido na TV Tupi, em 1977. A grande atriz fazia par com o saudoso Gianfrancesco Guarnieri, intérprete do rígido Júlio. Já Irene Ravache é a Lola mais lembrada pelo grande público. A intérprete deu um show na adaptação produzida pelo SBT em 1994, ao lado de Othon Bastos (Júlio), e comoveu o telespectador em um dos poucos folhetins da emissora de Silvio Santos que realmente fez um grande sucesso. Nada mais justo do que homenageá-las na atual versão da Globo, onde a Lola da vez é vivida pela maravilhosa Glória Pires.

Vale lembrar que as duas veteranas sempre estiveram nos planos da autora e do diretor Carlos Araújo, mas infelizmente não puderam ficar no elenco fixo. Nicette tinha acabado de participar de "Órfãos da Terra", novela anterior e problemática, enquanto Irene precisou se afastar, após o término de "Espelho da Vida", para cuidar de um problema no quadril.
Felizmente, houve uma conciliação de agendas na reta final para a luxuosa presença das atrizes. E, como nada é por acaso, ambas tiveram uma ligação direta com a protagonista, o que implicou em uma memória afetiva imediata do público. Até mesmo os que não assistiram as versões anteriores.


A história é tão emblemática que o desfecho sempre foi lembrado e comentado. Afinal, são raras as novelas sem final feliz e "Éramos Seis" sempre se encaixou no time das exceções. O título é um doloroso "spoiler". Lola, após a perda do marido e do filho mais velho, a fuga de Alfredo (Nicolas Prattes), o casamento por interesse de Julinho (André Luiz Frambach) e a relação extraconjugal de Isabel (Giullia Buscacio), vai parar em um asilo e termina sua vida triste, solitária e tentando ser útil ajudando outros idosos abandonados. A única pessoa que sempre vai visitá-la é a melhor amiga Genu (Kelzy Ecard). Esse é o fim do livro e de todos os remakes. Até agora.

A quinta adaptação presenteou o público com um final feliz de Lola e Afonso (Cássio Gabus Mendes). O casamento deles fecha o enredo. É justamente por causa da ousada alteração que a participação das atrizes ficou ainda mais importante. Nicette vive a doce Madre Joana, uma das freiras responsáveis pelo pensionato (a simpática senhora não gosta de chamar de asilo), e o primeiro encontro da personagem com Lola esbanjou sensibilidade. A matriarca, antes de se mudar para a casa de Isabel, pouco depois de ter sido enxotada por Julinho e Soraia (Rayssa Bratillieri), se encantou com o lugar e as duas tiveram um breve bate-papo. A cena foi simples, mas cheia de significado.


Já Irene interpreta a solitária Teresa, moradora do asilo que puxa conversa com Lola. A autora teve a criatividade de colocar um trecho do texto de Lola no romance original, e que foi dito pela Lola de Irene em 1994, na boca da nova personagem, como se uma Lola estivesse desabafando com a outra. É como se a Lola de 1994 estivesse triste e a de 2020, com um final menos pior e mais reconfortante, a consolasse. Irene e Glória protagonizaram um momento que já ficou marcado na história da teledramaturgia. Que momento sublime.

"Éramos Seis" está chegando ao fim, o que é uma pena. Mas essa última semana vem presenteando o telespectador com momentos ainda mais tocantes e bem escritos. Nada melhor do que acompanhar a conclusão de uma linda e melancólica novela com belas cenas e presenças enriquecedoras, como é o caso de Nicette Bruno e Irene Ravache. Sorte da Glória Pires. E do público.


18 comentários:

Anônimo disse...

EU CHOREI TANTO!!!!!!!

Anônimo disse...

As participações de Nicette Bruno e Irene Ravache nesta derradeira semana de "Éramos Seis" vieram para coroar os vários acertos de Ângela Chaves na condução do remake da obra. E não só Lola (Glória Pires), mas também Alfredo (Nicolas Prattes) terá um final feliz nesta versão.

Guilherme

Anônimo disse...

Eu to amando essa surpresa!!!!

chica disse...

As duas são espetaculares e teu post foi Lin d o! ABRAÇO, CHICA

Anônimo disse...

O texto da Lola de 1994 ser dito novamente pela Irene agora foi perfeito.

Rosei disse...

Eu adorei, achei tão interessante o encontro delas.

A Lola de 1994, triste, dizendo que se sentia solitária ("o importante é que os filhos seja felizes, mesmo que fiquemos sozinhas").

A Lola de 2020, mais otimista, tentando ver as coisas pelo lado positivo ("mas nós não estamos sozinhas. Não estamos aqui, as duas? E ainda por cima sendo úteis").

Que interessante, como uma mesma personagem por ter interpretações diferentes. Achei bem original o que a autora fez nesse remake.

Anônimo disse...

Foi uma tática de mestre da autora.

Unknown disse...

Eu estou amando Irene Ravache e Nicette Bruno serem homenageadas no remake que atrizes maravilhosas, hoje vi uma cena de irene com o grande Othom Bastos que foi o Júlio da versão do SBT e me emocionei. Finalmente Glória Pires ganhou um papel a sua altura.

Juliander F disse...

A cena das 3 Lolas realmente foi muito bonita e emocionante, graças ao talento das 3 atrizes, à direção e ao texto.
Outro momento bem tocante foi o "reencontro" do Júlio e da Lola da versão de 1994. Uma ótima sacada da autora.
A novela em si foi muito feliz, e as participações de Irene Ravache e Nicette Bruno nessa reta final foram a cereja do bolo.

Sérgio Santos disse...

Idem, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Concordo, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

Tb amei, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Chica.

Sérgio Santos disse...

Foi mesmo, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Achei perfeito, Rosei!!!

Sérgio Santos disse...

Foi, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Endosso, anonimo.

Sérgio Santos disse...

O momento com o Othon foi lindo tb, Juliander.