"Espelho da Vida" presenteia público com grandes cenas em sua última semana

A última semana de "Espelho da Vida" vem proporcionando uma sucessão de cenas arrebatadoras e impactantes para o público. Elizabeth Jhin exibe uma reta final digna de um novelão da melhor qualidade. E o melhor: sem correria. São tantas sequências merecedoras de elogios que fica difícil citar todas (fora ainda as que estão por vir). Porém, algumas merecem uma menção especial por várias razões.

O momento mais aguardado da novela é o encontro de Daniel (Rafael Cardoso) e Cris (Vitória Strada), sem dúvida. Mas, outra cena também era muito esperada pelos telespectadores apaixonados pela obra tão bem escrita pela autora: o encontro de Margot (Irene Ravache) e seu neto. Após anos sofrendo pelo desaparecimento de seu filho, Pedro, e, posteriormente, com a descoberta de sua morte, a personagem finalmente ganhou a surpresa maravilhosa que tanto merecia. E a espera valeu muito a pena.

Encantada com o fato de Daniel ser a reencarnação de Danilo Breton, amor de Júlia Castelo, Margot fez questão de saber um pouco sobre as sensações que o rapaz sentia ao tocar nos objetos da falecida. Mas, ironicamente, acabou descobrindo que ele era filho de um homem cuja origem era desconhecida e que havia aparecido na Hungria chamando pela mãe. Já certa de que Daniel era seu neto, a viúva perguntou o nome do pai do fotógrafo, que respondeu Pedro.
E ainda mostrou o escapulário que era de seu pai. Os olhos lacrimejados deram lugar a uma emoção arrebatadora que culminou em um abraço apertado, diante do choro do espírito de Vicente (Reginaldo Faria) e da psicóloga Letícia (Letícia Persiles).

Irene Ravache protagonizou a sua melhor cena na novela e uma das melhores sequências do ano. Conseguiu superar a si mesma, vide o instante de dilacerar o coração quando Margot descobriu que seu filho estava morto, logo no início de 2019. Irene, Rafael Cardoso, Reginaldo Faria e Letícia Persiles também brilharam. Vale destacar ainda a propícia música "Oração", de A Banda Mais Bonita da Cidade, que embalou o sensível momento. Que cena!

Mas não tem faltado momento tocante ou de forte impacto. Como não citar a sequência em que Graça (Patricya Travassos) quase leva um tiro pelas costas de Eugênio (Felipe Camargo), sendo salva pelo grito desesperador de Teresa (Clara Galinari), que voltou a falar após anos muda em virtude do trauma sofrido por um enformamento causado justamente pelo coronel, seu pai. Felipe, Patricya e Clara deram um show. A direção irretocável de Pedro Vasconcelos também tem se sobressaído cada vez mais.

Outra cena forte foi a morte de Otávio (Patrick Sampaio), após uma briga com Gustavo Bruno (João Vicente de Castro) em 1930. Indignado pela traição de seu irmão com Dora (Alinne Moraes), o advogado partiu para cima do vilão e o esmurrou. Mas acabou empurrado pelo canalha e bateu com a cabeça na quina da mesa, morrendo na hora. A sequência foi excelente e ainda explicou o porquê do aneurisma de Felipe em 2008, além do ciclo macabro de sua morte: como reencarnou dando o troco no primo Alain --- ele teve um caso com Isabel, então noiva do cineasta ----, sem evoluir, acabou morrendo em decorrência de outra briga com o rival (após ter sofrido um grave acidente de carro, foi esmurrado por Alain e seu aneurisma rompeu dias depois no hospital).

Já o surto de Dora, logo após ter descoberto que era filha de Eugênio, assim como a irmã Teresa, foi para destacar ainda mais a maestria de Alinne Moraes. O olhar de ódio que a vilã lançou para o pai durante todo o embate entre os dois foi de arrepiar. A atriz demonstrou todo o rancor e descontrole emocional com uma entrega que provocou o impacto necessário para a cena. Felipe Camargo também merece todos os elogios, pois tem brilhado ainda mais na reta final. Vitória Strada ainda transbordou emoção na sequência do sofrido nascimento de André.

"Espelho da Vida" está imperdível em seus últimos momentos e Elizabeth Jhin tem escrito cenas grandiosas para fechar sua história com chave de ouro. Sorte do público e azar de quem perdeu.