O núcleo central é da tradicional família Sabino Machado, congelada em 1886 e descongelada em 2018. Uma ideia que pode resultar em uma trama genial ou em um enredo bizarro. A coragem do autor, no entanto, é válida. Dom Sabino (Edson Celulari), Dona Agustina (Rosi Campos) e a filha Marocas (Juliana Paiva) são donos de extensas terras para a exploração de ouro, minérios e investimento em telefonia. A história começa justamente há 132 anos, mostrando a rotina desses personagens. O primeiro capítulo é voltado exclusivamente para isso. A saga se inicia como um folhetim de época e depois vira uma novela contemporânea.
A estreia foi movimentada, sem ser corrida. Após se chocar ao ver a filha beijando o provocador Bento (Bruno Montaleone), Dom Sabino tenta matar o rapaz, que acaba fingindo sua própria morte. O "velório" do malandro vira uma grande pastelão e todos descobrem que ele não morreu.
Marocas, no entanto, se recusou a casar e disse ''não' em pleno altar. O pai, então, resolveu aproveitar a viagem que faria para conhecer um estaleiro recém-adquirido na Inglaterra para levar toda a família junto. O objetivo foi afastar a filha do escândalo da honra manchada.
E quando decidiu levar todos, realmente levou. Além da herdeira e da esposa, foram as caçulas gêmeas ---- Kiki (Nathalia Rodrigues) e Nico (Raphaela Alvitos) ---- e os escravos Damasia (Aline Dias), Cairu (Cris Viana), Cesária (Olívia Araújo), Menelau (Davi Junior) e Cecílio (Maicon Rodrigues). A preceptora Miss Celina (Maria Eduarda de Carvalho), o guarda-livros Teófilo (Kiko Mascarenhas), o cachorro Pirata e até o próprio Bento também embarcaram. Apesar de ser considerado o navio mais seguro do mundo, o Albatroz se choca em um iceberg e afunda, matando milhares de pessoas. E os treze personagens mencionados acabam congelados. Qualquer semelhança com Titanic não é mera coincidência. A sequência do acidente, por sinal, ficou muito bem feita e as imagens usadas na passagem de tempo deixou o recurso criativo ---- teve Michael Jackson, Ayrton Senna, Fernanda Montenegro, Copa do Mundo, enfim.
O primeiro gancho despertou interesse em continuar assistindo, pois Samuca (Nicolas Prattes) encontrou um imenso iceberg em pleno Guarujá com Marocas dentro. O mocinho parou de surfar na hora e foi socorrer a menina, se encantando logo de cara. Ela acorda e os dois se olham. Um clichê irresistível. A proposta do enredo é algo ilógico, mas tem tudo para conquistar o público pelas inúmeras possibilidades que o contexto de uma família de 1886 vivendo em 2018 tem, incluindo a observação em torno dos avanços tecnológicos e do preconceito racial ainda existente, por exemplo. E a forma como tudo foi apresentado na estreia prendeu a atenção. Juliana Paiva já é um destaque e sua carismática Marocas promete, assim como o futuro romance com o íntegro Samuca. Rosi Campos, Kiko Mascarenhas, Maria Eduarda de Carvalho e Edson Celulari foram outros bons nomes deste começo. Vale elogiar ainda a trilha sonora. O folhetim mal começou e o telespectador já ouviu "It`s The End Of The World As We Know It" (R.E.M.) e "Raindrops Keep Fallin`On My Head", de B.J. Thomas. A única crítica é a respeito da duração da primeira fase. Estava tudo tão bonito e caprichado que poderiam ter aproveitado mais. Uns três ou quatro capítulos em 1886 seriam bem-vindos.
"O Tempo Não Para" teve uma estreia movimentada e divertida. O tempo realmente não parou, ironicamente. É válido até mencionar o ótimo 'crossover' em "Orgulho e Paixão", onde Elisabeta (Nathalia Dill) comentou com Darcy (Thiago Lacerda) sobre os 25 anos da tragédia da Família Sabino Machado, que morreu em um naufrágio. Uma maneira criativa de anunciar a nova trama. Mário Teixeira tem uma grande e ousada história em mãos. O autor merece todos os elogios pela sua criatividade e agora resta torcer para que saiba conduzir essa atrativa premissa de maneira competente, honrando o ótimo primeiro capítulo.
25 comentários:
Também adorei. Um capítulo leve e divertido. Foi muito convidativo. A trilha sonora também me chamou atenção, pois deixou tudo mais descontraído. Tomara que continue assim.
Muito boa a estreia Adorei. Juliana Paiva perfeita de mocinha!
Achei legal mas nao achei óóóóóótima...Vamos ver o que vem por aí.
Pelo enredo tem tudo pra ser boa!" abração, tudo de bom,chica
Gostei também. Acho que pelo menos o primeiro mês vai ser bom, mas já fica a torcida pra novela inteira ser bem conduzida e manter o nível. Apesar da parte em 1886 ser gostosinha de assistir, discordo de sua crítica, não gosto de primeiras fases longas, e achei essa de bom tamanho, já que a parte mais bacana da novela e a que mais estou esperando pra ver é justamente o "descongelamento" e o choque dos congelados com a atualidade. Como você bem disse no twitter, Leonardo Nogueira aproveitou bem o elenco das Malhações do Jacobina dirigidas por ele, porém a expectativa era Bárbara França, Amanda de Godoi, Bruno Guedes, e a realidade foi o Sasho, mas enfim. Ah! A abertura também achei feia, muito colorida... sei lá.
Olá Sérgio
Vamos torcer para não cair no bizarro, no caricato nem no pastelão hihihi
Acho que a 'primeira fase" (um capítulo?) deveria ter pelo menos uma semana.
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br
DELÍCIA DE NOVELA! SÓ ODIEI A VERSÃO DA IVETE SANGALO.
Sérgio, que texto liiindo!!!
Adorei a estreia da novela, foi muito divertida, linda, encantadora!!
Tomara que o ritmo continue assim pois só tenho elogios a fazer!!!
Tenha um lindo restante de semana amigo!!
Beijão!!!
Olá Sérgio!!
Até que gostei dessa estreia, achei interessante, apesar da premissa bizarra.
Concordo que a fase de 1886 estava bem caprichada, mas entendi o motivo da sua curta duração: o foco é realmente mostrar como essa família tradicional do século XIX se comporta nos dias de hoje, se debruçar mais sobre a vida deles no passado poderia dar uma sensação de enrolação. Apesar disso, confesso que senti falta de mostrarem o que aconteceu depois do naufrágio, como exatamente aquelas pessoas acabaram congeladas e o resto dos passageiros não.
Gostei muito do Edson Celurari e da Juliana Paiva nesse primeiro capítulo, e acho que ela tem tudo pra formar um lindo par com o Nicolas Prattes.
E eu simplesmente AMEI o crossover com Orgulho e Paixão, foi inteligente e inesperado (eu até achei que ia rolar alguma coisa no final de Deus Salve o Rei, mas como não aconteceu, desencanei).
No mais, é isso. Abraços!!
Ha muito, mas muito tempo uma novela das sete não me prendia tanto como essa. Não sou muito fã de novela das sete. A última que assisti foi Sangue Bom e Ti Ti Ti. Não perdi um capítulo ate agora e acho que não vou me decepcionar. Tem muitos núcleos, porém com o passar dos capítulos, eles de uma maneira ou de outra vão se entrelaçando. E tem tudo pra prender atenção de todo mundo. Tem o casal principal com uma química muito boa. O núcleo dos pobres que parece emocionar, o núcleo da pensão que vai arrancar boas risadas e uma vilã ciumenta e histérica. A crítica estava boa ate chegar na parte em que você diz que poderia ter 'durado mais tempo a primeira fase'. Vocês blogueiros são chatos; se dura muito a primeira fase vocês criticam, se dura pouco criticam...
Oi Sérgio,
Eu adorei a criatividade do autor,
e embora eu não tenha tempo pra assistir,
estarei por aqui, lendo o desenrolar da trama...
Beijos e ótima semana \o/
Uma delicia, anonimo.
Ta sim, Fabiana.
Eu amei, Yasmin.
Tem sim, Rejane.
HAHAHAHAH Exatamente, Malu....
Por enquanto táa tudo ótimo, Luli!!
Tb nao gostei, anonimo.
Muito obrigado, Adriana. bjs
Eu só queria uns dois dias a mais da primeira fase, anonimo, pra explorar mais a época.
Eu tb adorei, Clau. bjs
O crossover com Orgulho e Paixão foi GENIAL, Germana.
:) Comecei com um sorriso porque estou amando!!A novela é divertida, movimentada sem exageros,os atores estão fluindo em seus papeis.
Espero que continue melhorando.
Eu amo muito, Cleu. Que boa estreia. bjs
Boa tarde sergio!
Vamos ver os próximos capitulos.
Desejo uma excelente semana, e um mês de setembro cheio de coisas boas.
Um beijo!
Escrevinhados da Vida
Ja temos atualização por lá.
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