sexta-feira, 10 de agosto de 2018

"Malhação - Vidas Brasileiras" aborda temas importantes de forma rasa e gratuita

A missão de um autor não é fácil. Criar bons personagens, dramas atraentes e histórias convincentes é um desafio para qualquer escritor. E inserir esse conjunto em uma produção televisiva consegue ser ainda mais complicado. Porém, apesar das inúmeras dificuldades, é praticamente impossível falhar em absolutamente tudo. Por pior que seja uma novela ou série, há ao menos um núcleo ou uns poucos personagens que se salvam. E é exatamente por isso que o caso de "Malhação - Vidas Brasileiras" se mostra tão atípico: a atual temporada falha em todos os aspectos.


Patrícia Moretzohn tem pecado desde o início de seu enredo e uma dos muitos equívocos é a abordagem de temas importantes. O chamado "merchandising social" na teledramaturgia é uma constante sempre bem-vinda, desde que agregue ao roteiro, engrandeça os personagens e consiga mesclar ficção com realidade com competência. Mas nada disso tem sido observado na história da autora, que enfia os pés pelas mãos em todos os momentos que pretende explorar dramas como alcoolismo, gordofobia, bulimia, entre outros.

A ideia de se inspirar no formato canadense "30 Vies" foi um dos maiores erros da atual temporada. É impossível desenvolver um drama de um personagem em menos de dez capítulos sem parecer raso ou gratuito. Com o objetivo de elaborar um 'rodízio' de protagonismo, a história explora um conflito por vez colocando um adolescente ou adulto como perfil central. E o desenvolvimento de todas as situações até então se mostrou catastrófico.
O aluno ou aluna da intrometida professora Gabriela (Camila Morgado) apresenta um problema do nada, o mesmo é exibido de maneira superficial e em menos de duas semanas tudo é solucionado como em um passe de mágica.

O caso de Pérola (Rayssa Bratillieri), por exemplo, beirou o absurdo. A patricinha, inclusive, parecia ser a única personagem bem construída da trama, mas essa impressão durou pouco. Chegou a ser vilãnizada quando foi traída pelo namorado Alex (Daniel Rangel) e seu desenvolvimento foi totalmente equivocado assim que teve o esperado protagonismo no roteiro. A menina resolveu virar uma modelo famosa, depois que uma amiga a indicou para o trabalho, e imediatamente começou a se fixar com o corpo. A bulimia surgiu em menos de uma semana e o público já via cenas de indução ao vômito, rejeição aos alimentos e excesso de exercícios. A garota chegou a ficar com uma expressão cadavérica em poucos dias (cuja maquiagem exagerada merece menção) e ninguém ao seu redor notava algo de estranho. Somente Gabriela percebeu algo, mas achou que era gravidez. Só perceberam quando Pérola sumiu e foi encontrada quase morta no banheiro. Logo depois, magicamente, ela se recuperou e se deu conta da sua doença. Iniciou um tratamento que o telespectador não viu e já estava bem, cedendo o protagonismo para outro.

Amanda (Pally Siqueira) se transformou na nova vítima. Com o objetivo de abordar a Esclerose Lateral Amiotrófica (conhecida como "E.L.A."), a personagem ganhou destaque e passou a morar na casa da avó do namorado ---- Kavaco (Gabriel Contente), o primeiro que ganhou um conflito na temporada, tendo protagonizado o constrangedor enredo do verniz de barco que cheirava. A grande Aracy Balabanian foi a escolhida para uma breve participação como avó do menino. A senhora não gostou de modificar toda a sua casa para a adaptação da menina, que precisava de apoio para não cair e maçanetas mais simples nas portas. O detalhe é que essa doença nunca foi sequer citada anteriormente e os pais da garota nem apareceram para uma interação com a filha. Amanda acabou expulsa pela dona do apartamento, mas a mesma teve um problema de saúde e as duas acabaram se reconciliando. Já a doença só se manisfestou quando era propícia para o enredo. Após concluído, tudo bem novamente.

E recentemente a autora conseguiu errar ainda mais no drama de Rafael (Carmo Dalla Vecchia). O personagem sofria de alcoolismo e esse grave problema nunca foi sequer explorado anteriormente. Nem mesmo de maneira sutil. A doença virou o foco simplesmente porque Márcio (André Luiz Frambach), com ciúmes da relação do pai com Gabriela, resolveu induzi-lo a ingerir bebida para atrapalhar o romance. A atitude é digna de um grande vilão de novela, mas Patrícia tenta apresentar um garoto complexo, sem sucesso. O rapaz parece legal em alguns momentos e em outros vira um completo babaca de maneira gratuita. Até mesmo o namoro com Pérola foi construído de forma rasa. E, por mais absurdo que seja, nesta semana, Márcio pediu desculpas pelo que fez ao pai e tudo ficou por isso mesmo. Rafael até se recuperou da recaída no álcool. Como pode tamanho desleixo de narrativa?

Para culminar, na mesma semana, a autora usou uma série de apresentações de grupo na escola para falar de maneira extremamente didática sobre corrupção, gênero, sexualidade e alcoolismo. Parecia um Telecurso 2000 piorado e não uma trama com conflitos bem construídos. Os temas importantes não foram usados para engrandecer a narrativa dos personagens e, sim, para dar uma aula entediante sobre questões importantes. A interpretação do elenco também não ajudou e o conjunto beirou o constrangimento. Até mesmo o contexto envolvendo a gordofobia sofrida por Úrsula (Guilhermina Libanio) voltou com uma abordagem tão superficial quanto feita anteriormente através do menino que teve vergonha de beijá-la na frente dos amigos. Agora entrou em voga o racismo com uma nova personagem que se matriculou na escola. A expectativa em cima desse outro assunto é a pior possível.

"Malhação - Vidas Brasileira" vem se mostrando um conjunto de equívocos e a baixa audiência faz jus ao que vem sendo apresentado desde a estreia. É decepcionante ver uma temporada tão fraca e mal conduzida, principalmente após o sucesso de "Viva a Diferença". Não há fôlego na narrativa nem para o final de 2018, quanto mais para agosto de 2019 (prazo estipulado pela emissora). Preocupante.

63 comentários:

Anônimo disse...

Sobre essa temporada não tenho mais nada a dizer... Só lamentar. Pelo visto agora, Malhação voltará aos trilhos só em 2020 (Se essa história do Jacobina ser o autor da próxima temorada em detrimento ao roteiro de Priscila Steimann). É triste, viu...

Anônimo disse...

*Se essa história do Jacobina... se confirmar.

Heitor disse...

Que vergonha ver o que essa autora tá fazendo!!!!!!!!

Andressa Mattos M. disse...

Já tinha lido um comentário aqui no blog dizendo que você é ótimo pra elogiar mas pra esculachar é ainda melhor.Concordo!!!!!!!!

Marcos Vinícius disse...

Sérgio, concordo com tudo no seu texto, essa temporada é péssima em todos os sentidos e só piora!!! As abordagens são pessimamente feitas, as atuações de todos os jovens atores são sofríveis, é impossível gostar de um único personagem... Essa temporada definitivamente é uma merda. É uma pena enorme que depois da melhor temporada de malhação que foi Viva a Diferença tenha vindo essa, que regrediu tudo que o Cao Hamburger fez. Não da nem pra comparar vidas brasileiras com Viva a Diferença, de tão bem feita que foi a temporada anterior. Espero que essa temporada não dare até ano que vem e acabe logo, porque olha, nada mais se salva nessa bosta.

Anônimo disse...

Perfeito o seu texto! Parabéns! E é exatamente isso o que penso da atual Malhação. Os temas surgem do nada e são tratados e resolvidos com a maior superficialidade do mundo, e depois de duas semanas são completamente esquecidos.Enfim, já desisti dessa temporada.

Malu disse...

Desculpe o textão desde já, mas lá vai. O formato não funciona MESMO. Acho que renderia bem mais se fossem no clássico, mesmo que com os insossos Marilex de protagonistas e os chatos Peromar de vilões, e os outros de secundários. O texto já virou chacota, com todo mundo fazendo piada da Jade aquela que "é uma menina top, criada em Paris", do verniz de barco (que dizem que a Patrícia cheira pra escrever, kkkkk), enfim. Fora que os problemas são abordados de maneira tão superficial que muitas vezes passam longe do que deveria ser, exemplo: cadê a ELA no caso da Amanda? A doença foi citada, mas o foco mesmo foi sobre ela ficar ou não no Rio de Janeiro com o namorado. Sendo que, pra isso ter relevância a gente precisaria torcer pelo casal, o que não ocorre. Ainda sobre os "problemas" dos adolescentes, de que forma eles se conectam com a realidade? Que tipo de adolescente brasileiro cheira verniz de barco? Ou vai parar num presídio numa rebelião como Érico e Flora? Benê tinha asperger, o que também não é tão comum, mas ela conseguia se conectar com o público possuindo características como timidez, se sentir deslocada e inadequada socialmente, não ter amigos, etc. Rolava identificação, porque os personagens tinham camadas, já esses não tem sequer personalidade, que muda a cada quinzena. O elenco é um show de horrores à parte. Malhação é, há anos, um celeiro de talentos da Globo, mas dessa temporada não se salva absolutamente ninguém, um time fraco, sem carisma e expressão, com personagens que não ajudam... É como você disse mesmo NADA se salva nessa malhação, é uma proeza.

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Sobre o post anterior: o Canta Comigo é bonito plasticamente e tal, mas até agora não consegui compreender os critérios de julgamento dos 100 jurados....Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

Anônimo disse...

o que vc acha da atuação do daniel rangel e da alice milagres?

Anônimo disse...

Perfeito seu texto, Sérgio! Realmente as abordagens passam mensagens muito erradas, a parte da bulimia poderia ter servido de maneira a alertar essas jovens que seguem dietas malucas apenas pq são recomendadas por blogueirinhas da moda, sendo que essas moças não são profissionais. Mas, ficou raso e até mesmo constrangedor a maquiagem cadavérica da menina e ninguém percebendo nada. De resto, cadê a continuidade? Talissia nunca mais falou do terreiro? E a carreira de ginasta da Verena? Não tem como acompanhar um personagem assim. O que me intriga é a Globo não fazer nada! Se ainda a audiência estivesse boa, justificaria a falta de intervenções, mas não. Não há grupo de discussão, encurtamento, ou mesmo um cuidado maior com a trama. A única mudança sao esses alunos novos que entraram, mas a personagem negra, que poderia render um bom debate, já entrou com um discurso lacrador forcado que dói. Uma pergunta: quem são os piores e melhores atores desse elenco jovem pra você?

Fernanda Mendes disse...

Provando mais uma vez a teoria de uma temporada boa seguida por uma ruim. Já ansiosa pela próxima kkkkk

Unknown disse...

Olá Sérgio!!
Texto preciso como sempre, parabéns.
Olha, eu juro que tive toda a boa vontade do mundo com essa temporada, achei que esse formato poderia dar certo (até porque me lembrei daquelas temporadas do Jacobina em que a história se arrastava por literalmente um ano até se resolver), mas, do jeito que tudo vem sendo apresentado, eu não poderia estar mais enganada, infelizmente. Tem que ter muita habilidade pra dar conta de um "rodízio de protagonistas", principalmente quando se insere algum merchandising social no meio; habilidade essa que, convenhamos, falta a essa autora.
Ainda acho que esse formato poderia ser aproveitado, mas de maneira diferente, por exemplo, dava para ir cozinhando as tramas que não estão em destaque, apresentando-as aos poucos para que o público pudesse sentir um mínimo de empatia quando chegasse a vez daquela história atingir o seu clímax (que não terminaria com uma solução mágica e definitiva) e depois continuar mostrando o que aconteceu "depois do fim", sem tanto destaque como antes, mas também sem praticamente sumir da história (ou seja, fazer tudo diferente do que está sendo feito... rs)
Como consequência direta desse estilo equivocado, temos uma total irresponsabilidade na hora de tratar temas importantes: bulimia, alcolismo, assédio, vício e tráfico de drogas, ELA, tudo isso virou apenas um pretexto para que os personagens soltassem meia dúzia de frases politicamente corretas como se estivessem mudando o mundo, quando na verdade só estão conseguindo ser um bando de insuportáveis cujos dramas ninguém se importa.
E nem vou entrar no mérito do folhetim em si (porque senão não paro mais de escrever kkkkk), só vou dizer que é ó: péssimo (pra não falar coisa pior... hehehe)
No mais, é isso. Abraços!!

Filha do Rei disse...

Oi, Sérgio. Tudo bem?
Confesso que tentei assistir a esta temporada de Malhação, mas desisti.Saudades da temporada anterior.
Tenha uma abençoada semana!! Bjs

Anônimo disse...

Essa Malhação é fraca mesmo! Mas falando em novela ruim, a próxima das nove vai ser um circo dos horrores. Tem gato, Marina Ruim Barbosa saturadissima, realismo fantástico, Aguinaldo Silva escrevendo os diálogos... Zero expectativa! Vou aproveitar bastante segundo sol pq depois é só ladeira abaixo com o sétimo flop. Aliás, Silvio de Abreu deveria cancelar essa porcaria e adiantar a trama da Manuela Dias, não é?

MBLeonino disse...

Essa temporada de Malhação faz as duas escritas por Jacobina parecerem ótimas. Pelo menos, o elenco das temporadas de Jacobina era bom, com raros novatos como exceção como o Nego do Borel, o Lucas Lucco e o Bruno Guedes. Nessa temporada nem os chamados atores veteranos estão dando liga, quanto mais os novatos.
E por falar nos novatos, se esse elenco aprovado é tão fraco, fico imaginando a qualidade dos novatos que não foram aprovados durante os testes de elenco.

Destaco a filha da Gorete Milages e o que faz o Érico, dentre outros. Nunca vi nada tão sem graça. E aquele penteado da Jade?. Parece que foi feito junto com o da Tatá Werneck em Deus Salve o Rei.

Aí junta isso com um texto fraco, com temas discutidos de forma rasa e truncada resulta em Malhação Vidas Brasileiras. Essa semana o assunto foi o excesso no uso do celular pelos jovens usando um dos personagens mais sem graça, o Tito.

Ao invés de colocar o avô pra fazer esse questionamento, que seria o mais lógico, por ser uma pessoa de idade e ter vivido num tempo em que essas tecnologias não existiram, a criatura pega um jovem pra de uma hora pra outra ficar com fobia de celular a ponto de dar um "showzinho" num showzinho onde todos os seus colegas estão com a lanterna do celular ligada apontando em sua direção. Sem falar na "fantasia" do Nerso da Capitinga que o Tito estava usando durante a apresentação.

O detalhe é que o Tito e sua banda já fizeram diversas apresentações no mesmo local e ninguém aparecia filmando essas apresentações.

Vou parar por aqui, pq se for relatar as falhas dessa temporada de Malhação, ficarei até a próxima copa e não conseguirei falar tudo. Abraço a todos.

Chaconerrilla disse...

Essa temporada é horrível... Desisti faz tanto tempo que quando vejo (enquanto espero orgulho e paixão) sinto que está cada vez pior. Muito ruim.

Yeng disse...
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Anônimo disse...

Talvez nunca aconteça, mas se realmente o Emanuel Jacobina escrever a substituta de "Vidas Brasileiras", penso que o ideal seria a atual temporada ter seu último capítulo exibido no início de novembro (repetindo o feito da de 2009, também escrita pela Patrícia Moretzsohn) deste ano, já que as abordagens sociais são feitas de maneira equivocada, então nada mais justo que encerrá-la depressa. Mas tudo dependeria da finalização imediata da sinopse da próxima. Quanto a esta nova, seria sensato ter uma quantidade de capítulos semelhante à de "Pro Dia Nascer Feliz", encerrando-se em julho ou agosto de 2019 para que a desenvolvida por Priscila Steinman definitivamente saia do papel, o que era planejado inicialmente antes de se cogitar a possibilidade de Jacobina voltar aos roteiros de "Malhação".

Anônimo disse...

Parece que Emanuel Jacobina escreverá a próxima. Só espero que essa sina de Malhação (Uma temporada boa e uma ruim) não acabe com duas temporadas ruins seguidas. Seria puxado! Rsrs

Sérgio Santos disse...

Muito triste, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Verdade, Heitor.

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Andressa.

Sérgio Santos disse...

É assustador, Marcos.

Sérgio Santos disse...

Faz bem, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Onde eu assino, Malu?

Sérgio Santos disse...

Abçs, Fabio.

Sérgio Santos disse...

Medianas, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Pra mim todos são mt fracos, anonimo. A Rayssa Bratillieri é uma das poucas que eu acho boa.

Sérgio Santos disse...

Teoria tenebrosa, mas certeira, Fernanda. kkk

Sérgio Santos disse...

Germana, sempre bom te ver aqui. E endosso todo o seu comentário.

Sérgio Santos disse...

Te entendo, Cleu. bjss

Sérgio Santos disse...

Anonimo, estou me cansando de Segundo Sol, mas essa proxima tb nao me anima...

Sérgio Santos disse...

MBLeonino, eu vi essa cena do Tito dando um piti por causa do público filmando o show. Foi constrangedor.

Sérgio Santos disse...

É horrivel, Chaconerrilla.

Sérgio Santos disse...

Tb espero que o roteiro da Priscila vá ao ar logo ano que vem, anonimo...Mas tá difícil.

Sérgio Santos disse...

Seria uma tragédia, anonimo...

Anônimo disse...

Quanto a "Segundo Sol", é a única novela convencional que realmente acompanho neste e deste ano de 2018, apesar de sentir que pode ficar cansativa a qualquer momento (e olha que nem chegou ao 100º capítulo ainda). No mês passado, cheguei à conclusão de que algumas obras teledramatúrgicas (não necessariamente apenas novelas) chegaram a um ponto em que ou as puxamos (amarramos-nos ainda mais nelas) ou as empurramos (rejeitamos-as definitivamente). Enfim, as minhas apostas para o ano de 2019 até então são as novelas "Verão 90°" (de Izabel de Oliveira e Paula Amaral) e "Bom Sucesso" (de Rosane Svartman e Paulo Halm), ambas programadas para a faixa das 19h30min.

Anônimo disse...

Eu, como alguns dos leitores do blog, venho tentando manter a paciência com essa atual temporada, mas, sinceramente, conforme a acompanho, só me desiludo com ela ainda mais a cada duas semanas e concordo com todos os textos aqui escritos a respeito de "Vidas Brasileiras". O próprio site de entretenimento da emissora que a exibe diz que esta "Malhação" é a mais feminina de todos os tempos. O colunista que escreveu isso parece ter se esquecido de que em "Viva A Diferença" (2017), na minha opinião a melhor temporada até então, o autor apresentou cinco protagonistas femininas e com louvor e maestria as Five representaram o conceito de "girl power". Já a tranqueira que está no ar desde 7 de março deste ano mostra, além de roteiro e texto rasteiros, personagens sem personalidade e carisma, direção equivocada, colaboradores e supervisor de texto ineficientes, e sobretudo uma autora titular que não conduz tramas com dramas verdadeiramente empolgantes e envolventes, tendo a intenção de apenas repercutir as temáticas sociais, sem provocar reflexões no público que assiste aos capítulos, e além de tudo uma falastrona, pois toda pessoa que realmente aprecia obras de qualidade, principalmente as teledramatúrgicas, sabe que as declarações que a autora vem dando desde antes da estreia de "Vidas Brasileiras" não passam a menor credibilidade. Não se sabe se é porque ou ela não aceita críticas construtivas ou apenas cumpre obrigações contratuais com a emissora, que se tiver um travo de bom senso, encurtará esta temporada também, mas desta vez merecidamente, pois "Viva A Diferença" ainda tinha fôlego para ficar no ar até 13 de junho deste ano (véspera do início da Copa do Mundo). Teria sido muito mais inteligente estrear "Vidas Brasileiras" em 16 de julho deste ano (ou seja, um dia após o dia do encerramento da Copa do Mundo), mas na maioria das vezes a emissora toma decisões equivocadas e obtém êxito em seus programas apenas em audiência, deixando a qualidade de lado. Se a emissora realmente estiver firme na decisão de manter esta temporada no ar até agosto de 2019, que então esteja preparada para enfrentar uma série de obstáculos, como: os dois turnos do horário eleitoral gratuito, o início do horário de verão, as festividades de fim de ano e o Carnaval. Além de tudo, atrelada a esses fatores, uma iminente queda de audiência em todas as faixas de telenovelas, inclusive nas reprises do "Vale A Pena Ver De Novo". Ainda acredito no futuro da teledramaturgia da emissora, mesmo que as circunstâncias atuais me façam momentaneamente pensar no inverso. Sem mais. (Pelo menos até então... 😁).

Sérgio Santos disse...

Pois pra mim Segundo Sol já se perdeu e muito, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Eu ja desisti, anonimo...

Anônimo disse...

Um internauta comentou aqui a respeito das novelas que ocuparão o lugar de "Segundo Sol" na faixa das 21h15min. "Troia", de Manuela Dias, não será a substituta direta de "O Sétimo Guardião", de Aguinaldo Silva, pois acabo de descobrir que uma sinopse de Walcyr Carrasco para essa faixa furou a fila e entrará no ar após o término da trama protagonizada por Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa. Resta saber se essa mudança no cronograma será vista com bons olhos por nós, leitores deste blog, levando em conta a qualidade das novelas das nove que Carrasco escreveu até então, "Amor À Vida" e "O Outro Lado Do Paraíso".

Sérgio Santos disse...

Eu vi, anonimo.

Anônimo disse...

Voltando aos comentários sobre esta temporada nada ilustre de "Malhação" que segue no ar, talvez ela não fique no ar até agosto de 2019. No máximo, até abril, tentando repetir o feito da temporada de 2014, "Sonhos" (de ficar por um ano e um mês no ar), sem nem merecer. E olhe que eu nunca fui louco e fascinado por "Sonhos" na época, mas tenho uma certa consideração por ela porque seus autores escreveram "Totalmente Demais", a minha novela preferida da faixa das 19h30min até então. Soube que Patrícia Moretzsohn esteve no Canadá e se encontrou com Fabienne Larouche, autora de "30 Vies", que inspirou "Vidas Brasileiras". Descobri recentemente que "Vidas Brasileiras" pode ser futuramente exibida por lá, mas temo (ou não) a reação de Larouche ao conferir o que Moretzsohn vem fazendo com a adaptação de "30 Vies". E percebo que "Vidas Brasileiras" e a próxima temporada escrita por Emanuel Jacobina em alguns pontos pegam carona no sucesso da magnífica "Viva A Diferença" (2017), escrita pelo grande Cao Hamburger: a primeira no que tange às abordagens de temas polêmicos e a segunda por se tratar de um enredo no qual uma mãe luta pela restituição de guarda de sua filha, além de apresentar cinco jovens de periferia que testemunham um crime (não tem nada a ver com "Viva A Diferença", apesar de haver em comum o fato de incluir uma personagem que já foi gestante e um quinteto feminino). Mas, enfim, que Priscila Steinman siga a própria cabeça e o coração e escreva uma temporada que devolva ao público fiel de "Malhação" o prazer de acompanhar esta obra que já se sustenta por 23 anos na emissora.

Anônimo disse...

Desculpe, eu me confundi em uma parte no meu último comentário. Na verdade, o final dessa temporada pode ser gravado no Canadá. Agora, quanto a "Vidas Brasileiras" ser exibida na íntegra por lá, eu já não sei, mas faço votos de que isso nunca aconteça, pois temo a decepção do público canadense ao ter acesso a tantos desserviços que Patrícia Moretzsohn cometeu ao fazer a adaptação de "30 Vies".

Anônimo disse...

Lendo os artigos na Wikipédia sobre "Viva A Diferença" e "Vidas Brasileiras", vejo como a inversão de valores em relação a essas temporadas é evidente. Enquanto a primorosa "Viva A Diferença" foi indicada ao Troféu APCA na categoria de Melhor Novela, mas sem nela vencer, a equivocada "Vidas Brasileiras" não só foi indicada ao Prêmio Nelson Rodrigues na categoria de Melhor Tema Abordado (no caso, o assédio sexual sofrido por Verena, personagem de Joana Borges), como nela venceu. A cada dia a vergonha e a repulsa pela teledramaturgia brasileira se acentua em mim.

Anônimo disse...

*acentuam

Anônimo disse...

Sinto que "Espelho Da Vida" pode penar para entregar uma boa média de audiência em seu término, não só pelos viúvos de "Orgulho E Paixão", mas também por receber dessa temporada podre de "Malhação", que deveria ganhar encerramento o mais cedo possível, pois nela nada é original, e da trilha sonora apenas se salvam as canções. A colunista Patrícia Kogut, do jornal "O Globo", em 9 de março deste ano publicou uma crítica dizendo que "Malhação - Vidas Brasileiras" parecia "Carrossel" para adolescentes, mas sei que "Carrossel" é boa, apesar de a re-reprise no SBT em tão pouco tempo ser desnecessária. E quanto aos que enaltecem "Vidas Brasileiras" desmerecendo "Viva A Diferença" e outras temporadas realmente boas e de sucesso (excetuando-se todas as escritas por Emanuel Jacobina e Patrícia Moretzsohn), que saibam que ainda assim a média geral será inferior à da temporada anterior. Quanto aos demais autores que já passaram por essa faixa, Ricardo Hofstetter escreveu a memorável temporada de 2004, mas também roteirizou a equivocada "Malhação ID" (2009/2010); Ingrid Zavarezzi conduziu os textos da frustrante temporada de 2011, subtitulada "Conectados", mas teve a humildade de reconhecer que errou ao inovar demais, ao contrário da filha da Ana Maria Moretzsohn, que parece possuir ego inflado. Claramente uma das razões para o fracasso de audiência da temporada de 2012, "Intensa Como A Vida" foi o fato de o texto dela ter sido supervisionado por Ana Maria. Sei que pode parecer loucura, mas desejo que todos os envolvidos na produção da atual temporada fiquem desempregados após o término dela, mas se isso não tiver chances de acontecer, que apenas fiquem na "geladeira" da emissora, que se algum dia for à falência, terá como um dos fatores causadores a produção de tanta obra ruim entrando em exibição nos últimos anos, com raríssimas boas exceções e gratas surpresas. Mas Record e SBT podem enveredar pelo mesmo caminho se continuarem pecando pelas repetições e ocasionando desgaste em suas obras.

Anônimo disse...

E parece que posso contar nos dedos quais autores de novelas, na minha opinião, parecem compartilhar do mesmo problema que Patrícia Moretzsohn, além da mãe dela: Silvio de Abreu (que anda tomando várias decisões equivocadas ao dirigir a Dramaturgia Diária da Rede Globo), Aguinaldo Silva, Walcyr Carrasco, Ricardo Linhares, Emanuel Jacobina, João Emanuel Carneiro, Daniel Ortiz (apadrinhado do Silvio de Abreu), Renata Dias Gomes (que não honra nem um pouco o legado dos avós, Dias Gomes e Janete Clair, ao ser colaboradora do bódrio que está no ar desde 7 de março deste ano) e Claudia Souto (que fez uma péssima estreia como autora titular ao desenvolver a ridícula "Pega Pega" (2017)). E creio que, além do ego inflado, nenhum deles parece se importar com a qualidade das próprias obras, achando que apenas audiência fará com que sejam vistas como memoráveis.

Anônimo disse...

Independentemente de as novelas terem sucesso ou serem fracassadas (merecendo ou não), gostaria de destacar cinco coisas que considero toscas nelas:

1. Personagens fazendo vozes que não sejam as que habitualmente usam, mesmo que por poucos segundos;
2. Personagens disfarçados, como se estivessem num Carnaval fora de época;
3. Personagens simulando coisas, como se isso fosse a única solução para derrotar vilões, se é que em algumas obras os vilões existem de fato;
4. Aberturas com muita informação visual;
5. Escalação de atores e atrizes "arrozes de festa" para encabeçar o elenco de uma obra em questão.

Mas pode ser que com o tempo essa lista aumente (ou não)...

Anônimo disse...

E eu, que até então dizia para mim mesmo que "Malhação - Vidas Brasileiras" era o meu prazer culpado, não sei mais se essa "nomenclatura" doce cabe a ela... Mas ficarei muito feliz se algum dia souber que um e/ou mais nomes dos envolvidos nesse engodo sentem culpa por ter aceitado participar de um projeto tão mal delineado! 😆

Anônimo disse...

*terem aceitado

Anônimo disse...

Sei que de tanto comentar aqui sobre essa quinquilharia chamada "Malhação - Vidas Brasileiras" pareço até um fã revoltado (que é o que eu sou, risos), mas lá vou eu mais uma vez: aguardo ansioso o dia (que eu espero que não tarde a chegar) em que você escreverá e publicará um texto analisando essa temporada, evidenciando todos os erros e nenhum acerto que ela realizou desde a estreia até o término, e eu lerei não só este texto, mas também os comentários que compartilham de opiniões similares à sua, além de concordar com todos eles.

Anônimo disse...

Agora está confirmado: a Rede Globo realmente decidiu deixar este entojo no ar até abril de 2019, como se tivesse o prestígio que "Malhação - Sonhos" (2014) possuía. E "Vidas Brasileiras" copia "Sonhos" não só na duração na emissora, mas também nos nomes de alguns personagens, como por exemplo: Jade e Dandara. "PeroMar" pode até tentar, mas nunca será um casal conflitivo e complexo cativante como "CobraDe". "Espelho Da Vida" está fadada a ter uma média geral de audiência tão modesta quanto "Orgulho E Paixão" por também receber em baixa da adaptação infame de "30 Vies". A notícia dessa confirmação está na coluna do Flávio Ricco, no site da UOL.

Anônimo disse...

E a rejeição a "Malhação - Vidas Brasileiras" é tamanha que nem mesmo os sites de entretenimento visitados por mim publicam mais matérias a respeito dela. Pois é, se ela não faz a cabeça de ninguém na Internet, tem de se contentar em provocar repercussão apenas pela quantidade de televisores ligados. Aos poucos ela ganha o desprezo que merece. 😆

Anônimo disse...

Desculpe, mais uma vez fiz uma afirmação equivocada. Na verdade, foi o site "Observatório Da Televisão" que disse numa crítica que "Malhação - Vidas Brasileiras" parece "Carrossel" para adolescentes, em 8 de março deste ano, e não a Patrícia Kogut.

Anônimo disse...

Finalmente uma justiça foi feita a favor da esplendorosa "Malhação - Viva A Diferença". Ela foi indicada ao Prêmio ABRA de Roteiro, na categoria de Melhor Novela, e nela venceu. Acabo de saber disso pela Wikipédia. 😊

Anônimo disse...

Parece que não vou parar de falar tão cedo a respeito deste teste de paciência chamado "Malhação - Vidas Brasileiras". Carla Bittencourt, da coluna Telinha, do site do Jornal Extra, raramente fala da atual temporada, mas quando o faz, rasga em alguns pontos elogios que "Vidas Brasileiras" sequer merece ter, como por exemplo a abordagem sobre radicalismo político e fake news.

Anônimo disse...

Outra coisa que eu gostaria de acrescentar à lista de tosqueiras das novelas: personagens masculinos adultos brincando de "cavalinho" com os infanto-juvenis, como por exemplo, Adauto (Juliano Cazarré) e Ágata (Ana Karolina Lannes), em "Avenida Brasil" (2012); Valentim (Danilo Mesquita) e Tupã (Ygor Marçal) em "Segundo Sol"; Rafael (Carmo Dalla Vecchia) e Mel (Maria Rita Silva) nesta zorra que é "Malhação - Vidas Brasileiras".

Anônimo disse...

A Rede Globo confirmou Emanuel Jacobina como o autor da temporada de "Malhação" que substituirá a atual, "Vidas Brasileiras", e já conta com um possível subtítulo, "Toda Maneira De Amar" (parecendo até imitar o título de uma das canções do Lulu Santos, que já foi tema de abertura de "Sangue Bom" (2013), numa releitura da banda Sambô). Esta possível "maravilha" está prevista para estrear em março de 2019, segundo informações de Flávio Ricco em seu blog no site do UOL.

Anônimo disse...

Pelo visto, não haverá mais histórias quinzenais nesse entojo após o "término" da quinzena do Álvaro (Eike Duarte). Mas estou doido para saber como Patrícia Moretzsohn vai se virar para manter sua "obra" no ar até 18 de março de 2019 sem afugentar ainda mais o público e receber críticas ferrenhas por conduzir tão mal a narrativa dela. E agora que o horário de verão começará numa data atípica por conta de "eleições"... Ah, e um agravante: Miguel Rômulo, que brilhou como o Randolfo de "Orgulho E Paixão" (2018), fará uma participação especial nos próximos capítulos desse bódrio como Marcos, pai de Valentina (Maria Alice Guedes), filha de Talíssia (Luellem De Castro). Coitado, mal teve tempo de desapegar de Randolfo e agora tem que enfrentar temporariamente essa barra de tentar agitar uma temporada de "Malhação" equivocada desde a estreia em 7 de março de 2018.

Anônimo disse...

Infelizmente me enganei, ainda haverá histórias quinzenais em "Malhação - Vidas Brasileiras". Não bastasse ir ao ar uma re-quinzena da Talíssia (Luellem De Castro), ainda está por vir a re-quinzena do Márcio (André Luiz Frambach) com Pérola (Rayssa Bratillieri). Quantas quinzenas serão requentadas até 18 de março de 2019, possível data de término desta desgraça de temporada, cuja média geral de audiência aos poucos declina, e no momento está menor que a da temporada de 2015, "Malhação - Seu Lugar No Mundo" (2015)? Não disfarço minha satisfação ao saber disso (a queda da média geral de audiência da atual temporada). 😆

Anônimo disse...

E uma péssima notícia: Ricardo Linhares foi convocado para supervisionar o texto da 28ª temporada de "Malhação", de autoria de Priscila Steinman, com estreia prevista para 2020. Essa informação está no blog de Flávio Ricco no site do UOL. Parece que após "Bom Sucesso", posso abandonar por tempo indeterminado a teledramaturgia da Rede Globo. Uma tristeza...

Anônimo disse...

Essa temporada e ridícula, essa não pensei que haveria uma temporada pior do que a casa cheia, essa Patrícia Moretzsohn consegue superar até sua temporada anterior kkkkk e ridículo como assuntos importantes são tratados de forma tão superficial é de maneira tão imprudente, ela até seu uma entrevista elogiando o Cao o quanto que ele inovou em viva a diferença é que agora ela não iria retroceder porém ela fez o inverso a toda a essência que a temporada anterior deixo, essa agora com a audiência despencando espero que encarte logo essa aberração.