quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Isis Valverde deu um show como Ritinha em "A Força do Querer"

Quando Glória Perez apresentou "A Força do Querer" para a imprensa fez questão de dizer que sua história teria um rodízio de protagonismo. Em cada momento do enredo, uma personagem iria se destacar. E o folhetim é protagonizado por três ótimas personagens, interpretadas por excelentes e lindas atrizes: Paolla Oliveira (Jeiza), Juliana Paes (Bibi) e Isis Valverde (Ritinha). O trio honrou a confiança da autora e a egoísta Sereia ganhou uma intérprete que dominou a essência do papel assim que surgiu em cena.


A faceira menina de Parazinho foi a responsável pela movimentação das primeiras semanas da novela. Tudo era voltado para a sedutora Ritinha, que não pensou duas vezes antes de jogar charme para o imaturo Ruy (Fiuk), mesmo estando noiva do machista Zeca (Marco Pigossi), com o intuito de conseguir vir para o Rio de Janeiro e conhecer a cidade grande. Além de só pensar em si mesma, a personagem sempre teve como principal característica sua paixão pelas águas e a bela cauda de sereia que usa quando está nadando, representando uma espécie de liberdade.

O perfil de Ritinha tem um quê de 'místico', muito em função da própria lenda da sereia (figura mitológica que simboliza a sedução mortal, sempre tendo os homens como vítimas) e também da previsão que um índio fez para Zeca e Ruy, após quase morrerem em um afogamento ainda crianças, alertando sobre um misterioso perigo que vinha das águas.
A novela não tem nada de realismo fantástico (ainda bem, pois não cabe no contexto), mas fica evidente a intenção da autora com essa personagem, ainda que de forma mais subliminar.

A escolha de Isis Valverde foi certeira. Difícil imaginar outra atriz vivendo tão bem essa menina, cujas ações estão sempre entre a ingenuidade e a malícia. Ela consegue despertar ódio e simpatia pela sereia, dependendo do momento. Ritinha não é uma má pessoa, mas tem claros desvios de caráter e se mostra sonsa, se aproveitando dos outros quando lhe convém. Afinal, a menina manipula Ruy e Zeca com tranquilidade e já traiu os dois, assim como enganou a família do atual marido, omitindo que Ruyzinho é filho do ex. Porém, há uma certa pureza em torno da sereia, principalmente em torno dos preconceitos que assolam a sociedade. Tanto que não ficou nada incomodada ou surpresa quando descobriu que Ivana (Carol Duarte) se enxerga como homem, por exemplo. Pelo contrário, conseguiu entender e tratou com naturalidade.

A atriz empresta seu carisma para o papel e se destaca em todas as cenas, fazendo ainda uma deliciosa dupla com Zezé Polessa, intérprete da interesseira Edinalva. A parceria bem-sucedida delas já pôde ser observada em "Beleza Pura" (2008), folhetim da saudosa Andrea Maltarolli, onde também foram mãe e filha. Isis protagoniza momentos impagáveis ao lado de Zezé e o bordão "Lasquei-me" funcionou desde o começo. Dandara Mariana (Marilda) é outra que costuma participar de engraçadas situações com a colega. E vale destacar a ótima sintonia observada ao lado de Marco Pigossi, sendo necessário citar a densa e dramática sequência em que Ritinha seduziu Zeca na cadeia, após uma intensa discussão. Show dos atores. Os embates da sereia com Joyce também merecem menção, assim como o instante em que as duas se uniram pela primeira vez, surrando Irene (Débora Falabella).

Pena que a personagem tenha perdido importância ao longo do enredo, enquanto Jeiza e Bibi só cresciam. Durante um bom tempo, a policial e a bandida pareciam mais protagonistas do que Ritinha. Apesar do rodízio de protagonismo anunciado por Glória realmente ser observado na trama, ficou evidente que a sereia perdeu espaço, ficando sem rumo, ao contrário das outras duas. Tanto que a autora precisou inseri-la em um drama da Joyce para destacá-la nesse período. Pelo menos na reta final a menina ganhou destaque novamente, em virtude da reaproximação com Zeca e da iminência da descoberta do verdadeiro pai de Ruyzinho, incluindo até uma tragédia, com o caminhoneiro sendo atingido por um tiro disparado por Ruy.

Isis Valverde ---- que já viveu outra 'sereia' na primorosa minissérie "O Canto da Sereia", de 2013 ---- merece todos os elogios pelo seu desempenho em "A Força do Querer" e a trajetória de Ritinha, embora bem irregular, proporcionou para a atriz bons momentos, mesclando situações cômicas com momentos mais dramáticos, sempre tendo uma boa dose de ardileza e inocência nas atitudes dessa sereia que nunca passa despercebida. Foi um ótimo papel, ainda mais quando comparada com a fraca personagem que Isis ganhou dois anos depois em "Amor de Mãe" (2019). 

9 comentários:

Anônimo disse...

Ritinha (Isis Valverde), de "A Força Do Querer" (2017), foi uma personagem que, apesar de quase sempre agir por capricho, exala mais humanidade que muitos outros vistos como sendo "do bem" principalmente em seus discursos. Quanto ao rodízio de protagonismo com Bibi (Juliana Paes) e Jeiza (Paolla Oliveira), realmente houve uma época em que a trama de Ritinha ficou em segundo plano. Creio que em nenhum momento de "Malhação - Viva A Diferença" (2017) as Fives tiveram suas tramas preteridas ao comparar uma à outra. Mas Ritinha não poderia ser interpretada por outra atriz que não Isis, que honrou a confiança de Glória Perez com a entrega em cena.

Guilherme

Anônimo disse...

Neste programa BBB, Ritinha teve o papel de “planta”, é uma pena que os 3 protagonistas não tenham sido colocados no cuarto branco. KKKKK

chica disse...

Isis é sempre muito boa atriz! Lindo fds pra ti e tudo de bom! abração,chica

Jovem Jornalista disse...

Belíssima análise. Eu particularmente não gostava do personagem Ritinha, ao contrário do personagem Jeiza e Bibi. Mas sem dúvidas foi um ótimo trabalho para a atriz.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está em Hiatus de verão entre 05 de fevereiro e 08 de março, mas não deixaremos de comentar nos blogs amigos. Também tem posts novos no blog.

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Até mais, Emerson Garcia

Sérgio Santos disse...

Perfeito comentário, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

Nao entendi nada, anonimo...kkkk

Sérgio Santos disse...

É sim, Chica. bjs

Sérgio Santos disse...

Abraço, Jovem Jornalista.

Anônimo disse...

Olha sérgio, gosto muito dos seus textos, acho vc um otimo critico, mas infelizmente eu vou ter que discordar. Concordo em partes em seu texto. Isis valverde interpretou muito bem a Ritinha, principalmente do meio pro final, quando o tom certo de sua personagem, isso não dá pra negar. Agora...a personagem em si, é HORROSO. Parecia que eu tava acompanhando uma personagem que tinha acabado de sair de Chernobyl. Ela é egoista, mau-caráter e egocêntrica. Manipula, mente, engana pra conseguir alcançar os seus objetivos. Brinca com os sentimentos dos outros, principalmente com os do Zeca, que comeu o pão que a ritinha amassou. Ele não merecia isso. Ele sofreu na mão da Ritinha. Faz a própria irmã de capacho, pra cada plano maluco que ela faz. Mentiu sobre a paternidade do filho. Enfim, eu acho essa personagem deprimente. Toda cena em que ela aparecia e fazia alguma burrada, me dava vontade de dar um soco na TV. E o pior, foi a critica tratar a Ritinha como "alivio cômico". Olha...serio, como se fosse engraçado as atitudes desastrosas que ela tinha. Olha, sinceramente, eu acho uma das piores personagens de todas. Ok, tinha alguns momentos que a personagem conseguia tirar uma risada. Mais nada disso ameniza ou diminui o impacto das atiudes horrosas dentro da novela. Uma decadência total. Mas essa é só a minha opinião, apenas, posso estar errado? Sim. Mas é assim como eu penso sobr a Ritinha, uma personagem que não merece o prato que come, ela não vale nada!