quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

"Flor do Caribe" foi o penúltimo trabalho do grande Elias Gleizer na televisão

A reprise de "Flor do Caribe" vem repetindo o que ocorreu em 2013, ano de sua exibição original: a novela não tem repercussão e nem empolga, mas mantém uma média aceitável de audiência. A produção deixou a desejar, mas Walther Negrão acertou ao presentear o público com a volta de um grande ator que entrou para participar dos capítulos finais: Elias Gleizer.


Afastado das novelas desde "Passione" (2010), onde viveu um hilário triângulo amoroso com Cleyde Yáconis e Leonardo Villar ---- como esquecer das brigas entre Diógenes, Brígida e Lutero? -----, o ator de 79 anos estava fazendo muita falta na televisão. E após ter se recuperado de um problema de saúde, ele próprio chegou a dizer que já estava entrando em depressão após ficar tanto tempo na ociosidade e que ter voltado à tevê era como ter voltado à vida. Foi seu penúltimo trabalho.

Elias ganhou do autor da novela das seis o Manolo, um cigano espirituoso e melhor amigo de Samuel (Juca de Oliveira). O alegre senhor também é um sobrevivente que presenciou as crueldades do nazismo e a frieza de Dionísio (Sérgio Mamberti) na época da guerra. Sua vinda está diretamente ligada à queda do vilão, que será
desmascarado graças ao colega do pai de Ester (Grazi Massafera).

Além de presentear o telespectador com o retorno desse grandioso ator, Walther Negrão ainda deu um jeito de Manolo se aproximar de Veridiana. Conseguiu melhorar o que já estava bom ao proporcionar ótimas cenas com Elias Gleizer brilhando ao lado da mestra Laura Cardoso. A sintonia da dupla foi imediata e um lindo casal foi formado. E não dá para não torcer e nem se emocionar com um par formado por esses dois atores extraordinários. Também vale destacar as lindas sequências em que Elias emocionou ao lado de Juca de Oliveira, quando Manolo e Samuel se lembraram do terror dos campos de concentração.

Com mais de 50 novelas na carreira ---- começando em 1959 em "José do Egito", na extinta TV Tupi ----, Elias Gleizer apresentava um currículo invejável e uma admirável capacidade para interpretar. Após ter se destacado em inúmeros trabalhos ---- onde "Direito de Amar" (1987), "Tieta" (1989), "Mico Preto" (1990"), "Era uma vez" (1998), "Terra Nostra" (1999), "Como uma onda" (2004)", "Sinhá Moça" (2006) e "Passione" (2010) são apenas alguns destaques de sua longeva participação na teledramaturgia -----, e ter se firmado como um dos grandes atores do país, esse querido profissional acabou virando parte da família de todos os amantes das novelas. 

O Manolo de "Flor do Caribe" foi uma bela volta de Elias Gleizer, que ganhou um ótimo personagem de Walther Negrão após três anos longe da telinha. Após esse seu retorno, o veterano fez um breve aparição em "Boogie Oogie", em 2014, onde viveu o padre Cláudio. Infelizmente foi sua última aparição na telinha. Elias faleceu em maio de 2015, aos 81 anos. A reprise ao menos aplacou um pouco a saudade do público. 

8 comentários:

Anônimo disse...

Que saudades...

danilo andrade disse...

elias gleizer, o eterno avô das novelas das 6, despedida de solteiro, sonho meu, era uma vez, sempre era o vovô bondoso.

MARILENE disse...

A novela é fraquinha . Você soube evidenciar o que de bom ela teve, assim como a participação do inesquecível Elias Gleizer. Abraço.

Chaconerrilla disse...

Que texto lindo para esse grande ator S2
Saudades!

Sérgio Santos disse...

Muitas, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Eterno, Danilo.

Sérgio Santos disse...

É verdade, Marilene.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Chaconerrilla.