A reprise estreou em outubro e desde então repete o sucesso da produção anterior e ainda conseguiu elevar mais a audiência. A média é de 17 pontos até então, chegando a picos de 23 em alguns capítulos mais bombásticos, como a recente virada no centésimo capítulo, quando Carminha (Adriana Esteves) descobriu que Nina (Débora Falabella) era Rita (Mel Maia) ou no momento da antológica frase "Me serve, vadia". João Emanuel Carneiro esteve no auge da inspiração em 2012 e sua história parou o Brasil, literalmente. As ruas ficaram vazias no dia do grande final. A produção representou uma quase raridade na teledramaturgia: aquele período onde tudo funciona.
"Avenida Brasil" foi a novela certa para o momento certo. Era o auge da ascensão da classe C e o excelente momento econômico do país era bem representado pela família de Tufão (Murilo Benício): várias pessoas humildes que ficaram com uma ótima condição financeira e mantiveram a essência da gritaria, da falta de bons modos, da espontaneidade, da alegria de viver, enfim.
A boa direção de Amora Mautner e José Luiz Villamarim ainda merece menção, principalmente pela inovação da permissão para os atores improvisarem durante as cenas, onde um falava por cima do outro várias vezes. Nem parecia cena de novela e, sim, conversa de família mesmo. Eliane Giardini (Muricy), Marcos Caruso (Leleco), Cacau Protásio (Zezé), Janaína (Cláudia Missura) e Letícia Isnard (Ivana) eram alguns dos destaques.
Houve um verdadeiro conjunto de acertos. Um elenco reduzido, onde todos os atores tiveram a chance de brilhar; uma trama central densa e instigante; núcleos paralelos que despertaram a simpatia de todos; personagens carismáticos; grandes profissionais envolvidos; direção primorosa; ganchos impactantes e uma agilidade invejável. Foram muitas as qualidades de "Avenida Brasil". O autor soube corrigir os erros da trama anterior. Ao contrário de "A Favorita" (2008), sua trama não teve grandes atores sendo subaproveitados. Já os núcleos paralelos tiveram tanta força quanto o central e a agilidade se fez bem mais presente. João soube utilizar velhos clichês novelísticos a seu favor e conseguiu inovar até mesmo em situações como o 'quem matou' e os famigerados sequestros. Outro grande acerto foi a inspiração em vários filmes, como "Kill Bill", "Pequena Miss Sunshine", entre tantos mais. A elaboração de situações que não demoraram muito para a conclusão foi uma excelente sacada, dando todo um dinamismo e uma rapidez que impediam o telespectador de abandonar a história. A congelada no final de cada capítulo, ao som de uma trilha de suspense marcante, também foi um dos êxitos dessa novela. Até mesmo os furos --- como Nina sair do banco com um milhão em dinheiro vivo e a ausência da tecnologia ao armazenar as fotos --- ficaram menores diante de tantos pontos positivos.
Impossível não ter sido conquistado pela sofrida história de Rita, menina lindamente interpretada por Mel Maia, que teve sua vida arruinada, abandonada em um lixão por uma madrasta monstruosa. Adriana Esteves fez uma Carminha brilhante e inesquecível, sem dúvida seu melhor papel na carreira. Débora Falabella viveu uma mocinha que fugia dos esteriótipos e enfrentava a vilã de igual para igual, utilizando vários métodos nada corretos. Ísis Valverde encantou com a periguete mais amada do Brasil e formou um lindo par com Roni (Daniel Rocha), despertando uma imensa torcida do público pelo casal. Vera Holtz, José de Abreu e Juca de Oliveira fizeram de Mãe Lucinda, Nilo e Santiago, personagens fascinantes e que guardavam todas as chaves do misterioso e nada agradável passado. Até mesmo o criticado núcleo Cadinho (Alexandre Borges), que virou referência para núcleos ruins em novelas, foi bem desenvolvido pelo autor e rendeu ótimos momentos para Débora Bloch, Carolina Ferraz e Camila Morgado. Já a famigerada cura gay, um desserviço praticado por João em toda trama que escreve, neste caso funcionou porque a química entre Isis e Daniel Rocha arrebatou o público --- pena que no final inventou um trio amoroso esdrúxulo com Leandro (Thiago Martins.
"Avenida Brasil" foi uma novela rara e que marcou a teledramaturgia. Seu sucesso foi até citado na imprensa estrangeira, como a Forbes, que considerou a trama como a mais bem-sucedida comercialmente do país. João Emanuel Carneiro saiu consagrado por público e crítica. Uma pena que caiu em desgraça posteriormente com os fracassos de "A Regra do Jogo" e "Segundo Sol". O auge do autor em 2012 foi incontestável. O êxito da reprise no "Vale a Pena Ver de Novo" não é uma surpresa.
25 comentários:
Um parágrafo teve um copie e cole pois li em outro texto seu sobre o fim da novela, amigo. Hehehe
Realmente é um fenômeno incontestável que novamente mostra a sua força, aliás 2012 foi um ano muito bem servido em novelas. A maioria era envolvente e além de Avenida Brasil, Cheias de Charme foi outro fenômeno na época que fez sucesso novamente quando voltou em 2016/2017. Época boa mesmo! Abração, amigo!
Olá, tudo bem? Sobre o post anterior: não gosto da Boca Rosa e também não boto fé nos "romances" da Marcela e Daniel e Gabi e Guilherme. Aproveito a oportunidade para desejar um ótimo carnaval. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
É verdade mas a reprise também ajuda a ver os defeitos que geral ignorava como aquela trama insuportável da Tessália com Darkson, Monalisa e Olenka avulsas, Carminha odiando a Agatha sem qualquer razão...
Qual parágrafo?
Juro que nao acho essa novela tudo isso... Mas melhor que Amor de Mãe é.
Boa parte do penúltimo
E o antepenúltimo também
A Carminha não odeia a Ágatha, mas faz bulling com a própria filha, tal como a Bárbara(Da Cor do Pecado) maltratava o Otávio, Porquê eram narcisista e não queriam filhos "gordos"!!!!!!
Realmente, "Avenida Brasil" não é a melhor novela do século, mas depois de várias novelas ruins, ela se sobressaiu e virou "fenômeno", a trama central é boa, mas prefiro "A Favorita"!!!!!!!!!
Sim, foi e é um sucesso. Mas é necessária uma crítica mais detalhada. Eu evidenciei e sofri febre oioioi em 2012, quando o # se tornou onipresente no Twitter. A novela, praticamente a primeira na qual prestei atenção, me fez querer me informar mais sobre nossa teledramaturgia, ler livros, ler blogs, ter uma assinatura na Viva e outra na Globoplay e acompanhar quando uma novela antiga apareceu no YouTube.
Agora, vendo-a pela segunda vez, percebo os males da produção e, mais do que apenas um acidente ou descuido, eles se transformam em problemas maiúsculos. Agora vejo como os defeitos da Avenida Brasil não foram diferentes dos outros problemas que vi nas novelas seguintes de João Emanuel Carneiro. A Avenida tem sua maior corcunda nas subparcelas, não há ninguém salvo, nem um. Ficaria chovendo sobre o molhado se falássemos sobre quão dispensável é o núcleo do Candinho, o enredo perdeu todo o poder uma vez que toda a podridão por trás da vida do empresário e todos os esquemas de vida foi revelada. Se tudo é revelado de uma só vez. O que resta para o autor tentar? Forçar impiedosamente todo o material.
E a maior surpresa da minha segunda revisão é ver como mesmo esse núcleo teve mais peso narrativo nos primeiros capítulos do que o central e, é claro, o resto. Vemos como o casal entre Silas e Monalisa é insosso, que, apesar de ser um homem melhor que Tufão, ainda o mantém como um objeto carnal. Olenka, que é quase uma lenda do povo brasileiro, agora pode ser demonstrada como uma personagem sem trama que quer fazer um triângulo amoroso com o parceiro de sua melhor amiga, mas como se Silas e sua namorada não se seguram como casal. Seria um exagero dizer que Fabíula Nascimento é uma figuração de luxo, mesmo porque ele era um novato na época, mas de que maneira seu personagem se torna transcendente. O mesmo se aplica a Leleco, Thesalia e Darkson.
Suelen é um periguete no sentido amplo da palavra, o personagem se encaixa maravilhosamente em Isis Valverde, uma de suas melhores. Mas o enredo de Suellen se torna moralmente repreensível quando ele está envolvido com Roni, que é evidenciado como um menino gay. A química e shipeo que destila o Casal com mais sorte do que o casal de Nina e Jorgito, faz a um sentir-se cúmplice, em outra cura gay do autor.
EVITAMOS que os interesses de Roni em Leandro sejam reais e pela Suelen geralmente amigáveis, se João Emanuel tivesse tratado Roni
Que é evidenciado como um menino gay. A química e shipeo que destila o Casal com mais sorte do que o casal de Nina e Jorgito, faz a um sentir-se cúmplice, em outra cura gay do autor.
EVITAMOS que os interesses de Roni em Leandro sejam reais e pela Suelen geralmente amigáveis, se João Emanuel tivesse tratado Roni como um garoto tímido e reprimido, secretamente apaixonado por Suelen que odeia sua forma fácil e libertina. Talvez mais uma alma tivesse sido salva.
Que era a aquilo da Sonia evangélica, ex-atress porno, sei como isso acaba, não gosto de lembrar o que está por vir, uma questão tão delicada quanto uma evangélica com um filho gay merecia mais cuidado.
E, é claro, olho para todos aqueles críticos que vêem problemas no circo de Walcyr na Dona do Pedaço, que eu não gostei, as tensões na Avenida Brasil são sempre cortadas pelos miseráveis subúrbios, retratos tortos da classe média, o bom suspense parece parado da nada
Cont.
No tempo das regras do jogo, eu disse que Carneiro deveria ter feito como na Avenida Brasil, a memória afetiva não me deixou notar que, de fato, ele fez o mesmo, os problemas do morro da macaca já estavam em evidência na Ave.Bra. e antes na Favorita. De todos os autores que conheci via globo, Viva ou no YouTube é o que tem mais problemas quando se trata de coisas concretas nas paralelas. No final, as linhas narrativas do Divino são tão aceitáveis quanto as de Candinho foron dispensável no seu tempo. Seu enredo central peca em tomar tempo para coagular, também em buracos, já vi dois vídeos sobre se a vingança de Nina faz sentido, Tufão é mais estúpido do que Maria da Paz, não sei como foi feito um modelo, vendo agora percebo que era Um burro com chifres de gazela.
A novela que não era a coca cola toda que se pensava, a audiência não mede a qualidade, porque será necessário medir com cuidado a qualidade de Avenida Brasil. A repercussão de "Avenida Brasil" esconde erros e problemas estruturais na trama. Eu não acho mais tão grande, mas valeu a pena. Sinto saudade de Por Amor.
Desculpe pelos erros, não é fácil escrever no celular e separar o texto.
avenida brasil não é minha novela favorita, mas como eu adoro as tramas do joão emanuel carneiro (e gostei de a regra do jogo) eu acho a novela quase boa, quase pois tem uns problemas além da ausência de pen drive da nina:
1: tirando a trama central, as tramas paralelas são avulsas e insuportáveis, as cenas da monalisa subaproveitam os talentos de heloísa perissé e fabíula nascimento, a trama da suellen é boa, mas não acrescenta em nada a trama, o núcleo do leleco é o mais machista, o cara testa a fidelidade de sua mulher só para traí-la com a ex que tá com seu cara, mas o pior mesmo é o núcleo do cadinho que pra começar: não é engraçado, é desinteressante, ocupa o tempo do capítulo, e pra piorar as cenas desse núcleo não são cortadas na reprise (justo a globo que retalhou cobras e lagartos do mesmo autor).
2: tem uns personagens porres, o jorginho de cauã é muito chato, mas os personagens que interagem com ele não ajudam em nada, nem lucinda, nem nina, sempre escondendo segredos e ele querendo saber, egoísmo ou medo de contar?, a ivana é outra insuportável, parece que ela tem problemas mentais pois com o max ela fala feito criança, aliás a família tufão é ridícula, todos sempre falam ao mesmo tempo e não fazem nada na mansão, tufão merece ser corno mesmo.
3: desperdiçam atores, além de heloísa e fabíula, nathalia dill é mal aproveitada pois sua débora é uma mera figurante (ainda bem que o walcyr a aproveitou melhor em a dona do pedaço e lhe deu o papel que merecia numa novela das 9), enquanto isso, débora bloch, camila morgado, carolina ferraz e betty faria fazem milagre (sem sucesso) no núcleo mais chato da novela.
felizmente algumas coisas salvam avenida brasil do desastre:
débora falabella e adriana esteves tem suas melhores personagens e melhores embates assim como ísis valverde, marcelo novaes, vera holtz e juca de oliveira (esperem ver quem o santiago realmente é nos últimos capítulos), fora a agilidade quando tem viradas (mas poderiam cortar algumas cenas e capítulos pra dar mais agilidade).
resumindo: avenida brasil foi e é um sucesso, mas ainda prefiro a favorita.
Nossa, com tais comentários, esta crítica é necessária.
http://brasilescopio.blogspot.com/2013/12/la-avenida-de-la-venganza-fatigosa.html?m=1
caraca vc nunca vai perder essa mania de comentar superficialmente no post só pra conseguir views pro seu blog?
Carminha não odeia Ágatha por gordura, desde o momento em que lhe disseram que ela era uma mulher na sala de parto a odeia, trauma pós-parto? outro dos caprichos do autor para manter o mistério exausto do passado de Carminha com Lucinda, Max, Nilo e seu pai.
Eu concordo, mas com tantas falhas, não acho que tenha sido salva do desastre.
Teve sim, Ramon. Vc é observador.
Ok, Fabio.
Sem duvida, anonimo.
Entendo, anonimo.
Ela odeia sim, Marcio.
Anonimo, parabéns pelo seu comentário. Tem ótimas observações. Sim, concordo.
Nao se desculpe, comentários ótimos!!!!
Tb prefiro, Danilo.
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