segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Atentado contra Paloma resulta em arrepiante sequência de "Bom Sucesso"

A atual novela das sete está em sua penúltima semana e Rosane Svartman e Paulo Halm guardaram importantes reviravoltas. Quem acompanha o ótimo trabalho da dupla ao longo da carreira já sabe que os autores sempre promovem uma reta final tensa e até sombria em suas histórias. Há quem goste e quem reclame, mas o fato é que as tramas ganham muito com isso. Vide o atentado contra Paloma (Grazi Massafera), exibido nesta segunda-feira (13/01) em "Bom Sucesso".


Diogo (Armando Babaioff) teve um retorno aterrorizante, após quase duas semanas sumido por conta da boa virada envolvendo o canalha Elias (Marcelo Faria). O grande vilão da novela de sucesso da Globo voltou para se vingar de todos que atrapalharam seu planos, como Marcos (Rômulo Estrela), Nana (Fabiula Nascimento), Alberto (Antônio Fagundes), Gisele (Sheron Menezzes) e Paloma. E todos os clichês de um clássico folhetim foram usados contra o mocinho, por exemplo, que foi flagrado na cama com uma falsa amante e ainda acabou preso porque plantaram drogas em seu bar. Já a irmã do rapaz perdeu o filho em uma triste cena e chegou a vez da mocinha.

O advogado mandou Peçanha (Walter Breda) assassinar Paloma e o policial corrupto tentou fazer o serviço em plena quadra da "Unidos de Bonsucesso", bem no instante em que a costureira sambava com os colegas de agremiação em um lindo ensaio.
A sequência impressionou pelo cuidado da direção da equipe de Luiz Henrique Rios, o que não chega a ser algo surpreendente para quem acompanha a novela desde o início. O diretor sabe traduzir com precisão tudo o que os autores propõem, fruto da longeva parceria de sucesso, já vista em "Malhação Intensa" (2012), "Malhação Sonhos" (2014) e "Totalmente Demais" (2016).

A forte cena foi claramente inspirada em um clássico conto de Aníbal Machado (1894 - 1964) e a narração de Alberto, que lia o conto "A Morte da Porta-Estandarte" no momento da tentativa de assassinato da mocinha, marcou o diferencial da brilhante sequência. Isso porque uma cena parecida chegou a ser exibida em "Felicidade", novela de Manoel Carlos, exibida em 1991/1992, e em um dos episódios de "Brava Gente" (2000/2003). O cuidado com essa importante reviravolta da reta final ficou evidente do início ao fim. As palavras do dono da editora Prado Monteiro tiveram um peso intensificado enquanto o público era impactado com um tumulto angustiante em plena quadra, provocado pelo assassino através de explosões de bombas.

A imagem em Peçanha olhando fixamente para Paloma, ao mesmo tempo que os demais corriam desesperados, arrepiou justamente pela narração de Alberto, que lia o seguinte trecho: "Perto estão tocando um samba capaz de dançar as pedras. Todos se mexem. Só quem está imóvel é ele. Sob o peso de uma dor enorme. Se quiser sair daquele lugar não poderá mais. Se sente pregado ali. O gemido cavernoso de uma cuíca próxima ressoa-lhe fundo no coração. No fundo da praça, uma correria. Começo de pânico. Houve-se apitos. As portas de aço descem com fragor. As canções da escola de samba prosseguem mais vivas, sinfonizando o espaço poeirento. A notícia que viera da esquina das ruas Santana circulou depois em torno da escola Benjamin Constant. Mataram uma moça, comentava-se dentro dos bares. Mataram sim, mataram uma moça. Que maldade matarem uma moça assim, num dia de alegria. Só se você visse. Quanto mais a faca enterrava, mais a mulher sorria. Morrer assim nunca se viu". Ao fim da sequência de tirar o fôlego, Ramon (David Junior) se jogou na frente de Paloma e acabou esfaqueado em seu lugar.

Simplesmente espetacular. Mais uma vez a direção de Luiz Henrique Rios sobressaiu e a trilha de tensão também fez toda diferença para o impecável resultado final. Vale destacar as atuações de Grazi Massafera, David Júnior e Walter Breda, em uma luxuosa participação especial. "Bom Sucesso" está cada vez mais perto de se despedir, mas não tem poupado cenas que mexem com o público e misturam brilhantemente emoção e ação.

12 comentários:

Anônimo disse...

QUE CENA, SÉRGIO!!!!!!!!!!

Pedro Bertoldi disse...

Eu gostei da cena, muito bem escrita e realizada, mas confesso que faço parte do time que não gosta muito dessa característica de tornar a reta final das novelas deles sóbrias, porque acho que destoam um pouco do restante da obra, normalmente solares e pra cima!

Anônimo disse...

Eu fiquei sem fÔlego. JÁ SEI QUE VOCÊ CITARÁ ESSA CENA NA SUA LISTA DE MELHORES DO ANO!!!

Yasmin disse...

Uma cena perfeita mesmo e lendo seu texto eu me arrepiei todinha de novo!

Adriana Helena disse...

Nossa, que cena amigo e seu texto conseguiu captar toda a sequência de maneira avassaladora!!
Estou encantada!! Agradeço por nos proporcionar excelentes momentos no meio artístico!!
Tenha uma semana maravilhosa!! :))))
Beijos!!

Anônimo disse...

Mais uma cena irretocável como tantas que Rosane Svartman e Paulo Halm nos proporcionam! Bravo!

Guilherme

Sérgio Santos disse...

Cenão, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Eu amo, Pedro.

Sérgio Santos disse...

Vai msm, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Que bom, Yasmin.

Sérgio Santos disse...

Eu que agradeço, Adriana.

Sérgio Santos disse...

Fato, Guilherme.