quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Núcleo de Itapetininga emociona e diverte em "Éramos Seis"

O núcleo cômico em novela sempre provoca controvérsia. Há os que defendem a obrigatoriedade em qualquer folhetim e os que acham uma inutilidade criada apenas para preencher o tempo dos capítulos. Não existe consenso. O fato é que esse tipo de núcleo às vezes funciona e outras não. Há escritor que simplesmente não se dá bem com comédia. Depende da inspiração de cada autor. Já o caso de "Éramos Seis", atual novela das seis da Globo, é de total êxito.


O núcleo de Itapetininga virou um dos trunfos da trama de Angela Chaves, baseado no romance de Maria José Dupré e no remake exibido pelo SBT em 1994. Assim como na maioria dos núcleos cômicos de qualquer novela, a história dos personagens fica quase totalmente deslocada do enredo central. É praticamente um folhetim paralelo. Mas, no caso, não há demérito porque a narrativa não é quebrada e nem prejudica o andamento dos conflitos. Até ajuda a imprimir um clima um pouco mais leve em uma produção marcada pela tristeza.

No início da história, a casa de Maria (Denise Weinberg) mal aparecia e servia apenas de pano de fundo para Olga (Maria Eduarda de Carvalho) e Clotilde (Simone Spoladore). Quando as duas foram para São Paulo morar com a irmã Lola (Glória Pires), então, o núcleo praticamente desapareceu. Mas, aos poucos, o enredo foi enriquecendo e ganhando importância.
Zeca (Eduardo Sterblitch) e Olga se casaram, o caipira ganhou um bom dinheiro trabalhando para Tia Emília (Susana Vieira), o humilde casebre virou uma linda casa e tiveram quatro filhos. Tia Candoca (Camila Amado) foi morar com eles, Clotilde se mudou para casa de Lola e o tempo passou.

Não foi difícil se envolver com a adorável família que vive protagonizando cenas de discussão que acabam em risos. Os personagens são cativantes e os atores estão ótimos, incluindo o elenco mirim muito bem selecionado, assim como ocorreu na primeira fase da novela. Maria Eduarda de Carvalho e Eduardo Sterblitch têm uma sintonia perfeita. É possível até perceber pequenos improvisos dos atores em alguns momentos ou quando um ri do outro de verdade. Já Denise Weinberg merece elogios pela sua atuação como a justa Maria, uma senhora que está à frente do tempo e sempre dando ótimos conselhos.

A querida Camila Amado é outro grande nome que merece menção. A atriz ganhou mais destaque com a chegada de Justina (Júlia Stockler). Aliás, a entrada da filha autista de Emília foi benéfica para o núcleo. Inseriu uma dose de emoção até então inexistente na família. Tia Candoca virou uma mãe para a menina e as duas formam uma dupla que provoca risos e lágrimas. Os surtos de Justina diminuíram graças ao amor dado por aquelas pessoas, o que surpreendeu até sua conservadora mãe quando visitou a herdeira por uns dias. Júlia é uma grata revelação e suas cenas com as crianças sempre expõem sensibilidade. Vale destacar também os pequenos André Cidade (Tavinho), Marjorie Queiroz (Emiliana) e Duda Batista (Emily).

E uma das sequências mais comoventes da novela foi a surpresa que Adelaide (Joana de Verona) fez para Justina, quando sobrevoou a casa da família pilotando um avião para o encanto de sua irmã. Todos os personagens estavam presentes e ficaram igualmente deslumbrados. A cena esbanjou delicadeza. Já é um dos momentos mais bonitos do remake. E apenas mostra que essa parte da novela comove tanto quanto o enredo central, embora a comicidade seja a essência. Vide, ainda, a despedida de Justina, que deixou Tia Candoca aos prantos. Júlia Stockler e Camila Amado brilharam.

"Éramos Seis" tem sido um belo trabalho da autora Angela Chaves, que vem conseguindo adaptar bem esse quinto remake da obra clássica de 1943. E o núcleo de Itapetininga é um grande acerto. Que delícia assistir.

10 comentários:

Unknown disse...

Não entendo as críticas que as pessoas fazem a esta novela, tem gente criticando até a atuação maravilhosa de Glória Pires o que é um absurdo, eu estou adorando.

chica disse...

Passando pra deixar um abração! chica

Anônimo disse...

Adoro esse núcleo e concordo com tudo até fiquei triste que a Justina foi embora.

Anônimo disse...

Acho o nucleo a melhor coisa da novela.

Letícia disse...

Tomara que os atores leiam seu texto.

Pedrita disse...

o que eu gosto desse núcleo é q ele evoluiu do cômico para o complexo. é só o q gosto da novela. além de engraçado, profundo, ainda fala de questões fundamentais como tolerância e respeito as diferenças. e que elenco! q eu saiba justina não ia passar a morar lá definitivamente. a novela ia chegar o molde de novela mexicana. a mãe ia maltrata la muito interna la em hospicio. ia ser um horror. como a novela não agradava passaram a mudar e ampliar esse núcleo. melhorou. mas ainda é uma novela melodramática chata.

Lulu on the sky disse...

Não acompanho essa novela.

Convido vc para participar da minha pesquisa de público
Big Beijos
Lulu

Anônimo disse...

Apesar de não acompanhar a novela, vejo quão primorosa "Éramos Seis" é no cômputo geral, e os vários remakes do folhetim mostram a atemporalidade desta obra.

Guilherme

Malu disse...

Melhor novela no ar e não choca

Roseli disse...

Esse núcleo é muito divertido. E a novela é ótima, com bons atores, cenários bonitos. Gosto muito de assistir.