quinta-feira, 24 de outubro de 2019

"Mestre do Sabor" parece uma versão culinária do "The Voice Brasil"

A Globo sempre ignorou o sucesso de programas culinários da concorrência, tendo o "MasterChef", da Band, como o maior protagonista. Isso porque conseguia explorar o formato através de ótimos quadros no "Mais Você". Vale até lembrar que o "Superchef" ---- que virou "Superchef Celebridades" posteriormente ---- foi lançado por Ana Maria Braga bem antes da atração da Bandeirantes. No entanto, finalmente, a líder se rendeu e criou o "Mestre do Sabor", novo reality gastronômico que estreou na quinta-feira retrasada (10/10), logo após "A Dona do Pedaço".


Apresentado pelo querido chef Claude Troisgros e seu inseparável amigo Batista, o programa conta com José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão como jurados. Os três são renomados chefs, donos de restaurantes, e também figuras conhecidas do público em virtude de muitas participações em atrações da Globo, como o já citado "Mais Você", "É de Casa", entre outros. Ao contrário da concorrência, todavia, não há comentários mais pesados ou análises muito rígidas. Ou seja, sem jurado carrasco, o que é uma pena. Afinal, um dos maiores chamarizes desse tipo de formato é o 'sincericídio' dos avaliadores.

A fórmula do programa é da própria Globo, portanto, não foi comprado de fora --- todos os derivados das demais emissoras são conteúdos prontos. Ainda assim, é perceptível a ''inspiração" nas regras do "The Voice Brasil", reality musical exibido desde 2012 pela líder --- e esse, sim, um formato do exterior.
A primeira fase, por exemplo, (chamada de "Prato de Entrada") é uma espécie de audições às cegas, onde o trio avalia o prato sem identificar o cozinheiro. Quando dois ou todos aprovam a iguaria, a pessoa precisa escolher para qual time vai. Isso porque cada chef terá uma equipe para chamar de sua. Chefs profissionais de todo o Brasil disputam 24 vagas.

A segunda fase tem o nome de "Na Pressão". Cada time vai cozinhar um menu completo, com orientação de seu mestre. Quem avaliará os pratos é o apresentador. O grupo que tiver o melhor menu ganha imunidade. Os outros dois times passam para a próxima parte da disputa, na qual cada participante cozinhará individualmente. Os mestres, então, avaliarão cada prato e escolherão duas pessoas para deixarem a disputa. A terceira fase é a de "Duelos". Será definida em mata-mata entre os participantes, por escolha  dos cozinheiros. O melhor chef de cada duelo, claro, continua na competição.

"Na Balança" é a quarta fase. Os chefs cozinharão um prato e os jurados vão eleger, cada um, seu preferido. Os escolhidos já se classificam para a semifinal. Os participantes restantes, então, preparam outro prato. Novamente, os jurados elegerão três preferidos, que também passam para a próxima fase. A semifinal terá apenas seis participantes. Na primeira etapa, os chefs cozinham e voltam a ser avaliados por Claude, que escolhe dois para a grande final. Os quatro cozinheiros que restam preparam novos pratos, desta vez para os mestres. Os três jurados definirão os outros dois competidores, que também disputarão a final ---- exibida no dia 26 de dezembro, ao vivo, com duas etapas-surpresa. O campeão leva R$ 250 mil.

A produção, como era de se esperar, é muito caprichada. O estúdio  de 700 m² é dividido em quatro espaços: o palco com as minicozinhas acomoda todos os participantes. No centro, há um grande telão de led que abre e fecha como uma porta ---- é a sala dos jurados da degustação às cegas. A cozinha tem 12 bancadas individuais e são 220 pratos de cerâmica e porcelana, feitos especialmente para o programa. Só fica difícil compreender a existência de uma plateia que comporta cerca de 300 pessoas. Nenhum formato culinário tem e não havia a menor necessidade. Pelo contrário, acaba atrapalhando a dinâmica. Não é programa de auditório.

No geral, "Mestre do Sabor" é um programa muito bem produzido e uma opção para quem curte o formato. Porém, ao menos até agora, não empolga quem assiste. O formato se mostra bastante arrastado e o excesso de elogios dos jurados é um outro problema, que também aflige o já desgastado "The Voice Brasil". Cansa ouvir que todo mundo é maravilhoso. Uma disputa precisa ter momentos de altos e baixos, onde a tensão e a cobrança viram protagonistas. Não é o que acontece. Talvez isso possa ocorrer nas fases seguintes. Resta torcer.

9 comentários:

Vitória disse...

Achei horrivel esse programa. Tá vontade de dormir!

Unknown disse...

Concordo plenamente

Anônimo disse...

Até agora, creio eu que as únicas produções televisivas da Rede Globo recentemente estreadas que se mostram queridas por público e crítica são as séries "Filhos Da Pátria" e "Segunda Chamada", embora não acompanhe nenhuma das duas. Porque o resto pode se revelar desilusão ou já o faz, ainda mais com as vindouras mudanças na grade de programação. Enfim, continuarei aproveitando "Bom Sucesso" e após o término da obra, em janeiro, só pretendo voltar às novelas quatro meses depois, com a estreia de "Em Seu Lugar", pois Lícia Manzo há muito tempo merecia ser agraciada com a dádiva de escrever para a faixa mais nobre da emissora. Depois disso, esperarei pelo próximo folhetim de Glória Perez, com estreia prevista para 2021 ou 2022. Até então, são os produtos que me despertam interesse a partir dos próximos meses.

Guilherme

Nina disse...

Também achei parecido com o The Voice na chatice e espero que na semana que vem com a nova fase isso mude.Senao desisto de vez.

chica disse...

Concordo contigo,Sergio! Vamos ver e acompanhar,esperar mais um pouco! abraços, lindo fds! chica

Sérgio Santos disse...

É arrastado msm, Vitoria.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Entendo, Guilherme!

Sérgio Santos disse...

E continuou chato, Nina...