terça-feira, 24 de setembro de 2019

"Éramos Seis": o que esperar da próxima novela das seis?

É normal a produção de remakes na teledramaturgia com o intuito de repetir o sucesso de novelas que marcaram a memória do público. Muitos telespectadores, todavia, não gostam de adaptações justamente por conta desse carinho pelas obras do passado. Afinal, há o medo de 'destruírem' produções até então elogiadas. Mas normalmente a resistência dilui com o tempo de folhetim no ar. E o caso de "Éramos Seis", a nova novela das seis da Globo, pode ser considerado algo atípico: é a quinta adaptação do romance escrito por Maria José Dupré, lançado em 1943.


A que mais marcou a memória de parte da audiência foi o remake produzido pelo SBT, em 1994, escrito por Silvio de Abreu e Rubens Edwald Filho, dirigido por Nilton Travesso. Foi a melhor novela produzida pela emissora de Silvio Santos até hoje e Irene Ravache brilhou como a protagonista Dona Lola. Mas os mesmos autores foram os responsáveis pela adaptação do romance em 1977 na TV Tupi --- protagonizada por Nicette Bruno ---, que já era a terceira versão, precedida pelas produções da Record em 1958 e pela mesma Tupi em 1967.

E qual a razão de tantos remakes? A explicação está na força da triste e comovente história, onde o drama de Dona Lola para manter a família Lemos unida (ao longo de três décadas) diante das dificuldades financeiras é o protagonista.
O novo remake é de autoria de Angela Chaves (que escreveu "Os Dias Eram Assim" com Alessandra Poggi em 2017) e dirigido por Carlos Araújo. A trama se inicia em 1920 e vai até 1940, tendo a luxuosa presença de Glória Pires interpretando a personagem central.

Casada com Júlio (Antonio Calloni), Lola é uma esposa devotada e mãe de quatro filhos: Carlos (Xande Valois/Danilo Mesquita), o mais velho e motivo de orgulho para os pais; Alfredo (Pedro Sol/Nicolas Prattes), rebelde que vive se metendo em confusões e tem ciúmes do irmão; Isabel (Maju Lima/Giullia Buscacio), determinada e independente, é a favorita do pai --- por ser a única filha mulher ---; e Julinho (Davi de Oliveira/André Luiz Frambach), o caçula da família --- que desde criança demonstra habilidade para lidar com dinheiro.

A história --- cujo  clipe pode ser conferido aqui --- começa com Lola e Júlio passando sufoco para poder pagar as parcelas do casarão que compraram em São Paulo. O primeiro bem do casal sai mais caro do que eles previam por causa dos altos juros do financiamento bancário. O imóvel acaba gerando um impasse entre eles: para ela, o local é a alma da família. Para ele, um empecilho para melhorar de vida. Para sustentar a família, Júlio Passa o dia trabalhando na loja de tecidos de Assad (Werner Schunemann). Funcionário exemplar, almeja ser promovido pelo patrão e, assim, chegar ao final do mês mais tranquilo financeiramente. Por sua vez, Lola se dedica à confecção e venda de peças de tricô para reforçar o orlamento enquanto cuida da casa e da educação dos filhos com a ajuda da empregada Durvalina (Virgínia Rosa).

A protagonista tem amigos fiéis e um deles é Afonso (Cássio Gabus Mendes), dono do armazém que nutre uma genuína simpatia por Lola e sempre permite que a mulher de Júlio compre fiado. É casado com Shirley (Bárbara Reis), uma mulher amargurada por conta de seu passado. Ela é mãe de Inês (Gabriela Saraivah/Carol Macedo), criada por Afonso como filha. A menina é a paixão de Carlos, jovem educado e prestativo. Tanto Lola quanto Afonso apoiam o flerte da dupla, mas Shirley é contra o romance. A matriarca da família Lemos ainda conta com a grande amizade de Genu (Kelzy Ecard), a vizinha fofoqueira que está sempre tomando conta da vida dos outros. Casada com Virgulino (Kiko Mascarenhas), mantém o marido com rédea curta. Eles são pais de Lúcio (Arthur Gama/Jhona Burjack) e Lili (Bruna Negendank/Triz Pariz), amigos de Carlos, Alfredo, Julinho e Isabel.

Lola também visita frequentemente sua mãe, Dona Maria (Denise Weinberg), em Itapetininga, interior de São Paulo, onde moram suas irmãs, Clotilde (Simone Spoladore) e Olga (Maria Eduarda de Carvalho), e a tia Candoca (Camila Amado). Olga se casará com o farmacêutico Zeca (Eduardo Sterblich) e Clotilde se apaixonará por Almeida (Ricardo Pereira), mas temerá a reação da sociedade diante da dúvida de morar com seu amor porque o rapaz é divorciado --- um escândalo para a época.

Quem leu o livro ou acompanhou os remakes passados sabe que "Éramos Seis" é um dramalhão e tanto. O título já é um 'spoiler'. O livro, inclusive, é bem mais 'denso' que as versões criadas posteriormente. Mas é uma história bem triste e sem final feliz. No entanto, encanta pela sensibilidade da narrativa e resta torcer para a autora não perder a essência desse roteiro. O elenco ainda conta com Susana Vieira na pele da preconceituosa Tia Emília, Caco Ciocler, Paulo Rocha, Rayssa Bratillieri, Walderez de Barros, Othon Bastos, Ellen Roche, entre outros.

15 comentários:

Paula disse...

A história é um clássico, mas essa autora sei nao...

Anônimo disse...

Gostei de ler seu texto pq nao vi nenhum remake. Mas parece lenta...

Anônimo disse...

Pior que Orfaos de Enredo nao tem como.

Anônimo disse...

Se esse remake tivesse sido feito ha 20, 30 anos atrás eu acompanharia mas hoje em dia não tenho a menor vontade de ver nada nessa emissora, é tudo muito ruim.

Anônimo disse...

Ansiosa!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Como você mesmo disse, Sérgio, será preciso torcer para Angela Chaves não perder a essência do roteiro do folhetim baseado no romance de Maria José Dupré. Mas creio que "Éramos Seis" será melhor recebida em comparação com a apática "Órfãos Da Terra", prestes a encerrar o ciclo. (Ou seria círculo vicioso?). Mudando um pouco o foco do texto, gostaria de expressar a minha insatisfação com a vagarosidade no aproveitamento do talento de vários jovens egressos da magistral "Malhação - Viva A Diferença" (2017) e, ainda por cima, quase sempre em obras de qualidade questionável, enquanto alguns dos revelados na infame "Malhação - Vidas Brasileiras" (2018) acabam escalados para, na maioria das vezes, produtos televisivos promissores. Injustiça é o nome. Li que Gabriel Fuentes, intérprete de Érico naquele entojo, foi escalado para "Nos Tempos Do Imperador", substituta de "Éramos Seis" na faixa das 18h15min. E quanto aos atores e atrizes jovens de "Malhação - Viva A Diferença" que não necessariamente protagonizaram ou antagonizaram a fase? Sinceramente, essa indefinição me soa como inversão de valores em relação ao apresentado nessas temporadas tão opostas. (Embora esteja animado com "As Five? - Malhação", não quero os demais jovens desse elenco tão bem selecionado limitados a atuarem apenas no spin-off de "Malhação - Viva A Diferença" e depois serem dispensados pela Rede Globo.).

Guilherme

André Vinícius disse...

Spoiler da história: assisti versão de 94 no YouTube e é uma das melhores novelas que eu já vi, mas já é melhor ir avisando que essa história é tipo tempo de amar(mas sem ser arrastada), é uma desgraça atrás da outra, todos os todos os núcleos tem várias tragédias, se analisar todos eles a novela tem falência, consequências negativas da velhice, doença, traição de marido, distúrbios mentais, desilusão amorosa, morte, solidão, uma personagem assidentalmente provoca a morte do próprio pai,

Anônimo disse...

Li o livro e lembro pouco do remake do SBT. Mas se for quase fiel ao livro poder ser uma boa novela. O livro é excelente.

Sérgio Santos disse...

Aguardemos, Paula.

Sérgio Santos disse...

Lenta ela é mesmo, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Isso é fato, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Ok, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Teve um bom começo, anonimo.

Sérgio Santos disse...

É verdade, anonimo, mas a autora disse que o final dessa será mais feliz. E confesso que nao gostei em saber disso.

Sérgio Santos disse...

É sim, anonimo.