A chegada da peste provocou algumas mortes ----- desligando Saulo (João Vitor Oliveira) e Martinho (Giulio Lopes) da novela ---- e amedrontou a população. Até mesmo Catarina (Bruna Marquezine) e Ulisses (Giovanne De Lorenze) pegaram a doença, embora tenham sobrevivido. É verdade que ficou inverossímil os sadios entrarem em contato com os doentes o tempo todo e não serem contaminados, mas essa situação funcionou como o trampolim para o destaques das três bruxas da história: Brice (Bia Arantes), Selena (Marina Moschen) e Agnes (Mel Maia).
Ainda serviu para aumentar a rivalidade entre Amália (Marina Ruy Barbosa) e Catarina, uma vez que a vilã, mesmo doente, pediu para sua fiel escudeira Lucíola (Carolina Ferman) espalhar pelo reino que a mocinha tinha trazido a peste para Montemor.
O boato gerou uma boa tensão na trama e ainda proporcionou uma participação luxuosa: Stênio Garcia vivendo Dom Bartolomeu, o temido e assustador Inquisidor, chamado por Catarina para queimar sua rival na fogueira. O único ponto negativo foi a saída da ótima Rosa Maria Colin do elenco, após a sábia Mandigueira ter sido morta por populares.
Apesar desse desfalque em um elenco que já carece de atores veteranos, os conflitos prenderam o público, destacaram os intérpretes e movimentaram o folhetim. Até porque estava na hora de Amália protagonizar algum bom drama. A mocinha nunca teve um enredo próprio e era muito difícil torcer por ela depois que a mesma não se preocupou nem um pouco em ficar ao lado de Afonso, quando o então príncipe a convidou para morar no castelo como sua esposa. Seu egoísmo prejudicou a empatia que o telespectador deveria ter pela personagem. O mesmo valeu para a atitude de Afonso, abdicando do trono pelo seu amor, sem se preocupar com o seu reino. A volta do mocinho ao poder de forma heroica resolveu essa questão, mas ainda faltava solucionar o mau desenvolvimento de Amália. Ser vítima de um falso boato (e quase ser morta por isso) acabou funcionando.
Marina Ruy Barbosa demonstrou com competência o sofrimento da mocinha com as falsas acusações e se destacou quando Amália precisou enfrentar a ira do povo, que pedia a sua queimação na fogueira. Ainda protagonizou ótimas cenas com Stênio Garcia, irretocável na pele do Inquisidor. O ator tem feito muitas participações nos últimos anos ---- a última novela que contou com sua presença do início ao fim foi "Salve Jorge", em 2012, e ainda assim era um perfil desimportante ---- , mas essa foi a sua melhor, sem dúvida. Vale destacar também os embates entre Dom Bartolomeu e Afonso, além, claro, da última cena, quando o vilão acabou assassinado por Brice, através do seu beijo mortal.
E, Brice, inclusive, finalmente teve o destaque que sempre mereceu. Entrando e saindo da novela ao longo dos meses, a personagem deveria ter sido um dos focos do enredo desde o início. Bia Arantes está muito bem na pele da bruxa que mescla vilania e traços de humanidade, protagonizando bons momentos ao lado de Mel Maia e Marina Moschen. A personagem cresceu com o enredo focado na bruxaria, implicando ainda em sequências bem realizadas envolvendo feitiços e poderes. O mergulho na fantasia melhorou bastante o roteiro e deveria ser mais explorado. Mel é outro destaque vivendo a bruxinha Agnes, responsável pelo salvamento de Amália, após ter transmitido pela força do pensamento o salmo da bíblia que a mocinha deveria repetir para Dom Bartolomeu diante do povo. Marina é que merecia mais espaço, pois sua Selena é um dos tipos mais interessantes do roteiro. Ela defende o papel com talento e ainda forma um lindo par com Giovanne De Lorenze (Ulisses). Ao menos ganhou mais destaque em virtude dessa nova virada.
Após um período de altos e baixos, "Deus Salve o Rei" finalmente parece ter tomado um rumo e todos os desdobramentos em torno das bruxas de Montemor ajudaram a manter a atenção do público, mexendo no enredo de forma inteligente. Resta torcer apenas para que tipos tão atrativos como Brice, Selena e Agnes continuem em evidência e não percam importância com a conclusão desse contexto.
21 comentários:
Brice tinha que ter tido muito mais destaque e quando teve a novela ficou muito melhor.Adorei seu texto e tomara que Bia leia.
A sua sensatez me espanta.
Essa novelinha (que está sendo entregue ao público numa bela embalagem, com cenários e figurino impecáveis) simplesmente não tem enredo, consequente não possui um roteiro. Isso está claro, andou em círculos uns 100 capítulos e só agora que restam 54 e após as intervenções de outro autor, conseguiu chamar um pouquinho a atenção de uma parcela baixa do público. Tenho visto no aclamado twitter a revolta de uma parte do público para com Marina Ruy Barbosa. Rejeitam Amália em detrimento ao robô Catarina. E isso não sou eu que estou dizendo, apenas, deu também no Daniel Castro, provavelmente pq ele acompanha a movimentação e procura apurar o que as redes sociais pensam sobre as novelas. Enfim, vou ler outros posts do blog, essa novelinha nem vale a pena.
A novela estava muito chata mas melhorou bastante mesmo e agora tem me prendido atenção.Adoro as bruxinhas.
Não tenho mais paciência com a novela, vejo só pedaços.
big beijos
www.luluonthesky.com
Bia Arantes está perfeita de bruxa e queria que investissem mais nessa trama dos feitiços. Agora já voltou pro maramos de sempre com aquilo de Catarina tramar tudo e ficar impune...
Nunca concordei com as criticas. Gosto da novela e acho muito melhor que aquela Pega Pega.
O MARTELO DAS FEITICEIRAS OU MALLEUS MALEFICARUM era o manual operacional da Inquisição, durante todo o período de funcionamento do Tribunal do Santo Ofício, os processos de bruxaria tiveram como documento norteador o Malleus Maleficarum (O Martelo das Feiticeiras), escrito em 1486 pelos frades dominicanos James Sprenger e Heinrich Kramer, a partir do Manual dos Inquisidores elaborado cem anos antes por Nicolás Eymirick. O Martelo das Feiticeiras – Malleus Maleficarum é uma das páginas mais terríveis do cristianismo. É difícil imaginar que, durante três séculos ele foi a Bíblia do inquisidor, e se transformou no apogeu ideológico e pragmático da Inquisição contra a bruxaria, atingindo intensamente as mulheres, entendendo também que a mulher era muito visada por causa do celibato, era a própria tentação para os inquisidores. Assim, para que a bruxaria fosse devidamente punida foi escrito o Malleus Maleficarum, as teses centrais eram que norteavam essa bíblia dos inquisidores erram:
1) O demônio, com a permissão de Deus, procura fazer o máximo de mal aos homens a fim de apropriar-se do maior número possível de almas.
2) E este mal é feito prioritariamente através do corpo, único “lugar” onde o demônio pode entrar, pois, “o espírito [do homem] é governado por Deus, a vontade por um anjo e o corpo pelas estrelas” (Parte I, Questão I ). E por as estrelas são inferiores aos espíritos e o demônio é um espírito superior, só lhe resta o corpo para dominar.
3) E este domínio lhe vem através do controle e da manipulação dos atos sexuais. Pela sexualidade o demônio pode apropriar-se do corpo e da alma dos homens. Foi pela sexualidade que o primeiro homem pecou e, portanto, a sexualidade é o ponto mais vulnerável de todos os homens.
4) E como as mulheres estão essencialmente ligadas á sexualidade, elas se tornam agentes por excelência do demônio (as feiticeiras). E as mulheres têm mais conivência com demônio “porque Eva nasceu de uma costela torta de Adão, portanto nenhuma mulher poder reta” ( I,6).
5) A primeira e a maior característica, aquela que dá todo o poder às feiticeiras, é copular com o demônio. Satã é, portanto, o senhor do prazer.
6) Uma vez obtida a intimidade como demônio, as feiticeiras são capazes de desencadear todos os males, especialmente a impotência masculina, a impossibilidade de livrar-se de paixões desordenadas, abortos, oferendas de crianças a Satanás, estrago das colheitas, doenças nos animais etc.
7) E esses pecados eram mais hediondos que os próprios pecados de Lúcifer quando da rebelião dos anjos e dos primeiros pais por ocasião da queda, porque agora as bruxas pecam contra Deus e o Redentor (Cristo), e portanto este crime é imperdoável e por isso só pode regatado com tortura e a morte.
O Malleus Maleficarum ou O Martelo das Feiticeiras está dividido em três partes:
Primeiramente ele traz como principal personagem o Demônio e relaciona seus poderes ligando suas ações com a bruxaria. Por isso, que as mulheres eram o alvo mais desejado, visto que, a relação entre o Demônio e a Bruxa era a mais aceitável no caso dos pactos e relação sexual, como explica o manual.
A segunda parte encontram-se instruções para reconhecer e ao mesmo tempo eliminar a bruxaria, em todos os momentos do cotidiano das pessoas, em qualquer fato ocorrido: brigas; fenômenos da natureza; impotência sexual, entre outros.
A terceira e última parte encontra-se o relato dos julgamentos e sentenças. Tudo detalhado para não ser esquecido nenhum detalhe na hora de julgar algum (a) acusado(a), muito menos deixar de punir rigorosamente de acordo com o que regia o Malleus Maleficarum.
E ainda nós nos perguntamos: De onde sai tanta ideia para os filmes de terror?
Sérgio, que legal! Parece que a novela está muito boa!!
Vejo pela reação de meus pais que assistem e adoram e, em vista disso, também gosto por eles!! rsrs
E a história de bruxas sempre foi empolgante e o melhor, bruxinhas do bem, que não fazem mal nenhum!!
Aí tudo fica mais bonito!
Parabéns por mais esse belo texto amigo!!
Tenha um ótimo restinho de feriado!!
Beijos!! :)))
Olá Sérgio
Que texto sensacional!
Bia Arantes merecia mesmo esse destaque, está interpretando sua Brice com a maior competência.
Eu também sou fã das bruxinhas Selena e Agnes hihihi elas são umas lindas e fofis.
Sei que muita gente não gosta da novela, mas eu acho que é um diferencial nas temáticas das 7, essa pegada medieval encanta e é claro que precisam acertos na obra, mas vale a pena dar um crédito, as interpretações estão corretas e se não é muito amorzinho, pelo menos é não é mais do mesmo.
Bjs Luli
Café com Leitura na Rede
Obrigado, anonimo. Ela leu e fiquei honrado.
Fico feliz, Nina.
Não tinhaa, Fernando. Agora tem. E eu não apuro msm mais isso de briguinha de fandom digna de quinta série pq tenho mais o que fazer. Isso aí é fã de Marquezine X fã de Marina e pretendo continuar passando longe dessa estupidez.
Exato, Kika.
Ok, Lulu.
Eu ainda acho que a novela segue boa, anonimo.
Idem, Heitor.
Boas observações, Izabel.
Obrigado pelo carinho, Adriana. bjs
Endosso suas palavra,s Luli. bjssss
Estimulante sexual
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