segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Não existia papel secundário para Jandira Martini

 O mundo das artes cênicas sofreu mais uma grande perda. Jandira Martini faleceu nesta segunda-feira (29/01), aos 78 anos, após uma batalha de cinco anos contra um câncer de pulmão. A atriz, diretora e produtora teatral era uma das profissionais mais admiradas no meio e interpretou vários personagens marcantes ao longo de sua vida. 


A carreira de Jandira começou no teatro no final dos anos 1960 com a peça "Joana D`Arc entre as Chamas". Nos palcos, a trajetória somou mais de 20 peças, entre elas "Sua Excelência o Candidato", "Porca Miséria" e "Operação Abafa". A atriz começou na televisão em 1983 na novela "Braço de Ferro", produzida pela Band. Migrou para a Globo em 1986, onde atuou em "Roda de Fogo". No ano seguinte, ganhou seu primeiro papel de destaque, a ricaça Theodora Abdalla, do sucesso "Sassaricando".  

Em 1990, Jandira foi para a TV Manchete, onde atuou como colaboradora de "Ana Raio e Zé Trovão", novela escrita por Marcus Caruso, um de seus melhores amigos e fiel parceiro, e Rita Buzzar. A atriz também fez uma breve participação na trama como Vitória Imperial.

Já em 1994, a intérprete foi contratada pelo SBT, onde atuou em "Éramos Seis", o remake de maior sucesso da emissora de Silvio Santos. No ano seguinte, ainda participou de outro folhetim: "Sangue do meu Sangue". Mas o ano de 1996 marcou seu retorno definitivo ao maior canal do país, onde integrou o elenco da série "Brava Gente". 

E Jandira viveu seu auge da carreira em 2001 quando foi escalada para interpretar Zoraide, uma espécie de mãe postiça de Jade (Giovanna Antonelli), a mocinha do fenômeno de Gloria Perez. O trabalho da atriz foi elogiado e seu nome passou a ser conhecido pelo grande público. Fez do papel secundário um dos muitos trunfos do enredo. Dois anos depois, em 2003, integrou o elenco de outro grande sucesso: a minissérie "A Casa das Sete Mulheres". Em 2005, foi novamente chamada por Gloria e brilhou na pele de Odaléia, mãe da protagonista Sol (Deborah Secco), em "América". A atriz virou uma das queridinhas da autora, que a escalou para "Amazônia - de Galvez a Chico Mendes", minissérie exibida em 2007, além de mais duas novelas: "Caminho das Índias", de 2009, e "Salve Jorge", de 2012, o último trabalho da veterana na Globo. 

Mas Jandira também esteve com outros autores e se destacou em "Desejo Proibido", folhetim de Walther Negrão, de 2007. Em 2010, viveu um outro grande momento na carreira na pele de madame Gilda, uma vidente boa praça de "Escrito nas Estrelas", deliciosa produção de Elizabeth Jhin. Já em 2011, ganhou a oportunidade de participar de um sucesso de Walcyr Carrasco e deu um show interpretando a sovina Salomé em "Morde & Assopra", personagem que foi ganhando cada vez mais destaque diante da predileção que o escritor sempre teve por atores mais velhos. 

Jandira Martini nunca ganhou uma protagonista ou uma grande vilã. Sempre foi escalada para papeis secundários. Mas o termo nunca existiu para ela. Transformar uma coadjuvante em um dos destaques era sua maior especialidade. Que prazer era vê-la em cena. Sua última aparição na tevê foi em "Viver do Riso", um especial do Canal Viva sobre a história do humor no teatro e na televisão. Uma profissional que estava afastada da teledramaturgia há quase 12 anos e agora sua ausência não será mais preenchida. Que fique em paz. 

8 comentários:

Heitor disse...

Grande atriz grande perda.

chica disse...

Tens razão: em qualquer papel ela brilhava! Mais uma grande perda! Que descanse em Paz! abraços, chica

Anônimo disse...

Atores e atrizes grandiosos possuem o dom de encantar os espectadores independentemente da relevância dos papéis, em emissoras que têm a honra de potencializar a popularidade dos contratados. Vários intérpretes, principalmente os mais velhos, são merecidamente enquadrados nessa categoria. Jandira Martini teve uma trajetória tão magistral quanto o seu talento. Que descanse em paz.

Guilherme

Marly disse...

Jandira Martini foi realmente uma grande atriz. Ela soube conquistar o próprio espaço e o respeito de que gozou.

Beijão e bom mês de fevereiro

Sérgio Santos disse...

Sim, Heitor.

Sérgio Santos disse...

Mais uma, Chica.

Sérgio Santos disse...

Perfeito, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

Bjs, Marly!