terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Antônio Calloni e Enrique Diaz farão falta no remake de "Renascer"

 O capítulo desta segunda-feira (29/01) fechou o ciclo de dois excelentes personagens da primeira fase de "Renascer", interpretados por atores magníficos. O trágico fim de Firmino e Belarmino resultou em duas sequências de tirar o fôlego, onde a direção somada ao trabalho irretocável dos intérpretes deu o tom necessário para o adeus de dois vilões sanguinários.

O personagem vivido por Enrique Diaz não existiu na versão original de 1993, o que só comprovou o quanto Bruno Luperi poderia melhorar a trama de Benedito Ruy Barbosa se realmente quisesse. Um remake não tem a obrigação de ser 100% fiel ao enredo original e mudanças são necessárias, tanto em cima da atualização de termos hoje em dia questionáveis no texto, quanto no dinamismo da história. Mas voltando ao Firmino, o coronel foi um ótimo vilão e protagonizou uma rivalidade com Belarmino que fez toda diferença. 

O vilão protagonizou um embate com Cândida (Maria Fernanda Cândido), outra personagem que não existia há 31 anos, no primeiro capítulo e ficou claro que aquele tipo seria um trunfo para a primeira fase da trama. E realmente foi. Firmino logo rivalizou com Berlarmino e pouco tempo depois virou inimigo de José Inocêncio (Humberto Carrão).

Ou seja, movimentou os dois núcleos da primeira fase. E a atuação de Enrique Diaz, dando uma dose de cinismo para seu coronel, provocava risos e uma pitada de medo. Uma boa combinação para um assassino usurpador de terras. 

Já Belarmino foi um tipo icônico da versão original por conta do trabalho brilhante do saudoso José Wilker e também pelo bordão: "É justo, é mais do que justo. É justíssimo". Embora a primeira fase de 1993 tenha durado apenas quatro capítulos, a frase entrou para a história. O coronel agora defendido por Antônio Calloni não ficou devendo em nada ao original e ironicamente foi o responsável por um novo bordão, ainda que o antigo tenha permanecido. "Ele me roubou uma carroça e dois burrinhos da melhor qualidade" virou a frase mais emblemática do vilão no remake, em referência ao sumiço de Venâncio (Fábio Lago), que sumiu no mundo com sua esposa levando o 'bem' do patrão. 

Entre as várias qualidades de um bom folhetim, é fato que um embate entre vilões sempre funciona e a razão é simples: não há limites éticos de nenhuma das partes, o que proporciona um leque de ataques e vinganças deliciosamente saborosas na ficção. O céu é o limite para um duelo de canalhas. E que bom que Bruno reservou uma catarse de respeito para o final de ambos. Antes do grande momento vale elogiar Calloni e Humberto Carrão quando José Inocêncio se fingiu de morto e deu um susto no coronel, ao mesmo tempo que adquiriu a fazenda do rival e o alertou que o responsável pela infestação de vassoura de bruxa em sua plantação era Firmino. 

A informação de Inocêncio fez Belarmino criar uma emboscada aterrorizante para o inimigo e a sequência já é a melhor da novela até o momento. O coronel amarrou Firmino e o enfiou dentro de seu carro conversível. Empurrou o veículo até o estoque de sua safra e derrubou quilos de cacau em cima do sujeito, o matando sufocado. Uma cena que ficará marcada na teledramaturgia. De um impacto impressionante. E que trilha bem escolhida para o momento. Nota dez para a equipe do diretor Gustavo Fernàndez. Mas ainda não tinha acabado. Belarmino entregou sua alma ao diabo para se livrar da praga em sua plantação, mas levou vários tiros de um autor desconhecido. Pareceu até uma recusa do demônio diante da oferta do assassino. O personagem correu para se esconder em seu cacaueiro, mas se viu diante de uma espingarda e antes de levar uma bala na cabeça fez questão de dizer: "É justo, é mais que justo. É justíssimo". 

A primeira fase do remake de "Renascer" está melhor que a apresentada na versão original, que já era arrebatadora. Agora com 13 capítulos, a parte inicial vem envolvendo ainda mais o público e o desfecho de Firmino e Belarmino ficará na memória dos telespectadores. Antônio Calloni e Enrique Diaz farão falta.

4 comentários:

Marly disse...

Bom dia!

Vou confessar: eu não sabia que os remakes podiam ter inovações, mas percebi que isso pode realmente enriquecer a obra original.
Fico sempre feliz ao deparar com um trabalho bem feito que, por isso mesmo, é aprovado pelo público.
E os dois excelentes atores que tiveram participação curta na trama vão mesmo deixar saudades!

Beijão

Pedrita disse...

já to com saudade da primeira fase sem ter terminado. foi demais mesmo. diaz e calloni são demais. ah, não sabia q o personagem do enrique diaz não existia. a culpa foi do padre diaz q fez a multiplicação dos diaz. e mesmo sendo novelas q passavam em tempos mais obscuros, é bom atualizações. foi demais tb o personagem da maria fernanda. ah, não sabia q a primeira fase anterior era mais curta. achava o contrário. eu adoro fases em novelas, embora a produção deve enlouquecer como com casamentos pq dá trabalhão. a cena do carro e cacau me lembrou os filmes do tarantino. ótimo texto. beijos, pedrita

Sérgio Santos disse...

Eles foram incriveis, Marly!!!

Sérgio Santos disse...

Bjão, Pedrita!!