A personagem é uma das principais da temporada de Emanuel Jacobina e sempre foi uma menina cheia de atitude, que não tolera injustiças ou covardias. É a maior parceira da mãe, a batalhadora Vânia (Olívia Araújo), e seu maior drama no início da história foi a tentativa de aproximação com o pai, César (Tato Gabus Mendes), que até então a ignorava. Após muitos embates e encontros fracassados, a relação de pai e filha acabou se construindo aos poucos. A menina ainda descobriu que tinha uma irmã surda, Milena (Giovanna Rispoli), e logo virou uma grande amiga.
No entanto, seu relacionamento com Karina (Christine Fernandes), esposa de César, sempre foi péssima. A madrasta claramente racista nunca tolerou a aproximação de Jaqueline e fez de tudo para separá-la de Milena.
Se envolveu ainda em várias brigas com Vânia e quase acabou presa quando chamou a rival de crioula. Aliás, nesse caso o autor se mostrou infeliz na abordagem, pois Vânia aceitou não denunciar a mulher em respeito a Milena. A vilã foi até embora do país, plena e impune. Ao menos Jacobina vem se redimindo através da nova abordagem do racismo na trama de Jaqueline.
Se envolveu ainda em várias brigas com Vânia e quase acabou presa quando chamou a rival de crioula. Aliás, nesse caso o autor se mostrou infeliz na abordagem, pois Vânia aceitou não denunciar a mulher em respeito a Milena. A vilã foi até embora do país, plena e impune. Ao menos Jacobina vem se redimindo através da nova abordagem do racismo na trama de Jaqueline.
O namoro da menina com o debochado Thiago (Danilo Maia) representou uma nova fase no enredo da personagem e o início da relação era repleto de comicidade. Ele, inseguro e imaturo, e ela atirada e bem resolvida. Jaque, inclusive, era mostrada intencionalmente como o ''homem'' do relacionamento --- carregava até objetos pesados em alguns momentos porque o namorado não conseguia. Porém, recentemente, um interessante conflito foi inserido, o que mudou o clima que envolvia o par. Isso porque Thiago sempre foi um típico conservador, enquanto Jaque nunca escondeu sua pauta voltada para ideias de esquerda.
Embora a diferença de ideias tenha provocado algumas discussões a respeito de pena de morte, defesa dos direitos humanos, entre outras questões conhecidas, não havia um desconforto no namoro. Mas tudo mudou quando Thiago começou a achar a indignação da namorada com o racismo estrutural exagerada. Jaque não teve receio em dizer na frente de César, durante uma reunião familiar, que o pai ficou 18 anos sem procurá-la porque era negra. Também afirmou que ele preferiu ficar com Karina na época porque era branca e loira, enquanto sua mãe negra e pobre. Gabz emocionou na cena.
Outra sequência merecedora de elogios foi em um ônibus, onde Jaque e Thiago estavam. Um policial entrou no veículo e pediu para revistar o único passageiro negro. A menina não ficou calada e enfrentou o homem. Fez questão de dizer que deveria pedir o documento todo mundo e quando o PM tentou revistá-la lembrou que mulheres só podem ser revistadas por policiais do sexo feminino. Acabou levada para a delegacia junto com o namorado. Claro que a situação resultou em outra briga do casal. Thiago achou um exagero a atitude da namorada e ela não se conformou, terminando o namoro em seguida.
O autor inseriu mais um contexto bem verossímil dias depois. Camelo (Ronald Sotto), Thiago e Cleber (Gabriel Santana) passaram em uma loja de eletrodomésticos e olharam alguns produtos. O segurança do lugar observou Camelo com desconfiança e abordou o rapaz na saída do estabelecimento alegando que um produto havia sumido e faria a revista. Jaqueline, que estava do lado de fora com as amigas, se indignou e afirmou que aquilo só estava acontecendo porque Camelo era negro. Ele, abalado, até aceitou a constrangedora situação e disse que não era a primeira vez. A ótima sacada do contexto exibido pela trama foi o segurança também ser negro e o fato receber a retaliação de Jaque. A menina ainda confrontou novamente o namorado e achou um absurdo Thiago não ter defendido o amigo. Camelo até levou Thiago para um passeio com ele ao supermercado, no dia seguinte, para o amigo observar a forma como era tratado. Excelente cena. A discussão sobre as cotas em universidades também foi inserida no núcleo da escola.
"Malhação - Toda Forma de Amar" acertou com a exploração de um tema que ainda gera polêmica. Jacobina vem desenvolvendo com competência a questão do racismo e o crescimento da talentosa Gabz com a militância de Jaqueline é mais do que merecida.
14 comentários:
Gostei da abordagem, também. Gabz e Danilo deram um show nessas sequências, especialmente, Gabz. A cena do Camelo também foi bem triste. Serve pra nos mostrar o que as pessoas negras sofrem e sair um pouco de nossa bolha. A única coisa que eu não gostei, foi eles terem voltado tão rápido. Acho que ele devia ter lutado bastante pra reconquistá-la, depois daquela cena maravilhosa do término. Espero, sinceramente, que ele melhore muito e volte a estudar, também.
A temporada ficou muito cansativa, mas esse fato eu concordo que está interessante.
Que texto bom, Sérgio!
Já a abordagem da homossexualidade vai de mal a pior....
Gabz está bem demais.
Concordo. E Gabz é um talento.
Sérgio, amigo querido!! Amei a mudança no blog!! Esse azul turquesa no topo da página ficou lindo demais!!
Claro que ficarei com saudades do gatinho que por anos ilustrou esse incrível blog, mas as mudanças são necessárias não é verdade? Adorei!!
Nossa, excelente a abordagem do tema! Eu não acompanho malhação, mas só de entrar aqui e ler os seus escritos parece que sou fã de carteirinha da novelinha!! Parabéns amigo, esse assunto tão delicado, precisa sempre ser lembrado!!
Tenha uma semana maravilhosa!
Beijos!!!
Essas abordagens são de extrema importância. Racismo tem que ser condenado. Sérgio, você acha que a história recuperou a qualidade ou ainda permanece estagnada?
Adorei seu comentário, Paola!!!
Exato, anonimo.
Realmente essa cansou, anonimo...
Concordo, anonimo.
Poxa, Adriana, que bom que vc curtiu!!!! Fico feliz!!!
Segue estagnada, anonimo.
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