A produção estava prevista para estrear ano passado, mas como Letícia Colin se destacava como a prostituta Rosa, em "Segundo Sol", a emissora resolveu adiar o projeto em virtude da presença da talentosa atriz no elenco da série. Afinal, ela interpreta Marylin, filha da primeira-dama Maria do Socorro (Heloísa Périssé) e enteada do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele). Aliás, uma das qualidades da série é justamente a entrada de vários personagens que não existiam no filme. Esse trio, por exemplo, é um show à parte. A equipe conseguiu adaptá-los muito bem ao roteiro.
O 'visionário' Francisgleydisson (Edmilson Filho) continua protagonizando momentos engraçadíssimos em "Cine Holliúdy", mas agora o seu desafio mudou. No longa, o personagem percebeu que a pitoresca cidade de Pitombas não tinha nenhuma opção de entretenimento para o povo e iniciou uma saga para levar a magia do cinema até o local.
Obviamente, seu plano foi bem-sucedido e os habitantes ganharam um lugarzinho simpático para a apreciação de vários filmes clássicos. Já na série para a televisão o cearense arretado precisa enfrentar uma desleal concorrência: justamente a TV. Ou seja, os roteiristas habilmente utilizaram a adaptação da Globo como uma espécie de metalinguagem para o novo enredo.
Escrita por Mauro Wilson e Cláudio Paiva, dirigida por Halder Gomes e Patrícia Pedrosa, a história passa a focar nos planos do protagonista para evitar a falência de seu cinema. Isso porque o prefeito, com medo da população descobrir que usou verba pública para comprar uma televisão com o intuito de agradar a enteada e a esposa recém-chegadas, coloca o aparelho no meio da praça. E todos se encantam com as telenovelas, uma nova opção de entretenimento. Resultado: sala do "Cine" vazia. Francisgleydisson, então, resolve produzir seus próprios filmes para sair da crise. E, claro, todos com produção de quinta categoria, cujo elenco se resume a ele mesmo, Marylin --- por quem se apaixona à primeira vista (ao contrário do filme, o personagem não tem mulher e nem filho) --- e o melhor amigo Munízio (Haroldo Guimarães impagável).
O mais interessante é que a série não se resume aos conflitos em torno da produção dos novos filmes. Os demais personagens têm espaço e sempre outras trapalhadas ganham destaque através de Seu Lindoso (Carri Costa) --- dono do armazeco e marido da hilária Dona Belinha (Solange Teixeira) ---, Seu Jujuba (Gustavo Falcão) --- assessor do prefeito ---, do padre corrupto vivido pelo ótimo Cacá Carvalho (o eterno Jamanta, de "Torre de Babel" e "Belíssima) e do delegado Nervoso (Frank Menezes). Todos os personagens são geniais e muito bem interpretados. Carri Costa e Solange Teixeira, inclusive, não são muito conhecidos pelo grande público e roubam a cena várias vezes. As breves aparições e a narração de Falcão (presente no filme e continuada na tevê) é outro acerto. As participações especiais também merecem menção: Ingrid Guimarães (que retoma, ainda que rapidamente, a até hoje lembrada parceria com Heloísa no segundo episódio), Ney Latorraca, Miguel Falabella, Tonico Pereira, Rafael Infante, Bruno Garcia e Chico Diaz são apenas algumas.
"Cine Holliúdy" já está com os dez episódios da primeira temporada disponíveis na Globo Play, serviço de streaming da emissora, e os talentosos roteiristas e diretores conseguiram elaborar uma deliciosa adaptação do cinema para a televisão. A própria abertura é uma graça e evidencia isso através da poética música cantada por Elba Ramalho e Falcão. Vale a pena.
10 comentários:
Não vi os filmes, mas adorei a série.
Agora fiquei curiosa!!!! Vou dar uma olhada!!!!!!
Deve ser bem divertido! abraços, chica
Achei que seria uma tosqueira só mas ri muito!!!!!!!
Adorei essa série.E foi um sucesso. 25 pontos!!!!
É mt boa, William.
Vale a pena, anonimo.
É sim, Chica.
É engraçado demais, anonimo.
Tá sendo, Bethania.
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