quarta-feira, 8 de maio de 2019

"Cine Holliúdy" é uma adaptação precisa do divertido e inspirado filme

O filme "Cine Holliúdy", dirigido por Halder Gomes e estrelado por Edmilson Filho, estreou em 2013 e fez um grande sucesso de público e crítica. O curta foi visto em 80 festivais de 20 países e ganhou 42 prêmios. A genialidade da produção, inclusive, era a presença de legenda, mesmo em português. O intuito era debochar da rapidez da fala do cearense, uma vez que a história se passa no sertão do Ceará, na década de 70, e quase todos os atores escalados são da região. O êxito foi tamanho que a trama ganhou uma continuação nos cinemas ---- "Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral", cuja estreia foi em março deste ano ---- e uma série na Globo, toda gravada em 2018.


A produção estava prevista para estrear ano passado, mas como Letícia Colin se destacava como a prostituta Rosa, em "Segundo Sol", a emissora resolveu adiar o projeto em virtude da presença da talentosa atriz no elenco da série. Afinal, ela interpreta Marylin, filha da primeira-dama Maria do Socorro (Heloísa Périssé) e enteada do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele). Aliás, uma das qualidades da série é justamente a entrada de vários personagens que não existiam no filme. Esse trio, por exemplo, é um show à parte. A equipe conseguiu adaptá-los muito bem ao roteiro.

O 'visionário' Francisgleydisson (Edmilson Filho) continua protagonizando momentos engraçadíssimos em "Cine Holliúdy", mas agora o seu desafio mudou. No longa, o personagem percebeu que a pitoresca cidade de Pitombas não tinha nenhuma opção de entretenimento para o povo e iniciou uma saga para levar a magia do cinema até o local.
Obviamente, seu plano foi bem-sucedido e os habitantes ganharam um lugarzinho simpático para a apreciação de vários filmes clássicos. Já na série para a televisão o cearense arretado precisa enfrentar uma desleal concorrência: justamente a TV. Ou seja, os roteiristas habilmente utilizaram a adaptação da Globo como uma espécie de metalinguagem para o novo enredo.

Escrita por Mauro Wilson e Cláudio Paiva, dirigida por Halder Gomes e Patrícia Pedrosa, a história passa a focar nos planos do protagonista para evitar a falência de seu cinema. Isso porque o prefeito, com medo da população descobrir que usou verba pública para comprar uma televisão com o intuito de agradar a enteada e a esposa recém-chegadas, coloca o aparelho no meio da praça. E todos se encantam com as telenovelas, uma nova opção de entretenimento. Resultado: sala do "Cine" vazia. Francisgleydisson, então, resolve produzir seus próprios filmes para sair da crise. E, claro, todos com produção de quinta categoria, cujo elenco se resume a ele mesmo, Marylin --- por quem se apaixona à primeira vista (ao contrário do filme, o personagem não tem mulher e nem filho) --- e o melhor amigo Munízio (Haroldo Guimarães impagável).

O mais interessante é que a série não se resume aos conflitos em torno da produção dos novos filmes. Os demais personagens têm espaço e sempre outras trapalhadas ganham destaque através de Seu Lindoso (Carri Costa) --- dono do armazeco e marido da hilária Dona Belinha (Solange Teixeira) ---, Seu Jujuba (Gustavo Falcão) --- assessor do prefeito ---, do padre corrupto vivido pelo ótimo Cacá Carvalho (o eterno Jamanta, de "Torre de Babel" e "Belíssima) e do delegado Nervoso (Frank Menezes). Todos os personagens são geniais e muito bem interpretados. Carri Costa e Solange Teixeira, inclusive, não são muito conhecidos pelo grande público e roubam a cena várias vezes. As breves aparições e a narração de Falcão (presente no filme e continuada na tevê) é outro acerto. As participações especiais também merecem menção: Ingrid Guimarães (que retoma, ainda que rapidamente, a até hoje lembrada parceria com Heloísa no segundo episódio), Ney Latorraca, Miguel Falabella, Tonico Pereira, Rafael Infante, Bruno Garcia e Chico Diaz são apenas algumas.

"Cine Holliúdy" já está com os dez episódios da primeira temporada disponíveis na Globo Play, serviço de streaming da emissora, e os talentosos roteiristas e diretores conseguiram elaborar uma deliciosa adaptação do cinema para a televisão. A própria abertura é uma graça e evidencia isso através da poética música cantada por Elba Ramalho e Falcão. Vale a pena.

10 comentários:

William O. disse...

Não vi os filmes, mas adorei a série.

Anônimo disse...

Agora fiquei curiosa!!!! Vou dar uma olhada!!!!!!

chica disse...

Deve ser bem divertido! abraços, chica

Anônimo disse...

Achei que seria uma tosqueira só mas ri muito!!!!!!!

Bethania disse...

Adorei essa série.E foi um sucesso. 25 pontos!!!!

Sérgio Santos disse...

É mt boa, William.

Sérgio Santos disse...

Vale a pena, anonimo.

Sérgio Santos disse...

É sim, Chica.

Sérgio Santos disse...

É engraçado demais, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Tá sendo, Bethania.