quarta-feira, 7 de março de 2018

"Malhação - Vidas Brasileiras" tem estreia apressada e com protagonismo claro

"Em cada vida, várias histórias." "Malhação - Vidas Brasileiras" terá esse lema como maior identidade e a responsabilidade da nova temporada, que estreou nesta quarta-feira (07/03), é complicada: entrar no lugar do imenso sucesso "Malhação - Viva a Diferença", êxito de audiência, repercussão e crítica, escrito por Cao Hamburger. A missão de manter a qualidade da faixa é dita até pela autora, Patrícia Moretzohn, e o início da nova saga mostrará as pretensões desse enredo.


O Rio de Janeiro volta ao cenário da trama adolescente, mais especificamente o bairro de Botafogo, deixando São Paulo da temporada anterior de lado. E pela primeira vez "Malhação" terá um personagem maduro como protagonista: a determinada Gabriela, professora de Português e Literatura, que luta por uma educação de qualidade e se preocupa com todos os seus alunos, muitas vezes fazendo parte da vida de cada um. A talentosa Camila Morgado foi selecionada para esse posto e é um nome de peso.

Outra novidade da fase é a estrutura do enredo. Baseada na produção canadense "30 Vies", premiada série que estreou em 2011 e teve 11 temporadas, completando 660 capítulos ---- também é a primeira vez que "Malhação" se baseia em um formato de fora ----, a história tem um rodízio de protagonismo. A cada 15 dias, um aluno vira o personagem central do roteiro, tendo a professora como grande aliada para lidar com os conflitos.
Ao todo são 17 jovens (selecionados entre quase 600 nomes que fizeram testes em várias regiões do Brasil) que vivem esses adolescentes e frequentam o mesmo ambiente: a escola Sapiência, onde Gabriela trabalha dando aula para alunos do ensino médio.

A estreia fez questão de enfatizar o protagonismo de Gabriela e pecou na pressa. Foram muitos acontecimentos jogados de forma superficial e o intuito pareceu apenas provocar impacto, causando uma falsa sensação de agilidade. Logo no começo, a professora surgiu interrompendo sua aula para ajudar uma aluna, vítima do ex-namorado, que publicou um vídeo íntimo seu na internet, implicando no deboche dos colegas. Jade (Yara Charry) estava no terraço do colégio e aparentava uma preparação para se suicidar, quando a protagonista chegou para consolá-la.

Pouco tempo depois, a mesma personagem central apareceu já em casa, acordando para mais um dia de aula. Ficou evidente que sua vida é uma correria, implicando em uma falta de tempo para a família: o marido, Paulo (Felipe Rocha), e os filhos gêmeos, Flora (Jeniffer Oliveira) e Alex (Daniel Rangel), além da caçula Mel (Maria Rita). No trajeto para a escola, Gabriela acabou se vendo no meio de um arrastão no túnel, se preocupando com os filhos e se chocando com o fato dos bandidos serem todos adolescentes, tendo a idade de seus alunos.

Paralelamente, Pérola (Rayssa Bratillieri) se chocava com a prisão do pai, Eduardo (Edson Celulari), acusado de corrupção, entrando em conflito com a mãe, Isadora (Ana Beatriz Nogueira vivendo outra perua amargurada), e tentando se matar horas depois, ingerindo tranquilizantes. Ou seja, foram muitos acontecimentos e todos jogados com uma correria indisfarçável. Agilidade é diferente de pressa. E nem deu para se sentir envolvido com qualquer daqueles dramas em virtude, justamente, da falta de construção.

Ao mencionar construção, inclusive, é preciso citar a delicada cena final, com todos os alunos cantando "Não Vá Embora", de Marisa Monte, para Gabriela, demonstrando todo o carinho que eles sentem por aquela tão dedicada professora. Enquanto a música era tocada, cenas da personagem ajudando os adolescentes eram exibidas. Camila Morgado emocionou. Entretanto, a emoção seria infinitamente maior se a cena tivesse sido colocada futuramente e não na estreia. Ninguém viu a relação dela com os jovens e as poucas sequências do início não são o bastante. E também não deu para entender se a trama voltará no tempo ou se as imagens exibidas foram meros 'spoilers' mesmo. Esse gancho, por sinal, confirmou a impressão causada antes: parecia um capítulo de meio de temporada e não de começo.

"Malhação - Vidas Brasileiras". dirigida por Natalia Grimberg, teve uma estreia apressada e com muitas tramas jogadas sem construção. Porém, a premissa é interessante e Patrícia Moretzohn tem experiência de sobra nesse formato. Resta torcer para que essas questões se resolvam ao longo das semanas, deixando o enredo mais sólido, e que a autora realmente consiga manter a qualidade que "Viva a Diferença" alcançou com louvor. Não é fácil, mas possível.

23 comentários:

Malu disse...

Ficou tudo muito jogado mesmo, foi muita informação. E, pra uma novela que vai ficar 15 meses no ar, foi desnecessário. Veja bem, a estreia de MVAD (vou comparar, não tem jeito), focou apenas no parto, e nada mais aconteceu. Nessa teve nude vazado, tentativa de suicídio 1, arrastão, prisão, professora recebendo proposta de deixar a escola, tentativa de suicídio 2, alunos fazendo homenagem à professora... sem contar as cenas de apresentação dos personagens como a cena do café da manhã na casa da professora, e a cena em que a filha da Bebel chega na casa e encontra o menino com a Pérola no colo, apresentando o triângulo amoroso. Já a cena do arrastão, por exemplo, foi muito destacada no teaser, mas no capítulo em si foi rápida e quase passou despercebida em meio à tantas outras coisas. Sobre duas tentativas de suicídio no mesmo capítulo eu tbm achei demais. Ainda se fosse, sei lá, um paralelo entre as duas meninas, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. A da Pérola tbm – não que seja culpa da novela, mas – remeteu muito à do MB, pq está muito recente e são plots muito parecidos (pra não dizer iguais). A diferença foi que: a gente não sabia como era a relação dela com esse pai, e, na real, eu nem entendi direito o que aconteceu o cara mal foi preso e a menina já tava lá enfiando remédio goela abaixo. A dos nudes tbm é uma questão séria e o capítulo já começa com todo mundo vendo, a professora vai atrás, fala duas frases pra menina e pronto, resolvido. Ficou a sensação de que a gente pegou o bonde andando, parece que a novela já tinha começado e a gente perdeu alguma coisa.
Sobre a abertura: a música é legal, mas não ornou. Achei o conjunto todo muito poluído, cheio de informação, de coisa colorida se mexendo, aquelas letras garrafais... mas gostei de terem colocado o elenco de novo na abertura.

Anônimo disse...

Na minha opinião, vai ser muito difícil Malhação Vidas Brasileiras alcançar o mesmo sucesso de Viva a Diferença. De qualquer forma, eu acho que o saldo é positivo, pois pelo menos a Globo passou a dar mais atenção ao horário e renovar o formato. Agora, não posso deixar de dizer que pra mim é um desperdício Ana Beatriz Nogueira em Malhação, principalmente com um personagem repetido. Ela já ganhou até Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim. É impressionante como a Globo (e o Brasil também) não sabe valorizar os talentos que tem. A Ana é só um exemplo, mas existem tantos atores tão maravilhosos lá dentro que não são valorizados da forma que deveriam. Enquanto isso, tem outras que parece que só tem destaque por causa do número de seguidores no Instagram e do namorado, porque talento mesmo não tem.

Paula

Bethania disse...

Nossa, achei tudo uma tentativa de parecer consciente, imitando a fase passada. Mas soou forçado e corrido.Fora que os adolescentes são feitos por uns atores de uns 30 anos...

Anônimo disse...

Olá Sergio! Vim te ver e deixar um abraço!
tenha um bom dia co alegria!

bjs no core1

Debora disse...

Olá Sérgio tudo bem???


Será que eles não quiseram "imitar" o 1º capítulo da temporada passada??? Ondem todos ficamos com aquele gostinho de quero mais, esperando o próximo capítulo...


Beijinhos;
Débora.
https://derbymotta.blogspot.pt/

André disse...

Só de ler sua crítica já fiquei exausto. Primeiro capítulo e já fazem homenagem pra professora? Pelo amor de Deus. Já começou errado, indo com muita sede ao pote.

Anônimo disse...

De fato, muita coisa aconteceu em um ritmo muito rápido e sem um desenvolvimento adequado. Assim como foi o último capítulo de VAD que também foi cheio de falhas e apostou em fanservice. Se a própria emissora não valoriza Malhação, fica difícil.

Chaconerrilla disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Chaconerrilla disse...

Oi Zamenzito, boa tarde! Também achei a estreia muito apressada. Foram muitas as situações que para serem realmente impactantes, precisavam (a meu ver) ter o desenvolvimento dos personagens. Eu gostei da pérola (apesar de achar que a atriz não parece ser adolescente. Aliás, nem ela, nem a Talíssia, que apareceu no primeiro episódio, parecem adolescentes), do Alex e do Hugo (esse último mal apareceu, mas, pelo que eu li, vai fazer par romântico conturbado com o personagem da Joana Borges). Não gostei da Maria Alice. Fiquei com a impressão que ela vai ser uma mocinha igual a Bianca foi em Casa cheia, super entediante. Uma coisa que me preocupa é a protagonista ser a personagem adulta Gabriela. Malhação sempre foi protagonizada por "adolescentes" e quando tentou mudar o foco, como em casa cheia, por exemplo, que "deixou" os adolescentes para tratar da família, não deu muito certo. Mas eu posso estar enganada, afinal, só tivemos três capítulos, né? Torcendo para ser primorosa como malhação - viva a diferença.

Anônimo disse...

É difícil desapegar de VAD, aliás, tem um povinho no twitter que tá forçando demais essa nova, e eles não ajudaram com uma estreia apressada assim. Sobre o título "Malhação", se eu fosse a Globo não ia ficar diminuindo aos poucos e sim tirar logo de uma vez, já anunciar a próxima temporada como nova novela das 17h e pronto.

Outsiders disse...

Vidas Brasileiras tem a difícil missão de substituir a atual temporada do folhetim, Viva a Diferença. Com roteiro de Cao Hamburger, a mais recente fase de Malhação é um sucesso de audiência, crítica e repercussão nas redes sociais.

30 vies (30 vidas) com 660 episódios, a série do Canadá recebeu 4 indicações ao Emmy Internacional em 2013, 2014, 2016 e em 2017.
Não é surpresa pois a trama é sobre uma professora dedicada coloca sua preocupação com trinta (30) alunos acima da sua vida pessoal. A produção canadense explorou assuntos como jovens alunos em gangues, xenofobia com imigrantes árabes, abuso sexual, paixão por uma prostituta, HIV, automutilação, paralisia cerebral, seitas religiosas, agressão doméstica, romance lésbico, depressão e déficit de atenção.

Leitora disse...

Olá! Já tinha falado em outro post que não estava afim de assistir e continuo sem vontade, mas aconteceu por acaso deu ver o segundo bloco em um dia da semana passada e não senti nenhuma conexão com os personagens talvez por ter pegado o bonde andando.
Eu vi que a Malu comentou da abertura e eu também quero falar da abertura porque sou apaixonada por aberturas e eu sempre presto atenção e tento ler os créditos quando possível, né O Outro Lado do Paraíso? Personagens na abertura é uma marca registrada de Malhação muitas aberturas eram com os personagens então não é algo novo, mas fica legal logo posso dizer que isso foi positivo. Só que essa no entanto não ficou boa porque ao meu ver está poluída. Na verdade fazendo uma analise achei a abertura carnavalesca, porem acredito que seja proposital. Vidas brasileiras - Brasil- Carnaval. Entende? E a principio também achei que a musica não estava casando, mas aí quando fiz essa analise eu percebi que a musica casava muito bem afinal tem um ritmo contagiante de samba que remete novamente a carnaval e como bem sabemos é um ritmo brasileiro que teve influencia de ritmos africanos, ou seja, tudo haver. Agora relendo o que escrevi pensei: "Nossa! Que chatice reclamar de abertura parece até... (Insira aqui um grupo/pessoa chata que reclama até do céu ser azul e não roxo)" Mas achei poluída mesmo se eu mudar de ideia e assistir talvez com o tempo me acostume.
Fui fazer uma sessão nostalgia relembrando as aberturas antigas. Que saudades. Saudade principalmente do Rock Nacional. ♪Vou te levar Yeah, te levar daqui♫ Ah na época do ♪Ainda vai levar um tempo♫ eu era muito miúda não lembro de ter visto então a fase que me marcou foi a do Charlie Brown e a propósito eu reparei que diminuíram o logo Malhação, mas não adianta porque pro povo que cresceu com a novelinha teen vai ser sempre Malhação.

Sérgio Santos disse...

Esse inicio tá mt ruim, Malu...

Sérgio Santos disse...

De pleno acordo, Paula.

Sérgio Santos disse...

Soou, Bethania.

Sérgio Santos disse...

Pra vc tb, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Provável, Debora...

Sérgio Santos disse...

Mt errado, André.

Sérgio Santos disse...

Pena, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Primorosa já não tem como ser, Chaconerrilla...

Sérgio Santos disse...

Faz sentido, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Dificil msm, Day.

Sérgio Santos disse...

Vc tá certa, Leitora. A abertura ficou poluída msm.