quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Está na hora de Aquele Beijo mostrar a que veio

A novela do talentoso Miguel Falabella ainda não atingiu a meta para o horário das 19h. Vem marcando em torno dos 27/28 pontos. Nada de desesperador, uma vez que essa dificuldade inicial ocorre em quase todas as obras. O que chama atenção até agora é a falta de acontecimentos de grande relevância na trama. A novela está longe de ser arrastada, mas os núcleos parecem não sair do lugar.

O envolvimento do casal protagonista até agora não aconteceu. Cláudia e Vicente estão comprometidos com seus respectivos parceiros e os conflitos que os rodeiam não são muito empolgantes. Giovanna Antonelli está ótima no papel e Ricardo Pereira tem apresentado seu melhor desempenho até então, mas boas atuações não se garantem sozinhas sem uma situação que realmente desperte um interesse.

Cláudia Gimenez está divertidíssima vivendo a Mãe Iara, mas a atriz está sendo subaproveitada. Os tais banhos estão repetitivos e a trama dos espíritos não é nada engraçada. E uma profissional competente como a Cláudia não pode ficar reduzida somente a cenas com o Bruno Garcia (Joselito). Iara precisa ser inserida em algum outro núcleo para que se abram novas oportunidades cênicas.

Uma personagem que ainda não aconteceu é a Ana Girafa, vivida por Luis Salém. Suas cenas se reduzem a reclamar da vida e servir de conselheira para os demais. Está claramente avulsa. Ainda no núcleo do Covil do Bagre, o romance proibido de Alberto e Sarita também não sai do lugar. O empresário 'rouba' um beijo da líder comunitária, depois é ameaçado por Maruschka --- a grande vilã da trama que até então teve como única maldade sabotar a obra do apartamento da nora --- e não sai disso.

Um núcleo que merece mais destaque é o composto por Ernani Moraes, Thelma Reston, Renata Cellidônio e Priscilla Marinho. É muito divertido acompanhar as peripécias da trambiqueira Dona Violante. Thelma está impagável como a sogra metida a esperta e os demais a acompanham tendo bons desempenhos. As portuguesas Maria Vieira e Marina Mota também constam na parte interessante da novela. Brittes e Amália formam uma boa dupla de personagens bem construídas e bem interpretadas.

Locanda Barboza, Felizardo Barboza e a irmã fajuda Damiana Barboza fazem parte do melhor núcleo. Stella Miranda, Diogo Vilela e Bia Nunnes são grandes atores e estão no ambiente em que se saem melhor: a comédia. Apesar de algumas cenas serem voltadas mais para o drama através do sofrimento da esposa que sempre é humilhada pelo marido e dos confrontos com a 'cunhada', a comicidade acaba prevalecendo.

Fazendo uma análise geral, nota-se que os pontos positivos estão quase que empatados com os negativos, mas todos eles acabam tendo dois pontos em comum: a repetição e a falta de grandes 'embates'.

"Aquele Beijo" é uma comédia romântica muito agradável de se assistir e embora tenha uma história óbvia e nada inovadora, consegue manter o interesse do telespectador através de situações divertidas e tiradas características do autor. Mas a novela peca pela falta de acontecimentos que venham a gerar impacto ou alguma reviravolta na trama. A baixa repercussão talvez seja causada justamernte por essa ausência de conflitos maiores. Aquele beijo tão esperado ainda não aconteceu e, ao menos por enquanto, ficou só na promessa.

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