terça-feira, 5 de agosto de 2025

Tony Ramos fará muita falta em "Dona de Mim"

 Nesta terça (05/08), após alguns adiamentos e reedições de capítulos por conta da programação da Globo, que mexeu na grade para a transmissão de alguns jogos de futebol, foi exibido o capítulo que marcou a morte de Abel em "Dona de Mim". Quando a notícia saiu em vários sites houve uma imediata surpresa do público. A equipe da novela conseguiu segurar bem o segredo. No entanto, desde então as reclamações nas redes sociais são muitas, o que é compreensível. Tony Ramos enriquece qualquer elenco. 


A atual novela das sete ainda não engrenou. A história de Rosane Svartman está longe de ser um fracasso e elevou os índices da produção anterior, mas ainda não é um sucesso. E dá para entender porque o enredo ainda não fisgou de jeito o telespectador. Há uma impressão de um prólogo que nunca acaba. A trama parece que ainda não começou de fato, o que é um problema. Até mesmo sobre o que se trata o roteiro da obra é uma dúvida que naturalmente surge. A saga da Leona (Clara Moneke) se resume a que exatamente? Ela quer ser mãe de novo, após a perda de sua filha? Quer ficar com a Sofia (Elis Cabral) trabalhando de babá até o fim da vida? Quer fazer faculdade e ter um bom emprego? Quer tudo isso ao mesmo tempo? Enfim, são questionamentos pertinentes e que acabam enfraquecendo a narrativa. 

A família Boaz sempre foi o maior chamariz do folhetim, até porque é lá que Leona trabalha e criou um lindo vínculo com Sofia e todas aquelas pessoas que moram na mansão. Mas muitas situações que aconteciam ali passaram a andar em círculos e nem mesmo a chegada de Vanderson (Armando Babaioff) proporcionou uma reviravolta.

Tanto que a manobra jurídica realizada para que o pai da menina ficasse com a sua guarda se mostrou recheada de absurdos e conveniências de roteiro, o que implicou na perda de qualquer impacto dramático. A volta de Nina (Flora Camolese), filha de Filipa (Cláudia Abreu), era uma outra promessa de novos conflitos, mas também deixa a desejar até o momento. As faíscas entre mãe e filha rendem ótimas cenas, mas nada que provoque uma alteração significativa no roteiro.

A morte trágica de Abel, em um acidente de carro provocado por Jaques (Marcello Novaes), marca a verdadeira grande virada de "Dona de Mim". Até mesmo os embates entre os irmãos estavam cansativos e a obsessão do vilão pela presidência da fábrica minou a paciência de qualquer um. Tanto que é de fácil compreensão a conduta de Tânia (Aline Borges) diante de seu marido que só sabe apertar a mesma tecla.  Nem ela aguentava aquela chatice. O assassinato do patriarca tem tudo para iniciar uma leva interessante de arcos dramáticos no enredo. Porém, há o risco de prejudicar ainda mais a narrativa sem uma figura tão importante e interpretada por um dos maiores atores do país. 

Rosane é uma autora experiente e sabe bem como explorar bons clichês folhetinescos para prender a atenção da audiência. Não por acaso é conhecida como a rainha das sete, após três novelas seguidas de imenso sucesso na faixa ("Totalmente Demais" e "Bom Sucesso", que escreveu junto com o talentoso Paulo Halm, e "Vai na Fé"). A sua coragem em abrir mão de Tony Ramos antes do centésimo capítulo (a novela exibiu o 84º nesta terça) é louvável. O ator estava irretocável na pele do íntegro Abel e protagonizou várias cenas merecedoras de elogios desde o início da trama. Sua parceria com Juan Paiva (Samuel) era de visível sensibilidade, sua química com Cláudia Abreu deliciosa, sua dobradinha com a gigante Suely Franco (Rosa) dava gosto de ver e seus momentos com a pequena Elis Cabral transbordavam delicadeza. Vale citar ainda as cenas com Rafael Vitti (Davi), Bel Lima (Ayla), Clara Moneke, Marcello Novaes e tantos outros, uma vez que seu personagem era cativante e movimentava quase todos os núcleos. 

A sequência da morte trágica de Abel em um acidente no túnel Barra-São Conrado, no Rio de Janeiro, foi toda feita em computação gráfica porque a Globo não gasta mais dinheiro destruindo carros de verdade, o que sempre prejudica o resultado desse tipo de cena. No entanto, a cena foi de tirar o fôlego graças ao bom trabalho da equipe de direção de Allan Fiterman. Um último ato que honra a importância do personagem para a história. E vale citar ainda a cena final de Tony Ramos ao lado da grande Suely Franco, quando Abel surgiu em sonho para se despedir de Rosa. O jogo de luzes simulando o chamado outro lado da vida intensificou a sensibilidade da cena do filho dando adeus para sua mãe. 

Resta torcer para que a morte de Abel realmente traga uma reviravolta significativa em "Dona de Mim" e inicie a história, de fato, após meses sem grandes acontecimentos. Mas independente do que vier a ocorrer nos próximos meses, é inegável que Tony Ramos fará muita falta na novela das sete. 

20 comentários:

Anônimo disse...

Segue a sina de matar personagens importantes: Malhação 2012 foi a Marcela, Malhação 2014 foi o Alan, Totalmente Demais a Sofia, Bom Sucesso Elias, Vai Na Fé foi o personagem que era casado com a protagonista e Dona de Mim o Abel. Qual deles teve mais impacto para vc e qual delas foi a melhor cena?

Nat disse...

Acho que a autora se inspirou na série This is us, em que o personagem mais querido da série, Jack Pearson, morre, aparece em flash backs e os paralelos entre infância e vida adulta mostra a influência dele na personalidade dos filhos. Fora a semelhança do Davi e Samuel com o Kevin e o Randall. Adoro seus conteúdos! Bjs

Adriana Helena disse...

Puxa Sérgio, fiquei chateada com a morte do Abel pois o personagem do Tonny Ramos era maravilhoso. Vê-lo em cena é uma aula de teatro a céu aberto!!
Realmente uma pena, espero que a novela melhore, mas sem o Tony fica tudo meio duvidoso...
Beijos e lindo restante de semana!

Anônimo disse...

Realmente os irmãos lembram "This is Us". O Samuel ser adotado e a diferença com o Davi é extremamente parecido com a série. Se seguir os flashbacks vai ficar ainda mais parecido com a série e pode ser bacana.

Anônimo disse...

O Abel é um personagem importante para a narrativa, mas eu acredito que é justamente essa importância que acaba implicando em um bloqueio para os outros perfis da história. Tudo gira em torno do Abel, mas ao mesmo tempo paralisa os outros personagens e tramas paralelas. Acho a morte dele necessária para os outros perfis e histórias deslancharem. Leo finalmente poderá ser protagonista já que ela parece avulsa e coadjuvante. Filipa poderá ter os conflitos ainda mais explorados sem a dependência de Abel em sua vida. Os filhos homens poderão cometer mais erros e isso também abrirá possiblidade de conflitos, afinal, com o auxilio do pai Samuel é muito perfeito e isso o torna limitado dentro do roteiro. As tramas paralelas também terão a chance de ganhar melhores contornos, inclusive, com a Nina que finalmente pode vir a se destacar com mais êxito e movimentar a trama. O Abel fará muita falta, mas é inegável que ele empatava o restante do enredo. Acredito que ele era o maior responsável por esse prólogo arrastado que nunca chega ao fim. É a ausência dele que fará a história iniciar de fato e assim a trama poderá ter um arco narrativo definido. Mas depende da criatividade da Rosane Svartman porque se a condução for errônea, a ausência de Abel será um problema ainda maior. Mas se autora for competente, ela transformará a falta desse personagem na solução que esse roteiro tanto necessita. Já que no meu ver está bem claro que é exatamente essa virada que pode fazer a trama engrenar de fato e minar os problemas da história.

Marly disse...

Não entendo isso, a novela ainda não atingiu o público visado e - ainda assim - 'matam' um personagem simpático aos telespectadores. Quero crer que os produtores sabem o que estão fazendo, rsrs.

Beijo

Ane disse...

Tony Ramos é muito bom ator e sempre faz falta com seus personagens. Um abraço! :-)

Anônimo disse...

Me chama atenção o magnetismo que a Rosane Svartman tem diante do público noveleiro. Mesmo escrevendo uma trama que é incontestavelmente inferior as produções anteriores com a autoria dela, o folhetim ainda cativa a audiência. Em um período de jogos onde a programação tem sido afetada em horários aleatórios, "Dona de Mim" tem um desempenho no ibope superior à antecessora "Volta por Cima". Eu consigo entender a razão para esse feito. Mesmo com os equívocos do roteiro, o texto característico da autora está presente o tempo inteiro e a audiência consegue identificar os diálogos muito bem escritos pela Rosane. Acredito que isso explica a audiência satisfatória mesmo diante de uma produção com um prólogo tão arrastado e com situações cansativas pela repetição. A Rosane tem essa pegada fatal através da escrita, o que causa um inevitável apelo popular onde a audiência se deixa seduzir com esse chamariz irresistível da autora.

Anônimo disse...

Concordo com o texto todo! Vai ser a peça chave pra juntar o quebra cabeça e destrinchar as histórias.

Jovem Jornalista disse...

Uma perda irreparável. Custo acreditar que o personagem partiu. Talvez ele volte no futuro, falando: "você não imaginam o prazer que é estar de volta". Quem dera se assim fosse.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE INVERNO do dia 04 de agosto à 08 de setembro, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia

Anônimo disse...

Sergio, o que você está achando dessa novela atualmente depois da morte do Abel? Eu estou achando melhor, mas ainda muito abaixo da média de uma novela realmente boa. Inclusive, é inegável para mim o fato de ser uma trama muito inferior as novelas anteriores da Rosane. Vai na Fé foi muito melhor e as outras duas também.

Sérgio Santos disse...

A demais impacto foi a Marcela.

Sérgio Santos disse...

VERDADEEEE

Sérgio Santos disse...

bjsss

Sérgio Santos disse...

pois é....

Sérgio Santos disse...

vdd

Sérgio Santos disse...

concordo plenamente

Sérgio Santos disse...

excelente observação

Sérgio Santos disse...

não será

Sérgio Santos disse...

compartilho da sua opinião