sexta-feira, 6 de outubro de 2023

"História de Amor" foi um dos melhores trabalhos de Manoel Carlos

 Exibida entre 3 de julho de 1995 e 2 de março de 1996, "História de Amor" foi uma novela das seis marcante e mais um grande trabalho do autor Manoel Carlos, dirigido com maestria pelo competente Ricardo Waddington. Reprisada com êxito no "Vale a Pena Ver de Novo" entre 10 de dezembro de 2001 e 28 de junho de 2002, a novela repetiu o sucesso na reprise do Canal Viva entre 10 de março e 8 de novembro de 2014. Em junho deste ano foi disponibilizada na íntegra no Globoplay e passou a ser reprisada novamente pelo Viva desde o dia 21 de agosto. 


A trama, como não poderia deixar de ser, gira em torno de Helena (Regina Duarte), uma mulher batalhadora que enfrenta a gravidez prematura de sua filha Joyce (Carla Marins), uma garota mimada, prepotente e voluntariosa, que engravida de um playboy de caráter duvidoso (Caio - Angelo Paes Leme), que a abandona sem sentir remorso. Helena é separada do pai da garota, o machista Assunção (Nuno Leal Maia), que não consegue aceitar a situação da filha.

Em meio a todos os problemas familiares, a protagonista muito bem escrita por Maneco acaba se apaixonando e sendo correspondida pelo endocrinologista Carlos Alberto (José Mayer), homem que está prestes a se casar com Paula (Carolina Feraz),
uma patricinha arrogante e possessiva que não admite o fim do relacionamento, e cujos pais (Zuleika - Eva Wilma e Rômulo - Cláudio Corrêa e Castro) depositavam todas as esperanças neste enlace para tirar a família da decadência financeira.


Todavia, além de ter que enfrentar vários problemas, Helena ainda arruma mais um, pois o médico é alvo da obsessão de Sheyla (Lilia Cabral), ex-mulher que nunca se esqueceu dele e usa de todas as dissimulações possíveis para tê-lo de volta, incluindo uma falsa amizade com a protagonista. A novela também abordou com competência a questão do câncer de mama através de Marta, personagem muito bem interpretada por Bia Nunnes. A paraplegia de Assunção, que perdeu a vontade de viver, só conseguindo recuperar a autoestima através do esporte, também foi muito bem abordada pelo autor.


Como toda novela de Manoel Carlos, o cotidiano foi o foco central, assim como as relações amorosas, como o próprio título da novela descrevia tão bem. E vale lembrar que o autor precisou alterar seu plano inicial por causa do Ministério da Justiça. Isso porque Helena e Joyce disputariam o mesmo homem, no caso Carlos. Mas a relação não foi construída, se baseando, então, exclusivamente nas brigas entre mãe e filha por causa do bebê que a garota esperava de Caio. Maneco, aliás, realizou seu desejo no ano 2000, com a emblemática "Laços de Família" através da relação de Camila (Carolina Dieckmann) e Helena (Vera Fischer) com Edu (Reynaldo Gianecchini). Também houve a repetição dos triângulo familiar na fracassada "Em Família", com Helena (Júlia Lemmertz) e Luiza (Bruna Marquezine) disputando o canalha Laerte (Gabriel Braga Nunes) na última novela do escritor, exibida em 2014.


A novela das seis tinha um elenco estelar e foram vários os destaques. Regina Duarte esteve impecável na pele de sua primeira Helena (ainda viriam mais duas em "Por Amor" e "Páginas da Vida"); Lilia Cabral ganhou uma nova projeção na carreira por conta da importância de sua vilã e deu um show na pele de uma mulher obsessiva; Carolina Ferraz esteve em um grande momento como Paula; José Mayer honrou o protagonismo de Carlos; e Carla Marins interpretou o papel mais marcante de sua carreira e defendeu com brilhantismo a filha mais insuportável de todas as Helenas já criadas por Maneco. Outros nomes também merecem menção, como Nuno Leal Maia, Beatriz Lyra, Ilva Niño, Buza Ferraz, Bia Nunnes, Angelo Paes Leme, José de Abreu, Ana Rosa, Rosane Gofman, Cristina Prochaska e os saudosos Sérgio Viotti, Sebastião Vasconcelos, Umberto Magnani, Eva Wilma, Cláudio Côrrea e Castro, Marly Bueno e Yara Cortes.

A trilha sonora, nacional e internacional, era mais uma qualidade do folhetim. "Lembra de Mim" (Ivan Lins) ---- tema de abertura ----, "Saber Amar" (Paralamas do Sucesso), "Querem Meu Sangue" (Cidade Negra), "Alô, Alô Marciano" (Elis Regina), "You Gotta Be" (Des`Ree), "Run Baby Run" (Sheryl Crow), "Chains" (Tina Arena), "It`s to Latte" (Gloria Stefan), "Can`t Stop Love You" (Van Halen) e "I Started a Joke" (Faith No More) eram algumas das músicas que engrandeciam o enredo. 


"História de Amor" foi uma das melhores e mais elogiadas novelas do Manoel Carlos e seu sucesso nas duas reprises do Canal Viva não é nada surpreendente, assim como sua boa procura no Globoplay. Uma boa e bem escrita história sempre é muito prazerosa de ser acompanhada, independente da época. 

16 comentários:

Anônimo disse...

"História De Amor" (1995) é, sem dúvidas, um dos folhetins mais conhecidos por marcar a fase áurea de Manoel Carlos que, assim como vários autores da geração mais clássica da teledramaturgia da Globo (e outros da atual geração, como Lícia Manzo), elaborava cada "mitagem" de causar inveja em qualquer roteirista das emissoras concorrentes. Levei para a vida a seguinte frase entre tantas ditas pela personagem Sheyla (Lília Cabral), mais especificamente uma do capítulo 128: "Foi por isso que você trouxe as flores? Para colocar em cima do caixão?". E a trilha sonora, sobretudo a internacional, é, na minha humilde opinião, a melhor da década de 1990, juntamente com a de "Por Amor" (1997), outro êxito de Manoel Carlos.

Guilherme

Marly disse...

Agora que me dei conta dos muitos temas abordados por essa novela. E, realmente, acho que foi ali que começou a fase de ouro do novelista Manoel Carlos.

Beijão

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Em 1995, era criança e não fiquei envolvido com a novela. Revi no VIVA e mudei a minha visão. Realmente, é uma ótima novela. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

J.P. Alexander disse...

Gracias por la recomendación

Sérgio Santos disse...

Nossa, Guilherme, adorei a citação da Sheila. Nem lembrava.

Sérgio Santos disse...

Verdade, Marly!

Sérgio Santos disse...

É sim, Fabio.

Sérgio Santos disse...

Abçs, JP.

Giovana Oliveira disse...

Oi!
Não conhecia essa novela e considerando o ano que foi lançada e o ano que passou no Vale a Pena ver de novo faz todo o sentido.

https://deiumjeito.blogspot.com/

Ane disse...

As novelas mais antigas são as melhores!
Bom restinho de domingo e boa semana!
Beijos! (‾◡◝)
Ane/De Outro Mundo

Maria Rodrigues disse...

Parece ser uma novela bem interessante.
Obrigado pela partilha.
Abraços

! Marcelo Cândido ! disse...

Olá Sérgio.
Os horários para ver essa reprise no Viva não são dos melhores, mas acredito que vale a pena porque é uma boa novela e uma das poucas com o elenco considerado pequeno.
Lembro que a reprise de 2022 na Globo fez muito sucesso!

Monique Larentis disse...

Que legal, eu lembro muito, principalmente da trilha sonora.

www.vivendosentimentos.com.br

Fá menor disse...

Parece-me das novelas que valem a pena ver.

Jovem Jornalista disse...

Nunca assisti, mas tenho vontade.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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Até mais, Emerson Garcia

Anderson da rosa disse...

Óbvio que são as melhores,tinha se total liberdade pra escrever,sem medo de cancelamento
Que autor teria peito de escrever um cena como a discussão de Assunção e Helena(com direito a troca de tapas)?
Essa fixação em querer fazer o mundo das novelas perfeito ou querer igualar a vida real o de nada mais se pode está destruindo a dramaturgia.