O primeiro capítulo mais confundiu do que explicou. Por incrível que pareça, os flashbacks usados mais atrapalharam que ajudaram e acabaram prejudicando a narrativa. Foi uma estreia confusa. Porém, a história apresenta alguns conflitos bem interessantes e que poderão despertar o interesse do público ao longo dos meses. A trama central é sobre a vingança (um clichê frequente na teledramaturgia) de Artur (Bruno Ferrari), que sofreu um acidente de cavalo na adolescência, ficou paraplégico, e a partir deste incidente passou a receber o desprezo do pai (Gregório - Antônio Grassi). O primeiro passo de seu plano é internar a mãe (Clarice - Beth Goulart) em uma clínica psiquiátrica e conquistar Diana (Thaís Melchior), sua meia-irmã, que na verdade não tem parentesco com ele já que o rapaz não é filho de Gregório. Mas como o pai não sabe disso, o jovem se aproveita para fazê-lo sofrer com o choque.
O mocinho, não se pode negar, foge do tradicional e a ousadia da autora é muito válida. Entretanto, ao apostar em uma agilidade, que parecia mais uma correria de acontecimentos, o sofrimento do protagonista não foi suficiente para o personagem ser visto como um homem bom em busca de um acerto de contas e, sim, uma pessoa que quer acabar com a vida do pai por causa de um ego ferido e que
ainda apresenta alguns traços de psicopatia. Pelos menos foi a impressão transmitida. E o romance central foi outro fator que não convenceu.
Artur, embora conquiste Diana para se vingar, acaba se apaixonando de verdade. Mas o primeiro encontro do casal abusou da inverossimilhança e do exagero. Os dois brigaram, conversaram, acabaram se entendendo, dançaram, trocaram olhares apaixonados, se beijaram e, momentos depois, ainda transaram. Forçado demais. Aliás, o motivo da briga inicial do par romântico foi a tentativa de assassinato da égua da mocinha, que se chama Vitória --- nome que faz jus ao título da trama (!), que tem o mundo equino como pano de fundo. Diana achou que foi o rapaz o mandante, sem imaginar que na verdade o responsável foi Gregório, seu pai.
E para culminar, Bruno Ferrari ficou devendo bastante na interpretação, enquanto que Thaís Melchior terá que se dedicar muito para conseguir convencer como protagonista. Os dois têm química e o casal combina (pelo menos isso é preciso reconhecer), mas os atores não estão bem. Ou seja, o tema da vingança sempre é atrativo, mas o conjunto que o cerca prejudica a consistência da história central. Porém, a novela mostrou que a grande vilã será o ponto forte da trama.
Juliana Silveira já se destacou na pele da cruel e sedutora Priscila. A jovem e linda mulher é integrante de um grupo neonazista, que obviamente não tolera gays, negros, judeus, nordestinos e todos que consideram inferiores. Logo na primeira cena, a vilã atropela um flanelinha e sente prazer com isso. Além dela, Paulão (Marcos Pitombo) e Enzo (Raphael Montagner) integram o desprezível grupo até então. A personagem despertou interesse e com certeza roubará a cena na história, destacando o talento da intérprete. No segundo capítulo, inclusive, foi possível perceber como este papel será importante na carreira da atriz.
Além de Juliana, Antônio Grassi e a sempre ótima Beth Goulart se destacaram. A presença da talentosa Lucinha Lins foi outro ponto positivo e sua personagem terá o Mal de Alzheimer, ou seja, a atriz ---- que brilhou como a grande vilã Vilma, em "Chamas da Vida", e vivendo a Alzira, em "Vidas em Jogo", ambas novelas de Cristianne Fridman ---- tem tudo para emocionar o telespectador. Bruna Di Túllio (Luciene), Rafaela Mandelli (Sabrina), Letícia Medina (Beatriz), Roberta Gualda (Anastácia), Nina de Pádua (Yone) e Maitê Piragibe (Renata), foram mais alguns destaques. Já André Di Mauro está fora do tom e muito caricato na pele do agressivo Jorge, testa de ferro de Artur que tenta sempre seduzir Renata.
E os primeiros capítulos da novela ainda contam com a participação de Dado Dolabella (fraco no papel, diga-se), que acabou sendo substituído por Rodrigo Phavanello (Rafael) após ter agredido um produtor da trama, sendo demitido da emissora depois do triste episódio. O personagem de Rodrigo, aliás, se apaixonará por Diana, formando um triângulo amoroso.
O segundo capítulo da trama já foi mais elucidativo e os núcleos começaram a ser melhores desenvolvidos. Gregório está internado após sofrer um enfarte, depois de Artur revelar que está com Diana. As dúvidas a respeito do incêndio causado no estábulo do pai de Diana estão permeando a trama principal, enquanto que as maldades e a frieza de Priscila começam a ganhar destaque. Aliás, o melhor desenvolvimento da história no segundo dia refletiram também na audiência: a estreia marcou 8 pontos (pior média de todas as últimas tramas da Record ---- "Máscaras" e "Pecado Mortal", por exemplo, marcaram 11 pontos na estreia), mas na terça, embora a média tenha permanecido igual, o folhetim teve picos de 9 pontos.
Dirigida por Edgar Miranda, a novela de Cristianne Fridman apresenta um contexto bem tradicional para fisgar o telespectador e aposta no núcleo de neonazistas para despertar polêmica e movimentar a história. Apesar de ter começado confusa e repleta de altos e baixos, "Vitória" tem alguns ingredientes capazes de agradar o público e a autora já provou que tem capacidade para melhorar a audiência da emissora ----- não por acaso, "Vidas em Jogo" foi justamente a última novela da Record que conseguiu dois dígitos de audiência. Resta saber como a história será desenvolvida, como os números irão reagir e se a Record respeitará o horário de exibição do folhetim.
30 comentários:
Achei péssima!
Oi Sérgio. Achei a estreia bem confusa também. Os flashbacks só atrapalharam. Achei a Juliana Silveira e seu núcleo o melhor até então. A história do núcleo vilão é interessante e pode atrair um certo foco da imprensa na novela (isso se a Record souber usar isso, colocando matérias a respeito nos programas da casa, como o Domingo Espetacular lor exemplo). Beth Goulart promete roubara a cena, enquanro que os mocinhos precisarão melhorar e muito pra agradar. Achei muiiiiiiiiito repetitiva as cenas romanticas do casal na ilha. Não pareceu de jeito nenhum que eles haviam acabado de se conhecer. Houve, ao meu ver, uma pressa desnecessária.
E algumas cenas foram bem constrangedoras: vide Arthur tentando se levantar e relinchando feito um cavalo. Gosto duvidoso.
A julgar pela estreia, Vitória teve altos e baixos. O tema principal é um grande clichê das novelas, os protagonistas ainda não acharam o tom e os coadjuvantes prometem roubar a cena.
PS: Achei válido você escrever sobre a estreia só agora, uma vez que o primeiro capítulo foi um tanto inconclusivo.
Peraí, Sérgio. O nome da novela é o nome de uma égua? kkkkkkkkkkkk Que ridículo! E a Juliana Silveira é aquela que fez Malhação com o Henri Castelli? Se for eu gosto dela. Bj
Algo a comentar...
Vitória é uma novela com cara de novela, concordo com o teu texto.
Porém, acho muito difícil a audiência melhorar, embora não seja impossível.
O comportamento do público tá mudando muito Sérgio, tá mudando demais. A Globo que o diga...
Pecado Mortal, eu não assisti, pelo que dizem foi uma das melhores novelas já apresentadas pela emissora, porém fracassou. Vitória, portanto, terá uma missão dificílima pela frente.
Vamos esperar pra ver...
Um abraço!
Eu vi a novela na estreia mas não vi o segundo capítulo. Mas como é brega essa novela. O paraplégico que quer se vingar do pai que o renegou? Preguiça, né. Por isso concordo quando você diz que os neonazistas são o destaque, em especial a Juliana. Mas só achei bizarro isso de eles quererem dominar o mundo. Sério, é novela pra criança?
De resto eu detestei tudo. E aquele André di Mauro tá péssimo mesmo! Nem vi o Dado Dolabella na estreia. Vai ver cochilei. Sorte a minha.
Vi a estreia e achei bem fraca, Sérgio. Até mesmo os neonazistas ficaram no campo do exagero. Aquelas tatuagens deles deram vergonha. O Bruno Ferrari eu nem conhecia mas espero me esquecer dele rapidamente. Rapaz apático e canastrão demais. A menina que faz par com ele também é ruim. A Globo teve sorte em ter se livrado dela.
Só mesmo a Juliana Silveira, a Lucinha Lins e a Beth Goulart se saíram bem. Até mesmo o reconhecido Antônio Grassi apelou para a caricatura na composição de seu personagem. Abraços.
A estreia nos primeiros minutos parecia boa mas depois caminhou para o confuso. Não sei se a personagem da Juliana Silveira vai infernizar o casal principal, mas na boa, torço muito pra isso.
O Bruno Ferrari a princípio achei que não comprometeu, mas talvez seja só uma impressão inicial. Mas Thaís Melchior eu achei péssima. Inexpressivinha. A primeira noite do casal eu achei bonita, bem-feita, com boa trilha, mas não fui com a cara do par.
Ver Lucinha Lins atuando é sempre um prazer e acredito que ela não volta pra Globo tão cedo (assim como Paloma Duarte), uma vez que ela recebeu ótimos personagens nas novelas que participou desde Vidas Opostas. Acrescento tb a Ísis Campobello, empresária solteira que ela interpretou em Vidas Opostas.
A Juliana me conquistou logo de cara, ainda mais vivendo uma personagem onde maldade e sensualidade andam juntas com alta carga.
Quanto ao Dado Dolabella, esse é um caso que nenhuma emissora merece. A TV brasileira em geral agradece pela demissão desse sujeito. Se bem que o Rodrigo Phavanello (que vai entrar no lugar dele) não é lá grande coisa.
Agora o que foi aquela última cena com trocadilhos de cavalo? O cara gritando "ainda sou um garanhão", "sou seu único filho de 4 patas", meu Deus, nem Aguinaldo escreveria aquilo.
E outro detalhe: o Ricco anunciou que vai ter um triângulo amoroso entre ~cavalos~. Das duas uma, ou é mta coragem e ousadia, ou vai ser uma maluquice daquelas.
A abertura lembrou vagamente AVDG (mas muito vagamente mesmo), mas salva-se por Tente Outra Vez.
Confio na autora por ter gostado de Chamas da Vida e Vidas em Jogo, mas não me senti tentado a acompanhar como fiz esporadicamente com Pecado Mortal (que a meu ver tinha uma trama mais bem amarrada).
PS: rever Antônio Grassi me trouxe à memória a fase de ouro 1999-2004 da Malhação.
Me esqueci de outra: colocar mais um péssimo na conta, no caso, Ricky Tavares.
Adorei "Vitoria". Só de ter a imagem normal e não aquela coisa de cinema das novelas da globo já me agrada. Além do mais Em Familia é podre e não será problema acompanhar vitória no mesmo horário. Alguem sabe o nome da musica internacional do casal protagonista?
Concordo com seu texto a estreia realmente foi um pouco confusa, eu assisti os dois primeiros capitulos e acho que o grande destaque vai ficar por conta da Priscila e os seus comparsas, falando nisso a Juliana Silveira está maravilhosa no papel e acho que todos que acompanharam Floribella jamais imaginariam ela fazendo um papel tão forte como esse.
E eu também achei que a aproximação do casal protagonista foi muito forçada aconteceu tudo rápido, só discordo sobre o Bruno Ferrari eu gostei da atuação dele aliás acho que ele foi uma boa escolha para fazer esse protagonista, a Thaís eu não gostei acho que erraram em contrata-la para protagonista poderiam ter escolhido alguma atriz talentosa da propria emissora.
Ok, anônimo.
Pedro, a vilã da Juliana é a personagem mais interessante e o grande trunfo da novela. O resto tá fraco e o casal protagonista, apesar de ter química, não está sendo bem interpretado e a história deles não convenceu.Essa cena do cavalo foi deprimente msm. Sim, resolvi esperar pq queria ver se a confusão da estreia permaneceria. Abraços.
É ela mesmo, Flávia. Eu gosto mt da Juliana. E,sim o nome da novela é por causa da égua. rs bjs
F Silva, não acho que terá, por ex, 15 pontos. Mas eu acho que tem potencial pra ficar com 10. Enfim, só o tempo dirá. abçs.
Felipe, realmente esse papo dos neonazistas de dominarem o mundo é meio ridículo, mas ainda assim essa trama é a mais atrativa da novela. O André tá ruim mesmo e que bom que vc nem viu o Dado. Sorte a sua msm.
Entendo, OX. A novela tem pontos altos e baixos. O Bruno tá mt fraco mesmo e a cena onde ele tentou chorar pra mostrar a mágoa que sentia do pai foi péssima. Gosto do Antonio Grassi e achei ele bem, mas percebi tb um pouco de exagero. Abçs
Eu achei o Bruno mt ruim, Thallys, e a Thaís apática. Não sei se a Priscila atrapalhará o casal, mas creio que não faz mt o estilo dela.
Lembro do Grassi em Chocolate com Pimenta e Desejos de Mulher.
A abertura de ADVG foi linda e tocante, não merece ser comparada com a de Vitória.
A Lucinha não deve voltar pra Globo msm pq li que assinou contrato de 5 anos. Acho uma pena.
Anônimo, o nome da musica eu não sei, mas quem canta é a Thalia, que fez Maria do Bairro.
Athyne, a Priscila é a personagem mais interessante da novela e Juliana está incrível. Não vi Floribella, mas gosto dela desde Malhação, quando viveu a Júlia.
Não gostei do Bruno e o achei mt fraco, assim como Thaís. Bjssss
A Record nunca teve ética desde que foi assumida por essa quadrilha de bispos. Até ia dar uma olhada nessa novela mas depois que vi essa propaganda ridícula atacando gratuitamente Em Família eu desisti. Não vou dar audiência pra isso.
Eu Vi o primeiro capitulo gostei tanto que estou vendo ate hoje, Amei a novela, Não tem a imagem ruim que a globo tem :) vou continuar vendo :)
Thalia não tem nada a ver, sergio, é uma musica em inglês, cantada por um homem, internacional, parece rock, muito linda, tocou o tempo nas cenas do Bruno Ferrari com a garota. Ninguem sabe?
Oi Sérgio,
Vi as chamadas dessa novela durante os jornais da record. Não vejo novelas dessa emissora, mas vim ler suas considerações pois estava curiosa a respeito da trama.
O Dado Dolabella não tem mesmo jeito, hein? Vive arrumando confusão!
Abraço.
Descobri o nome da musica, é CRY FOR LOVE-Artur Busic, ouçam se puder no youtube, é linda demais.
Essas atitudes da Record em atacar a Globo são ridículas mesmo, anônimo.
Vc acha a imagem da Record melhor que a da Globo, Brunno? Ok. E que bom que tá gostando da novela. Eu tenho achado a Juliana incrível.
Irei ouvir sim, anônimo. Pensei que fosse a da Thalia a que vc queria.
O Dado não tem mesmo, Vera. E pena que ainda tem gente que dá oportunidade pra ele aparecer na tv. Chega, já deu. bjs
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