terça-feira, 15 de novembro de 2016

"Pai Herói", "A Gata Comeu" e "Torre de Babel": três ótimas reprises do Canal Viva

O mês de outubro foi marcado por três grandes estreias do Viva. O canal começou a reprisar uma trinca de novelas de imenso sucesso e que marcaram a história da teledramaturgia, após as reprises bem-sucedidas de "Laços de Família", "Mulheres de Areia" e "Meu Bem Meu Mal". "Torre de Babel"  (a polêmica trama de Silvio de Abreu) estreou no dia 10, "Pai Herói" (um dos grandes clássicos da saudosa Janete Clair) no dia 17 e "A Gata Comeu" (um dos inúmeros êxitos da inesquecível Ivani Ribeiro) no dia 24. As três produções têm estilos completamente distintos e as reprises são um presente para o público saudosista.


As histórias, o ritmo, as temáticas, as épocas, enfim, os folhetins se diferem em tudo. Ou seja, tem novela para todos os gostos e é muito interessante observar as narrativas de cada momento da teledramaturgia, além do processo de cada autor, sendo que dois deles precisaram lidar com adversidades em seus trabalhos. Janete e Silvio enfrentaram desafios complicados: ela recebeu a missão de escrever uma novela rapidamente para substituir Lauro César Muniz (que se adoentou e não pôde desenvolver a sua trama prevista para a faixa nobre) e ele precisou mexer em toda a estrutura de sua obra em virtude da rejeição do público. Os dois foram bem-sucedidos na difícil tarefa. E no caso de Ivani não houve complicações, emplacando outro remake de sucesso de sua carreira.

"Pai Herói" (1979) foi dirigida por Walter Avancini, Gonzaga Blota e Roberto Talma, três diretores de extrema competência. A autora --- conhecida como a 'maga' das novelas --- fez o folhetim cair nas graças do público através da saga de André Cajarana (Tony Ramos), homem humilde que sempre admirou o pai e faz questão de investigar as causas da sua morte, além de lutar bravamente para limpar seu nome.
Isso porque o protagonista cresceu acreditando que seu pai era um grande homem. Criado em Paço Alegre (MG), o personagem perde o avô e vai para o Rio de Janeiro, onde descobre que a figura que tanto admira é visto como um bandido, bicheiro e traficante. Malta Cajarana (Lima Duarte) foi acusado de ter atirado em Nestor Garcia (Dionísio Azevedo) e roubado suas terras, além de ter assassinado o Padre Nicolau, que virou uma espécie de santo. A partir de então, o perfil central passa a batalhar para provar a inocência do pai.


André ainda protagonizou um ótimo triângulo amoroso com Glória Menezes e Elizabeth Savalla. Glória brilhou absoluta na pele da carismática Ana Preta, dona do cabaré da cidade e uma das melhores personagens da trama, e Elizabeth se destacou vivendo a destemida bailarina Carina. Na época, o público torceu ferrenhamente para André ficar com Carina em virtude do sucesso de "O Astro", onde viveram o casal Márcio Hayalla e Lili na trama exibida em 1977. O elenco ainda contou com Rosamaria Murtinho, Emiliano Queiroz, Beatriz Segall, Carlos Zara, Monah Delacy, Suzana Faini, Reinaldo Gonzaga, Yara Lins, Paulo Autran, Jorge Fernando, entre outros. E acompanhando a reprise, é possível observar o rimo infinitamente mais vagaroso da novela (hoje em dia vista como modorrenta), uma vez que não existia internet, celulares, infinitos canais à disposição, entre outros elementos que disputam a atenção do telespectador atualmente. Antigamente, as pessoas paravam para ver o folhetim, tendo isso como única opção de distração. E vale citar que a trama nunca foi reprisada, fazendo da reexibição um acerto ainda maior, por mais que o estilo não se aplique mais nos dias atuais.

Já "A Gata Comeu" (1985), apesar de também ser bem antiga, está mais fresca na memória do público. Afinal, foi reprisada duas vezes no "Vale a Pena Ver de Novo" (em 1989 e em 2001), além de ter cenas clássicas várias vezes mostradas no "Vídeo Show". Ainda assim, é sempre um prazer rever uma obra da saudosa Ivani Ribeiro, que no caso escreveu o remake de "A Barba Azul", trama de sua autoria, exibida pela TV Tupi em 1974. Curiosamente, três de seus cinco últimos trabalhos foram remakes de suas próprias produções: a novela já citada, "Mulheres de Areia" (1993) e "A Viagem" (1994). E as três repetiram o imenso sucesso das originais. Após ter reprisado a saga das gêmeas Ruth e Raquel (Glória Pires) e o romance além da vida de Diná (Christiane Torloni) e Otávio (Antônio Fagundes), o Viva agora completa a trilogia dos maiores êxitos da escritora com a atual reprise.


O enredo de "A Gata Comeu" é inesquecível, assim como o seu tema de abertura ("Comeu", cantada pelo Grupo Magazine). O romance entre tapas e beijos da mimada Jô Penteado (Christiane Torloni) e do rabugento Fábio (Nuno Leal Maia) arrebatou o público e o início da relação nada tranquila em uma ilha deserta (juntamente com outros personagens carismáticos) virou um marco na teledramaturgia. Foram muitas idas e vindas, destacando a imensa química entre os atores e honrando o protagonismo da obra. José Mayer, Marilu Bueno, Cláudio Correa e Castro, Débora Evelyn, Rogério Cardoso, Bia Seidl, Dirce Migliaccio, Rogério Fróes, Laerte Morrone e Mauro Mendonça foram outros grandes nomes do excelente elenco. A novela é uma delícia e pode ser exibida várias vezes que não se esgota. É daqueles casos raros e que, curiosamente, ocorrem com as três tramas de maior sucesso de Ivani.

"Torre de Babel" (1998) é a mais recente das atuais reprises do Viva, mas, apesar disso, tem 18 anos, uma idade respeitável para uma reexibição. E, assim como "Pai Herói", nunca foi reprisada. No caso da obra de Silvio de Abreu, vale ressaltar, há a oportunidade de assisti-la observando todas as mudanças que a mesma passou para reverter a rejeição inicial, até se transformar em um imenso sucesso. O início do folhetim é bem pesado, com direito a sequências impensáveis para a faixa das nove hoje em dia, como o momento em que o protagonista Clementino (Tony Ramos) mata a esposa e o amante dela a golpes de pá. A ousadia e a coragem do autor estão presentes em todo o começo da novela, sendo necessário destacar as fortes cenas do drogado Guilherme (Marcello Antony) e as delicadas situações românticas protagonizadas por Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeifer).


Mas, ao contrário do que ocorreu na época, a novela vem obtendo ótimos índices de audiência desde o início, já estando na lista das maiores do canal a cabo. E realmente fica claro o quanto as críticas à novela eram injustas. O folhetim tem um enredo primoroso, mesclando drama, romance, suspense e comédia com maestria. Os núcleos são muito bem estruturados, os personagens construídos com competência e o elenco de peso. Além dos nomes mencionados, é preciso destacar Adriana Esteves na pele da vilã Sandrinha, Cacá Carvalho como Jamanta, Maitê Proença como Clara, Cláudia Raia como a dissimulada Ângela Vidal; além de Glória Menezes, Tarcísio Meira, Cláudia Jimenez, Etty Frazer, Carvalhinho, Cleyde Yáconis, Juca de Oliveira, Karina Barum, entre tantos outros ótimos nomes. Silvio criou um folhetim denso e entrou para a história da teledramaturgia com a até hoje lembrada sequência da explosão do Shopping Tropical Tower.

O Viva está com uma trinca e tanto na sua programação. Folhetins para todos os gostos e de distintas épocas, evidenciando a diferença dos estilos de cada autor, sendo os três escritores considerados medalhões da ficção ----- Janete e Ivani infelizmente já partiram e Silvio assumiu o posto de chefe do departamento de teledramaturgia da Globo, encerrando momentaneamente seu trabalho como novelista. "Pai Herói", "Torre de Babel" e "A Gata Comeu" são tramas de qualidade incontestável, fazendo valer a reexibição. O telespectador do canal está muito bem servido e opção é o que não falta.

29 comentários:

Heitor disse...

Ótima crítica.Mas Pai Herói tem sido uma decepção pra mim. Uma novela tão aclamada vem se mostrando uma trama chata, com elenco canastra e cenários pobres.

vcartei disse...

Pelo que entendi de Pai Herói é o seguinte: Lima Duarte é avô de André e pai de Malta Cajarana (o pai falecido de André).

Anônimo disse...

Dessas eu elejo A Gata Comeu como a melhor de longe. Torre de Babel também é muito boa, mas Pai Herói é sonolenta. Nem vejo mais.

vcartei disse...

Também acho as escolhas ótimas. Amando Pai Heroi e A gata comeu... pra mim as duas são inéditas. Amo seus texto e comentários Twitter 😃

Gabriella disse...

Só tenho visto Torre de Babel que pra mim é inédita e adorando.

Felisberto T. Nagata disse...

Olá,Sérgio...verdade, 3 "Pai Herói", "A Gata Comeu" e "Torre de Babel" presentes para o público saudosista, inclusive de Janete Clair e Ivani Ribeiro. Não sabia que Pai Herói e Torre de Babel nunca foram reprisadas. Enfim, opção é o que não falta para os telespectadores do Canal VIVA eu vou até dar uma zapeada na inédita-para mim,claro- Pai Herói, da grande Janete e elenco. Feliz semana,belos dias,abraços!

Raquel disse...

Oi Sérgio!

Dessas novelas eu só vi mesmo Torre de Babel, já tinha comentado sobre ela naqueles posts que vc fazia sobre novelas antigas de sucesso, lembra? Falando nisso, cadê aquelas homenagens? Desistiu?

Deixei mais um comentário pra vc no seu post sobre o fina de Haja Coração. Se tiver tempo, dá lá uma olhadinha. Beijos!

Olivia disse...

Achei Pai Heroi uma decepção.Novela ruim demais. Já A Gata Comeu é um clássico. Torre de Babel vem mostrando como a rejeição na época foi injusta. Novelão.

Lulu on the sky disse...

Fiquei super feliz com a reprise A Gata Comeu e estou acompanhando. Agora só falta reprisarem Fera Radical.
Big Beijos
Lulu on the Sky
YT - Meu Canal

Anônimo disse...

Sérgio, aquele psicopata doente continua de olho em tudo o que vc posta no Twitter. Ele vive em função de vc. É um urubu mesmo. hahahahaha Ficou putinho pq vc não ve nd demais na atuação da Marquezine e elogia os atores da Malhação. Mas ele lambe o rabo da Fernanda Vasconcelos e dela. Ele pode ter as preferidas, vc não. hahahaha Se eu descobrir qual é a outra conta que ele criou só pra te ler eu aviso pra vc bloquear tb. Detalhe que até o amigo trouxa dele disse que ele ama uma treta. Ou seja, até os babacas amigos sabem o quão babaca ele é. hahahaha

Lisandra disse...

Pai Heroi não deveria ter entrado no lugar de Laços de Familia. Deveria ter sido Torre de Babel. Essa reprisa da novela da Janete Clair só serve pra provar que tinha novela antiga ruim também.Basta ver um pouco dessa trama pra constatar isso.

Anônimo disse...

Não acho a novela Pai Herói lenta. Todos os dias tem algum acontecimento importante. As novelas atuais possuem elencos enormes e enrolam muito mais os acontecimentos.

Unknown disse...

Bom dia e parabéns pelo ótimo comentário, amigo Sérgio.

Lina disse...

Sabe que não me esqueço de uma cena da Sandrinha. O personagem do Palmeira, ia consolar a dissimulada personagem que estava "inconsolável", e ela abria um sorriso demoníaco. Pra mim o melhor personagem da Adriana. Joguem pedras. Mas, achava Carminha caricata.

Sérgio Santos disse...

Eu tb não gostei, Heitor, mas é uma produção que ficou na história. E atualmente um folhetim assim não tem mais espaço.

Sérgio Santos disse...

É sim, Vcartei.

Sérgio Santos disse...

Tb adoro A Gata Comeu e Torre de Babel, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Muito obrigado, vcartei. Fico feliz que goste. =) bjsss

Sérgio Santos disse...

Eu amei essa novela, Gabriella.

Sérgio Santos disse...

É verdade, Felis. abração

Sérgio Santos disse...

Lembro sim, Raquel. Na verdade eu escrevi sobre todas as novelas que me pediram. Aí depois dei uma parada. Acho que falei de todos os clássicos, mas sempre falta um ou outro. E olharei sim!

Sérgio Santos disse...

Torre de Babel nunca mereceu as críticas mesmo, Olivia.

Sérgio Santos disse...

Tb gostei dessa, Lulu. bj

Sérgio Santos disse...

De novo, anonimo? Pena que não tem como saber dessa outra conta pra bloquear. Ele é o típico hater mesmo pq é isso que hater faz; acompanha algo que odeia só pra falar mal. No caso é a minha pessoa por quem esse lixo tem fixação. Só lamento por ele já que ele pra mim é um nada. Até esqueci que existe. E segundo seu relato continua o mesmo babaca mimado de sempre. Qd criticam as queridinhas intocáveis dele, surta feito uma criança birrenta no shopping querendo brinquedo. Acha que todo mundo tem que elogiar quem ele quer. E segue incoerente já que ele pode ter as amadinhas, mas eu não. hahahaha Boçal. abçs

Sérgio Santos disse...

Concordo plenamente, Lisandra. Torre de Babel combinava mt mais com o horário de Laços de Familia.

Sérgio Santos disse...

Ok, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, amiga Elvira!

Sérgio Santos disse...

A Sandrinha foi uma espetacular personagem mesmo, Lina. Eu amei muito.

Anônimo disse...

EU ACHO MELHOR QUE DEPOUS DE PĀOPĀOBEIJOBEIJO REPRISASSE OU CARAS&BOCAS OU A GATA COMEU