O cuidado na escalação ficou perceptível e não há equívocos, pois os atores foram muito bem selecionados e a distribuição dos papéis se mostrou acertada. Todos têm oportunidade de destaque e até mesmo os perfis 'menos importantes' são densos, valorizando o conjunto. Os protagonistas têm uma carga dramática intensa, expondo o talento dos intérpretes, que dominaram a cena logo no início. Até mesmo as curtas participações especiais deixaram uma marca forte na minissérie.
Débora Bloch (Elisa), Jesuíta Barbosa (Vicente), Adriana Esteves (Fátima), Leandra Leal (Kellen), Vladimir Brichta (Celso), Enrique Diaz (Douglas), Jéssica Ellen (Rose), Luisa Arraes (Débora) e Cauã Reymond (Maurício) são os principais da trama, honrando a posição que se encontram.
Mas os coadjuvantes não ficam atrás, pois Cássio Gabus Mendes (Heitor), Priscila Steinman (Sara), Camila Márdila (Regina), Tobias Carrieres (Jesus), Júlia Dalavia (Mayara), Júlio Andrade (operário e cantor Firmino), Fernanda Vianna (repórter Lucy), Clarissa Pinheiro (merendeira Irene), Igor Angelkorte (Marcelo), Pedro Vagner (estuprador Oswaldo), Téo (Pedro Nercessian), Antônio Calloni (Antenor) e Drica Moraes (Vânia) estão igualmente ótimos.
É um time excelente. Vale citar, inclusive, as já mencionadas participações especiais na primeira semana de trama, que deram show do início ao fim. Marina Ruy Barbosa se destacou vivendo a sensual e interesseira Isabela, protagonizando boas cenas com Jesuíta e Débora. A cena do assassinato de sua personagem, aliás, foi impactante. Ângelo Antônio convenceu na pele do motorista de ônibus Waldir, fazendo uma boa parceria com Adriana Esteves. Já Teca Pereira emocionou com a sua empregada Zelita, mãe de Rose. A sua última sequência, com a sofrida mulher gritando que sua filha era inocente e só estava na cadeia por ser preta e pobre, foi belíssima. E, claro, é impossível não aplaudir o desempenho de Marjorie Estiano, que emocionou o público com o drama da bailarina Beatriz. Todos os momentos da personagem foram tocantes, provocando um inevitável e doído choro em quem assistia.
Entre os vários personagens densos da minissérie, Elisa e Fátima se sobressaem. As duas são mulheres de classes sociais distintas, mas que se assemelham no sofrimento que carregam. Escalar atrizes limitadas para esses papéis seria a ruína da história. E felizmente isso não ocorreu. Débora Bloch e Adriana Esteves estão arrebatadoras. O talento dramático das intérpretes já foi observado anteriormente, mas ambas sempre conseguem uma quase inacreditável superação a cada trabalho. A primeira emocionou com a sua amorosa Lígia, em "Sete Vidas" (2015), e agora brilha interpretando uma mulher que não se conforma com o cruel assassinato da filha ---- cuja nuance se mostra ainda mais delicada quando nasce um controverso sentimento pelo assassino de Isabela, culminando em uma aproximação com a filha de Vicente. Já a segunda vinha de um imenso fracasso (a péssima "Babilônia") e mostrou toda a sua força cênica assim que surgiu como Fátima, expondo para o telespectador o quanto foi desperdiçada na problemática novela de 2015. A humilde e sofrida mulher tem a história mais forte e dilacerante da produção, gerando uma inevitável comoção em cima da sua retomada de vida com os filhos.
Jéssica Ellen é outro talento que merece ser observado. Grata revelação de "Malhação" (ela se destacou com a estudiosa Rita na temporada "Intensa", de 2012), a menina foi praticamente uma figurante na péssima "Geração Brasil" (2014), mas um ano depois convenceu na pele da responsável Adele, no sucesso "Totalmente Demais". Agora, na minissérie, vive seu melhor momento interpretando uma garota que foi presa acusada de tráfico só porque era negra. Ela faz uma ótima dupla com a também talentosa Luisa Arraes, que desperta sentimentos controversos dando vida a Débora, garota que abandonou a amiga no momento que ela mais precisava e anos depois acabou estuprada por um sujeito asqueroso. As duas protagonizam boas cenas e se destacam juntas.
Cauã Reymond vive o personagem que, involuntariamente, é ofuscado pelos demais. Isso porque a responsável pelos grandes momentos do primeiro episódio de Maurício foi Marjorie Estiano. E nos demais capítulos protagonizados pelo homem que planeja se vingar do atropelador de sua mulher, Antônio Calloni (genial na pele de um político corrupto), Leandra Leal (finalmente vivendo uma periguete chave de cadeia, bem diferente das inúmeras mocinhas chatas que viveu), Drica Moraes (sempre grandiosa, agora interpretando uma mulher desiludida), Vladimir Brichta (competente dando vida ao personagem coringa da trama) e Júlia Dalavia (ótima na pele da menina que vira prostituta por vingança) acabam se sobressaindo. Entretanto, Cauã tem convencido em cena e sua atuação se mostra sóbria, sem exageros. Ele está seguro vivendo pela primeira vez um tipo um pouco mais velho.
A minissérie de Manuela Dias tem enredos assustadoramente reais, uma direção primorosa e personagens bem elaborados. Os acertos são vários e evidentes em todos os capítulos. Porém, a escalação dos atores se mostrou precisa, fazendo toda a diferença no conjunto final. O elenco repleto de talentos é, sem a menor sombra de dúvida, um dos muitos êxitos de "Justiça".
24 comentários:
Perfeito!!!!!!!
Mais uma vez um texto completo.Endosso cada vírgula.
De fato, o elenco é maravilhoso. Vale ressaltar que eles mesclaram atores experientes com outros nem tanto, mas muito talentosos. Pedro nercessian, giovana echeverria, julia dalavia e jessica ellen estão muito bem.
Talvez seja uma coisa desfalcada, mas preciso comentar: Vejo novas produções na globo (novelas, minisseries) e me pergunto: Cadê Anaju Dorigon? Aquela menina é maravilhosa e ainda não foi escalada para outro trabalho mais 'duradouro', só algumas participações em séries... Lembro de um texto seu, zamenza, sobre o trio feminino de malhação sonhos (Anaju, Isabela e Bruna) e ressalto que Bruna e Isabela estão no elenco de "A Lei do Amor" e Anajú está 'dando sopa' por ai, 'correndo risco' de ir parar em outras emissoras.
Parabéns pelo texto, meu querido.
Concordo com você, apenas ainda destaco Marina Ruy Barbosa que apenas participou do início mas foi o suficiente pra ninguém esquecer.No ep passado da Elisa, inclusive ela protagonizou uma ótima cena de discussão com a Débora Bloch. E destaco também além do Cauã e do Cássio que já andei falando em outros textos o Jesuíta que pra mim está em seu melhor momento. Ele é genial.
Fica bem tá? Eu adoro você!
Elenco ótimo mesmo, o único destoante é o Cauã mesmo.E aquele marido da Débora que é bem canastra.
Bom dia Serginho querido td bem
Bom sei que o elenco é maravilhoso,mas
não estou assistindo, vejo apenas algumas cenas
mas não posso opinar ,deixo aqui um abraço bem apertadinho
pq só de ler já sabemos um pouco do qe acontece.
Bjuss de bom final de semana
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Destaque para Debora Bloch, Adriana Esteves, Drica Moraes e Antonio Caloni. Um show diário deles.
A minissérie como você bem colocou no Twitter só não é impecável pela trama de quinta que foi uma mudança de protagonismo que enfraqueceu a trama de Rose, mas o elenco é um espetáculo mesmo. Só nomes de categoria.
Já estou com saudades dessa minissérie. Durou muito pouquinho.
Nem sabia que a última semana era já essa. Passou voando!
Essa série é muito boa. Espero que a Manuela Dias faça novela tb.
big beijos
Obrigado, Denise.
Que bom, Elaine.
Excelente comentá´rio, anonimo. Não consigo compreender pq Anaju Dorigon não foi escalada para nenhuma produção ainda. Essa menina é maravilhosa e merece mt. Escrevi msm esse texto na época da Malhação e espero que alguém acorde.
Mt obrigado, Pâmela. E eu tb citei a Marina no texto, juntamente com a Marjorie, que tiveram participações curtas mas marcantes. O elenco é excelente. E obrigado mais uma vez pelo seu carinho e preocupação. bjão
Elenco bom msm, anonimo.
É uma grande produção, Rita. Pena que não tem visto. bjs
Show msm, Olivia!
Exatamente, Paula.
Tb já estou, Gisela.
Passou msm, anonimo.
Tomara, Lulu! bjs
Assino embaixo da sua ótima crítica, Sérgio. Parabéns.
Mt obrigado, Elvira! bjsss
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