A primeira temporada foi um equívoco completo. Apesar do bom elenco, a série parecia um híbrido de todos os seriados de humor que deram certo na Globo. Tanto que era possível observar alguns elementos de similaridade com "A Grande Família", "Tapas & Beijos" e até "Macho Man", três produtos bem-sucedidos da emissora. A história era ambientada em São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio de Janeiro, com pouco mais de um milhão de habitantes. E o principal cenário era o Marlene`s, salão de cabeleireiro da perua Marlene (Ingrid Guimarães), casada com o vagabundo Genésio (Leandro Hassum).
Praticamente todos os conflitos aconteciam naquele ambiente, onde circulavam os personagens. O cabeleireiro Fran (Tiago Abravanel) e a manicure Josy (Renata Gaspar) funcionavam como principais escadas para Marlene, enquanto o malandro Marreta (Paulinho Serra) formava uma dupla dinâmica com Genésio.
O traficante Godzilla (Paulo Américo), os policiais Noronha (Eduardo Estrela) e Bigode (Lúcio Mauro Filho) e Gracinha (Mila Ribeiro) terminavam de compor o time. Vários perfis tinham semelhanças com outros já vistos em séries cômicas, provocando uma sensação de falta de identidade da produção.
O traficante Godzilla (Paulo Américo), os policiais Noronha (Eduardo Estrela) e Bigode (Lúcio Mauro Filho) e Gracinha (Mila Ribeiro) terminavam de compor o time. Vários perfis tinham semelhanças com outros já vistos em séries cômicas, provocando uma sensação de falta de identidade da produção.
Genésio, por exemplo, era muito parecido com Agostinho Carrara (Pedro Cardoso), que também protagonizava várias trapalhadas juntamente de seu amigo malandro Paulão (Evandro Mesquita). A amizade de Marlene e Josy, involuntariamente, lembrava a de Nenê (Marieta Severo) e Marilda (Andrea Beltrão), assim como as tiradas sarcástica de Fran tinham o mesmo tom das interferências de Tavares (Kiko Mascarenhas) em "Tapas & Beijos". Já todo o cenário do salão, incluindo algumas situações constrangedoras com clientes, lembrava as confusões ocorridas em "Macho Man". Ou seja, tudo parecia uma espécie de 'remendo' de outras produções, sem a graça das mesmas.
A história era muito limitada e o humor muitas vezes tinha como base o grito, pois todos os atores berravam em cena. O tom popularesco deixava tudo exagerado demais e outro ponto negativo era a falta de empatia dos personagens, que protagonizavam situações nada criativas e até mesmo bobas demais. Os 25 episódios que compuseram o primeiro ano da série deixaram a desejar em todos os aspectos, fazendo por merecer cada crítica recebida. O autor Cláudio Paiva definitivamente não estava nem um pouco inspirado, após tantos bons produtos criados na emissora, incluindo o já citado "Tapas & Beijos".
Mas a segunda temporada, que estreou em abril de 2016, veio reformulada e melhor estruturada. Resolveram deixar a preocupação em copiar tudo o que deu certo em outras séries de lado, criando uma identidade para o formato. O salão deixou de ser o foco e novos personagens entraram, como o deputado Moacir (ótimo Marcos Caruso), pai de Marlene e 171 nato. O político se candidatou a prefeito de São Gonçalo e voltou a procurar a filha após 40 anos. Ele ainda se envolveu com a transloucada Celma (Thalita Carauta), que entrou para o elenco fixo após ter feito sucesso participando de alguns episódios do ano passado. Os dois, por sinal, viraram os grandes destaques da série.
A entrada do picareta Amauri (Charles Paraventi, o eterno professor Afrânio de "Malhação"), primo de Marreta, foi outro acerto, ajudando a deixar o conjunto melhor. O nascimento do filho de Genésio e Marlene serviu para deixar os conflitos do casal mais consistentes, sendo necessário ainda mencionar a mudança total na vida do protagonista: ele deixou de ser um sujeito vagabundo e virou um homem de negócios, administrando uma casa de shows, tendo ainda o Marreta como fiel escudeiro. Uma boa participação que também merece ser citada foi a de Fafy Siqueira vivendo a mãe perua de Fran, fazendo o personagem ter sua própria história, ainda que pequena.
Entretanto, apesar da melhora visível e dos êxitos da segunda temporada, a série nunca chegou a ser ótima. Aliás, passou bem longe. Analisando de maneira geral, pode-se constatar o seriado ambientado em São Gonçalo passou de péssimo para mediano. O segundo ano, comparado ao primeiro, realmente se mostrou bem mais 'funcional', mas o conjunto continuou deixando muito a desejar, não conseguindo despertar interesse em acompanhar a história. No máximo um ou outro episódio mais inspirado e só.
"Chapa Quente" teve seu ciclo definitivamente encerrado e resta torcer para que o competente Cláudio Paiva tenha uma melhor inspiração em seu próximo projeto, evitando ao máximo se basear no que deu certo antes. Porque, apesar da segunda temporada do seu recém-terminado formato ter sido mais atrativa que a primeira, a série não deixará saudades.
15 comentários:
Não mesmo. Já foi tarde junto da Malhação seu lugar horrível!
Chapa Quente não me conquistou, sinceramente. Assisti apenas os primeiros episódios da primeira temporada e logo cansei. Sinto falta de Tapas e Beijos, Louco por Elas e até A Grande Família. Acho que o seriado melhorzinho que tem passado ultimamente é Mister Brau; esse tenho acompanhado direto e adoro.
SÉRIE HORRÍVEL! A MISTER BAU É OUTRA RUIM!
Série péssima e dá audiência. O msm caso dessa novela das sete horrível que também dá audiência sei lá porque.
Nem sabia que tinham dado uma segunda temporada pra esse troço!
VÁ COM DEUS!!!!!!!!!!!
Nossa, eu só vi o primeiro episódio e achei tão ruim que nunca mais cheguei perto.
Está aí uma série que não me agrada de jeito nenhum, a começar pela Ingrid, não vejo nela a menor graça! As histórias parecem sempre girar em torno dos mesmos eixos! Abraços!
Verdade, Denner.
Nem a mim, Pâmela. E foi fraco mesmo. Mister Brau é bacana, mas não acompanho mtt por causa do Masterchef.
Gostei, Fábia. rs
Deram, Hector...
Já foi, anonimo.
A primeira temporada foi péssima, Valentina, mas a segunda deu uma melhorada. Ainda assim, foi uma série ruim.
Concordo, Bia. Tudo girou em torno da mesma coisa.
Postar um comentário