"Chiquititas" cumpriu seu objetivo e conseguiu fidelizar o público

Foram mais de dois anos no ar. Uma longa, para não dizer exagerada, duração. "Chiquititas" começou a ser exibida em julho de 2013 e só se despede do público nesta sexta (14 de agosto de 2015), após 545 capítulos exibidos. O SBT emplacou outro remake de sucesso e conseguiu manter a audiência conquistada na época da exibição de "Carrossel". Ou seja, o esticamento da produção teve um forte motivo. E tudo leva a crer que "Cúmplices de um Resgate" manterá o público utilizando basicamente a mesma fórmula.

Esta trama, dirigida por Reynaldo Boury, foi um remake do remake. Isso porque a versão brasileira, exibida em 1997, foi uma adaptação da original argentina e esta, escrita por Íris Abravanel, é uma versão da nacional, que revelou vários talentos na época, como Bruno Gagliasso e Débora Falabella, por exemplo. A história se baseou mais uma vez na rotina do orfanato Raio de Luz e nos conflitos vividos pelos adolescentes que moravam naquele casarão e que precisaram enfrentar vários dilemas clássicos da idade, além de alguns dramas tipicamente novelescos.

O SBT soube aproveitar o êxito de exibir uma atração voltada para o público infantojuvenil às 20h30m, faixa cujas opções para este nicho são inexistentes nos canais abertos. A boa ideia funcionou com "Carrossel" e foi mantida, inteligentemente, com "Chiquititas", que nada mais foi do que uma produção extremamente parecida com a anterior.
Só que, desta vez, a estratégia em cima no lançamento de produtos oriundos da novela foi elaborada com mais profissionalismo. Como o primeiro remake resultou em um sucesso inesperado, os produtos só foram lançados perto do fim da novela, ao contrário do que fizeram com esta segunda produção, que teve mais de 350 produtos licenciados e vendeu mais de 300 mil cópias de CDs e DVDs (foram três volumes da trilha sonora e quatro DVDs).

E a história, apesar de bobinha para os adultos, cumpriu a sua proposta, agradando o público alvo. Os dramas foram bem mesclados com ótimos clipes musicais (o cuidado ficou bem mais evidente se comparado com "Carrossel") e os personagens cativaram, assim como ocorreu na versão que ficou no ar de 1997 a 2001 ---- embora, obviamente, no fim da década de 90 tenha ocorrido um verdadeiro fenômeno, situação bem mais difícil de ocorrer hoje em dia, ainda mais levando em consideração as novas tecnologias que disputam a atenção dos pequenos.

Entre os bons destaques da novela estão Giovanna Grigio (Mili) --- grata revelação ---, Manuela do Monte (Carolina), João Acaiabe (Chico), Valéria Sândalo (Glorinha), Sandra Pêra (Valentina), Gabriel Santana (Mosca), Filipe Cavalcanti (Rafa), Giovanna Gold (Carmen), Olívia Araújo (Shirley) ---- que agora está vivendo a Melodia em "I love Paraisópolis", na Globo ----, Carla Fiorini (Ernestina), Liza Vieira (Sofia), Lisandra Parede (Maria Cecília), Rayssa Chaddad (Bia), Júlia Gomes (Marian), entre outros.

A última semana ficou voltada para a derrocada da cruel Carmen, a regeneração da vilãzinha Marian e também para a formação da nova família de Mili. Os capítulos das duas últimas semanas, aliás, foram ao ar antes da nova trama sobre as gêmeas (vividas por Larissa Manoela), que estreou no dia 3 de agosto. É o fim do ciclo de uma e o início da caminhada da outra, cujas características são bem semelhantes, guardadas as devidas proporções.

"Chiquititas" ficou um longo tempo no ar e teve capacidade para segurar seu público diante da televisão durante estes 545 capítulos. Depois de ter conseguido manter a audiência de "Carrossel" com tranquilidade, a novela passa agora o bastão para "Cúmplices de um Resgate" ---- que é comandada por praticamente a mesma equipe, incluindo autora e diretor ----, novo remake que estreou com bom retorno do telespectador. Após uma longa jornada, a saga de Mili e companhia finalmente chegou ao fim e cumpriu seu objetivo, tanto nas questões envolvendo Ibope quanto no quesito faturamento, para a felicidade do SBT.