Resumir 50 anos de história em 90 minutos é humanamente impossível, portanto, é óbvio que muita coisa ficou de fora, tendo a ausência sentida pelo público. Vide os 20 anos de "Malhação", que merecia ter sido citado, assim como o marco da "TV Pirata", além de novelões como "A Próxima Vítima", "Escrava Isaura", "Mulheres de Areia", "Irmãos Coragem", "A Viagem", "Tieta", entre tantos outros estrondosos sucessos. Porém, apesar de vários programas, séries e folhetins terem ficado de fora (o que é compreensível, apesar de triste), o show foi muito caprichado e conseguiu homenagear a trajetória da emissora com competência.
O espetáculo foi dirigido por LP Simonetti e contou com cerca de 800 pessoas, entre artistas e equipe técnica. A plateia toda foi formada por funcionários da empresa escolhidos por sorteio, incluindo os atores/atrizes da casa, obviamente. Fátima Bernardes e Pedro Bial foram os encarregados para a apresentação e narração dos shows, que exibiram uma verdadeira viagem no tempo.
Músicas marcantes foram mescladas com participações especialíssimas, incluindo ainda nostálgicas imagens no imenso telão que ficava ao fundo do palco.
O primeiro número apresentou Lázaro Ramos regendo uma orquestra, e depois coube a Leandro Hassum, Renato Aragão e Marcelo Adnet representarem o clássico 'La Máquina de escribir', de Leroy Anderson. Como as apresentações não tinham um intervalo, a Banda Malta (vencedora do reality 'SuperStar') entrou posteriormente e cantou uma nova versão da tão amada Metamorfose Ambulante, do mestre Raul Seixas, iniciando uma viagem ao passado.
Assim que a Malta saiu, Gaby Amarantos e Cláudia Abreu, vestida de Chayene, amada vilã do sucesso "Cheias de Charme", entraram no clima da festa e as duas cantaram o tema de abertura da novela: "Ex-my love" ---- música que marcou o folhetim das empreguetes. Já Ednardo relembrou o clássico "Pavão Misterioso", canção tocada durante o antológico voo de João Gibão em "Saramandaia" (1976). Latino foi o intérprete de "Me chama que eu vou", sucesso de Sidney Magal, tema de abertura do sucesso "Rainha da Sucata" (1990). Neste caso, aliás, é de se lamentar que o cantor original não tenha participado. Fez Falta.
Gustavo Lima foi o responsável pela "Vem dançar com tudo", música que virou febre em 2012 devido ao fenômeno "Avenida Brasil", e animou ainda mais o show. Thiaguinho foi o intérprete de "Pecado Capital", clássico do folhetim de mesmo título. A atemporal "Brasil" foi entoada por Paulo Ricardo, que relembrou "Vale Tudo" (uma das novelas mais elogiadas), enquanto eram exibidas imagens de várias vilãs e vilões que marcaram a teledramaturgia no telão. Um dos pontos altos do show, sem dúvida.
Outro grande momento foi Francisco Cuoco e Rodrigo Lombardi vestidos de Herculano Quintanilha, fazendo menção ao folhetim de sucesso "O Astro" (1977) e ao seu remake, exibido em 2011. Entretanto, a apresentação mais emocionante do show foi protagonizada por Regina Duarte e Lima Duarte: vestidos de Viúva Porcina e Sinhozinho Malta, os dois grandiosos atores acenaram para o público, enquanto o Roupa Nova tocava "Dona", uma das músicas mais emblemáticas de "Roque Santeiro". Difícil não ter se emocionado.
A emoção também se fez presente na homenagem aos "Trapalhões", com direito ao clássico incidental que embalava a abertura do humorístico. Renato Aragão e Dedé Santana foram muito aplaudidos e o intérprete do Didi não se aguentou quando ficou ao lado de sósias dos saudosos Mussum e Zacarias. Ele caiu em prantos. Vale citar ainda mais uma momento tocante: quando Galvão Bueno, no palco, narrou os principais acontecimentos esportivos, incluindo, claro, as vitórias do ídolo Ayrton Senna, que jamais será esquecido.
Bonecos gigantes serviram para saudar o grande Chico Anysio, fazendo menção a alguns dos personagens mais marcantes do humorista. Já Stepan Necerssian homenageou o mito Chacrinha, com a fantasia que usa em seu espetáculo, onde interpreta o Velho Guerreiro ---- uma grata surpresa do show, aliás, foi Pedro Bial chamando os reclames do 'plim plim', entrando no ar vários comerciais antigos, como o do primeiro sutiã e o do Fiat 147. Ainda foi feita uma justa lembrança a Xuxa e Silvio Santos através de imagens no telão, fazendo jus a estas duas figuras que marcaram a trajetória da emissora.
Para matar a saudade da infância dos que eram crianças na década de 90, Angélica surgiu fantasiada de Fada Bella (personagem mais marcante do infantil "Caça-Talentos") e o boneco da Priscilla, protagonista da saudosa "TV Colosso", serviu para uma viagem no tempo de uma das melhores atrações infantis da Globo. Mas os pequenos da década de 70 também foram lembrados com a presença de Paulo José e Flávio Migliaccio, dentro da velha 'camicleta' de "Shazan & Xerife", clássico infanto-juvenil que fez muito sucesso na época.
Perto dos instantes finais, o show contou com Roberto Carlos cantando "Emoções", enquanto rosas eram jogadas para a plateia por parte do elenco jovem da Globo, incluindo Bruno Gissoni, Marina Ruy Barbosa, Bruna Marquezine, Jayme Matarazzo, entre outros. O encerramento coube ao magistral Tony Ramos anunciando a homenagem ao "Fantástico", que está no ar desde 1973. Uma recriação da clássica abertura do programa foi encenada por bailarinos, relembrando os bons tempos do dominical.
Finalmente, Fátima Bernardes e Pedro Bial convocaram o elenco da emissora para o palco (que estava com vários balões gigantes dos personagens clássicos de "Jô Soares", como o Capitão Gay, por exemplo) e a Globo fez uma bonita homenagem aos seus funcionários colocando o nome de absolutamente todos eles nos créditos finais ----- a exibição dos nomes durou mais de três minutos. Foi um belo gesto que fechou a exibição do especial honrando a competência de toda sua equipe, responsável pelo funcionamento do canal mais importante do país.
O Show dos 50 anos honrou o cinquentenário da Globo e é uma pena que o tempo curto tenha impedido uma leva maior de lembranças e homenagens. Afinal, cinco décadas não são cinco dias ou cinco semanas. Resumir toda a história em 90 minutos é uma covardia. Mas apesar das ausências, foi um belo especial e serviu para comemorar o aniversário da emissora que é líder de audiência e de mercado há mais de 45 anos. Um caprichado e nostálgico espetáculo.
34 comentários:
Eu chorei com o Didi não se segurando com o sósia do Mussum e chorei com Regina e Lima no palco relembrando Roque Santeiro. Você poderia escrever sobre essa novela naquelas sessões retrôs suas. Mas pena que muita coisa ficou de fora mesmo. :(
Esperava bem mais. Foi bonito sim e concordo com os pontos do texto, mas as ausências foram muitas e deveriam ter divido esse show em partes pra poder englobar tudo. Ela nunca mais fará 50 anos de novo. O que custava? Gravasse tudo em dois ou três dias ou então em um só dia mesmo, com 4 horas ou mais e depois dividia no ar.
Achei o show muito bonito e não dava realmente para resumir 50 anos em 90 minutos. As melhores partes foram os Trapalhões, Roque Santeiro, Shazan e Xerife, Vale Tudo, A TV Colosso, os personagens do Chico Anysio e o Senna.
Olá, Bom dia,Sérgio
verdade,tu tens toda razão, resumir toda a história em 90 minutos foi uma covardia e o tempo curto impediu mesmo uma leva maior de lembranças e homenagens.Gostei das músicas , apesar de alguns cantores/cantores que não é muito do meu agrado, mas , conforme citou, gostei de rever Ednardo e o clássico "Pavão Misterioso" e as homenagens aos "Trapalhões", Regina Duarte e Lima Duarte, vestidos de Viúva Porcina e Sinhozinho e da justa lembrança a Xuxa e Silvio Santos...valeu a pena mesmo o Show dos 50 anos da Plim Plim...
agradeço, feliz semana, belos dias, abraços!
O tempo foi pouco, mas o show foi lindo! Gostei! abraços,chica
Disseram que parecia o Criança Esperança. Eu ão entendo nada de tv, mas não vi nada parecido a não ser um palco grande pro show. Concordo com sua crítica e me emocionei várias vezes. Saiu numa coluna do Estadão um ótimo texto com título "Melhor ficarmos com a Globo" onde dizia que sem ela teríamos o que? As novelas turcas da Band, as mexicanas do SBT, as bíblicas repetitivas da Record e os programas baixos da Redetv! ? Ao menos a Globo contou a história do nosso país ao longo desses anos e está diretamente ligada em nossas vidas de uma forma ou de outra. Ela faz parte disso. Foram várias produções que entraram pra história e se podemos ter orgulho de alguma coisa nessa merda de país é das nossas novelas graças a Globo. Ser a primeira do país por 50 anos e a segunda do mundo não é pra qualquer uma.
Senti falta de muita coisa mas gostei muito do show. Pelo menos melhor que aquele Zorra foi e serviu pra matar a saudade.
OI SÉRGIO!
DEPOIS DE LER TEU POST, TÃO COMPLETO FICA POUCO A SE DIZER.
TAMBÉM ACHEI UM BELO ESPETÁCULO EMBORA COMO BEM O DISSESTE MUITA COISA FICOU PARA TRÁS, MAS ENTENDE-SE, SÃO 50 ANOS DE HISTÓRIA E ACHEI UM ESPETÁCULO A APRESENTAÇÃO, NÃO HÁ O QUE SER DITO AO CONTRÁRIO.
SE TIVESSEM CONTRATADO QUEM DIRIGIU ESTE SHOW, PARA FAZER A ABERTURA E O ENCERRAMENTO DA COPA, TERÍAMOS TIDO, COM TODA A CERTEZA, ALGO MUITO MAIS BONITO DO QUE A MEDIOCRIDADE QUE FORAM.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Sérgio, para mim, o ponto alto foram as cinco décadas de jornalismo, mostradas no Jornal Nacional.
Chorei junto com Didi e senti a falta da Isabelle Drummond como Emília, o Magal cantando a abertura da Rainha da Sucata e deveriam ter colocado o Latino para cantar o Oi oi Oi
Big Beijos
Olá Sérgio,
Foi um lindo show. Seria inviável mesmo resumir 50 anos de história em 90 minutos, portanto, justificável que muita coisa ficasse de fora, mas foi uma produção caprichada. Adorei recordar as músicas temas das novelas. Também achei perfeita a apresentação por parte de Pedro Bial e Fátima Bernardes, que são muito carismáticos. Enfim, foi prazeroso assistir ao show.
Suas considerações foram bem abrangentes e muito bem colocadas.
Abraço.
Sérgio, querido, concordo que muita coisa ficou faltando e nem esperava que conseguissem abordar tudo. Mas apesar dos pesares, foi um belo show e me emocionei várias vezes, não só lembrando das produções, como lembrando o que eu fazia na época. O ponto alto foi mesmo o Sinhozinho Malta com a Porcina. Regina e Lima Duarte estavam felizes da vida e deu pra ver isso. O Didi me fez chorar e o Senna também. Só não vi necessidade alguma de ter Chapa Quente e Babilônia no especial. Pareceu propaganda desesperada por causa dos dois fracassos. Um beijo.
Incrivel como a Globo com o riquíssimo material que tem em seus arquivos consegue a proeza de fazer algo tão pobre. Eu(e muita gente nas redes sociais) dispensaria aquele show cafona com o monte de chatos e faria um especial só com imagens de arquivo com o que o publico realmente quer ver: novelas dos anos 70 e 80, Sitio do Pica Pau amarelo de 77 a 86, Balão Magico, Pirlimpimpim, Series dos anos 70 e 80 como Malu Mulher, Armação Limitada, programas como Os Trapalhões, Balança mas não cai, TV Pirata, e muito mais.
Mas não, como sempre, deram prioridade a fase mais morna da emissora(anos 90) e a fase ruim mesmo(anos 2000 em diante).
Eu achei a festa muito legal. Só não gostei das escolhas dos cantores. Thiaguinho, Joelma, Latino, Gaby Amarantos? Ah não. Sidney Magal tinha que ter cantado a abertura de Rainha da Sucata assim como o Roupa Nova cantou Dona. E a Globo quer nos enfiar goela abaixo aquele Thiaguinho, não aguento. A melhor parte foi Paulo José e Flavio Migliaccio relembrando Shazan e Xerife e Regina e Lima lembrando Sinhozinho e Porcina.
São muitos anos para se relembrar. Não vi o programa todo, mas a Globo se empenhou em selecionar sua abordagem. Gostei de ler sua postagem, sempre abrangente, me dando a conhecer as partes que não assisti. Bjs.
Um horror, nunca vi tanto mau gosto junto. Só a parte dos vídeos antigos mesmo é que salvou, o resto dispensável.
Esse especial foi muito curto mesmo, devia ter tido um tempo maior ou dividido em partes, resumir 50 anos em 90 minutos não dá. Mas achei o especial muito bom e nostálgico. Concordo com todos os seus pontos. Só não gostei da escolha dos cantores, não gostei de quase nenhum, principalmente daquele Thiaguinho. E foi bom lembrarem da Xuxa e do Silvio Santos, pensei que iam deixar eles de fora.
Abraços
Foi emocionante mesmo, Fábia. E gostei da sugestão de Roque Santeiro, vou pensar. Já tinham me sugerido isso no Twitter. bjs
É verdade, Caio, poderiam dividir em partes pra incluir mais coisa. Merecia mesmo.
Tb gostei de todas essas partes, anonimo.
Felis, isso tb é verdade, escolheram mt mal os cantores, com raras exceções. Deveriam ter chamado os originais das épocas.
Vdd, Chica. bj
Karen, tb não achei igual não. Claro, é normal algumas similaridades, mas foi um belo show. E eu li essa coluna, acho que foi do Marcelo Rubens Paiva, e ele tem toda razão. A Globo querendo ou não faz parte da história do país e é a melhor emissora do Brasil. Sem ela perdemos todos.
Isso é, Yasmin.
Mt obrigado, Zilani. bjs
Essa série do JN foi excelente mesmo, Elvira.
Lulu, o Latino com Oi oi oi não dava pq ele foi processado por plágio na época (novidade...) e queria o Magal mesmo cantando o tema de Rainha da Sucata.
Mt obrigado, Vera, e eu compactuo com a sua opinião. bjs
Melina, é verdade, Regina e Lima estavam visivelmente felizes mesmo. E tb achei desnecessário enfiar Babilonia e Chapa Quente. Foi propaganda msm. nj
Mas selecionaram coisas antigas tb, Paulo. Só que realmente faltou mta coisa e poderiam ter inserido naquele show mesmo.
Fernanda, foi maravilhoso o Roupa Nova no palco cantando Dona junto da Regina e do Lima. Shazan e Xerife tb fizeram uma aparição nostálgica e os cantores escolhidos foram bem ruins, com raras exceções.
Mt obrigado, Marilene! =) bj
Td bem, Carlos.
Tb gostei mt, Ed. Assim como não gostei da seleção dos cantores. Mas... abçsss
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