Inicialmente, toda a história da família (cujos integrantes têm nomes de países) era voltada para a comicidade e servia para inserir leveza à trama. Porém, aos poucos, o autor Daniel Ortiz fez questão de expor os dramas daquelas pessoas, engrandecendo os personagens. Foi possível constatar que não seria apenas a comédia o pilar de sustentação do núcleo. Cada um dos filhos tem um conflito individual bem interessante (que vem sendo explorado com competência) e a revelação do segredo de Tina foi o mote para mergulhar a família em uma grave crise.
A matriarca tem uma vida dupla e na verdade é milionária. Porém, seu marido é um perigoso empresário (Pedro - Kadu Moliterno), metido em várias negociatas. Apesar de ser casada com ele há anos, estabeleceu um forte vínculo amoroso com Manoel e manteve a farsa por muito tempo.
Não deixa de ser uma situação inusitada, uma vez que é sempre o homem que possui duas (ou mais) famílias nas novelas, raramente o contrário ----- basta lembrar de alguns casos recentes em "Avenida Brasil", "Amor à Vida" e "Império". O autor foi criativo ao inverter esta trama tão folhetinesca.
A descoberta de Manoel proporcionou ótimas sequências para Leopoldo Pacheco e Elizabeth Savalla. O momento tenso foi muito bem interpretado pelos atores e o fim deste segredo de Tina (que consistia em simulações de viagens para cuidar de uma tia doente, enquanto na verdade ia ao encontro do marido influente) provocou uma virada nesta trama. A mãe foi desmascarada perante todos e os filhos se mostraram indignados, com exceção de Itália (Sabrina Petraglia), a mais compreensiva.
Aliás, a personagem é uma espécie de mocinha do núcleo. Depois de ter sua transa com Cézar (Alejandro Claveaux) exposta na internet, a garota iniciou uma vingança contra o ex, desconfiando de sua sincera regeneração. Ele, inclusive, mudou de atitude por amor e o casal combina. Tudo está sendo encaminhado para um final feliz. O autor conseguiu construir bem a relação e ainda juntou Dr. Fernando (Marat Descartes) com Suzana (Adriana Prado), uma vez que o médico era apaixonado por Itália e teve um breve (e bonito) relacionamento com ela.
Já a vilãzinha da família é Bélgica. A ambiciosa menina tem uma inveja patológica de Gaby (Sophia Abrahão), não mede esforços para atingir seus objetivos, sente vergonha dos irmãos, e ainda foi capaz de chantagear a própria mãe depois que descobriu o segredo dela. Giovanna Lancellotti tem aproveitado bem a oportunidade de viver este tipo totalmente diferente da sofrida Lindinalva, sua marcante personagem em "Gabriela" (2012). Sua participação começou tímida, mas cresceu ao longo da trama das sete.
Outro bom perfil é o Afeganistão, o filho ignorante. Vivido pelo ótimo Gabriel Godoy (uma grata revelação), o trapalhão fala errado, consegue ver espíritos e é um dos responsáveis pelos momentos mais cômicos da novela. O rapaz transborda ingenuidade e faz uma divertida dupla com Azeitona (JP Rufino), ao mesmo tempo que protagoniza situações inusitadas ao lado do espírito Dirce (Marianna Armellini). Para culminar, o ator ainda tem uma ótima química com Mônica Iozzi, intérprete da Scarlet, patricinha que finge ser a humilde Cidinha. O improvável casal agrada.
Além destes atrativos personagens, há Israel (Kayky Britto com um desempenho regular), um jovem anestesista que foi acusado injustamente de quase ter matado um paciente. Problemático, ele se viciou em substâncias analgésicas pesadas, obtidas exclusivamente nos hospitais, e encontrou força através de ligações que fazia constantemente para um serviço de ajuda a pessoas depressivas. A trama romântica do garoto, inclusive, é uma das mais bonitas da novela: ele se apaixonou pela atendente (a complexada Bia - Raquel Fabbri) que tanto o aconselhou por telefone. O sentimento surgiu apenas por causa da cumplicidade e do afeto, não houve um contato visual.
Todos os perfis têm conflitos bem estruturados e se complementam. Inicialmente, parecia que o enredo desta parte da história não se sustentaria por muito tempo. No entanto, não foi o que aconteceu. Pelo contrário, a importância foi aumentando e atualmente os personagens são responsáveis pela atual nova virada do enredo.
A família de Tina é responsável por vários conflitos atrativos e o núcleo se mostrou um dos pontos positivos de "Alto Astral", principalmente depois que passou a focar também no drama, mesclando bem com os momentos cômicos vistos desde a estreia da novela. Daniel Ortiz tem desenvolvido com competência a trama, destacando o talento de Elizabeth Savalla, Leopoldo Pacheco, Gabriel Godoy, Sabrina Petraglia e Giovanna Lancelloti. Um acerto da atual novela.
46 comentários:
O núcleo é gostosinho. No início eu detestava porque achava muita gritaria e cenas que não via graça, mas agora tá interessante. Gostei do texto.
Do núcleo gosto mais da Bélgica e do Afeganistão. Tb acho que ele com a Cidinha combinam!
Eu prefiro o núcleo da Samantha, mas concordo que esse é um dos pontos altos da novela. Não imaginava que a Tina era casada e tinha um marido perigoso. Mais ainda tem outro segredo envolvendo ela e as possíveis mães da Laura.
Quando leio vc colocando que a audiência foi igual a de Babilônia só penso naquela pessoa que veio aqui dizer que o ibope de Alto Astral tava péssimo. E esse núcleo é ótimo.
Algo a comentar...
Estou de pleno acordo.
Há algum tempo atrás, comentei por aqui que apenas a trama central de "Alto Astral" era interessante. As tramas palarelas não eram tão desenvolvidas.
Agora, com essas mudanças, que estão descritas no post, esse núcleo da Savalla se tornou de fato um dos pontos positivos dessa agradável trama das 7.
O elenco está de parabéns. Só discordo com relação a Kayky Britto. O personagem e a trama de Israel é boa demais pra ser interpretrado por um ator canastrão. Ele é fraco.
Um abraço Sérgio...
O núcleo era de humor mas virou um dos mais dramáticos da novela. E a mudança deixou tudo melhor e mais denso. Concordo com vc.
A novela é muito boa de se assistir e concordo com quase todo o seu texto menos em relação ao Kaiky Brito que é bem ruim e não tem expressão alguma junto com aquele Guilherme Leicam, são muito canastrões.A única coisa dessa novela que eu não gosto é daquele núcleo da falsa doença da Úrsula que é chato demais e não sai do lugar.
Elizabeth Savalla está muito bem mas precisamos ser sinceros: a personagem dela é meio apagada e sem carisma. O Walcyr dá pra ela tipos mt melhores. Mas o núcleo é bom mesmo e tem bons momentos de humor e drama. Assim como vc, acho o Kayky regular nessa novela, mas os outros vão bem.
Pois é, foi interessante essa mudança de tom no núcleo da Tina em Alto Astral. A princípio, parecia que seria o auge da comicidade na novela, e aos poucos todos ali foram ganhando dramas intensos. Os momentos de humor têm se restringido ás cenas do Afeganistão e da Scarlet. E surprendetemente ficou ótimo. Enriqueceu ainda mais a história. Essa virada ainda fez com que Elizabeth Savala, criticada no início por ainda repetir os trejeitos da Márcia de "Amor á Vida", conseguisse deixar totalmente pra trás sua personagem anterior. Sua atuação está cada vez melhor.
Ah, e o triângulo principal da novela também ganhou novos contornos depois que foi revelado que Marcos quer se casar com Laura por interesse, já que a verdadeira mãe da jornalista é rica e só ele sabe a identidade dela. A obsessão do vilão pela mocinha já estava ficando cansativa e descabida. E saber que o que move o personagem é interesse e não paixão o deixou mais interessante. Aliás, Sérgio, eu queria saber quem você acha que é a verdadeira mãe da Laura(e assassina do pai dela). Com Tina e Kitty aparentemente fora de suspeitas, sobraram Adriana e Úrsula. Eu aposto na Úrsula.
Essa novela merece a boa audiência. É uma típica trama das sete e mt gostosinha de se acompanhar. Também acho esse núcleo um acerto.
Sérgio, a novela que eu mais gosto atualmente é Sete Vidas porque tem um nível e qualidade mt superior ao das outras, mas de vez em quando vejo essa também e gosto. Não é uma novela maravilhosa mas tem suas qualidades. E uma delas é mesmo esse núcleo que vc descreveu muito bem. Gosto mais do Afeganistão, Bélgica e Tina. Itália também é cativante. E os dramas são bem desenvolvidos. Beijos.
Olá,Bom dia, Sérgio
...duas novidades em novelas-para mim- os filhos com nomes de países e a mulher como "puladora de cerca" e além do que o núcleo , tem a comicidade para dar leveza e os conflitos, algo mais perto da realidade de uma família...
Agradeço, belo final de semana, abraços!
Oi Sérgio!
Alto Astral pra mim é a melhor novela das 19hrs desde "Sangue Bom" e olha que no início eu tava super desconfiada que ia ser um fracasso muito bom quebrar a cara quando é assim. Itália e Bélgica são minhas personagens preferidas desse núcleo. Giovanna tem convencido muito no papel de uma invejosa cito como exemplo a cena em que ela resolve imitar o visual da Gaby alí ficou bem clara a fragilidade emocional da menina. Sabrina pra mim tem sido uma bela revelação (não lembro de ter visto ela em algum outro papel) mas espero que emplaque mais trabalhos bons como esse na emissora. Se disvincular um pouco das novelas do Walcyr fez um bem enorme pra Elizabeth Savalla e finalmente o Leopoldo Pacheco tem seu talento reconhecido.
O unico que destoa desse nucleo é o Kayky que por mais que se esforce não convence. Quero aproveitar pra destacar tb a atuação de Kadu Moliterno e de Hugo Bonemer mais uma ótima revelação de malhação.
Olá Sérgio,
Concordo com sua análise, aliás, excelente. Também acho que Kayky Britto está deixando a desejar como Israel. Do núcleo da família de Tina ele tem tido o pior desempenho até o momento.
Estou gostando muito da trama. É raríssimo eu acompanhar novela nesse horário, mas 'Alto Astral' me conquistou desde as primeiras chamadas.
Ótimo final de semana.
Beijo.
A novela teve outra boa virada nesse sabado. Acabei de ver o capítulo e Marcos armou pra Laura largar o noivo no altar. As cenas ficaram mt boas. E sobre esse núcleo, eu concordo, é bem escrito e mistura bem comédia e drama.
Elizabeth Savalla é uma atriz maravilha mas acho que com Walcyr Carrasco suas personagens são mais marcantes, mas a atriz como sempre esta otima, Leopoldo Pacheco, Giovanna Lancellotti e Gabriel Godoy tambem estao otimos mas acho que esses personagens poderiam render muito mais em especial os dois ultimos que sao bem talentosos. Alguns nucleos de Alto Astral ficaram desinteressantes com o decorrer da novela e acho que a novela ficara lembrada mesmo como a ´´novela do Caíque´´ tamanho o talento do ator em cena. Mas a novela em geral esta com um saldo positivo se comparada com a trama anterior e a audiencia por si só comprova esse fato.
Essa novela tá ótima e nem se compara com a antecessora que era horrível. Merece a boa audiência e concordo sobre esse núcleo, é muito bem escrito. Gosto de todos os personagens, sem exceção.
Sergio, suas colocações são todas bem fundamentadas e concordo com a apreciação que fez. Gosto da novela e a família de Tina, de fato, é responsável por isso. Não se trata de diversão tola, já que todos têm seus conflitos. Bjs.
Sérgio,me explica quando uma novela tem´´Barriga´´.
Fiquei várias semanas sem assistir Alto Astral por que tinha me desinteressado mesmo, mas voltei a ver e realmente o núcleo da Tina é um dos mais interessantes (sempre foi). No início eu pensei que os filhos dela seriam apenas figuração nas brigas dela com o marido, mas cada um ganhou profundidade e tramas próprias. O Afeganistão é meu favorito, principalmente quando faz a parceria com a Scarllet. A Itália é uma típica mocinha e a Bélgica uma cascavel, e acho as duas bem interessantes. O Israel é o único que não gosto, não sei por que, vai ver o Kayky é ruim mesmo e não desperta a atenção (por que a trama do personagem é bem interessante). Adoro o Manuel e odeio aquele Pedro, ainda bem que ele vai morrer logo. Pra mim Alto Astral já é a melhor novela do horário desde Sangue Bom, é engraçada, romântica e simples, a única coisa que detesto é o Marcos, acho que ele tá ficando over demais. Gostava do Caíque mas agora acho ele um mala. Na verdade, acho as tramas paralelas muito mais interessantes que a principal, com excessão do núcleo da Úrsula que nunca sai do lugar.
Abraços
Verdade!!! Gosto realmente deste núcleo, são engraçados, realmente o alto astral.
Tô adorando essa novela. Muito melhor que a anterior e essa que a sucederá cheira a flop!
Gosto de Alto Astral desde o capítulo de estréia, é uma novela tão boa de se acompanhar. Acho leve, despretensiosa, sem dúvidas um acerto! Concordo que o núcleo da família de Tina é um dos pontos altos, pois começou apostando na comicidade mas logo revelou-se outros desdobramentos. Da forma que o autor propôs o segredo de Tina achei bem interessante até pq afetou e envolveu a familia toda. Elisabeth Savalla teve ótimas sequências com o Leopoldo Pacheco quando ele descobriu a verdade, assim como Giovanna Lancellotti se destacou mostrando um lado mais perverso de Bélgica quando chantageia a madrasta e quando insiste em ver sua inimiga Gaby por baixo, ótimo desempenho da Giovanna! . O fato de cada um dos filhos terem uma trama própria além do núcleo familiar tb é um acerto, visto que as ultimas novelas tem deixado a desejar nos núcleos parelelos Alto Astral vai mt bem. A aproximação de Bial e Israel através da linha de ajuda eu achei bem construída e Raquel Fabri esta ótima como Bia, no início achei o Kayky Brito bem fraquinho é uma pena pq a trama dele é bem desenvolvida. Sabrina Petraglia convenceu com sua Itália e que bom que o Cézar se regenerou logo apos a burrada que fez pq prefiro ele com Itália do que Fernando, apesar de terem tido um romance breve mas bonito. Afeganistão é um ótimo personagem e faz jus ao talento que Gabriel Godoy vem mostrando em cena. Torço pra que ele fique com Cidinha. Acredito que "Scarlet" combina com o Ricardo mas a Cidinha combina mais com o Afeganistão, rs. Enfim, a novela das sete tem tido bons momentos, acho que algumas situações emvolvendo Marcos, Laura e Caíque um pouco cansativas e repetitivas, assim como a trama da Úrsula. Alto Astral esta longe de ser um novelão mas cumpre com louvor a proposta inicial e tem a cara que a faixa pede! Abçs
Obrigado, Alessandra.
Tb gosto dele com a Cidinha, anonimo.
É verdade, Felipe, ainda tem essa parte do segredo em relação ao vínculo dela com Adriana, Úrsula e Kitty.
A audiência tá indo bem mesmo, anonimo.
Mas então vc não discorda, F Silva, pq eu tb acho o Kayky mt fraco. Nessa tenho achado regular, mas mt longe de "ótimo". Só falei mesmo do personagem que é mt bom. E esse núcleo tá mt interessante, eu sempre gostei. Bjs e desculpe a demora em responder.
Obrigado, Gustavo.
Gabriel, tb acho o Kayky ruim e o Guilherme idem. Mas o núcleo é mt bom. Eu gosto desse núcleo da Úrsula mas concordo que essa trama da doença já demorou demais.
Isso é, Henrique, a personagem é boa, mas não chega aos pés dos tipos que o Walcyr já deu pra Savalla. Ele sabe valorizá-la como ninguém. Mas Tina é um perfil interessante que cresceu bem.
JrGiam, desculpe a demora em responder. Olha, eu tb aposto na Úrsula pq ela é a única ali que é rica. E sempre ficou estranho esse interesse do Marcos na Laura, mas depois ficou explicado que é por causa da mãe milionária.
E esse núcleo da Tina tinha tudo pra cair na repetição pq parecia que só serviria pra comicidade. Mas o autor soube colocar bons dramas que enriqueceram o núcleo. Eu nunca achei a Savalla ruim na novela. Abçs.
De acordo, anonimo.
Ana, Sete Vidas é a melhor novela no ar. Está tudo impecável, não há o que criticar. A novela está harmônica e repleta de bons dramas. Mas Alto Astral é mt gostosinha e despretensiosa. Tb merece elogios. Bjssss
É verdade, Felis. abçsss
Pra mim tb, Karina. E a Sabrina fez uma novela no SBT, se não me engano, mas é praticamente uma revelação mesmo. E o núcleo está mt bom e bem desenvolvido. Tb acho o Kayky fraco, embora nessa novela esteja achando regular, mas só. Bjssss
Puxa, Vera, não sabia que vc estava acompanhando essa novela. Que bom. É mt agradável mesmo. E obrigado pelo elogio. bjsss
Felipe, eu não tinha visto essas cenas, mas depois vi no site e ficaram mt boas mesmo.
Mas isso sem dúvida, Livewere lu. Todos os tipos que Walcyr deu a Savalla foram mt mais marcantes e emblemáticos. Ao menos Tina não é uma figurante de luxo e tem uma boa trama. Não ficará marcada, mas foi um bom papel. E Sérgio Guizé se destacou msm.
Nem se compara mesmo, Raíssa, a anterior foi horrível. Mereceu o fracasso.
Mt obrigado, Marilene! =)
Quando fica sem apresentar acontecimentos relevantes, Matheus, ou então fica andando em círculos, repetindo situações já vistas.
Ed, o Afeganistão tb é meu preferido no núcleo. E concordo com todas as suas observações. O Caíque nem acho um mala, acho um atrapalhado. E o Marcos é aquele vilão clássico. A novela está bem agradável e merece os bons índices.
Obrigado pelo comentário, Cleu.
Tb gosto mt, anonimo. E essa nova não me anima em nada.
Perfeito, Kauê. A trama tá longe de ser um novelão ou algo excelente, mas cumpre sua proposta e é mt gostosa de se acompanhar. Seria interessante ver a reação do Afeganistão com a Scarlet no lugar da Cidinha. Eu curto o casal. abçs
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