Juliana Paiva: uma atriz em franca evolução

A reta final de "Além do Horizonte" apenas comprovou o acerto da escalação de uma de suas protagonistas. A escolha de Juliana Paiva para viver a antes patricinha e agora destemida Lili foi um grande acerto e a personagem acabou virando a grande responsável pelas reviravoltas dos momentos finais, direta ou indiretamente. E os autores Carlos Gregório e Marcos Bernstein demonstraram plena confiança no talento da atriz, uma vez que escreveram inúmeras cenas importantes para ela.

E Juliana correspondeu plenamente às expectativas, encarando uma sucessão de sequências importantes com competência. Todas as vezes que contracenou com Carolina Ferraz e Antônio Calloni, por exemplo, mostrou um claro amadurecimento e fez cenas de igual para igual ---- vide a impecável sequência onde LC descobre que a filha o traía. O destaque de Lili na reta final deixou a atriz ainda mais em evidência, principalmente por causa do grau de dificuldade das cenas: todas carregadas de tensão, medo e um certo desespero. Se faltasse talento, seria uma catástrofe tanto para a trama quanto para a intérprete.

Mas no fundo os autores sabiam que poderiam confiar, já que Juliana se destacava ao longo da novela quando a mocinha entrava em desespero, quando abusava da ironia, quando enfrentava os vilões sem medo, quando protagonizava momentos românticos com Marlon (Rodrigo Simas), quando sofria, quando brigava
feito uma criança mimada, enfim, em várias situações. A recompensa pelo bom trabalho apresentado foi o maior destaque nos capítulos finais.

E a evolução da atriz nesta novela apenas abre mais portas para novas escalações em futuras produções. Até porque, muitas vezes, é no fracasso que se mostra do que é capaz. Não é incomum alguns atores perderem o interesse no personagem quando a trama não emplaca e muitas vezes deixarem de interpretar com afinco, passando a atuar apenas 'por obrigação', o que acaba sendo transmitido para o telespectador que assiste ao trabalho.

No caso de Juliana Paiva, independente da baixa audiência de "Além do Horizonte", a Lili representou um evidente amadurecimento da atriz. Atriz, esta, que havia feito um imenso sucesso na pele de Fatinha, na temporada passada de "Malhação". A periguete começou sendo apenas uma coadjuvante, mas não demorou muito até virar um dos destaques da história graças ao desempenho da intérprete. Até hoje a Maria de Fátima dos Prazeres é lembrada pelos telespectadores e deixou saudades. É, inclusive, graças ao papel da novelinha adolescente que Juliana se firmou na Globo.

Antes de ganhar a oportunidade de brilhar vivendo uma periguete, a atriz fez pequenas participações em "Viver a Vida" e "Cama de Gato" (ambas em 2009). Mas sua estreia mesmo foi no remake de "Ti ti ti" (2010), na pele de Valquíria Spina. Na época, ela chegou a ser criticada por sua atuação, mas muitas destas críticas não eram justas. A mimada filha de Jaccques Leclair (Alexandre Borges) foi bem defendida e já naquele trabalho havia ficado claro que Juliana era uma atriz promissora, ainda que tenha demonstrado inexperiência em algumas cenas.

Juliana Paiva tem amadurecido na carreira e sua atuação em "Além do Horizonte" é uma prova desta evolução. A atriz merece o reconhecimento pelo seu bom trabalho e com certeza depois de Val, Fatinha e Lili, outras personagens virão, enriquecendo seu currículo e desafiando cada vez mais a capacidade desta dedicada e ainda jovem profissional.