O sitcom foi ao ar com o claro objetivo de surfar no sucesso alcançado pelos quatro especiais do "Sai de Baixo", produzidos para a comemoração do aniversário do Canal Viva e exibidos recentemente na Globo. E, infelizmente, a semelhança não parou por aí. A 'inspiração' ficou clara do primeiro ao último minuto de programa, deixando qualquer traço da verdadeira Família Trapo de lado.
Quintino (Rafael Cortez) já começou o episódio esbanjando arrogância e chamando a empregada de pobre, o que fez lembrar, obviamente, o clássico Caco Antibes (Miguel Falabella). Outra 'coincidência' foi a presença de uma personagem (vivida por Cacau Mello) vestida de galinha e passando vergonha com
o figurino tosco. Quem viu os quatro especiais do "Sai de Baixo", pôde assistir ao show de Aracy Balabanian (Cassandra) vestida de Galinha Malhadinha, uma alusão ao fenômeno infantil 'Galinha Pintadinha'.
Porém, ignorando as semelhanças com o formato protagonizado pela Família do Arouche, a produção da Record pecou pela artificialidade e completa falta de graça. Apesar do texto de Letícia Dornelles ter sido inspirado (a autora fez várias referências bem-humoradas aos sites de celebridades e produções do SBT, Band e da própria Record), o elenco fraco não correspondeu e nem as situações apresentadas favoreceram a comicidade.
Raul Gazolla, Bárbara Borges, Cacau Mello e Paulo César Grande não convenceram e Rafael Cortez mostrou que como ator é um ótimo repórter do "CQC". Já Patrycia Travassos, uma ótima atriz, pouco pôde fazer já que sua personagem era a escada para as piadas dos demais. A única que deu um show foi Kátia Moraes na pele da empregada Benigna. Ela, que se destacou em "Fina Estampa" também vivendo uma empregada, tem um ótimo tempo de comédia e naturalidade em cena. Sua escalação foi o grande acerto do formato. Porém, um acerto fica pequeno diante de tantos erros.
Outro equívoco foi a improvisação. Ator não tem que ter talento só para atuar, mas também tem que saber improvisar. Todos os improvisos do elenco soaram forçados e sem um pingo de graça, ao contrário do que acontecia com as tiradas de Miguel Falabella, por exemplo, em "Sai de Baixo". Rafael Cortez foi um dos que tentaram arrancar gargalhadas com frases que não estavam no texto (novamente fazendo lembrar o Caco Antibes), mas não obteve sucesso. Aliás, todas as improvisações pareciam encenadas e nada naturais.
"A Nova Família Trapo" obteve 6 pontos de média, um índice abaixo das expectativas da Record, e errou ao contar com um elenco, em sua maioria, fraco e apresentar situações que pecavam pela falta de graça. Para culminar, as semelhanças com o "Sai de Baixo" ficaram evidentes, o que prejudicou ainda mais a atração. Se a Record quiser mesmo fixar o formato ---- que fez um merecido sucesso na década de 60 ---- em sua grade em 2014, precisará mudar muito do que foi exibido nesse especial, começando pelo elenco. Caso contrário, a única novidade da 'nova família' será a incapacidade de fazer rir.
28 comentários:
Que pena,não é?} Era tão boa na época dela! abração,chica
Entre os especiais anunciados pela Record, era o que eu estava mais curioso pra ver, até pelo resgate do formato original.
E percebi que o texto da Letícia é ótimo. Mas a falta de timing cômico do elenco acabou fazendo piadas promissoras se perderem. Sobre a Bárbara Borges ainda acrescento mais uma coisa: a personagem dela lembrou demais as outras duas periguetes que ela viveu em Bela a Feia e Balacobaco. Se repetiu. E pensar que eu gostei dela em Malhação, SDD e Duas Caras...
Só a Katia Moraes conseguiu se salvar. A experiência de Fina Estampa e do recém-lançado filme do Crô a favoreceram.
E acredito que o roteiro não precisa ser tão seguido à risca. O sucesso do Sai de Baixo era justamente esse: usar o roteiro apenas como uma base para a improvisação de Miguel, Aracy e cia. Caso a Nova Família Trapo seja levada adiante, é preciso ajustar isso ao texto e adotar um elenco mais preparado para a comédia. Essas mudanças são o que pode fazer a diferença. Abç!
afffff será mais um fracasso??
Nem de sai de baixo eu gosto..acho muito sem graça =/
- Resenha no blog ;)
Beijosss!!!
==> Blog Resenhas da Pâm
Oi Sérgio!!!
Acho tão legal programas de humor, é uma pena que este não esteja dando certo... quem sabe melhore com o tempo...
Bjs :)
Sai de baixo é pra fã da globo achar graça porque aquilo não tem graça nenhuma. E se o tal programa copiou deve ser tão ruim quanto.
Oi, Sérgio!
Tenho a impressão que a TV Record só é assistida em São Paulo. Este ano só assisti os primeiros capítulos de Dª Xepa pro Giu não ficar triste :D e se não gosto de regravações, não vou gostar em programas baseados... a cópia dificilmente fica melhor que o original! Por falar em família... Saudades da Nair Bello!
Beijus,
Especial de MERDA!!!!!! Deu vergonha ver aquilo! E olha que o Sai de Baixo não é a oitava maravilha do mundo, mas comparado a isso parecia um filme de Almodovar!
Sergio, lembro do sucesso que A Família Trapo fazia, pelos ótimos texto e elenco. Realmente, essa tentativa de reviver o incrível humorístico é muito pretensiosa.
Olá!Bom dia,Sérgio!
Bela análise!
eu penso que em alguns , nem deveriam "mexer" mais. Poderiam até reprisar o antigo.E se insistir em fazer uma homenagem especial , que ao menos escalassem um elenco melhor.
Agrdeço pelo carinho,belos dias,abraços!
Ainda bem que eu não vi, Sérgio! Só de ler seu texto já fiquei constrangida com tamanha cópia.
Acredito que se passassem a reprise do antigo daria muito mais ibope.
Oi Sérgio! Achei uma boa iniciativa da Record em fazer um "remake" de um antigo sucesso, agora que está completando 60 anos, pena que o elenco não ajudou. Se por acaso ele levarem adiante, que troquem o elenco, porque o texto da Letícia é ótimo (pode escrever uma novela)!!
Abraços querido!
Não põe fé em nada que a Record produz. Abçs.
Pois é, Chica. bjs
A ideia foi válida, Thallys, mas o resultado ficou muito ruim. Também acho que o roteiro não precisa ser mt seguido, mas se as improvisações forem forçadas e artificiais como foram, tb não adianta. Fica parecendo cópia do Sai de Baixo.
E se resolveram usar o nome do sucesso dos anos 60, ao menos um pouquinho da história antiga deveria ter.
Bárbara não convenceu mesmo e a personagem era uma caricatura sem graça. Só Kátia brilhou. abçs
Pamela, foi só um episódio. Se resolverem fixar na grade precisarão mudar muita coisa. bj
Bia, obrigado pelo comentário. bjs
Obrigado pelo comentário, anônimo.
Nossa, Luma, nem me fale. Nair Bello deixou muitas saudades. E vc não ia gostar desse especial mesmo, não. bjs
Achei ruim também, anônimo.
Pois é, Elvira, foi um tiro no pé. Não deveriam ter usado o nome desse clássico, ainda que com um "nova" junto. bjs
Mas o antigo seria difícil reprisar, Felis. Muito foi perdido em um incêndio e a qualidade de som e imagem é muito ruim. abçs.
Fez bem, Melina. bjs
Talvez sim, Patrícia. A dificuldade seria com a qualidade das imagens. bjs
Pedro, terão que mudar muita coisa caso queiram fixar o formato na grade. E a Letícia já escreveu novelas na própria Record. Aliás, foi ela quem escreveu o maior fracasso da emissora: Methamorfoses. Foi colaboradora do Maneco em Por Amor e fez o remake de Amigas e Rivais no SBT. Abraços.
Obrigado pelo comentário, Eder. abçs.
Eu nem sabia desse programa, Sérgio... poxa e lembrei agora que perdi o aprendiz dessa semana, é um programa tão bom. A Record tem tudo pra ser boa, mas nem sempre consegue acertar. beijinhos
Barbie, foi m ruim o programa. O Aprendiz já está quase acabando. Termina nessa semana. bjs
Postar um comentário